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Os Elementos Litúrgicos e Rituais

Publicado em 12/06/2016

Os elementos litúrgicos e rituais

“O culto não é simplesmente um sistema de símbolos pelos quais 
a fé se traduz exteriormente; é o meio pelo qual ela se cria e se 
recria periodicamente. Consistindo em operações materiais ou 
mentais, ele é sempre eficaz”. (Durkheim, 1996, p. 460)

Liturgia é um termo que pode ter vários significados, um deles seria “a ação assumida pelo povo em favor da comunidade” (derivada da palavra grega“leitourgía”). Porém, com o passar do tempo, esta ação passou a significar serviço prestado ao Estado e/ou à divindade (Igreja, Templo). Significando “uma ação de resposta religiosa a Deus” (derivada da palavra latina eclesiástica “liturgia”,significando “culto divino”).

As pessoas em culto litúrgico acabam perdendo sua identidade profana e adquirem uma identidade divina, não em um individualismo, mas dentro do coletivo do culto.

Seguem os passos do Sacerdote em um roteiro não escrito em palavras, mas em gestos, atitudes, sentimentos de fé; formas mentais e corporais de sentir as divindades: 

"No rito, as pessoas estão próximas de Deus; são até mesmo divinas."(Jung, 1998, p.273).

A realização do ritual ocorre em um tempo diferente do normal. Muitas vezes o espaço de sua realização também é diferente. A naturalização do ritual está nele ser absorvido pelos indivíduos. 

Mesmo ele sendo um "momento diferente", ele é incorporado à vida social, na sociedade (mundo profano) e praticado sem uma racionalidade aparente no seio religioso (mundo sagrado).

Nessa relação paradoxal entre naturalização e excepcionalidade, o ritual se coloca no lugar daquilo que, em última instância, pode ser denominado: linguagem. 

Embora o ritual possa conceber um conjunto de símbolos que são acionados, comunicam socialmente e fornecem sentido à realidade (o chefe no trabalho, no símbolo de autoridade; o relógio de ponto, onde é necessário passar, registrar o ponto, e“prestar reverência”, símbolo das relações trabalhistas capitalistas; o sinal de trânsito, onde se para ou se atravessa ao gosto sincrônico das luzes, símbolo da obediência às leis de trânsito e a prudência em respeitar o direito do outro), também é a expressão de consciência de uma religiosidade, de uma crença de uma fé coletiva. Uma linguagem de sensações, sentimentos, animismos. Algo que liga o indivíduo e o coletivo a uma essência maior denominada Deus.

Umbanda de Pretos Velhos / Etiene Sales




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