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Candomblé

Publicado em 04/06/2012


Candomblé


Candomblé é a religião africana, originada na Cidade de Ifé, que cultua os Orixás. Foi trazida para o Brasil através dos negros iorubás que aqui vieram para trabalharem como escravos, eles perderam suas raízes, suas famílias, pois muitos eram obrigados a se separarem de pais, mães e filhos, perderam suas casas, seus pertences e sua identidade, só não perderam a sua crença e esta foi o que ajudou a muitos se manterem vivos diante do sofrimento da escravidão. São centenas os Orixás cultuados na África, mas no Brasil são apenas 16: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan.

Os Orixás, sob a ótica africana, têm personalidades individuais, com funções e prefeespecíficas que se associam aos fenômenos da natureza. Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários "patronos" Orixás, que um babalorixá identificará. Alguns Orixás são "incorporados" por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também não são incorporados.

O pai ou a mãe de santo é a autoridade máxima dentro do candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumam o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser um Pai ou Mãe de Santo se não acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são iluminadas pelos Orixás para que cumpram seu destino.

Os Pais de Santo, normalmente, são donos de uma roça, ou seja, um lugar onde estão plantados todos os axés e no qual os Orixás são cultuados. Dentro da roça existe o barracão (assim denominado por causa dos negros que antigamente moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes assentamentos (oferendas) para os deuses.

Hierarquicamente, existe, ainda, na roça um pai pequeno ou mãe pequena, que é o braço direito do Pai de Santo e é normalmente um filho ou filha da casa. Depois vem as Ekedes, são mulheres também escolhidas pelos Orixás para cuidar deles e ajudá-los. Embora seja considerada autoridade dentro da roça, não podem ser Yalorixás, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar. A seguir vem os Ogans, que tocam o atabaques e ajudam o Babalorixá nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintar os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazerem o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que “rasparam o Santo”, ou melhor, rasparam a cabeça para um Santo a pedido deste.

Às vezes o Santo, ou Orixá, incorpora em determinadas pessoas, mas não necessidade que haja esta “incorporação” para que uma pessoa raspe o Santo. Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode ser sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou Mãe de Santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios.

Por meses, o noviço só come com as mãos. Os filhos-de-santo são os sacerdotes dos orixás, da mesma forma como, na Igreja Católica, os padres são os representantes de Deus. Nem todos, porém, são preparados para "receber"os santos. Existem os que cuidam dos filhos-de-santo quando os orixás "baixam", os que sacrificam os animais, os que tocam os atabaques e os que preparam a comida. Os búzios, usados como instrumento de adivinhação, é que vão dizer qual a função de cada um.

A entrada para essa hierarquia é a indicação do orixá. É o que se chama "bolar no santo". A partir daí, o abiã (noviço) tem de se submeter aos rituais de iniciação - cerimônias do bori, orô e saídas de iaô.

Um recém-iniciado passa de um a seis meses vivendo dentro de severas restrições. É o tempo de quelê - o período em que o abiã usa um colar de contas justo ao pescoço. Enquanto usar o quelê, ele deve vestir branco, comer com as mãos e sentar-se só no chão. Estão proibidas as relações sexuais e os pratos que não sejam os de seu orixá.

Nem todos os terreiros seguem à risca todas as imposições. Mas pelo menos algumas têm de ser obedecidas: é parte do compromisso do abiã com seu orixá e seu pai ou mãe-de-santo. As obrigações não terminam por aí: o iniciado, que agora se chama iaô, terá de cumprir ainda três rituais - depois de um ano, três anos e sete anos - , com sacrifícios, toques e oferendas. Só depois ele pode se candidatar a ebômi, o grau seguinte da hierarquia.

Bolar: é o mesmo que cair no santo. Este é o sinal que indica a necessidade de iniciação de uma pessoa no candomblé. Acontece sem previsão, normalmente numa festa: durante a dança e os cânticos o rixá se "manifesta"no futuro filho-de-santo, que é agitado por tremores e sobressaltos violentos. Quem já "bolou" conta que sentiu arrepios, calor, fraqueza e sensação de desmaio. Quando acorda no roncó (o quarto do terreiro reservado à pessoa que "bolou"), o abiã não consegue se lembrar de nada do que aconteceu.

Bori: é a cerimônia que reforça a ligação entre o orixá e o iniciado. O abiã se senta numa esteira, rodeado de alimentos secos, aves, velas e objetos de seu orixá. Ajudado pelos filhos já feitos, o pai ou a mãe-de-santo sacrifica aves. O sangue é usado para marcar o corpo do noviço e para banhar as oferendas ao orixá. A cerimônia só termina quando as aves são servidas aos membros da família-de-santo. Depois do bori, o futuro filho-de-santo passa a assistir às cerimônias e a preparar o enxoval (a roupa e os adereços de seu orixá) para terminar a iniciação, com as saídas de iaô.

Orô: Confinado ao quarto de recolhimento (roncó), por 21 dias, o noviço conhece a hierarquia da casa, os preceitos, as orações, os cânticos, a dança de seu orixá, os mitos e suas obrigações. Durante esse tempo ele toma infusões de ervas, que o deixam num estado de entorpecimento e "abrem espaço" na sua mente para o orixá. A cabeça é raspada e o crânio marcado com navalha: é por esses cortes que o orixá vai "entrar", quando for quando for "incorporado". No final, o iniciado é "batizado" com sangue de um animal quadrúpede, sacrificado.

Na primeira saída, os iaôs vestem branco em homenagem a Oxalá, pai de todos. Saúdam o pai-de-santo, os atabaques e os pontos principais do barracão e vão-se embora.

Na segunda saída, os iaôs voltam com roupas coloridas e a cabeça pintada, segundo seus orixás. Dançam e deixam o barracão, em seguida.

Na terceira saída, os orixás anunciam oficialmente seus nomes. Os iaôs entram em transe e se retiram para vestir as roupas do santo "incorporado".

O candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo. É necessária muita dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da religião. Seus preceitos são todos fundamentados e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no candomblé, e o seu culto pode trazer muita paz e felicidade.


Origem do Candomblé: Ifé

A antiga cidade de Ifé, ao sudoeste da atual Nigéria, deslumbrava desde o começo do século como capital religiosa e artística do território que cobria uma parte central da atual República do Daomé. É a fonte mística do poder e da legitimidade, o berço da consagração espiritual, e para onde voltaram os restos mortais e as insígnias de todos os reis iorubas.

A civilização de Ifé, ainda hoje, é pouco conhecida e apresenta uma criação artística variada do realismo, enquanto que a maioria da arte africana é abstrata. O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer historiador, incluindo os próprios africanistas. Ao lado das esculturas em pedra e terracota(argila modelada e cozida ao fogo) tradicionais na África, estão as esculturas em bronze e artefatos em perola.

Uma das artes mais conhecidas é a de Lajuwa, que segundo o povo de Ifé permaneceu no palácio real, mostrando os vestígios em terracota, antes de ter sido redescoberta. Lajuwa foi o camareiro de Oni (soberano do reino de Ifé ou Aquele que Possui). A atribuição dessa terracota a Lajuwa não é estabelecida de maneira segura, entretanto a escultura foi preservada e conservou uma superfície lisa, ainda que o nariz tenha sido quebrado.

A maior parte das descobertas das obras foi feita nos BOSQUETES SAGRADOS: vastas extensões de terras situadas no coração da savana. Cada uma destas descobertas é consagrada a esta ou aquela divindade, entre elas:

- BOSQUETE SAGRADO DE OLOKUM: cobre uma superfície de 250 Há. Ao norte da saída da cidade de Ifé. É dedicado a OLOKUM, divindade do mar e da riqueza.

- BOSQUETE SAGRADO D’IWINRIN: encerra numeroso tesouro artístico, testemunhado, na maior parte, uma arte extremamente realista e refinada. Uma delas é de um personagem com 1,60 m de altura, sentado num banco redondo, esculpido em quartzo e provido com um braço curvado para dentro em forma de anel. Apóia o braço em um tamborete retângulo com quatro pés, sendo ladeado por dois outros de igual tamanho natural, um dos quais tem na mão a extremidade de uma vestimenta cortada.

Supõe-se que o artista tenha manuseado a argila crua em separação. Depois de concluído foi seca ao sol e cozida numa imensa fogueira ao ar livre, obtendo uma terracota de cor uniforme.

- BOSQUTE SAGRADO OSONGONGO: os arqueólogos descobriram uma variedade de esculturas de argila cozida e a maior parte de uma mesa micácea. Entre elas está a cabeça da própria OSONGOGON, porém menos refinada do que a de LAJUWA.

Ao lado desta escultura, há numerosas outras representando personagens com deformações físicas, uma delas com elefantíase nos testículos (doença ligada intimamente ao espírito dos negros e à impotência sexual), objeto de tratamento com rituais especiais. Nos funerais, a liturgia era feita por um sacerdote da antiga sociedade ORO, tida aos “ocidentalizados” como forma monstruosa.

O principal achado e o vaso do ritual destes funerais, decorado em relevo. Revela certos ritos e insígnias religiosas de Ifé. Vêem-se com os efeitos: Edans (bastões de bronze, utilizados pelos membros da Sociedade OGBONIS na cerimônia secreta), um bastão de ritual com uma espécie de espiral saliente em ambos os lados, um tambor, um objeto com dois crânios na base, um machado e dois personagens sem cabeças.


- BOSQUESTE SAGRADOS DE ORE: possue abundantes esculturas de homens e animais. O grupo principal é constituído de duas estátuas humanas, a maior é chamada IDENA, o porteiro.


IDENA usa um colar de perolas (contas), diferente dos demais usados em estátuas de terracota. Na cintura ostenta um laço e tem as mãos entrelaçadas. A cabeleira não é esculpida, mas representada por pregos de ferro fincados, como acontece na arte de Ifé.


-BOSQUETE SAGRADO DE ORODI: encontra-se nele uma estátua de pedra com a cabeça e o corpo enfeitado com pregos, similares aos que ornam Idena. Tem na mão direita uma espada e na esquerda um abano. Está situada em Enshure, província do Ado Ekiti.


Criação do Reino de Ifé


O grande Deus Olodumaré enviou Osalufã (orixá) para que criasse o mundo. A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 dedos e um cmaleão. A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para que ciscasse e fizesse aparecer a terra. Por ultimo, colocaria o camaleão para saber se estava firme.


Osalufã foi avisado para fazer uma oferenda ao Orixá Essú antes de sair para cumprir sua missão. Por ser um Orixá Funfun, Oxalufã se achava acima de todos e sendo assim, negligenciou a oferenda. Essú descontente , resolveu vingar-se de Osalufã, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo alternativa Osalufã furou com seu Apaasoro o tronco de uma palmeira. Um líquido refrescante dela escorreu, era o vinho de palma. Ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo.


Olodumaré, vendo que Osalufã, não cumpriu sua tarefa, enviou Odùdùwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Osalufã estava embriagado, Odùdùwa recebeu o direito de vir e criar o mundo. Após Odùdùwa cumprir sua tarefa, os outros deuses vêm se reunir a ele, descendo dos céus graças a uma corrente que ainda se podia ver, segundo a tradição, no BOSQUE DE OLOSE, até há alguns anos.


Apesar do erro cometido, uma nov chance foi dada a Osalufã: a honra de criar os homens. Entretanto, incorrigíveis, embriagou-se novamente e começou a fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros.


Odùdùwa interveio novamente, anulou os monstros gerados Osalufã e criou os homens bonitos, sãos e vigorosos, que foram insuflados com vida por Olodumaré.


Esta situação provocou uma guerra entre Odùdùwa e Osalufã. O ultimo foi derrotado e então Odùdùwa tornou-se o primeiro ONI (rei) de Ifé. Distribuiu seus filhos e os enviou para criar novos e vários reinos fora de Ifé.



Mais tarde os Orixás retornaram a Orum, deixando na terra seus conhecimentos e como deveriam ser cultuados seus toques, comidas e costumes, para que fossem cultuados pelos seus descendentes. Então o ser humano começou a fazer pedido aos Orixás e para que cada pedido fosse atendido eles ofereciam comida em troca.

Ao contrario do que se pensa, nem todos os pedidos são atendidos, embora os Orixás sempre aceitem as oferendas. Quando um orixá recebe um pedido, ele o leva a Olodumaré e este decide se o pedido vai ou não ser atendido. Este julgamento vai ser baseado no merecimento da pessoa que faz o pedido.



O povo continua fazendo oferendas aos Orixás até hoje, pois os Orixás procuram sempre fazer o melhor para as pessoas.



O círculo dos deuses é constituído segundo o número 16, número sagrado no candomblé. Ele se encontra em toda parte: no numero de búzios, no número de chamas da lâmpada dos sacrifícios, na numeração dos membros físicos e psíquicos, quer dizer, das forças e das partes que possui o homem na organização hierárquica."



Sincretismo:

SINCRETISMO NO BRASIL

Significado da palavra sincretismo: (Aurélio)
1 - Fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis alguns traços originários.
2 - Reunião artificial de idéias ou de teses de origens disparatadas.



No Brasil é feito o sincretismo de santos da igreja católica com os Orixás africanos, mas não fica só no sincretismo, algumas pessoas chegam a dizer que seu orixá de cabeça é São Jorge ou Santa Barbara.


As seitas africanas, vieram para o Brasil com os escravos. E com elas os Orixás africanos. Antes disso os africanos não conheciam a religião católica e nem outra religião que não fosse o culto de seus Orixás e de seus ancestrais.


Os africanos após serem escravizados e trazidos para uma terra estranha, não tiveram muita opção. Para poder cultuar seus Orixás, faziam um altar com imagens da Igreja Católica, e, embaixo do altar colocavam os assentamentos dos Orixás. Como os cânticos eram em dialetos africanos e os portugueses viam apenas imagens de santos, pensavam que eles estavam cultuando os santos católicos, desse modo começou o sincretismo.


Segundo alguns pesquisadores este sincretismo já havia começado na África, induzida pelos próprios missionários para facilitar a conversão.


Naquela época não havia liberdade de culto. Mas nos dias de hoje não há mais a necessidade de associar Nossa.Senhora com Oshun.


Aí vai a pergunta: "Porque fazer sincretismo entre duas Religiões que nada têm em comum, a não ser "Deus" que é o mesmo em todas as religiões?".


Na lingua africana a palavra Deus é Olorun, que em inglês é God, isso não é sincretismo, é apenas uma tradução.


Uma outra pergunta: "Que tal fazer uma festa para Ogun sem falar de São Jorge ou Santo Antônio, ou ir à missa sem falar de Ogun?"


Uma pessoa pode ser católica ou de outra religião, e fazer parte de uma religião africana sem a necessidade de fazer nenhum sincretismo.


Depois da libertação dos escravos começaram a surgir as primeiras casas de candomblé, e é fato que o candomblé de séculos tenha incorporado muitos elementos do cristianismo. Imagens e crucifixos eram exibidos nos templos, orixás eram frequentemente identificados com santos católicos, algumas casas de candomblé também incorporam entidades caboclos, que eram consideradas pagans como os orixás.


Neste contexto, alguns nomearam a religião de "Umbandomblé", uma mistura de fundamentos e rituais da Umbanda e do Candomblé. Na verdade, todas as formas de Umbanda utilizam, em menor ou maior proporção, elementos do Candomblé, tais como: crença nos Orixás, jogo de búzios, utilização de atabaques, algumas vestimentas, etc.



Candomblé não é Umbanda

As duas são religiões afro-brasileiras.
Umbanda é a mistura de várias crenças.



CANDOMBLÉ
UMBANDA

Deuses: Orixás de origem africana. Nenhum santo é superior a outro. Não existe o Bem e o Mal, isoladamente.






Culto: Louvação aos orixás que "incorporam" nos fiéis, para fortalecer o axé (energia vital) que protege o terreiro e seus membros.



Iniciação: Condição essencial para participar do culto. O recolhimento dura de sete a 21 dias. O ritual envolve o sacrifício de animais, a oferenda de alimentos e a obediência a rígidos preceitos. 



Música: Cânticos em língua africana, acompanhados por três atabaques tocados por iniciados do sexo masculino. 

Deuses: Louva os Orixás (energia da natureza) através de pontos cantados e oferendas com frutas. Trabalha com os Caboclos, Pretos Velhos e Ibejis que formam a linha da Umbanda, bem como com as linhas auxiliares, todos espíritos em evolução.


Culto: Desenvolvimento espiritual dos médiuns que, quando "incorporam", dão passes e consultas. Os rituais variam de acordo com a vertente de Umbanda seguida.


Iniciação: Não é necessário o recolhimento. O batismo é feito com água do mar ou de cachoeira.





 Música: Cânticos em português, acompanhados por palmas e atabaques (algumas casas), tocados por fiéis de qualquer sexo. 




A diversidade dos grupos étnicos dos negros dividiu a religião em nações, que se distinguem pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque e a língua sagrada usada nos rituais.

Nações do Candomblé

A palavra nação no candomblé é usada para distinguir seus seguimentos, diferenciados pelo dialeto utilizado nos rituais, o toque dos atabaques, a liturgia. A nação também indica a procedência dos escravos que lhe deram origem na nova terra e das divindades por eles cultuadas.
As civilizações sudanesas, por exemplo, são representadas pelo grupo iorubá, também conhecido como nagô, por sua vez representado pelas nações:
Ketu, Efan, Ijexá, Nagô Egbá, Batuque do Rio Grande do Sul, Xambá de Pernambuco. O grupo dos daomeanos é representado pelas nações jejes:
Fon, Éwe, Mina, Fanti Ashanti e outros menores como Krumans, Agni, Nzema, Timini.
As civilizações islamizadas são representadas por Fulas (peuhls), Mandingas, Haúça e, em menor número, Tapa, Bornu, Gurunsi ou Grunci.
As civilizações bantos do grupo angola-congolês são representadas pelas ambundas de Angola (cassanges, bangalas, in-bangalas, dembos), os congos ou cabindas do estuário do Zaira e os benguelas com diversas tribos escravizadas.
As civilizações bantus da Contra-Costa são representadas pelos moçambiques (macuas e angicos), tendo sido o grupo Bantu reduzido às nações:
Angola ,Congo,Cabinda.
No começo do período escravagista, todos os escravos vindos da África eram chamados de negros de Guiné, pois no século XVI a Guiné se estendia de Senegal a Orange. Esses guinés deveriam ser autênticos bantus.
A escravidão dividiu as sociedades africanas em todos os sentidos. O africano, com o fim das linhagens, dos clãs, das aldeias, da realeza, se apegou ainda mais aos seus deuses e ritos, uma vez que foi a única coisa que restou de suas regiões de origem.



Búzios

Candomblé
Jogo de Búzios


Jogo de búzios é uma das maravilhas divinatórias utilizado na religião do Candomblé. São muitos métodos de jogo, o mais comum é no arremesso de um conjunto de 16 búzios sobre uma mesa preparada. Ao iniciar o jogo faz-se a reza e saúda todos os Orixás, e o Orixá conduz o modo como os búzios se espalham pela mesa, dando assim as respostas às dúvidas que lhes são colocadas.
Os Búzios:
Búzio é concha colhida na praia de vários tamanhos, é utilizada também como adorno nas roupas dos Orixás formando diversos desenhos, nos fio-de-contas são colocados como fecho ou como Brajá todo feito de búzios, objeto sagrado de comunicação com os Orixás nas consultas ao jogo de búzios.
Nem todas as pessoas estão aptas para esse tipo de jogo (ler buzios). Esta prática é apenas para as pessoas que sejam preparadas. De forma geral às Yalorixás, Babalorixás, ou filhos no Santo após sua obrigação de sete anos com seus direitos, devidamente instruído e autorizado pela Yalorixás ou Babalorixás.
Outros métodos de Jogo:
Há também o jogo com quatro búzios, utilizado nos rituais para perguntas, suas as caídas correspondem às caídas do jogo de Obi. A quantidade de búzios varia de acordo com a nação, o mais comum é composto de 16 ou 17 búzios, o jogo com 21 búzios também é comum.
No passado era feito de modo diferente sentava-se no chão e jogava na própria terra, sem toalhas e enfeites, é um jogo mais simples e rústico. Podem ser jogados apenas em uma toalha branca numa mesa, ou num círculo formado por fio-de-contas (colares) com vários objetos representativos dos Orisàs ou numa peneira também com fio-de-contas e objetos.
A consideração entre aberto e fechado do búzio também pode variar, a grande maioria dos Babalorixás utiliza a abertura natural do búzio como sendo o lado "aberto", mas várias Yalorixás no culto do Candomblé, principalmente na Nação de Keto, jogam como "aberto" o lado em que elas "abriam" o búzio, assim a fenda natural sendo o lado "fechado", afirmando que o verdadeiro segredo em um búzio fica guardado em seu estado natural, este é revelado apenas após sua abertura cerimonial arrancando-se esta parte até então fechada, assim vários Babalorixás e Yalorixás que aprenderam por este método fazem esta forma "invertida" de leitura, ao apresentado nas imagens. Na verdade ao sagrar um formato onde seja considerado aberto/fechado, o Babalorixás ou Yalorixás não mais o inverte e passa aos seus filhos o conhecimento desta forma, assim sendo o cenário de leitura é particular de cada casa.




ORIXÁS, SEGUNDO OS FUNDAMENTOS DO CANDOMBLÉ:

As divindades têm defeitos humanos


Em qualquer terreiro, a entrada dos orixás na festa segue sempre a mesma sequência da ordem do xirê. Depois de despachar Exu, o primeiro a entrar na roda é Ogum, seguido de Oxóssi, Obaluaiê, Ossaim, Oxumaré, Xangô, Oxum, Iansã, Nanã, Iemanjá e Oxalá.


Segundo a tradição, os deuses do candomblé têm origem nos ancestrais dos clãs africanos, divinizados há mais de 5000 anos. Acredita-se que tenham sido homens e mulheres capazes de manipular as forças da natureza, ou que trouxeram para o grupo os conhecimentos básicos para a sobrevivência, como a caça, o plantio, o uso de ervas na cura de doenças e a fabricação de ferramentas.


Os orixás estão longe de se parecer com os santos cristãos. Ao contrário, as divindades do candombé têm características muito humanas: são vaidosos, temperamentais, briguentos, fortes, maternais ou ciumentos. Enfim, têm personalidade própria. Cada traço da personalidade é associado a um elemento da natureza e da sua cultura: o fogo, o ar, a água, a terra, as florestas e os instrumentos de ferro.


Na África Ocidental, existem mais de 200 orixás. Mas, na vinda dos escravos para o Brasil, grande parte dessa tradição se perdeu. Hoje, o número de orixás conhecidos no país está reduzido a dezesseis. E, mesmo desse pequeno grupo, apenas doze são ainda cultuados: os outros quatro - Obá, Logunedé, Ewa e Irôco - raramente se "manifestam" nas festas e rituais. Veja, quem é cada um dos principais orixás, suas características e seus símbolos.


Esù
É o senhor dos caminhos, caminhos que levam e trazem e fazem as pessoas se encontrarem ou distanciarem-se. É quem faz com que os ritos sejam cumpridos, principal responsável pela ligação do mundo espiritual ao mundo material, (orun-ayé)...

Exu para uns, é um Orixá como todos outros, mas que raramente se tem notícia de alguém que seja seu filho, na maioria das vezes as pessoas desse Orixá na hora da feitura são consagradas a Ogun. Segundo a maioria dos pesquisadores, na África as pessoas consagradas a Exu são orgulhosas disso, mas no Brasil em virtude do sincretismo que fizeram de Exu com o Diabo, o mesmo não acontece as pessoas de Exu preferem ser de Ogun, para não serem discriminadas.





EXU

Exu é o mais sutil e o mais astuto de todos os Orixás.

Ele aproveita-se de suas qualidades para provocar malentendidos e discussões entre as pessoas ou para preparar-lhe armadilhas. Ele pode fazer coisas extraordinárias como, por exemplo, carregar, numa peneira, o óleo que comprou no mercado, sem que este óleo se derrame desse estranho recipiente! Exu pode ter matado um pássaro ontem, com uma pedra que jogou hoje!

" Èsù é o princípio reparador do Sistema Nàgô. É o controlador rígido de todos os sacrifícios. Inspetor geral, segundo Idowu (1962); "oficial de polícia imparcial", segundo Abimbola (1969:393) que diz: "a ação de Èsù é a de... punir os contraventores, particularmente aqueles que negligenciaram fazer o sacrifício prescrito".

Èsù Yangí, segundo a história Atòrun dòrun Èsù, delega a dívida: o que foi introjetado por ele será restituido através dos ebós efetuados por todos os elementos procriados. A restituição é deslocada, é tranferida a um outro objeto ou a um outro ser com o qual o ofertante se identifica. Esse mecanismo, que consiste em transferir a um outro a restituição do àse absorvido, é fundamental para a compreensão dos rituais de oferenda e da dinâmica do sistema. A restituição transferida - a oferenda - é que permite manter a integridade de cada indivíduo; controlada por Èsù Elebo, ela permite ao Èsù acompanhante exercer sua função de princípio dinâmico, desenvolver e expandir a existência de cada indivíduo".

Assim, com o devido respeito, começamos por saudar ao Imole Eshu :
Mo ju iba, Esu Oba Baba awon Esu ! Iba se, o !

Saudações, Eshu Senhor e Pai de todos os Eshus !

Que esta homenagem se cumpra !


E pedimos-lhe Ago / licença para citar o seu Orisirisi / Contos Imemoriais onde se fala de seus dezesseis maiores atributos, sobretudo ligados ao Culto de Ifá, e que são tão negligenciados hoje em dia até pelos seus El'esu / Sacerdote de Eshu!


Eis aqui seus maiores dezesseis títulos e suas correspondentes "qualidades", os quais sempre foram ligados aos 16 Odu / Fundamentos de Tradição dos Itan Ifa / Contos de Ifá de Ile Ife / a Cidade Santa de Ifé :

Esu Yangi - o Senhor da Laterita Vermelha
Esu Agba - o Senhor Ancestral
Esu Igba Keta - o Senhor da Terceira Cabaça
Esu Okoto - o Senhor do Caracol
Esu Oba Baba Esu - o Rei e Pai de todos os Eshus
Esu Odara - o Senhor da Felicidade
Esu Osije - o Mensageiro Divino
Esu Eleru - o Senhor da Obrigação Ritual
Esu Enu Gbarijo - o Senhor da Boca Coletiva
Esu Elegbara - o Senhor do Poder Mágico
Esu Bara - o Senhor do Corpo
Esu L'Onan - o Senhor dos Caminhos
Esu Ol'Obe - o Senhor da Faca
Esu El'Ebo - o Senhor das Oferendas
Esu Alafia - o Senhor da Satisfação Pessoal
Esu Oduso - o Vigia dos Odus


Exu


Orixá mensageiro entre os homens e os deuses, guardião da porta da rua e das encruzilhadas. Só através dele é possível invocar os orixás.


Elemento: fogo


Personalidade: atrevido e agressivo


Símbolo: ogó (um bastão adornado com cabaças e búzios)


Dia da semana: segunda-feira


Colar: vermelho e preto


Roupa: vermelha e preta


Sacrifício: bode e galo preto


Oferendas: farofa com dendê, feijão, inhame, água, mél e aguardente



ARQUÉTIPO


O arquétipo de Exu é muito comum em nossa sociedade, onde proliferam pessoas com caráter ambivalente, ao mesmo tempo boas e más, porém com inclinação para a maldade, o desatino, a obscenidade, a depravação e a corrupção. Pessoas que têm a arte de inspirar confiança e dela abusar, mas que apresentam, em contrapartida, a faculdade de inteligente compreensão dos problemas dos outros e a de dar ponderados conselhos, com tanto mais zelo quanto maior a recompensa esperada. As cogitações intelectuais enganadoras e as intrigas políticas lhes convêm particularmente e são, para elas, garantias de sucesso na vida.



Ibejis


Ibejis são divindades gêmeas infantis, é um orisa duplo e tem seu próprio culto, obrigações e iniciação dentro do ritual. Divide-se em masculino e feminino, (gêmeos). Em Oyó cultua-se como erês ligado a qualidades de Sangô e Osùn...


Os Ibejis, os mabaças, os gêmeos, Cosme e Damião, os santos meninos. Donos de grande devoção na Bahia. Os carurus de Cosme e Damião são célebres. Qual a casa verdadeiramente baiana que não oferece seu caruru anual aos Ibejis?


São duas divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião. Ao contrário dos erês, entidades infantis ligadas a todos os orixás e seres humanos, são divindades infantis, orixás-crianças. Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc. Seus filhos são pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconsequente; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhonas, sorridentes, irrequietas - tudo, enfim, que se possa associar ao comportamento típico infantil. Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem então revelar-se teimosamente obstinadas e possessivas. Ao mesmo tempo, sua leveza perante a vida se revela no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia. Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, à vezes, o comportamento complexo das pessoas que estão em torno de si a princípios simplistas como "gosta de mim - não gosta de mim". Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com certa facilidade.



Ao mesmo tempo, suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes marcas. Como as crianças em geral, gostam de estar no meio de muita gente, das atividades esportivas, sociais e das festas. A grande cerimônia dedicada a estes orixás acontece a 27 de setembro, dia de Come e Damião, quando comidas como caruru, vatapá, bolinhos, doces, balas (associadas às crianças, portanto) são oferecidas tanto aos orixás como aos frequentadores dos terreiros.



Ogùn

Os filhos de Ogùn possuem temperamento um tanto violento, são impulsivos, briguentos e custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tampouco da moradia, com raras exceções são amigos...


Ogum como personagem histórico, teria sido o filho mais velho de Odùduà, o fundador de Ifé.


Era um temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros Estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, "Rei de Irê". Por razões que ignoramos, Ogum nunca teve o direito a usar uma coroa (adé), feita com pequenas contas de vidro e ornada por franjas de missangas, dissimulando o rosto, emblema de realeza para os iorubás. Foi autorizado a usar apenas um simples diadema, chamado àkòró, e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nome de Ògún Oníìré e Ògún Aláàkòró inclusive no Novo Mundo, tanto no Brasil como em Cuba, pelos descendentes dos iorubás trazidos para esses lugares. Ogum teria sido o mais enérgico dos filhos de Odùduà e foi ele que se tornou o regente do reino de Ifé quando Odùduà ficou temporariamente cego (informação pessoal do Óòni(rei) de Ifé em 1949). Ogum decidiu, depois de numerosos anos ausente de Irê, voltar para visitar seu filho (informação pessoal do Oníìré em 1952). Infelizmente, as pessoas da cidade celebravam, no dia da sua chegada, uma cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto. Ogum tinha fome e sede; viu vários potes de vinho de palma, mas ignorava que estivessem vazios. Ninguém o havia saudado ou respondido às suas perguntas. Ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente durante muito tempo. Ogum, cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo depois, sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas, como cães e caramujos, feijão regado com azeite-de-dendê e potes de vinho de palma. Enquanto saciava a sua fome e a sua sede, os habitantes de Irê cantavam louvores onde não faltava a menção a Ògúnjajá, que vem da frase ògún je ajá (Ogum come cachorro), o que lhe valeu o nome de ògúnjá. Satisfeito e acalmado, Ogum lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com uma barulheira assustadora. Antes de desaparecer, entretanto, ele pronunciou algumas palavras. A essas palavras, ditas durante uma batalha, Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, se não encontrar inimigos diante de si, é sobre o imprudente que Ogum se lançará.


Como Orixá, Ogum é o deus do ferro, dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal: agricultores, caçadores, açougueiros, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores. Desde o início do século, os mecânicos, os condutores de automóveis ou de trens, os reparadores de velocípedes e de máquinas de costura vieram juntar-se ao grupo de seus fiéis. Ogum é único, mas, em Irê, diz-se que ele é composto de sete partes. Ògún méjeje lóòde Iré, frase que faz alusão às sete aldeias, hoje desaparecidas, que existiriam em volta de Irê. O número 7 é, pois, associado a Ogum e ele é representado, nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal, também de ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flexa e enxó, simbolos de suas atividades.



Ogum

Deus da guerra, do fogo e da tecnologia. No Brasil é conhecido como Deus guerreiro. Sabe trabalhar com metal e, sem sua proteção, o trabalho não pode ser proveitoso.

Elemento: ferro

Personalidade: impaciente e obstinado

Símbolo: espada

Dia da semana: terça-feira

Colar: azul-marinho

Roupa: azul, verde escuro, vermelho ou amarelo

Sacrifício: bode e galo avermelhados

Oferendas: feijoada, xinxim, inhame


ARQUÉTIPO


O arquétipo de Ogum é o das pessoas violentas, briguentas e impulsivas, incapazes de perdoarem as ofensas de que foram vítimas. Das pessoas que perseguem energicamente seus objetivos e não se desencorajam facilmente. Daquelas que nos momentos difíceis triunfam onde qualquer outro teria abandonado o combate e perdido toda a esperança. Das que possuem humor mutável, passando de furiosos acessos de raiva ao mais tranquilo dos comportamentos. Finalmente, é o arquétipo das pessoas impetuosas e arrogantes, daquelas que se arriscam a melindrar os outros por uma certa falta de discrição quando lhes prestam serviços, mas que, devido à sinceridade e franqueza de suas intenções, tornam-se difíceis de serem odiadas.



Osòssí


Senhor das florestas seu habitat natural, onde vive e caça. É a divindade da harmonia e do equilíbrio ecológico, protege os caçadores e a caça ao mesmo tempo, não permite a caça predatória. Aceita somente a busca do alimento...


Oxossi, rei de Ketu, meu pai e pai de mestre Caribé, de Genaro de Carvalho e de Camafeu de Oxossi, é São Jorge matando o dragão. Deus da caça, das úmidas florestas, com o ofá(arco e flexa), abate os javalis, as feras, é o invencível caçador. Rei Oxossi, senhor do Ketu, rodeado de animais, usa capanga e chapéu de couro. Carne de porco, eis a sua comida preferida. Gosta também de bode e galo mas não tolera feijão branco. Come ainda ojojó, milho cozido com pedaços de côco. Dança com ofá e erukerê feito com rabo de boi. Sua palavra de saudação é Okê. Existem várias qualidades de Oxossi: Otin, Inlé e Ibualama. Orixá poderoso, encantado do maior respeito, suas festas são de grande beleza e opulência. Uma delas, a das Quartinhas de Oxossi, no candomblé do Gantois, onde reina a veneranda Mãe Menininha, é inesquecível espetáculo.


Ibualama ou Inlé é uma qualidade de Oxossi, marido de Oxum. Como os demais Oxossis é caçador, rei de Ketu, usa ofá(arco e flexa) e chapéu de couro. Come tudo que é caça e seu dia é quinta-feira.


Um Oxossi azul, Otin! Usa capanga e lança. Vive no mato a caçar. Come tôda espécie de caça mas gosta muito de búfalo.



Oxóssi

Deus da caça. É o grande patrono do candomblé brasileiro

Elemento: florestas

Personalidade: intuitivo e emotivo

Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi

Dia da semana: quinta-feira

Colar: azul claro

Roupa: azul ou verde claro

Sacrifício: bode e galo avermelhados e porco

Oferendas: milho branco e amarelo, peixe de escamas, arroz, feijão e abobora



ARQUÉTIPO


O arquétipo de Oxóssi é o das pessoas espertas, rápidas, sempre alerta e em movimento. São pessoas cheias de inicitiva e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades. Têm o senso da responsabilidade e dos cuidados para com a família. São generosas, hospitaleiras e amigas da ordem, mas gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência em detrimento, algumas vezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma.



Ossanhê

Divindade das folhas medicinais e liturgias. Detentor do ase (força, poder, vitalidade). Seu símbolo é uma vara de ferro com sete pontas dirigidas para cima, com a imagem de um pássaro na ponta central...


Ossaim

Deus das folhas e ervas medicinais. Conhece seus usos e as palavras mágicas (ofós) que despertam seus poderes.


Elemento: matas


Personalidade: instável e emotivo


Símbolo: lança com pássaros na forma de leque e feixe de folhas


Dia da semana: quinta-feira


Colar: branco rajado de verde


Roupa: branco e verde claro


Sacrifício: galo e carneiro


Oferendas: feijão, arroz, milho vermelho e farofa de dendê





Obaluwaiê


Conta nos os antigos que a história de Obaluwaiê é uma das mais tristes do candomblé. Ainda criança, foi expulso de sua casa pela mãe Nana. Foi expulso por se envolver com as prostitutas e com isso contraia as mais variadas doenças. Iemanjá acolheu Obaluwaiê...


Atotô
Xapanã nasceu em Empê, no território Tapá, também chamado, Nupê.


Era um guerreiro terrível que, seguido de suas tropas, percorria o céu e os quatro cantos do mundo. Ele massacrava sem piedade aqueles que se opunham à sua passagem. Seus inimigos saíam dos combates mutilados ou morriam de peste.


Assim, chegou Xapanã em território Mahí, no Daomé. A terra dos Mahis abrangia as cidades de Savalú e Dassa Zumê.


Quando souberam da chegada iminente de Xapanã, os habitantes desta região, apavorados, consultaram um adivinho. E assim ele falou: "Ah! O Grande Guerreiro chegou de Empê! Aquele que se tornará o senhor do país! Aquele que tornará esta terra rica e próspera, chegou! Se o povo não o aceitar, ele o destruirá!


É necessário que supliquem a Xapanã que os poupe. Façam-lhe muitas oferendas; todas as que ele goste: inhame pilado, feijão, farinha de milho, azeite de dendê, picadinho de carne de bode e muita, muita pipoca!


Será necessário também que todos se prosternem diante dele, que o respeitem e o sirvam. Logo que o povo o reconheça como pai, Xapanã não o combaterá, mas protegerá a todos!"


Quando Xapanã chegou, conduziu seus ferozes guerreiros, os habitantes de Savalú e Dassa Zumê reverenciaram-no, encostando suas testas no chão, e saudaram-no:


"Totô hum! Totô hum! Atotô! Atotô!"


"Respeito e Submissão!"


Xapanã aceitou os presentes e as homenagens, dizendo: "Está bem! Eu os pouparei! Durante minhas viagens, desde Empê, minha terra natal, sempre encontrei desconfiança e hostilidade. Construam para mim um palácio. É aqui que viverei a partir de agora!"


Xapanã instalou-se assim entre os Mahis. O país prosperou e enriqueceu e o Grande Guerreiro não voltou mais a Empê, no território Tapá, também chamado Nupê.


Xapanã é considerado o deus da varíola e das doenças contagiosas. Ele tem também o poder de curar. As doenças contagiosas são, na realidade, punições aplicadas àqueles que o ofenderam ou conduziram-se mal. Seu verdadeiro nome é perigoso demais pronunciar. Por prudência, é preferível chamá-lo Obaluaê, o "Rei, Senhor da Terra" ou Omulú, o "Filho do Senhor".


Quando Xapanã instalou-se entre os Mahis recebeu, em uma nova terra, o nome de Sapatá. Aí, também, era preferível chamá-lo Ainon, o "Senhor da Terra", ou, então, Jeholú, o "Senhor das pérolas".


O fato de ser chamado Jeholú e Ainon causou mal-entendidos entre Sapatá e os reis do Daomé, pois eles também usavam estes títulos.


Enciumados, os Jeholú de Abomey expulsaram, várias vezes, Jeholú Ainon do Daomé e obrigaram-no a voltar momentaneamente, à terra dos Mahis.


Jeholú Ainon vingou-se: vários reis daomeanos morreram de varíola!


Atotô!


Obaluaiê
Deus da peste, das doenças da pele e, atualmente AIDS. É o médico dos pobres.

Elemento: terra

Personalidade: tímido e vingativo

Símbolo: xaxará (feixe de palha e búzios)

Dia da semana: segunda-feira

Colar: preto e vermelho ou vermelho, branco e preto

Roupa: vermelha e preta, coberta de palha

Sacrifício: galo, pato, bode e porco

Oferendas: pipoca, feijão preto, farofa e milho, com muito dendê



ARQUÉTIPO


O arquétipo de Obaluaê é das pessoas com tendências masoquistas, que gostam de exibir seus sofrimentos e as tristezas das quais tiram uma satisfação íntima. Pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida lhes corre tranquila. Podem atingir situações materiais invejáveis e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. Pessoas que em certos casos sentem-se capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.



Osumarê


O exótico e o mistério são os seus domínios. Tudo nele é repetitivo, variando apenas as formas, como no ciclo da chuva: a água que evapora, retorna como chuva. Ou como no universo dos corpos celestes, onde a lua, o sol, a terra e os demais astros e planetas...


Oxumaré

Deus da chuva e do arco-íris. É ao mesmo tempo, de natureza masculina e feminina. Transporta a água entre o céu e a terra.

Elemento: água

Personalidade: sensível e tranquilo

Símbolo: cobra de metal

Dia da semana: quinta-feira

Colar: amarelo e verde

Roupa: azul claro e verde claro

Sacrifício: bode, galo e tatu

Oferendas: milho branco, acarajé, coco, mél, inhame e feijão com ovos.



Nanã


Nanan proprietária de um cajado. Nanã salpicada de vermelho, suas roupas parecem banhadas em sangue, orisa que obriga o fon a falar nagô (ketu). Água parada que mata derrepente, ela mata uma cabra sem usar faca...


Disputa entre NANÃ BURUKU e OGUM


Nanã Buruku é uma velhíssima divindade das águas, vinda de muito longe e há muito tempo.


Ogum é um poderoso chefe guerreiro que anda, sempre, à frente dos outros Imalés.


Eles vão, um dia, a uma reunião.


É a reunião dos duzentos Imalés da direita e dos quatrocentos Imalés da esquerda.


Eles discutem sobre seus poderes.


Eles falam muito sobre obatalá, aquele que criou os seres humanos.


Eles falam sobre Orunmilá, o senhor do destino dos homens.


Eles falam sobre Exú: "Ah! É um importante mensageiro!"


Eles falam muita coisa a respeito de Ogum.


Eles dizem: "É graças a seus instrumentos que nós podemos viver. Declaramos que é o mais importante entre nós!"


Nanã Buruku contesta então: "Não digam isto. Que importância tem, então, os trabalhos que ele realiza?"


Os demais orixás respondem: "É graças a seus instrumentos que trabalhamos pelo nosso alimento. É graças a seus instrumentos que cultivamos os campos. São eles que utilizamos para esquartejar."


Nanã conclui que não renderá homenagem a Ogum. "Por que não haverá um outro Imalé mais importante?"


Ogum diz: "Ah! Ah! Considerando que todos os outros Imalés me rendem homenagem, me parece justo, Nanã, que você também o faça."


Nanã responde que não reconhece sua superioridade. Ambos discutem assim por muito tempo.


Ogum perguntando: "Voce pretende que eu não seja indispensável?"


Nanã garatindo que isto ela podia afirmar dez vezes.


Ogum diz então: "Muito bem! Voce vai saber que eu sou indispensável para todas as coisas."


Nanã, por sua vez, declara que, a partir daquele dia, ela não utilizará absolutamente nada fabricado por Ogum e poderá, ainda assim, tudo realizar.


Ogum questiona: "Como voce fará? Voce não sabe que sou o proprietário de todos os metais? Estanho, chumbo, ferro, cobre. Eu os possuo todos."


Os filhos de Nanã eram caçadores. Para matar um animal, eles passaram a se servir de um pedaço de pau, afiado em forma de faca, para o esquartejar.


Os animais oferecidos a Nanã são mortos e decepados com instrumentos de madeira.


Não pode ser utilizada a faca de metal para cortar sua carne, por causa da disputa que, desde aquele dia, opôs Ogum a Nanã.


Templo de Nanã Buruku em Dassa Zumê.



Nanã

Deusa da lama e do fundo dos rios, associada á fertilidade, à doença e à morte. É a orixá mais velha de todos e, por isso, muito respeitada.

Elemento: terra

Personalidade: vingativa

Símbolo: ibiri (cetro de palha e búzios)

Dia da semana: sábado

Colar: branco, azul e vermelho

Roupa: branca e azul

Sacrifício: cabra e galinha

Oferendas: milho branco, arroz, mél e dendê


ARQUÉTIPO


Nanã Buruku é o arquétipo das pessoas que agem com calma, benevolência, dignidade e gentileza. Das pessoas lentas no cumprimento de seus trabalhos e que julgam ter a eternidade à sua frente para acabar seus afazeres. Elas gostam das crianças e educam-nas, talvez, com excesso de doçura e mansidão, pois têm tendência a se comportarem com a indulgência dos avós. Agem com segurança e majestade. Suas reações bem equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.


Sangô


Deus do raio, do trovão, da justiça e do fogo. É um orisà temido e respeitado, é viril e violento, porém justiceiro. Costuma se dizer que Sangô castiga os mentirosos, os ladrões e malfeitores. Seu símbolo principal é o machado de dois gumes e a balança...


Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.


Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyó", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian. Xangô cresceu no país de sua mãe, indo instalar-se, mais tarde, em Kòso (Kossô), onde os habitantes não o aceitaram por causa de seu caráter violento e imperioso; mas ele conseguiu, finalmente, impor-se pela força. Em seguida, acompanhado pelo seu povo, dirigiu-se para Oyó, onde estabeleceu um bairro que recebeu o nome de Kossô. Conservou, assim, seu título de Oba Kòso, que, com o passar do tempo, veio a fazer parte de seus oríkì.


Dadá-Ajaká, filho mais velho de Oranian, irmão consanguíneo de Xangô, reinava então em Oyó. Dadá é o nome dado pelos iorubás às crianças cujos cabelos crescem em tufos que se frisam separadamente. "Ele amava as crianças, a beleza, e as artes; de caráter calmo e pacífico... e não tinha a energia que se exigia de um verdadeiro chefe dessa época". Xangô o destronou e Dadá-Ajaká exilou-se em Igboho, durante os sete anos de reinado de seu meio-irmão. Teve que se contentar, então, em usar uma coroa feita de búzios, chamada adé de baáyàni. Depois que Xangô deixou Oyó, Dadá-Ajaká voltou a reinar. Em contraste com a primeira vez, ele mostrou-se agora valente e guerreiro, voltou-se contra os parentes da família materna de Xangô, atacando os tapás.


Xangô, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yamase como mãe e três divindades como esposas: Oiá, Oxum e Obá. Xangô é viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô. O proprietário deve pagar pesadas multas aos sacerdotes do orixá que vêm procurar nos escombros os èdùn àrá (pedra de raio) lançados por Xangô e profundamente enterrados no local onde o solo foi atingido.


Esses èdùn àrá (na realidade, machado neolíticos) são colocados sobre um pilão de madeira esculpida (odó), consagrado a Xangô. Tais pedras são consideradas emanações de Xangô e contém o seu àse (axé), o seu poder. O sangue dos animais sacrificados é derramado, em parte, sobre suas pedras de raio para manter-lhes a força e o poder. O carneiro, cuja chifrada tem a rapidez do raio, é o animal cujo sacrifício mais lhe convém. Fazendo-lhe também oferendas de amalá, iguaria preparada com farinha de inhame regada com um molho feito com quiabos. É, no entanto, formalmente proibido oferecer-lhe feijões brancos da espécie sèsé. Todas as pessoas que lhe são consagradas estão sujeitas à mesma proibição.


Na Bahia, diz-se que exitem doze Xangôs: Dadá; Oba Afonjá; Obalubé; Ogodô; Oba Kossô; Jakutá; Aganju; Baru; Oranian; Airá Intilé; Airá Igbonam, e Airá Adjaosi.


Reina uma certa confusão nessa lista, pois Dadá é irmão de Xangô; Oranian é seu pai, e Aganju, um de seus sucessores. Também na Bahia acredita-se que Ogodô é originário do território Tapá, e que segura dois "oxés" quando dança, sendo o seu èdùn àrá composto de dois gumes. Os Airá seriam Xangôs muito velhos, sempre vestidos de branco e usando contas azuis (segi) em lugar de corais vermelhos, como os outros Xangôs. Ao que parece, teriam vindo da região de Savê.


Xangô

Deus do fogo e do trovão. Diz a tradição que foi rei de Oyó, cidade da Nigéria. É viril, violento e justiceiro. Castiga os mentirosos e protege advogados e juízes.

Elemento: fogo

Personalidade: atrevido e prepotente

Símbolo: machado duplo (oxé)

Dia da semana: quarta-feira

Colar: branco e vermelho

Roupa: branca e vermelha, com coroa de latão

Sacrifício: galo, pato, carneiro e cágado

Oferendas: amalá (quiabo com camarão seco e dendê)



ARQUÉTIPO


O arquétipo de Xango é aquele das pessoas voluntariosas e enérgicas, altivas e concientes de sua importância real ou suposta. Das pessoas que podem ser grandes senhores, corteses, mas que não toleram a menor contradição, e, nesses casos, deixam-se possuir por crises de cólera, violentas e incontroláveis. Das pessoas sensíveis ao charme do sexo oposto e que se conduzem com tato e encanto no decurso das reuniões sociais, mas que podem perder o controle e ultrapassar os limites da decência. Enfim, o arquétipo de Xango é aquele das pessoas que possuem um elevado sentido da sua própria dignidade e das suas obrigações, o que as leva a se comportarem com um misto de severidade e benevolência, segundo o humor do momento, mas sabendo guardar, geralmente, um profundo e constante sentimento de justiça.


Oyà


Oya é orisa de um rio, conhecido como níge. Orisa dos ventos, raios e tempestades, também guerreira, ágil e agitada como o próprio vento. Extrovertida e sensual como poucas...
OIÁ-IANSÃ
Oya (Oiá) é a divindade dos ventos, das tempestades e do rio Niger que, em iorubá, chama-se Odò Oya. Foi a primeira esposa de Xangô e tinha um temperamento ardente e impetuoso. Conta uma lenda que Xangô enviou-a em missão na terra dos baribas, a fim de buscar um preparado que, uma vez ingerido, lhe permitiria lançar fogo e chamas pela boca e pelo nariz. Oiá desobedecendo às instruções do esposo, experimentou esse preparado, tornando-se também capaz de cuspir fogo, para grande desgosto de Xangô, que desejava guardar só para si esse terrível poder.


Oiá foi, no entanto, a única das mulheres de Xangô que, ao final do seu reinado, seguiu-o na fuga para Tapá. E, quando Xangô recolheu-se para baixo da terra, em Kossô, ela fez o mesmo em Irá.


Iansã

Deusa dos ventos e das tempestades. É a senhora dis raios e dona da alma dos mortos.

Elemento: fogo

Personalidade: impulsiva e imprevisível

Símbolo: espada e raba de cavalo (representando a realeza)

Dia da semana: quarta-feira

Colar: vermelho ou marrom escuro

Roupa: vermelha

Sacrifício: cabra e galinha

Oferendas: milho branco, arroz, feijão e acarajé



ARQUÉTIPO


O arquétipo de Oyá-iansã é o das mulheres audaciosas, poderosas e autoritárias. Mulheres que podem ser fiéis e de lealdade absoluta em certas circunstâncias, mas que, em outros momentos, quando contrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se levar a manifestações da mais extrema cólera. Mulheres, enfim, cujo temperamento sensual e voluptuoso pode levá-las a aventuras amorosas extraconjugais múltiplas e frequentes, sem reserva nem decência, o que não as impede de continuarem muito ciumentas dos seus maridos, por elas mesmas enganados.



Osalà


"O grande orisà", ocupa uma posição única e inconteste do mais importante orisa e o mais elevado dos deuses yorubás. É o dono da argila e da criação, onde molda os seres humanos em barro. Senhor do silêncio, do vácuo frio e calmo...


Oxalá é o Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana. Apresenta-se de duas maneiras: moço (chamado Oxaguian, identificado no jogo do merindilogunpelo odu ejionile) e velho (chamado Oxalufan e identificado pelo odu ofun e ejiokô). No candomblé, este é representado material e imaterialmente pelo assentamento sagrado denominado igba oxala.


Os símbolos do primeiro são uma idá (espada), "mão de pilão" e um escudo; o símbolo do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado opaxorô.


A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul; a de Oxalufam é somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-feira.


Sua saudação é ÈPA BÀBÁ! Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do panteão africano. Simboliza a paz, é o pai maior nas nações das religiões de tradição africana. É calmo, sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é respeitado por todos os Orixás e todas as nações. A Oxalá pertencem os olhos que vêem tudo.


ARQUÉTIPO


O arquétipo de personalidade dos devotos de Oxalá é aquele das pessoas calmas e dignas de confiança; das pessoas respeitáveis e reservadas, dotadas de força de vontade inquebrantável que nada pode influenciar. Em nenhuma circunstância modificam seus planos e seus projetos, mesmo a despeito das opiniões contrárias, racionais, que as alertam para as possíveis consequências desagradáveis dos seus atos. Tais pessoas, no entanto, sabem aceitar, sem reclamar, os resultados amargos daí decorrentes.


Oxalá

Deus da criação. É o orixá que criou os homens. Obstinado e independente, é representado de duas maneiras. Oxaguiã, jovem, e Oxalufã, velho.

Elemento: ar

Personalidade: equilibrado e tolerante

Símbolo: opaxoró (cajado de alumínio com adornos)

Dia da semana: sexta-feira

Colar: branco

Roupa: branca

Sacrifício: cabra e galinha

Oferendas: milho branco, arroz e massa de inhame



Osùn


Dona das águas. Na áfrica, mora no rio oxum. Senhora da fertilidade, da gestação e do parto, cuida dos recém-nascidos, lavando-os com suas águas e folhas refrescantes. Jovem e bela mãe, mantém suas características de adolescente...

Orê Yeyê ô!


Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as belas mulheres. Ela gostava de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Sí uma mulher elegante possuía jóias de cobre pesadas. Oxum era cliente dos comerciantes de cobre.


Omiro wanran wanran wanran omi ro!

"A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!"


Oxum lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação de ser uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que desejam ter filhos. Oxum foi a segunda mulher de Xangô. A primeira chamava-se Oiá-Iansã e a terceira Obá.


Oxum tem o humor caprichoso e mutável. Alguns dias, suas águas correm aprazíveis e calmas, elas deslizam com graça, frescas e límpidas, entre margens cobertas de brilhante vegetação. Numerosos vãos permitem atravessar de um lado a outro.


Outras vezes suas águas, tumultuadas, passam estrondando, cheias de correntezas e torvelinhos, transbordando e inundando campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à outra, pois ponte nenhuma as ligava. Oxum não toleraria uma tal ousadia! Quando ela está em fúria, ela leva para longe e destrói as canoas que tentam atravessar o rio.


Olowu, o rei de Owu, seguido de seu exército, ia para a gerra. Por infelicidade, tinha que atravessar o rio num dia em que este estava encolerizado. Olowu fez a Oxum uma promessa solene, entretanto, mal formulada.


Ele declarou: " Se voce baixar o nível de suas águas, para que eu possa atravessar e seguir para a guerra, e se eu voltar vencedor, prometo a você nkan rere", isto é, boas coias.


Oxum compreendeu que ele falava de sua mulher, Nkan, filha do rei de Ibadan. Ela Baixou o nível das águas e Olowu continuou sua expedição.


Quando ele voltou, algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamente encontrou Oxum com o humor perturbado. O rio estava turbulento e com suas águas agitadas. Olowu mandou jogar sobre as vagas toda sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas: tecidos, búzios, bois, galinhas e escravos. Mel de abelhas e pratos de mulukun, iguaria onde suavemente misturam-se cebolas, feijão fradinho, sal e camarões. Mas Oxum devolveu todas estas coisas boas sobre as margens. Era Nkan, a mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e jogar nas águas a sua mulher. Nkan estava grávida e a criança nasceu no fundo do rio.


Oxum, escrupulosamente, devolveu o recém-nascido dizendo: "É Nkan que me foi solenemente prometida e não a criança. Tome-a!". As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua terra.


O rei de Ibadan, sabendo do fim trágico de sua filha, indignado declarou: "Não foi para que ela servisse de oferenda a um rio que eu a dei em casamento a Olowu!" Ele guerreou com o genro e o expulsou do país.


O Rio Oxum passa em um lugar onde suas águas são sempre abundantes. Por esta razão é que Larô, o primeiro rei deste lugar, aí instalou-se e fez um pacto de aliança com Oxum. Na época em que chegou, uma de suas filhas fôra se banhar. O rio a engoliu sob as águas. Ela só saiu no dia seguinte, soberbamente vestida, e declarou que Oxum a havia bem acolhido no fundo do rio.


Larô, para mostrar sua gratidão, veio trazer-lhe oferendas. Numerosos peixes, mensageiros da divindade, vieram comer, em sinal de aceitação, os alimentos jogados nas águas. Um grande peixe chegou nadando nas proximidades do lugar onde estava Larô. O peixe cuspiu água, que Larô recolheu numa cabaça e bebeu, fazendo, assim, um pacto com o rio. Em seguida ele estendeu suas mãos sobre a água e o grande peixe saltou sobre ela.


Isto é dito em iorubá: Atewo gba ejá. O que deu origem a Ataojá, título dos reis do lugar.


Ataojá declarou então: "Oxum gbô!"


"Oxum esta em estado de maturidade, suas águas são abundantes."


Dando origem ao nome da cidade de Oxogbô. Todos os anos faz-se, aí, grandes festas em comemoração a todos estes acontecimentos.


Oxum


Deusa das águas doces (rios, fontes e lagos). É também deusa do ouro, da fecundidade, do jogo de búzios e do amor.


Elemento: água


Personalidade: maternal e tranquila


Símbolo: abebê (leque espelhado)


Dia da semana: sábado


Colar: amarelo ouro


Roupa: amarelo ouro


Sacrifício: cabra e galinha e pomba


Oferendas: milho branco, xinxim de galinha, ovos, peixes de água doce


ARQUÉTIPO

O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolos do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que Oiá. Elas evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social.



Yemonjà

Seu nome significa a mãe dos filhos-peixe. Originária do rio ogum, em abeokutá, nigéria, tem seus domínios nas profundezas das águas, de onde emerge para atender seus devotos, principalmente as mulheres que atribuem a elas poderes que favorecem a fertilidade e a fecundidade...


Yemoja na Africa


Iemanjá, cujo nome deriva de Yèyé omo ejá ("Mãe cujos filhos são peixes"), é o orixá dos Egbá, uma nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. As guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokutá, no início do século XIX. Evidentemente, não lhes foi possível levar o rio, mas, em contrapartida, transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do àse da divindade, e o rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a nova morada de Yemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser confundido com Ògún, o deus do ferro e dos ferreiros, contrariamente à opinião de numerosos que escreveram sobre o assunto no fim do século passado. Não nos deteremos nas extravagantes hipóteses do Padre Baudin, retomadas com entusiasmo pelo Tenente-Coronel Ellis e outros autores. Daremos, porém, em notas um resumo destes textos.


O principal templo de Iemanjá está localizado em Ibará, um bairro de Abeukutá. Os fiéis desta divindade vão todos os anos buscar a água sagrada para lavar os axés, não no rio Ògùn, mas numa fonte de um dos seus afluentes, o rio Lakaxa. Essa água é recolhida em jarras, transportada numa procissão seguida por pessoas que carregam esculturas de madeira(ère) e um conjunto de tambores. O cortejo na volta, vai saudar as pessoas importantes do bairro, começando por Olúbàrà, o rei de Ibará.


Iemanjá seria filha de Olóòkun, deus (em Benin) ou deusa (em Ifé) do mar. Numa história de Ifá, ela aparece "casada pela primeira vez comOrunmilá, senhor das adivinhações, depois com Olofin, rei de Ifé,...Iemanjá, cansada de sua permanência em Ifé, foge mais tarde em direção ao Oeste. Outrora, Olóòkun lhe havia dado, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparado, pois "não se sabe jamais o que pode acontecer amanhã", com a recomendação de quabrá-la no chão em caso de extremo perigo. E assim, Iemanjá foi instalar-se no "Entardecer-da-Terra", o Oeste. Olofin-Odùduà, rei de Ifé, lançou seu exército à procura de sua mulher. Cercada, Iemanjá, em vez de se deixar prender e ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Um rio criou-se na mesma hora, levando-a para Okun, o oceano, lugar de residência de Olóòkun (Olokum).


Iemanjá tem diversos nomes, relativos, como no caso de Oxum, aos diferentes lugares profundos(ibù) do rio. Ela é representada nas imagens com o aspecto de uma matrona, de seios volumosos, símbolo de maternidade fecunda e nutritiva. Esta particularidade de possuir seios mais que majestosos - ou somente um deles, segundo outra lenda - foi origem de desentendimentos com seu marido, embora ela já o houvesse honestamente prevenido antes do casamento que não toleraria a mínima alusão desagradável ou irônica a esse respeito. Tudo ia muito bem e o casal vivia feliz. Uma noite, porém, o marido havia se embriagado com vinho de palma e, não mais podendo controlar as suas palavras, fez comentários sobre seu seio volumoso. Tomada de cólera, Iemanjá bateu com o pé no chão e transformou-se num rio a fim de voltar para Olóòdun, como na lenda precedente.


Iemanjá no Novo Mundo


Iemanjá é uma divindade muito popular no Brasil e em Cuba. Seu axé é assentado sobre pedras marinhas e conchas, guardadas numa porcelana azul. O sábado é o dia da semana que lhe é consagrado, juntamente com outras divindades femininas. Seus adeptos usam colares de contas de vidro transparentes e vestem-se, de preferência, de azul-claro. Fazem-se oferendas de carneiro, pato e pratos preparados à base de milho branco, azeite, sal e cebola.


Diz-se na Bahia que há sete Iemanjás:


Iemowô, que na África é a mulher de Oxalá;


Iamassê, mãe de Xangô;


Euá (Yewa), rio que na África corre paralelo ao rio Ògùn e que frequentemente é confundido com Iemanjá em certas lendas;


Olossá, a lagoa africana na qual deságuam os rios.


Iemanjá Ogunté, casada com Ogum Alagbedé.


Iemanjá Assabá, ela é manca e está sempre fiando algodão.


Iemanjá Assessu, muito voluntariosa e respeitável.


Em Cuba, Lydia Cabrera dá sete nomes igualmente, especificando bem que apenas uma Iemanjá existe, à qual se chega por sete caminhos. Seu nome indica o lugar onde ela se encontra.


Iemanjá

Considerada Deusa dos mares e oceanos. É a mãe de todos os orixás e representada com seios volumosos, simbolizando a maternidade e a fecundidade.

Elemento: água

Personalidade: maternal e tranquila

Símbolo: leque e espada

Dia da semana: sábado

Colar: transparente verde ou azul claro

Roupa: branco e azul

Sacrifício: porco, cabra e galinha

Oferendas: peixes do mar, arroz, milho, camarão com coco


ARQUÉTIPO


Tomamos emprestada a descrição do arquétipo de Iemanjá a Lydia Cabrera, sua filha, certamente a mais competente de todas aquelas que nos foi dado o prazer de conhecer: "As filhas de Iemanjá são voluntariosas, fortes, rigorosas, protetoras, altivas e, algumas vezes, impetuosas e arrogantes; têm o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas mas formais; põem à prova as amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se as possibilidades do cotidiano não lhes permitem um tal fausto".



Logunedè


Vaidoso como oxum e astuto como osòssí. Vive no âmago das florestas, em clareiras à beira de rios. Grande caçador, usa ofá (arco e flecha) quando caça, e abebé (leque) em seus momentos de vaidade. Dorme nas profundezas dos rios e banha-se nele...



Obà


Orisà guerreiro, considerada até como uma Iansã velha. Senhora do rio Obà, na Nigéria, patrocinadora de conflitos, energia que se desenvolve nos coriscos. Na natureza, Obà está ligada às enchentes, às cheias dos rios, às inundações...



Orumilà


Orumilà é de uma importância tão grande que concluímos que se um ser fizer algum pedido a Olorum, para esse pedido chegar até Ele é através de Orumilà ou Esù, somente eles têm a permissão, o livre acesso concedido pôr Olorum de estar junto a Ele...




Breve histórico sobre o mais famoso estudioso das crenças africanas: Pierre Fatumbi Verger

"O Candomblé é para mim muito interessante por ser uma religião de exaltação à personalidade das pessoas. Onde se pode ser verdadeiramente como se é, e não o que a sociedade pretende que o cidadão seja. Para pessoas que têm algo a expressar através do inconsciente, o transe é a possibilidade do inconsciente se mostrar". No seu contato com o candomblé - como freqüentador, amigo e iniciado - Verger foi cuidadoso e paciente. Ganhou afeto, proteção, conhecimento e, para honrar a confiança que nele foi depositada, passou o resto da vida registrando lendas, liturgias e procedimentos, em suas fotos e livros, que se tornaram fonte segura de informação para adeptos, pesquisadores e curiosos.


"Só em 1948, dois anos após minha chegada à Bahia e uma longa viagem pelo Recife, Haiti e Guiana Holandesa é que comecei a dar-me conta da importância do Candomblé e do papel que desempenha, dando dignidade à maioria dos habitantes desse lugar, descendentes de africanos". Foi em 1948 também que ele esteve pela primeira vez no Ilê Axé Opô Afonjá, pouco antes de partir para a África, onde teria uma bolsa de estudos para fotografar rituais religiosos. Mãe Senhora se ofereceu para consagrar a sua cabeça a Xangô. Iniciou-se aí a longa amizade de Verger com o povo de santo.


Na África, esteve com descendentes dos antigos soberanos que originaram os mitos; conheceu os locais sagrados, assistiu e participou de rituais. Quando estava na Bahia, continuava o aprendizado: "O interessante é você conviver, fazer as mesmas coisas e participar sem intenção de entender. Participando, a coisa fica completamente diferente. Foi o que aconteceu comigo aqui. Eu convivia no terreiro do Opô Afonjá, fazia as mesmas coisas das pessoas da Casa, sem saber o porquê, nem como. Vivia em comum tomando parte das preocupações, das crenças".


Além do Afonjá, Verger freqüentou muitos outros terreiros, como a Casa Branca, as casas de Joãozinho da Goméia, Joana de Ogum e Catita, onde tinha muitos amigos e, depois de alguns anos, o Aganju, fundado pelo sacerdote e amigo Balbino Daniel de Paula, com a sua ajuda. Até o final da vida, entretanto, Verger se declarava um "francês racionalista" que não tinha "sentimentos religiosos muito fortes", ainda que talvez não fosse tão cético assim. O fato é que a profundidade do seu conhecimento somado à sua vida monástica e temperamento misterioso o tornaram um referencial para pessoas de todos os credos.

Ednay Melo

Fontes de pesquisa:

Livro "Orixás - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corrupio"

Livro "Mural dos Orixás" de Caribé e texto de Jorge Amado - Raízes Artes Gráficas

Livro "Lendas Africanas dos Orixás de Pierre Fatumbi Verger e Carybé - Editora Currupio

Livro "Os Nagôs e a Morte de Juana Elbein dos Santos da Editora Vozes Ltda.

Livro "Ifá, Orixá do Destino do Mestre Itaomam da Ícone Editora Ltda

Revista Orixás o Segredo da Vida.;nº 1

Wikipédia

Site Pierre Verger

Site Orixás.uol

Revista Super Interessante - Editora Abril-Janeiro/95

Federação de Candomblé do Brasil




LIVROS SOBRE CANDOMBLÉ NO BRASIL


A CADEIRA DE OGÃ - JULIO BRAGA - EDITORA PALLAS

AS RELIGIÕES AFRICANAS NO BRASIL - ROGER BASTIDE - LIVR.PIONEIRA EDIT - 2 VOLUMES

CANDOMBLÉS DA BAHIA - EDISON CARNEIRO - EDITORA TECNOPRINT SA

CANDOMBLÉ DA BAHIA - LUIZ MOTT & MARCELO CERQUEIRA

CIDADE DAS MULHERES - RUTH LANDES - CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA

EWÉ - PIERRE FATUMBI VERGER - COMPANHIA DAS LETRAS

HERDEIRAS DO AXÉ - REGINALDO PRANDI - EDITORA HUCITEC

HISTÓRIA DE UM TERREIRO NAGÔ - MESTRE DIDI - EDIT MAX LIMONAD LTDA

ICONOGRAFIA DOS DEUSES AFRICANOS NO CANDOMBLÉ DA BAHIA - AQUARELAS CARYBÉ

LENDAS AFRICANAS DOS ORIXAS - PIERRE FATUMBI VERGER - EDIT CURRUPIO

MEU TEMPO É AGORA - MARIA STELLA DE AZEVEDO SANTOS

O CANDOMBLÉ DA BAHIA - ROGER BASTIDE - CIA EDITORA NACIONAL

O SEGREDO DAS FOLHAS - JOSE FLAVIO PESSOA DE BARROS - PALLAS EDIT E DISTR LTDA

OS AFRICANOS NO BRASIL - NINA RODRIGUES - CIA EDITORA NACIONAL

OS CANDOMBLÉS DE SÃO PAULO - REGINALDO PRANDI - EDITORA HUCITEC

OS NAGÔS E A MORTE - JUANA ELBEN DOS SANTOS - EDITORA VOZES LTDA

ORIXAS - PIERRE FATUMBI VERGER - EDITORA CURRUPIO

ORUN AIYE - JOSÉ BENISTE - BERTRAND BRASIL










Um comentário:

  1. Leitura enriquecedora. O candomblé é uma religião muita linda. Tem uma cultura maravilhosa. Mas é bastante diferente da Umbanda. Tem que estudar para conhecer.

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