
Na assistência, o número de pessoas aguardando atendimento não faz tanta diferença para quem está ali prestando a caridade. Fora o tempo que inevitavelmente vai alongar-se nesse propósito, a energia gasta sempre é reposta pela bondade divina. Quanto ao cansaço físico, nada que um bom banho, um alimento saudável e uma noite de sono não possam refazer. Os consulentes que vem com suas cargas, seus acompanhamentos espirituais e seus problemas e que buscam ali no terreiro o conforto ou até a suposta solução, não são o real desafio para o dirigente umbandista.
O verdadeiro desafio para o exercício dessa tarefa é a administração da Casa e da corrente mediúnica, por menor que ambas possam ser. As dificuldades materiais de manutenção e conservação de um ambiente saudável e acolhedor se misturam a de manter os médiuns unidos, sob o mesmo propósito com todas as diferenças de personalidades que inevitavelmente existem entre eles. A de controlar médiuns vaidosos que de tanto se acharem, querem se colocar na frente do dirigente. Sem contar que ali estão "filhos" espirituais sob sua responsabilidade.
A nossa vida , no geral, é um eterno desafio e tornar-se um dirigente umbandista é um dos maiores que conhecemos, visto que além da responsabilidade com os dois mundos temos ainda nossa consciência em débito com o passado delituoso.
Sabemos que, como nós, existe um sem número de terreiros cujos dirigentes passam por dificuldades semelhantes, quando não maiores ainda, em relação à corrente mediúnica. Problemas que lhes tiram o sono e exigem horas de reflexão. Diante disso nos resta acreditar naquilo que os bondosos guias sempre repetem: - a cruz nunca terá o peso maior do que as costas possam suportar.
Além de que, são lições cujo aprendizado nos conduz à evolução.
Leni
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