outubro 2014 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

29/10/2014

Animismo

Animismo - Por Ednay Melo

André Luiz, em seu livro Mecanismos da Mediunidade, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, define animismo como sendo "O conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação”.

Já Richard Simonetti, em seu livro Mediunidade – Tudo o que você precisa saber, diz que “animismo, na prática mediúnica, é algo da alma do próprio médium, interferindo no intercâmbio”.

Animismo é, portanto, a intervenção da personalidade do médium, seus pensamentos, sentimentos e impressões às comunicações espirituais. Ele expõe algo seu às mensagens transmitidas pelos espíritos.

Animismo é um tema bastante delicado em todos os fenômenos que lidam com a questão da mediunidade. É uma prática bastante frequente e muitas vezes necessária para preparar o médium para o transe mediúnico e sem ele o fenômeno mediúnico, consciente e pré-consciente, simplesmente não existiria, pois como já vimos, a mensagem na mediunidade consciente e pré-consciente passa pelo arquivo mental do médium e é natural ele interceder com as suas ideias e impressões.

Lembremos que mediunidade inconsciente só é verificada em 2% da população mundial. Nós, particularmente, nunca tivemos a oportunidade de comprová-la pessoalmente em lugar nenhum, nem em época nenhuma. Geralmente quando um médium se diz inconsciente, ele não tem segurança da própria mediunidade e temendo não ser aceito, se diz inconsciente.

Vamos tentar entender o animismo na mediunidade consciente, que é a mais frequente. Já sabemos, por definição, que animismo é a expressão da "alma" do médium, sua personalidade apresentada no momento do "transe mediúnico". Geralmente o médium não sabe o que está acontecendo consigo, se a comunicação é sua ou do espírito, muito comum no início do desenvolvimento mediúnico.

O médium sempre participa ativamente das comunicações extrafísicas, ele funciona como um "intérprete", um "decodificador" das mensagens espirituais. Claro, ele apenas está "emprestando" o seu corpo físico momentaneamente, e seu corpo vivo é o arquivo de todas as suas vivências, tem nele marcado toda a sua personalidade e é impossível, diante da ação do espírito, apagar todo este corpo vivo em sua integridade biopsicossocial. Seria subestimar a grandeza de um Guia espiritual, que estaria desta forma desrespeitando a integridade do veículo físico o qual se apodera. Seria muito mais fácil, se é para apagar toda a interferência do médium, já que a mediunidade inconsciente é rara, o espírito se utilizar de um objeto inanimado, como uma mesa ou uma cadeira, para se fazer entender por ruídos, movimentos e manifestações outras que lhe assegurem o pensamento.

Os espíritos preferem a mediunidade consciente, pois desta forma o médium também estará recebendo os ensinamentos das mensagens, aliás, ele é o primeiro que ouve, talvez por isto o mais necessitado em ouvir, antes de transmiti-la.

O animismo além de positivo se faz necessário e é imprescindível. O mecanismo consiste, como já mencionamos anteriormente, em a mensagem espiritual passar pelo arquivo mental do médium e ele decodificá-la de acordo com este seu arquivo. Isto quer dizer, grosso modo, se o médium, por exemplo, não conhece uma maça e o espírito transmitir uma mensagem sobre maça, o médium por não conhecer esta fruta poderá associá-la a um morango, por serem os dois vermelhos. Note que não houve mistificação, apenas a mensagem se tornou mesclada com o conhecimento do médium. Ele repassou o que existe em seu arquivo mental, abrangendo além do seu conhecimento, a sua forma de linguagem.

Existem literaturas que afirmam que quando o médium coloca aspectos seus na mensagem, se trata de mediunidade intuitiva. Realmente não deixa de ser, pois a intuição está presente em todos os tipos de mediunidade consciente. Mas não é somente a intuição. Como médium de Umbanda podemos afirmar que a energia de uma entidade espiritual é capaz de direcionar o corpo do médium a assumir a postura da entidade comunicante, sua forma de linguagem e até os seus sentimentos, de acordo sempre com o arquivo mental do médium e, sobretudo, de acordo com a sua vontade. Isto quer dizer que não existe o fato do médium afirmar, por exemplo, que a sua entidade o jogou no chão e o fez cair. O que acontece é que a entidade manda a informação para o médium pelo pensamento, lhe fornece uma quota de energia capaz de lhe levar ao chão (que o médium experimenta como uma forte vontade), porém, ele só vai ao chão se ele quiser. Por isto que o termo educação mediúnica é mais adequado do que o termo desenvolvimento mediúnico. Que o médium eduque a sua mediunidade como um compromisso para ser fiel servidor da luz.

Deve-se ter o cuidado para não confundir animismo com mistificação, porque enquanto o animismo é fenômeno natural, a mistificação é ação de má fé. O Animismo é muito diferente da mistificação. Entende-se por mistificação quando o médium age de má fé e finge que está mediunizado (utilizamos o termo “mediunizado” para abranger todos os tipos de mediunidade, não apenas a de incorporação). Neste caso, ele tem consciência plena de que está mistificando com o intuito de obter algum ganho pessoal.

O animismo é um fenômeno natural, pois o médium não está "morto" no transe mediúnico consciente, ele é parte integrante da comunicação, com direito a pôr aspectos da sua personalidade na mensagem, isto é, com direito de se utilizar do animismo, desde que não distorça o objetivo final da mensagem espiritual.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo


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28/10/2014

Preceito na Umbanda





PRECEITO: s.m. Aquilo que se aconselha fazer ou praticar; regra, ensinamento: os preceitos da religião. Ação de prescrever; prescrição. Religião. Norma ou mandamento.(Etm. do latim: praeceptum.i) 

Toda profissão, todo esporte, toda lei, toda religião tem seus preceitos. Parece-me que a vida humana e social é regida dentre outras coisas de preceitos.

Não é diferente na Umbanda, todo umbandista do mais veterano ao mais novato sabe dos preceitos básicos para participar de um trabalho espiritual e é talvez uma das poucas coisas que são igualmente presentes em todos templos de Umbanda, diferenciando apenas um ou outro preceito mais específico de templo a templo.

Embora seja algo de conhecimento comum, observamos muitos negligenciarem preceitos fundamentais, ou seja, de fundamento.

Vivemos um período novo na Umbanda, de muita comunicação, de farta informação, estudos e acessos, no entanto, o ônus disso é muitas vezes a confusão, a dispersão ou mesmo a negação daquilo que é tradicionalmente fundamental em detrimento de uma “nova” consciência.

Hoje encontramos discursos inflamados e até mesmo bem construídos querendo desconstruir preceitos que são o que são porque foram assim ensinados pelos espíritos na Umbanda.

Alegar parafraseando Jesus, que o mais importante é o que sai pela boca e não o que entra validando comer carne e beber álcool em dias de trabalho espiritual é uma grande falta de entendimento básico sobre o que é preceito, bem como um ato de ignorância diante a mística da religião.

Sei que existem preceitos sem precedente e outros bem exagerados, talvez na minha ótica, pois não os pratico em meu Templo, porém o fato de eu não conhecer ou praticar, isso não invalida um preceito particular.

Realmente precisamos distinguir o que é preceito e o que é superstição, talvez seja aí onde nos esbarramos com muitos conflitos.

Preceitos são orientações importantes para nortear e conectar o fiel numa dinâmica mais profunda com sua espiritualidade. Muitas vezes pode parecer até purgativo e quanto mais difícil parecer um preceito, mais eficácia reflexiva ele oferece ao fiel. Pois é, na proibição daquilo que lhe é rotineiro em função de algo maior, lhe faz refletir sobre a diferença entre o Sagrado e o Profano, sobre sua capacidade de dedicação e comprometimento, sobre a sua disponibilidade em ser mais eficiente e mesmo sobre a real importância da religião na sua vida. Já vi muitos casos de pessoas se reformarem ao observar com dedicação os preceitos.

Para vegetarianos o preceito de não comer carne um dia antes do trabalho espiritual não significa nada, ele de certa forma vive este preceito todos os dias, este indivíduo não precisa abrir mão de nada neste caso, de modo que não propõe nenhuma reflexão no período.

Numa ótica litúrgica, preceitos tem portanto o objetivo que religar (religare) o fiel com o Sagrado. No entanto, como na Umbanda existem questões mais complexas, consideramos o plano das energias e todos e tudo como energias, então os preceitos contemplam as particularidades que viabilizam maior sutilização e purificação do campo energético e magnético daqueles que participam do trabalho espiritual.

Perceba que em nenhum momento digo que os preceitos servem apenas aos médiuns, embora muitos acreditam que sejam. Um erro. Os preceitos servem para todos que compõem o corpo interno de trabalhadores da Gira, ou seja, médiuns, cambones, curimba e todos com qualquer outra função que estejam participando diretamente do trabalho espiritual, portanto somente a consulência está livre das orientações preceituais.

Então compreenda que os preceitos não são opcionais e tem fundamento.

Abaixo listo alguns preceitos básicos e comuns.

Banho de Ervas – antes de ir para o Templo, tem como objetivo limpar e sutilizar o campo energético em camadas mais superficiais. O modo de preparo e as ervas a serem utilizadas é específico a cada Templo;

Carne – não comer carne 24hs antes do trabalho espiritual, no mínimo 24hs. E é todo tipo de carne. Tem como objetivo minimizar os impactos vibratórios densos mais internos ocasionados pela ingestão destes alimentos. A carne é impregnada de energia densa, por conta do sangue, muitas vezes do sofrimento no abate e criação. Sua digestão também é lenta e isso altera nosso metabolismo e faz concentrar muita energia na digestão. Após 24hs nosso campo energético já terá metabolizado este magnetismo e retomado o padrão;

Ingestão Alcoólica – o elemento etílico é potencialmente densificador vibratório e magnético, impregnando o campo áurico de uma energia desestabilizadora. Após ingerir bebida alcoólica desde que moderadamente, demora cerca de 24hs para ser metabolizado pelos chakras e o padrão vibratório se restabelecer;

Relação Sexual – evitar relação sexual 24hs antes dos trabalhos. Muitos questionam que se praticam o sexo com parceiro fixo, cheio de amor, então deveria ser revisto este preceito. Esta idéia tem como precedente uma visão errada do sexo de que seria ele algo nocivo. Mas não se trata nada disso.

A observação deste preceito se dá, pois com ou sem amor, na relação sexual o campo energético em todas escalas é inundado pela energia do parceiro, alterando completamente a estrutura magnética do seu campo vibratório, o que dificulta a fusão magnética entre as entidades e os indivíduos. Após 24hs já terá sido metabolizado e restituido o padrão magnético do indivíduo.

Existem muito outros preceitos mais específicos. Aqui pontuei superficialmente os 4 básicos que encontraremos em qualquer templo.

Sendo assim, fica o alerta para que você filho de fé da Umbanda, observe, respeite e pratique com empenho os preceitos. Isso lhe dará maior consciência religiosa, maior entrosamento espiritual e é uma das dinâmicas construtoras de uma espiritualidade religiosa mais refinada.

Ser Umbandista é contemplar em prática diária com amor, tudo aquilo que aprendemos no Templo.

Rodrigo Queiroz







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27/10/2014

Psicologia e Umbanda





A personalidade do médium vai sendo moldada com o desenvolvimento das incorporações, elas vão modificando o interior do médium com o decorrer do tempo.

A maioria dos dirigentes desenvolvem os médiuns e não preparam seus íntimos.

Penso que os dirigentes deveriam desenvolver um trabalho de desenvolvimento interior dos médiuns, com raras exceções, a maioria dos terreiros não há uma preocupação em desenvolver um trabalho específico para a melhoria do íntimo dos médiuns.

Mas ao refletir sobre o assunto percebi que este trabalho é realizado de forma silenciosa pelos guias espirituais.

A reforma íntima do médium pode acontecer na incorporação e nos contatos com os guias. A possibilidade de trabalhar várias linhas diferentes, permite ao médium a possibilidade de incorporar à personalidade o princípio do arquétipo que rege a linha.

Assim, ao incorporar um preto velho ou preta velha, o médium vai desenvolvendo em si a paciência, a bondade, o carinho, a empatia, o amor, a compreensão ao outro. Se estas características já eram uma tônica no seu ser, então aprimora ainda mais estas qualidades, trazendo a tona uma energia amorosa, que flui naturalmente em si, permitindo que as qualidades do guia possam fluir naturalmente.

Quando estas qualidades não estão desenvolvidas o guia vai aos poucos incutindo no médium estas qualidades até que possa fluir naturalmente. A consciência destas possibilidades de aprimoramento, pode facilitar a entrega do médium ao seu preto velho ou preta velha, mais o seu chacra cardíaco vai se abrindo permitindo uma intensa luminosidade no seu ser.

Ao incorporar um caboclo ou cabocla, o médium aprende a ordem, a disciplina, o ritual, a eficiência do trabalho, a priorizar o que é importante, a trabalhar com ervas, com os vegetais, com as pedras, a quebrar demandas, sempre sem falar muito, somente o necessário, sem querer aparecer, trazendo uma força grande em si, aprende a conhecer o seu próprio poder, a força que possui.

O arquétipo dos caboclos e das caboclas é o do poder da luz, no auxílio ao humano, aos espíritos em evolução, e saber que tem força interna, suficiente para suportar as provações que certamente o médium passará, assim cada caboclo vai aos poucos moldando a energia do seu médium, tornando o disciplinado, atento a ritualística, ao companheirismo aos seus irmãos que sofrem, e suportando em si muitas vezes as dores do outro.

Aprende a resignação quando recebe os ataques em decorrência do seu trabalho mediúnico, aprende que ao suportar as aflições sem reclamar dos guias, está fortalecendo seu íntimo, criando uma estrutura psíquica forte em si com capacidade, de relacionar com os adventos da vida de forma harmoniosa.

Os baianos trazem a descontração, o aprendizado de como trabalhar as adversidades, a alegria, a flexibilidade, a magia,a brincadeira sadia. Assim médiuns que são introspectivos, quando incorporados em seu baiano ou baiana, soltam-se liberando sua alegria interna, a descontração.

Outros, já são descontraídos por natureza, e desenvolvem outras qualidades junto com seu baiano, como a flexibilidade diante das situações, como amparar o irmão com alegria, trazer a alegria para o próximo.

Transmutando a tristeza do outro transmitindo alegria e esperança. E muitas outras coisas aprendemos com os baianos. Descubra o que o seu baiano está aprimorando em você.

Os ciganos também aprimoram seus médiuns, trazendo a suavidade, a beleza, o encantamento, o envolvimento, a intuição, a paixão pela vida, pelo belo, pela música, a cura.
 
Os marinheiros permitem aos médiuns, desenvolverem o equilíbrio emocional, entrar em contato com as emoções mais íntimas desbloqueando e liberando os excessos, os vícios.

Desenvolvendo no médium a capacidade de sentir as dores dos outros e com isso aprimorando as relações com o seu irmão.

Os boiadeiros trazem para o médium a força necessária para caminhar no mundo, para lidar com as adversidades da vida, fortalecendo-o diante do mundo, mostrando que a luta sincera, o bom combate, leva a luz.

A linha do grande oriente, onde incorporam guias orientais, hindus, muçulmanos, chineses, entre outros, estimula no médium o caminho da evolução espiritual através dos estudos, da meditação, do conhecimento das leis divinas, do amor, da verdade, da ciência, da arte, do belo.

Estimula no médium o caminho da ascensão espiritual, fazendo-o eliminar da sua vida tudo o que é pernicioso.

Exu e Pomba-gira, trazem a tona a sombra do médium, aquilo que necessita ser trabalhado e está escondido no seu ser. A ganância, a soberbia, a ira, o ciúme, os medos indizíveis, o orgulho, o perfeccionismo, etc. Exu tem a capacidade de espelhar o que está no íntimo do médium, mostrando o que está no seu interior. É só perceber como é seu Exu ou Pomba-gira e terá uma pista do que traz no seu íntimo.

O trabalho com a própria sombra é facilitado com a incorporação dos Exus e Pomba-giras. Assim quando o médium diz: meu Exu é galanteador, é importante o médium ver o quanto traz de Don Juan. Quando a Pomba-gira é indisciplinada, o quanto o médium tem de rebeldia não trabalhada. Exus orgulhosos, médiuns necessitando trabalhar a soberba, Pomba-giras vaidosas em excesso, médiuns necessitando trabalhar a vaidade.

Muitas vezes também Exu e Pomba-gira espelham qualidades íntimas dos médiuns, tais como: Exus eruditos, médiuns que buscam o conhecimento, Pomba-gira trabalhadora, médium esforçado, Exus guerreiros, médiuns batalhadores e assim por diante as qualidades e defeitos dos médiuns são espelhadas por Exu e Pomba-gira.

Aprendem com eles o médium que tiver a coragem de se olhar sem medo, e perguntar o que seu guia de esquerda traz que desagrada, sem medo, pois Exu está ai pra isso mesmo, mostrar o queremos esconder, trazer a tona aquilo que precisa ser trabalhado.

José Antônio de Souza




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23/10/2014

Lenda do Caboclo Tupinambá das Sete Matas



Caboclo Tupinambá na umbanda


No meio de uma caçada na matas, Tupinambá, levou uma pancada na cabeça não se sabe o que foi, ele ficou desacordado por muito tempo.

Estendido no chão os insetos começaram a picar-lhe e isso fez com que levantasse um mau cheiro atraindo mais animais, um desses animais feroz, foi direto atacar o corpo do índio,quando para surpresa do animal,uma serpente pulou em cima desse animal, no meio dessa gritaria entre a cobra e o animal, o índio acordou assustado, e logo pegou sua faca que carregava na cintura, e atacou o animal, matando-o.

Rapidamente ele e a serpente se afastaram um do outro, mas sem tirar o olhar um do outro, então ele começou a caminhar de um lado e ela do outro, ele estava com medo que a cobra desse o bote, e ela com medo dele matar ela, isso dourou horas de caminhada, ate que ele começou a perceber que ela o ajudava a caçar.

Quando ele sentia perigo, por algum motivo, a serpente ia à frente dele, servindo de isca, e quando o animal ia atacar a cobra, ele matava-o. Eles começaram a ficar tão próximos um do outro, que ele carregava ela no braço, como se fosse um bracelete.

Por ter ficado muito tempo desacordado, Tupinambá, se perdeu nas matas, pois os matos cresceram e as marcas deixadas por ele desapareceram, enquanto eles andavam no meio da mata procurando a saída, a serpente o levou até a morada das cobras, e La elas ensinaram o segredo delas, e as magias para salvar, e nisso elas subiram no corpo dele, curando as feridas, causadas pelos insetos, ele passou a conviver com elas, até que um dia ele se surpreendeu com um ataque da cobra coral, isso aconteceram várias vezes, ela tinha ciúmes dele com as outras cobras, isso foi criando rincha entre os dois. Para provocar a coral, o índio a imitava, até nessa brincadeira ela atacou ele, e acabou matando ela, então ele catou o couro dela e colocou na testa dele, simbolizando ele.

Quando as serpente viram, elas aceitaram, mas as outras coral, não e permaneceu a rincha entre eles. Nisso a serpente foi mostrando para ele as sete matas, ele começou a conhecer as matas como a palma da mão, cada mata tinha seus segredos, as pessoas olham as matas e pensam que a mata é uma só por ser muito grande, mas não, ela é dividida em várias partes, até chegar ao centro da mata vigem, e de tanto eles andarem para lá e para cá, que ele começou a se se lembrar do caminho de sua aldeia, a alegria dele era imensa.

Mas para a sua tristeza durante o tempo que ele ficou perdido nas matas, a aldeia dele foi invadida por caçadores, e queimada, matando a mãe dele, antes disso eles usaram e abusaram da mãe dele, e o resto de sua família foi embora dali, com o povo da aldeia, Ele não quis ir atrás deles, preferiu ficar ali, com a sua mais nova amiga, a serpente, já que ela não desgrudava dele. Ali ele montou uma cabana para eles,permanecendo sozinho por pouco tempo,pois assim que as índias viram aquele índio tão bonito,sozinho, quiseram fazer parte daquela mini aldeia,e isso fez com que atraíssem mais índios,formando famílias,Tupinambá se tornou um índio muito triste de poucas palavras,sem perceber aquela mini aldeia se tornou uma grande aldeia, toda as enfermidades que surgiam,eram eles que preparavam os remédios e curavam as pessoas.

O carinho entre o índio e a cobra, fez com que eles conseguissem se comunicar pelo pensamento,e nisso ele sentiu quando ela nomeou ele como Tupinambá das sete matas,pois é o único índio que conhece as sete matas e os segredos dela,muito emocionado ao sentir essa vibração de amor e carinho,ele fez uma reunião entre o povo dele e passar essa homenagem para o seu povo.

Com o passar do tempo, a idade foi chegando e a tristeza aumentado, ele sentiu que iria morrer preferiu não se despedir de ninguém então se isolou na mata, sentando de baixo de uma árvore com a cobra grudada no braço, e ficou ali com seus pensamento e a cobra, a sua morte não demorou muito e chegou só que antes dele falecer a serpente faleceu primeiro.

Depois de muito tempo que estava falecido, ele encontrou seu amigo, que era chefe da aldeia onde ele foi criado com muito amor e carinho, a alegria dele nascia de novo, e passou a trabalhar com ele fazendo a caridades nos templos de umbanda e centros espíritas. Vendo todo trabalho do índio,como ele fazia caridade com amor,com a permissão de oxalá, ele falou ao caboclo:

A partir desse momento você vai ter sua própria linha de trabalho, pode escolher sete espíritos, que você tem a permissão de oxalá, sem palavras ele, falou da vida dele, na terra, sendo que o chefe dele já sabia então ele falou que queria ir atrás do espírito da cobra que tanto o ajudou. E eles foram,ao chegar lá, ele viu uma linda cabocla vindo ao encontro deles, e ele sem entender nada,ela começou a explicar tudo.

A serpente em vida foi uma linda cabocla, mas ainda jovem foi estuprada, e jogada nas matas por caçadores, e com o corpo estendido no chão, todo machucada, as cobras vendo aquele corpo todo ferido, começaram a passar por cima, do corpo dela como os outros animais, e com a magia das cobras elas curaram as feridas e do corpo dela e da alma, só que ela não aguentou e acabou falecendo, mas o espírito dela preferiu ficar ali com as cobras, pois durante o dia ela dançava e cantava para atrair os homens, e levando eles, no meio da mata para ficarem perdidos e serem comidos pelos animais, no mesmo jeito que ela foi isso ela fazia por vingança.

Depois ela voltava a ser cobra, Só que ela conheceu o índio, ele ensinou a ela a amizade, o carinho e respeito, a fazendo ela esquecer a vingança, que ela trazia no coração dela, e quando ela faleceu sem eles saberem, ela foi despertada do sofrimento, fazendo com que o espírito dela fosse por um caminho de luz.

Ele explicou a intenção dele, de fazer a caridade nos templos de umbanda, e ela aceitou. Não são todas as pessoas que trabalha com o caboclo que traz ela junto,a pessoa é escolhida por oxalá .Ela é uma cabocla de descarrego,e ele é um caboclo de trabalho,quando ela vem na umbanda,ela solta o brado dela ,ou seja o som de uma serpente demonstrando o amor que ela sente por ele.

E ele o piado da cobra coral demonstrando o desafio que ele teve com a cobra coral por causa da serpente, que hoje traz o nome de Cabocla Currupira.

Psicografia Caboclo tupinambá / Médium:Telma Rosana




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19/10/2014

Quem é Minha Mãe e Quem são Meus Irmãos?


Quem é minha mãe, quem são meus irmãos

Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. XIV - Honrar Pai e Mãe / 
Quem é Minha Mãe e Quem São Meus Irmãos?


Considerando o espírito imortal e as suas várias existências em vidas terrenas e não terrenas, constatamos que o parentesco espiritual se sobrepõe ao corporal, não por ser um mais importante do que o outro, mas porque quando o espírito está na sua verdadeira vida, a vida além da matéria, tem a oportunidade de verificar o seu parentesco não somente os da última existência, mas de todas as suas existências.

Quando o espírito alcança um grau evolutivo mais elevado constata também que o seu parentesco se estende a todos os seres vivos, note que não citamos "humanos" e sim "seres vivos" porque todos os seres da Criação são nossos irmãos em Deus Pai.

Considerando, ainda, o parentesco espiritual é também formado pela união da fé em torno de uma crença ou religião, o que ficou bastante expressivo nas palavras de Jesus: "Eis aqui, lhes disse, minha mãe e meus irmãos. Porque o que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã e minha mãe."(12, 46-50)

Na nossa fé, a fé na religião de umbanda, angariamos irmãos, pais, mães e filhos espirituais. Uns vêm, por motivos vários e se vão, outros vêm e ficam e a estes que ficam em corpo e em espírito, unidos na fé de levar a Bandeira de Pai Oxalá adiante, podemos qualificar como parentesco espiritual verdadeiro, dentro da Lei de Umbanda. 

Ao refletir sobre o tema, lembramos de tantas pessoas que desqualificam a nossa religião baseadas em preconceitos incabíveis hoje em dia, é com muita tristeza que testemunhamos pessoas apontarem para a nossa religião e incoerentemente acusá-la de "religião ou seita que prega o mal". Mas essas pessoas não têm culpa de pensarem assim, talvez a sua culpa seja em não se darem uma chance de conhecer a religião, para depois desenvolverem algum posicionamento crítico. Acreditamos que os maiores culpados em denegrir a imagem da nossa religião são os falsos umbandistas, que ainda comercializam a fé dos ingênuos e desinformados, com práticas e rituais que não respeitam o ser humano nem a natureza que o cerca. Geralmente estes falsos umbandistas, que em hipótese alguma chamo de pai ou mãe de santo, são avessos ao estudo e à informação, com receio de perderem o domínio sobre seus adeptos.

Ednay Melo





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15/10/2014

Desenvolvimento da Mediunidade

Desenvolvimento da Mediunidade



L.M. /Cap XVII / Da Formação dos Médiuns
"Cap. 17 – FORMAÇÃO DOS MÉDIUNS 


DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE
200. Trataremos aqui, especialmente, dos médiuns escreventes, porque é este o gênero de mediunidade que mais se expandiu, e também porque é há um tempo o mais simples, o mais cômodo, o que proporciona resultados mais satisfatórios e mais completos. É ainda o que todos ambicionam, infelizmente não há, até o presente, nenhum meio de diagnosticar, mesmo de maneira aproximativa, que se possui essa faculdade. Os sinais físicos que alguns tomam por indícios nada têm de certo. Podemos encontrá-las nas crianças e nos velhos, nos homens e nas mulheres, qualquer que seja o temperamento, o estado de saúde ou o grau de desenvolvimento intelectual e moral. Só há um meio de constatar a sua existência: é experimentar.
Pode-se obter a escrita, como já vimos, por meio de cestas e pranchetas ou diretamente pela mão. Sendo este último modo o mais fácil, e podemos dizer que o único hoje empregado, é o que de preferência recomendamos. O processo é dos mais simples. Consiste unicamente em pegar-se um lápis e papel e pôr-se em posição de escrever, sem qualquer outra preparação. Mas, para se conseguir bons resultados, são indispensáveis muitas recomendações.
201. No tocante às condições materiais, recomendamos evitar-se tudo o que possa impedir o livre movimento da mão. É mesmo preferível que ela não se apoie inteiramente no papel. A porta do lápis deve manter o contato necessário para escrever, mas não para oferecer resistência. Todas essas precauções se tornam inúteis quando se começa a escrever corretamente, porque então nenhum obstáculo poderia deter a mão. Essas são apenas as preliminares do aprendizado.
202. Pode-se usar indiferentemente a pena ou o lápis. Alguns médiuns preferem a pena, mas ela só pode servir para os que estão formados e escrevem calmamente. Há os que escrevem com tal velocidade que o uso da pena seria quase impossível ou pelo menos muito incômodo. Acontece o mesmo com a escrita sacudida ou irregular, e quando se trata de Espíritos violentos, que batem com a ponta e a quebram, rasgando o papel.
203. O desejo de todo aspirante a médium é naturalmente poder conversar com Espírito de pessoas queridas, mas essa impaciência deve ser moderada, porque a comunicação com determinado Espírito apresenta quase sempre dificuldades materiais que a tornam impossíveis para o iniciante. Para que um Espírito possa comunicar-se é necessário haver entre ele e o médium relações fluídicas que nem sempre se estabelecem de maneira instantânea. Somente na proporção em que a mediunidade se desenvolve o médium vai adquirindo a aptidão necessária para entrar em relação com o primeiro Espírito comunicante.
Pode ser, portanto, que o Espírito desejado não esteja em condições propícias, apesar de se encontrar presente. Como pode ser, ainda, que ele não tenha possibilidade nem permissão de atender ao apelo. Convém, pois, no princípio, abster-se o médium de chamar um determinado Espírito, porque muitas vezes acontece não ser com ele que as relações fluídicas se estabeleçam com maior facilidade, por maior simpatia que lhe devote. Antes, pois, de pensar em obter comunicações deste ou daquele Espírito, é necessário tratar do desenvolvimento da faculdade, fazendo para isso um apelo geral e se dirigindo sobretudo ao seu anjo guardião.
Não há para isso fórmulas sacramentais. Quem pretender oferecer uma fórmula pode ser firmemente taxado de impostor, porque para o Espírito a forma nada vale. Entretanto a evocação deve ser feita sempre em nome de Deus. Pode-se faze-la nos termos seguintes ou em outros equivalentes: Rogo a Deus todo poderoso permitir a um bom Espírito comunicar-se comigo, fazendo-me escrever; rogo também ao meu Anjo guardião que me assista e afaste de mim os Espíritos maus.
Espera-se então que um Espírito se manifeste, fazendo escrever alguma coisa. Pode acontecer que seja aquele que se deseja, como pode ser um Espírito desconhecido ou o Anjo da Guarda. Num caso ou noutro, geralmente ele se dá a conhecer escrevendo o nome. Apresenta-se então o problema da identidade, uma das que requerem maior experiência, pois são poucos os iniciantes que não estejam expostos a ser enganados. Tratamos disso logo mais, em capítulo especial.
Quando se quer chamar determinados Espíritos, é essencial dirigir-se inicialmente aos que se sabe serem bons e simpáticos e que podem ter um motivo para atender, como os de parentes e amigos. Nesse caso a evocação pode ser feita assim: Em nome de Deus todo poderoso,rogo ao Espírito de fulano que se comunique comigo. Ou ainda: Rogo a Deus todo poderoso permitir ao Espírito de fulano que se comunique comigo. Ou por outras palavras correspondentes a esse mesmo pensamento.
É também necessário que as primeiras perguntas sejam formuladas de maneira que as respostas sejam dadas simplesmente por um sim ou não. Por exemplo: Estás aí? – Queres responder? – Pode fazer-me escrever? etc. Mais tarde, essa precaução será desnecessária. No começo, trata-se de estabelecer uma relação. O essencial é que a pergunta não seja fútil, que não se refira a coisas de interesse privado, e sobretudo que seja a expressão de um sentimento benevolente e simpático para o Espírito ao qual se dirige. (Ver o capítulo especial sobre Evocações)
204. Mais importante a se observar, do que a maneira de fazer o apelo, é a calma e o recolhimento que se deve ter, juntos a um desejo ardente e uma firme vontade de êxito. E por vontade não entendemos aqui um desejo efêmero e inconsequente, a cada momento interrompido por outras preocupações, mas uma vontade séria, perseverante, sustentada com firmeza, sem impaciência nem ansiedade. O recolhimento é favorecido pela solidão, pelo silêncio e afastamento de tudo o que possa provocar distrações.
Nada mais resta então a fazer, senão isto: renovar todos os dias a tentativa, durante dez minutos, um quarto de hora ou mais de cada vez, durante quinze dias, um mês, dois meses e mais se necessário. Conhecemos médiuns que só se formaram depois de seis meses de exercício, enquanto outros escrevem corretamente desde a primeira vez.
205. Para evitar tentativas inúteis, pode-se interrogar, por outro médium, um Espírito sério e elevado. Mas é bom lembrar que, quando se propõe aos Espíritos a questão de saber se temos ou não mediunidade, eles quase sempre respondem afirmativamente, o que não impede que as tentativas sejam muitas vezes infrutíferas. Isso se explica naturalmente. Propõe-se ao Espírito uma questão geral e ele responde de maneira geral. Como se sabe, nada há mais elástico do que a faculdade mediúnica, pois ela pode se apresentar sob as mais variadas formas e nos mais diverso graus. Pode-se, portanto, ser médium sem o perceber e num sentido diferente do que se pensa.
A esta questão vaga: Sou médium? O Espírito responde: Sim. A esta mais precisa: Sou médium escrevente? Ele pode responder: Não. Deve-se ainda conhecer a natureza do Espírito interrogado. Há Espíritos tão levianos e tão ignorantes que respondem a torto e a direito, como verdadeiros estúrdios. Eis porque aconselhamos dirigir-se a Espíritos esclarecidos, que geralmente respondem de boa vontade a essas perguntas e indicam o melhor caminho a seguir, se houver possibilidades de êxito."

***

Comentário do Texto "Desenvolvimento da Mediunidade":
Vale ressaltar que este texto do Livro dos Médiuns foi escrito há algumas centenas de anos, donde, naquela época, era chamada a atenção em especial à mediunidade de psicografia. Consideramos este texto com ressalvas importantes que podem ser aplicadas, hoje, a todos os tipos de mediunidade, especialmente a de psicofonia e incorporação que são as mais utilizadas ultimamente. Ressaltamos também que o desenvolvimento da mediunidade só deve ser praticado em centros ou templos devidamente assistidos espiritualmente e jamais em outro local. 
Ednay Melo

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13/10/2014

Destino da Terra e Causa das Misérias Humanas


Destino da Terra e causa das misérias humanas

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. III - HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI / Destino da Terra e Causa das Misérias Humanas



Conforta saber que as misérias terrenas não são a grande maioria, outros mundos felizes existem e estes sim formam a grande maioria. 

Por ser um planeta de expiação e prova, os sofrimentos aqui se fazem necessários para auxiliar na evolução do espírito. O sofrimento muitas vezes se faz necessário para constatar o que é certo e errado considerando o parâmetro evolutivo. 

Como exemplo citamos um jovem que sempre teve tudo o que quis porque seus pais o "carregam nos braços" sempre, provavelmente este jovem irá amadurecer tardiamente e mais provavelmente ainda ele precisará de uma cota de sofrimento para isto. 

Por ser necessário o sofrimento não quer dizer que devamos ficar passivos a ele, porque acima de tudo está a nossa felicidade e bem estar, lembrando sempre do nosso próximo na nossa caminhada, que merece ser tão feliz quanto nós. Então caminhemos para mundos mais felizes do que a terra, deixando nela a nossa contribuição e parcela de felicidade.

Ednay Melo



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09/10/2014

Zé Pelintra


Zé Pelintra na Umbanda


“Zé Pelintra, Zé Pelintra 

Boêmio da madrugada 
Vem na linha das almas 
E também na encruzilhada 
Amigo Zé Pelintra 
Que nasceu lá no sertão 
Enfrentou a boemia 
Com seresta e violão 
Hoje na Lei de Umbanda 
Acredito no senhor 
Pois sou seu filho de fé 
Pois tem fama de Doutor 
Com magia e mirongas 
Dando forças ao terreiro 
Sarava Seu Zé Pelintra 
O amigo verdadeiro” 


Esta entidade começou sua missão aparecendo no culto à Jurema, ou Catimbó, na região Nordeste do país, onde estes espíritos eram chamados de Mestres. E, por ter esta característica, Zé Pelintra não aparece em uma gira específica na Umbanda, podendo se apresentar na Linha de Exus, Baianos, e em certos casos, nas de Pretos-Velhos. 

Os espíritos da falange de Zé Pelintra são espíritos desencarnados há muitas décadas, que passaram a realizar trabalhos espirituais dentro da Umbanda, na prática da caridade e para o progresso do ser humano. 

Com o passar do tempo, Zé Pelintra passou a ser visto na Umbanda como o Chefe da falange de Malandros, por apresentar-se como um espírito "boêmio", "malandro" e brincalhão, que apesar dessas características, trabalha com seriedade, abrindo caminhos, resolvendo problemas financeiros e demais mazelas do consulente, tendo sempre uma palavra amiga, uma ajuda, um trabalho de caridade. 

A falange de Zé Pelintra quando incorporados em seus médiuns podem se apresentar de forma brincalhona, dançando muito, elogiando e apreciando as mulheres presentes; mas, por outro lado, em determinados momentos, ficam sérios, parados e apoiados em sua bengala, analisando e observando o movimento ao seu redor. 

As vestes nas quais, normalmente, se apresentam os espíritos que compõem essa falange, são o terno branco e gravata vermelha, cravo na lapela, chapéu panamá, com fita vermelha. 

Zé Pelintra é uma das Entidades mais ecléticas da Umbanda e para alguns é considerado um Exu, embora não o seja, conforme ele mesmo muitas vezes chega a frisar. Tal comparativo acontece pelo fato de que Zé Pelintra não tem gira específica, manifestando-se muitas vezes nas giras de Exu, confraternizando e realizando trabalhos juntamente com estas entidades, utilizando a mesma energia que seus “compadres” exus para combater e cortar as energias negativas presentes no ambiente. 

Zé Pelintra trabalha na prática da caridade, pregando que cada um colhe o que planta, e que o plantio é livre, mas a colheita obrigatória. Seu trabalho realiza-se no âmbito material e espiritual, pregando a igualdade entre os homens e as religiões existentes, já que fundadas todas elas no princípio de que todos somos espíritos em evolução, em graus evolutivos diferentes e, que através da ajuda mútua, nos aproximaremos dos valores reais divinos e vindos dos planos superiores. 

Zé Pelintra costuma ser homenageado em festas em que confraterniza com os consulentes e convidados, atendendo a todos sem distinção de raça ou credo, ou condição social 

Existem algumas histórias pessoais sobre Zé Pelintra, de que ele viveu no Nordeste, ou no Rio de Janeiro, no bairro da Lapa, berço da boemia carioca. Não podemos esquecer que as linhas da Umbanda são compostas por vários espíritos, cada um com sua história de vida e encarnações sucessivas, a todos sendo devido respeito pela sua condição de espírito de luz e trabalhador nas searas da caridade. 

Lara Lannes 



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Firmeza da Tronqueira



Muitos são os que chegam a um templo de Umbanda e se melindram, se assustam com as firmezas existentes na porta.

Aquelas casinhas, conhecidas como tronqueiras, que tem como finalidade o assentamento das forças dos nossos Exus e Pomba Giras.

A tronqueira é um recurso maravilhoso, colocado pelo astral em prol dos templos de Umbanda, que recebem os assistidos, na sua grande maioria, com seres trevosos à atormentá-los.

Este recurso é no templo, um ponto de força onde está firmado (ativado) o poder dos guardiões que militam em dimensões à nossa esquerda.

O ponto de força funciona como pára-raios, é um portal que impede as forças hostis se servirem do ambiente religioso de forma deturpada.

No astral, os Exus e Pomba Giras, utilizam-se dos elementos dispostos na tronqueira para beneficiar os trabalhos que são realizados dentro do templo.

Com estes elementos, estes abnegados servidores da luz, anulam forças negativas, recolhem e encaminham seres trevosos, abrem caminhos, protegem, etc...

Dentro de uma tronqueira encontramos vários tipos de ferramentas (instrumentos mágicos), como tridentes, punhais, pedras, ervas, velas, bebidas, etc...

Cada instrumento com sua finalidade específica e tanto os Exus quanto as Pomba Giras ativam seus mistérios nestes elementos com a finalidade de realizarem seus trabalhos espirituais.

É importante que os médiuns e os assistidos saibam da importância de uma tronqueira e que todos saibam que este ponto de força está sobre as ordens da Lei Maior.

Quando alguém deturpa este ponto de força, usando-o de forma negativa, este se torna um portal negativo.

Este tipo de procedimento não é da Umbanda e sim de seitas que muitas vezes se utilizam do nome de nossa religião.

Devemos saudá-los, de forma respeitosa quando adentramos nos templos.

Os guardiães estão a serviço do Bem, da Lei Maior.

Autor desconhecido


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05/10/2014

O Dever

O dever


EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Cap. XVII - Sede Perfeitos - O Dever

Ao ler a palavra "dever" gera-se um sentimento de "esquecimento das paixões", nos sentimos na obrigação "de" e "para que" que nos eleva somente por proporcionar um mínimo de reflexão. 

O dever moral ao qual o Evangelho cita não precisa ser enumerado, pois ele já é o aguilhão da consciência, todo ser humano, do mais sábio ao mais ignorante, reconhece o dever moral que lhe cabe frente ao universo, a sua prática depende somente do livre arbítrio e do exercício constante, quando para isto se tem forte desejo. 

A religião lembra o caminho: "amar ao próximo como a si mesmo" e na luta diária que delineia o limiar do ser eu e do ser o outro é que pode-se medir o quanto estamos mais próximos de Deus. 

Somos espíritos imperfeitos ainda, é muito difícil se desprender das paixões e convicções efêmeras, do egoísmo muitas vezes adquirido através da dor que marca a luta pela sobrevivência, outras vezes ter que esquecer as ofensas e atravessar com êxito todas as angústias, mágoas, ódios e medos que nos aflige a alma... Mas é possível sim a prática do dever moral para conosco e para com o próximo, quando se deixa a centelha divina do coração iluminar a mente racional e as atitudes. Pratiquemos o dever moral na consciência de que toda Obra de Deus merece ser respeitada sempre.

Ednay Melo




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02/10/2014

Maturidade Para Ser Médium



Por que queremos tanto “fugir” do compromisso mediúnico? Por que alegamos sempre que “é muita responsabilidade” e que não estamos prontos para ela?

Como saber quando estamos prontos?

Normalmente quando já nos fazemos essa última pergunta é porque a “responsabilidade” já não nos “assusta” tanto e consequentemente já estamos dando o primeiro passo em direção do serviço mediúnico.

Quanto as outras questões que dizem respeito ao “medo da responsabilidade”, parece que esquecemos que não estamos aqui na Terra a passeio, que temos um karma e ele precisa ser queimado. Mas antes disso acontecer, é fundamental maturidade.

Não me refiro aqui a maturidade mediúnica, que somente será alcançada através dos anos de serviço, de estudo, muita dedicação e compreensão do papel de cada um dentro de um Templo de Umbanda. Me refiro a maturidade de vida.

Então você poderá perguntar: “Você aconselha que só entremos para um Centro ou assumamos a nossa mediunidade quando estivermos mais velhos?” Não! Em absoluto maturidade tem a ver com idade. Vemos muitos médiuns jovens muito mais maduros do que sexagenários. Isso ocorre em função de que? Certamente do aproveitamento que aquele espírito teve nas suas sucessivas encarnações. Idade avançada não significa maturidade.

Novamente, relembro que não estamos na Terra em férias. Antes de encarnar, assumimos inúmeros compromissos, e depois esquecemos deles. Mesmo que o Alto faça de tudo para nos lembrar, fazemos questão de esquecer.

O nosso “medo da responsabilidade” é na realidade a reminiscência desse passado de dívidas que lutamos para esquecer. É em muitos casos também, preguiça, porque o serviço mediúnico requer certos esforços que muitos de nós não estamos dispostos a fazer.

Para ingressarmos no corpo mediúnico de uma Casa, começamos a impor uma série de condições, como se estivéssemos fazendo um favor a espiritualidade ao entrarmos para um Terreiro, ou até mesmo em fazermos parte da assistência de uma Casa de Umbanda.

Isso é falta de maturidade, egoísmo, presunção, vaidade ou covardia.

Muitos de nós alegamos que “problemas familiares” são impeditivos da realização da tarefa, outros já alegam “problemas profissionais”.

E eu me pergunto: será que estamos nos esforçando o suficiente? Sim, até porque todos temos problemas. Mas, uma coisa é certa, o Alto jamais irá nos solicitar qualquer coisa que estejamos impedidos de realizar. Pensar assim é falta de maturidade. Podemos é não ter habilidade suficiente para nos desvencilharmos dos problemas “impeditivos”. E aí? O que fazer? Sugiro sempre que nos harmonizemos com o Alto, consultemos os Guias sobre qual o melhor caminho tomar, entretanto a decisão é nossa, pois isso dependerá de nossa maturidade.

Por isso consideramos fundamental um tempo na assistência antes do efetivo ingresso do médium na corrente. Mesmo que a pessoa esteja apresentando sintomas de mediunidade. A frequência na assistência começará a despertar na pessoa disciplina, controle, conhecimento… enfim começará a equilibrar a pessoa. Havendo por parte dela interesse em ingressar no quadro mediúnico, há que se verificar em si a maturidade para tal.

Acreditamos ser fundamental que a pessoa conheça os seus futuros irmãos em situações internas do Terreiro, assistindo as aulas da Curso Básico de Umbanda e participando mais das atividades do Templo.

O tempo que isso requer irá variar de pessoa para pessoa de acordo com o aproveitamento da mesma em todas as atividades.

E de repente, quando menos esperamos, o “medo da responsabilidade” se transformou em vontade de ajudar o próximo, em cooperar, em somar… isso é maturidade. É quando percebemos que temos problemas sim, mas eles não são impeditivos. É quando deixamos de ser um pouco egoístas.

Lembrando ainda que não precisamos ser médiuns de incorporação para fazer nada disso. A mediunidade de incorporação é do tipo mais comum, mas não é somente esse médium que faz caridade e que alcança a maturidade.

Para sermos maduros é fundamental equilíbrio e compreensão do que seja fazer parte de uma corrente mediúnica de uma Casa, e principalmente do que seja a oportunidade que recebemos da encarnação.
Ficarmos presos ao “medo da responsabilidade” é desperdício de tempo e o que é pior, desperdício de encarnação.

Medo da responsabilidade é o medo de amar, de se arriscar a ser feliz!
Seja lá qual for o tipo de mediunidade, o fundamental é o amor com que nos dedicamos a qualquer atividade e o nosso compromisso com a corrente, com a Casa e consequentemente com a vida!

Iassan Ayporê Pery




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