maio 2015 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

27/05/2015

Terreiros - Unidades Autônomas e Livres


Autonomia dos terreiros de umbanda

"A Umbanda é uma gigantesca rede de pescador das almas jogada pelo Pai, no imenso oceano da existência dos espíritos humanizados retidos na Terra." Ramatís. 


A Umbanda, pelo fato dos milhares de terreiros existentes que a compõem serem independentes entre si, se comportando como unidades religiosas autônomas e livres, não é doutrinariamente padronizada na Terra e cremos que nunca o será por vontade do Pai.

Mas porque será que está é a vontade do Pai?

Lembremos que, desde o surgimento da Umbanda, o espiritismo codificado proíbe as manifestações de muitas entidades, que são tratadas como seres inferiores, menos esclarecidos, sofredores, obsessores, não encontrando médiuns nesta seara na Terra para trabalhar do Astral. Na verdade, o surgimento da Umbanda foi intensificado pela proibição da manifestação de africanos, índios, pretos(a) velhos(as) e caboclos(as) - vigente no início do século passado -, que infelizmente permanece até os dias atuais.

Com certeza, a Umbanda foi arquitetada pelo Alto, para democratizar o acesso à mediunidade dos dois lados da vida. Do lado de cá, dá oportunidade aos médiuns que precisam trabalhar independente do seu grau de instrução, especialmente os menos favorecidos, os analfabetos e pobres, incluindo-os igualmente no mediunismo, dado que no espiritismo ortodoxo vigente, médium que não sabe ler não consegue freqüentar as suas escolas. Do lado de lá, abre as portas aos espíritos julgados “marginais”; bandidos, malandros, feiticeiros, bruxos, magos, curandeiros,..., dado o pensamento etnocêntrico judaico-católico predominante ainda em nosso inconsciente coletivo, que reflete-se inegavelmente na "pureza" e exclusão dos centros espiritistas.

Esta "democratização" da mediunidade, para todos sem olhar a quem, alivia nosso carma coletivo acumulado de opressão pelas doutrinasreveladas, codificadas, codificadores, religiões de um só profeta, crenças em um único livro sagrado...

Podemos dizer que a essência da Umbanda é a seguinte:


"Todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos àqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai". 

Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Triângulo da Fraternidade


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15/05/2015

Crescendo e Matando o Ego

Crescendo e Matando o Ego
Ser umbandista é um ato de coragem ou não, pois muitos por covardia negam que praticam ou frequentam a Umbanda. Assumir-se Umbandista com Orgulho é um ato de rebeldia. Então, quando estudamos a história das religiões descobrimos que os maiores avatares e iluminados foram rebeldes e corajosos como Jesus Cristo, Mohamed, Moisés, Abraão, Buda Sidharta Gautama, Shankara, Ramakrishna, Gandhi, Osho e outros líderes espirituais.

Ter uma proposta real de crescimento espiritual implica em comprometimento, e quantos estão realmente comprometidos com o crescimento espiritual de si mesmos?

O Caboclo das Sete Encruzilhadas criou a religião de Umbanda com estas palavras: “Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade.” Fazer a caridade pura e simplesmente não implica em ser uma pessoa melhor, pois, para se tornar melhor, é preciso o autoconhecimento.

Podemos até dizer que muitos fazem a caridade por desencargo de consciência e outros ainda a fazem por vaidade. A partir do momento que se diz que a melhor pessoa é a que faz mais caridade, muitos passam a fazê-la para ser melhor que os outros, e assim tornam-se objetos do Ego e da Vaidade. Qualquer movimento no sentido de ser melhor do que os outros, é um movimento do ego. O único crescimento está em ser melhor do que eu mesmo. Isto implica numa análise profunda de autoconhecimento.

Bem, ainda sobre o Caboclo das Sete Encruzilhadas, ele também disse que: “Aprenderemos com quem sabe mais e ensinaremos a quem souber menos, a ninguém voltaremos as costas.” Aqui o caboclo coloca uma direção importante para a religião de Umbanda, ele mostra que é fundamental o crescimento e aprendizado.

Agora digo eu:

Se, podemos aprender com todos, também podemos aprender de todas as doutrinas, filosofias e religiões. Só não podemos perder o propósito de aprender, de sermos melhores. Fazer o Bem e não fazer o mal é algo muito simples. Devemos aproveitar a religião para um propósito maior, como nos autoconhecer.

No nosso modelo de trabalho espiritual é possível ser um bom médium, que tem um dom de incorporação bem apurado, dar boas comunicações e no entanto ser um ser humano desequilibrado.

Me parece que temos super valorizado o dom em detrimento do ser humano que somos, não nos interessa se tal pessoa é boa ou não, para trabalhar na Umbanda só interessa se é bom médium.

Assim, nós os umbandistas nos acomodamos na posição de ir ao terreiro incorporar os guias para trabalhar e voltar para casa, dessa forma, não precisamos ter nenhum comprometimento com nosso crescimento interior.

A maioria das pessoas acredita que ter crescimento interior consiste em ler alguns livros e fazer alguns cursos. O crescimento começa com o identificar dos nossos defeitos e procurar caminhos para corrigi-los, quanto mais comprometidos e sinceros, mais vamos identificá-los e lutar por uma transformação interior.

Esquecemos ou ninguém nos ensinou que Céu não existe fora de nós. Não adianta fazer toneladas de caridade, se estivermos desequilibrados internamente, não alcançaremos um lugar bom.

Sendo tempo e espaço uma ilusão comprovada pela física, o único lugar que podemos ir é para dentro de nós mesmos e o único tempo real é agora, logo caridade não leva a lugar nenhum se antes você não for a este lugar internamente. A caridade também deve ser uma consequência e não o objeto ou a senha para entrar no céu.

Tenho Orgulho de Ser Umbandista ! ! !

Alexandre Cumino



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03/05/2015

Preto Velho Fala com Kardec! Será???


Preto Velho Fala com Kardec! Será???


Este mês de maio homenageamos nossos queridos Pretos Velhos de Umbanda! Voltando um pouco na história do Espiritismo, temos a notícia de que Allan Kardec, codificador desta Doutrina, comunicou-se com um Preto Velho. Mas será que foi realmente um Preto Velho tal como se apresenta em nossa Umbanda? Sabemos que as falanges se apresentam de acordo com a missão que têm a cumprir, usando todo um código simbólico de identificação. Então os Pretos Velhos são considerados como tais, não porque são velhos ou negros, mas porque o seu arquétipo é dos espíritos humildes e sábios, cujos negros representam bem a humildade e os velhos representam melhor a sabedoria. Daí o nome simbólico dos Pretos Velhos, então nem todo negro idoso, mesmo que o africano, não é propriamente um Preto Velho como conhecemos na Umbanda. Logo, no texto que relata Kardec conversando com um Preto Velho, nós do Blog Tulca, não encontramos semelhança com o Preto Velho de Umbanda, a conclusão a que chegaram os espíritas parece fruto da desinformação somado ao preconceito daquela época, que infelizmente ainda vemos nos dias de hoje.

Vamos ao texto:

Preto Velho Fala com Kardec

"Pouca gente sabe, mas numa das reuniões realizadas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Allan Kardec evocou um Espírito que, segundo as terminologias da cultura brasileira, poderia ser classificado como um “preto velho”. Esse encontro, narrado pelo próprio Kardec nas páginas da sua histórica “Revista Espírita” (Revue Spirite), de junho de 1859, aconteceu na reunião do dia 25 de março de 1859.

Pai César – este o nome do Espírito comunicante – havia desencarnado em 8 de fevereiro também de 1859 com 138 anos de idade – segundo davam conta as notícias da época –, fato este que certamente chamou a atenção do Codificador, que logo se interessou em obter, da Espiritualidade, mais informações sobre o falecido, que havia encerrado a sua existência física perto de Covington, nos Estados Unidos.
Pai César havia nascido na África e tinha sido levado para a Louisiana quando tinha apenas 15 anos.
Antes de iniciar a sessão em que se faria presente Pai César, Allan Kardec indagou ao Espírito São Luís, que coordenava o trabalho, se haveria algum impedimento em evocar aquele companheiro recém-chegado ao Plano Espiritual. Ao que respondeu São Luís que não, prontificando-se, inclusive, a prestar auxílio no intercâmbio. E assim se fez. A comunicação, contudo, mal iniciada, já conclamou os participantes do grupo a muitas reflexões. Na sua mensagem, Pai César desabafou, expondo a todos as mágoas guardadas em seu coração, fruto dos sofrimentos por que passara na Terra em função do preconceito que naqueles dias graçava em ainda maior escala do que hoje. E tamanhas eram as feridas que trazia no peito que chegou a dizer a Kardec que não gostaria de voltar à Terra novamente como negro, estaria assim, no seu entendimento, fugindo da maldade, fruto da ignorância humana. Quando indagado também sobre sua idade, se tinha vivido mesmo 138 anos, Pai César disse não ter certeza, fato compreensível, como esclarece o Codificador, visto que os negros não possuíam naqueles tempos registro civil de nascimento, sobretudo os oriundos da África, pelo que só poderiam ter uma noção aproximada da sua idade real.

A comunicação de Pai César certamente ajudou Kardec, em muito, a reforçar as suas teses contra o preconceito, o mesmo preconceito que o levou a fazer, dois anos depois, nas páginas da mesma “Revista Espírita”, em outubro de 1861, a declaração a seguir, na qual deixou patente o papel que o Espiritismo teria no processo evolutivo da Humanidade, ajudando a pôr fim na escuridão que ainda subjuga mentes e corações: “O Espiritismo, restituindo ao espírito o seu verdadeiro papel na criação, constatando a superioridade da inteligência sobre a matéria, apaga naturalmente todas as distinções estabelecidas entre os homens segundo as vantagens corpóreas e mundanas, sobre as quais só o orgulho fundou as castas e os estúpidos preconceitos de cor.”

Não obstante, é claro verificar o preconceito que existia da sociedade européia de fato na época do fato narrado. Não me surpreende também, o espiritismo, doutrina derivada da sociedade européia vigente daqueles tempos, e codificada por Kardec, a priori, ter qualquer preconceito com relação a espíritos que diferissem dos moldes por eles preconizados pela era européia contemporânea. Ora, não deveria sequer se dar tamanha ênfase nessa comunicação deveras ordinária por Kardec, haja visto que a única diferença, tratava-se pela origem humilde e racial do espírito comunicante. Seria de mesmo modo, como se a Umbanda se maravilhasse quando um espírito de um nobre europeu fizesse comunicação em uma de suas sessões."

Publicado originalmente no boletim “Serviço Espírita de Informações” na edição 2090, do ano 2008.





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Oferendas na Umbanda

Oferendas na Umbanda

Esse procedimento tão usado na nossa religião é uma das ferramentas mais fortes e completas, onde fazemos nosso contato direto e mais próximo com o divino criador.

Essa prática não pertence somente a Religião de Umbanda, ou melhor, a origem da prática é bem antiga, desde que o ser humano encarnado na pré historia com sua ignorância consensual, mais com seu instinto apurado percebia o barulho vindo do céu (trovão), e o que o céu jogava na terra (relâmpago), parecia para ele que o “Homem” lá de cima era bem mais forte que ele, sendo assim para agradar e não ter problemas com o “Homem” forte do céu fazia oferendas à ele, sem contar que até em relatos bíblicos essa prática era comum entre os religiosos já na era cristã.

Como nossa religião tem sua base na natureza e é na natureza que acreditamos estar a concentração das forças divinas que nutrem o planeta tanto materialmente como energeticamente e também cultuamos Deus através de suas divindades naturais, nada mais comum para nós praticarmos essa ferramenta tão importante dentro da Umbanda.

Oferendar as divindades (Orixás) é louvar; edificar; evocar; respeitar, agradecer, pedir e trabalhar religiosa e magisticamente com as força divinas de Deus pai criador.

Na Umbanda fazemos oferendas tanto às divindades, como também para as linhas de trabalho (Guias e Guardiões) que atendem nos nossos cultos. E Para nós umbandistas a natureza é o nosso maior templo onde Deus se mostra em sua Plenitude e nos faz perceber sua presença e interminável existência; Respeitamos todos os campos sagrados (Pontos de Forças) naturais como os mares, rios, cachoeiras, matas, montanhas, caminhos (Encruzilhadas), Lagos, pântanos, cemitérios, campos abertos , etc.

Por esse motivo não concordamos com o desleixo e desrespeito de alguns praticantes que sujam, agridem e deixam detritos e lixo que a natureza não reaproveita (Vidro, plásticos, dejetos, etc.) Deixamos claro aqui que ISSO NÃO É uma prática Umbandista e também aconselhamos caso queiram fazer uma oferenda na natureza, peçam orientação a um sacerdote de Umbanda ou a um médium já experiente nessa pratica, para que tudo saia em perfeita harmonia, cuidado e consciência ambiental, conseqüentemente a força evocada e oferendada irá com certeza atender seu pedido e aceitar sua oferenda.

Outro fato que chamamos a atenção de todos é que nossas oferendas são feitas na NATUREZA, e não nas ruas asfaltadas das cidades, muito menos em frente a estabelecimentos comerciais ou residenciais. Fazemos nossas oferendas somente para objetivos positivos e interesses religiosos e magisticos voltados para o combate (Desmanche) de magias negativas e práticas oriundas de ações negativas, tanto do lado espiritual como do lado material da vida (Saúde Física e Mental) e NUNCA para fins negativos, pois é na natureza que estão assentados os regentes e guardiões das forças de Deus, pelos quais nós Umbandistas recorremos quando precisamos de energia, força e ação divina.

Pai Reinaldo






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