abril 2016 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

28/04/2016

É Demanda, Foi Trabalho Feito!


Por mais que se tenham livros, estudos e orientações das entidades, para a maioria dos filhos na umbanda ainda prevalece como verdade acusar outros por suas infelicidades. Buscam constantemente respostas para suas mazelas. São insatisfeitos, vivem constantemente em situações tumultuadas e exageradas. O conforto, a satisfação, acontece apenas quando encontram respostas do tipo “foi trabalho feito” ou “ é tal pessoa que prejudica”. E não importa de onde vem estas conclusões, desde que alguém levante a questão.

Ignoram os conselhos das entidades, os passes, as vibrações energéticas que recebem, o acolhimento e a proteção de uma egrégora espiritual.

É lamentável ver filhos da Umbanda acusando o outro por demandas e feitiços. É lamentável ver filhos da Umbanda cantando, com grande entusiasmo, curimbas que pedem “pra amarrar o inimigo”. É lamentável ver que a paz, a harmonia, a serenidade que nossos mentores e entidades nos pedem tanto, seja ignorado. É lamentável que pessoas equivocadamente acusam e elegem outros como autores de suas infelicidades, de suas incompetências, de suas limitações.

Nascemos de ventres livres, porém, muitos ainda insistem em viver no cativeiro da ignorância, da irresponsabilidade e da incompetência de suas vidas. Constroem ilusões, tumultuam os fatos exigindo respostas de imediato.

Cada um é responsável por suas escolhas e por suas companhias espirituais.

Na Umbanda a espiritualidade manifesta para a prática da caridade. Qualquer ação contrária fere a lei divina, fere o amor das entidades que acolhe, protege e salva diariamente seus filhos das ignorâncias, das fraquezas e maldades que carregam.

Ser filho da Umbanda é confiar na aldeia, na egrégora que o acolhe. É assumir as conseqüências de suas escolhas, de seus pensamentos e comportamentos tendo a certeza de que aprenderá a produzir boas sementes em seu coração e cultivar de fato um lindo jardim.

Márcia Moreira




Leia mais

26/04/2016

O Sincretismo Religioso na Umbanda


O sincretismo religioso na Umbanda é algo que confunde muito o discernimento de um consulente, principalmente um novato ou até mesmo um leigo que busca conforto espiritual. É muito comum e até mesmo faz parte de um tradicionalismo se ver imagens de Santos Católicos no Altar conhecido como Congá ou Gongá utilizado na Umbanda, ou até mesmo escutar Pontos Cantados referindo-se a um Santo como se fosse um Orixá ou vice e versa, isto é simplesmente um reflexo do sincretismo religioso da época escravocrata no Brasil.

Desde que os negros foram capturados em seus continentes pelos europeus, tiveram que forçadamente se desprenderem de suas crenças e costumes, tudo por causa de uma inquisição da época. Já no Brasil para poderem cultuar suas Divindades (Orixás, Voduns e Inquices) os negros tinham que omitir seus cultos dentro das cerimônias Católicas, tais como as festas designadas aos Santos, portanto, em dia de homenagem a um devido Santo Católico os negros faziam seus cultos camuflados em tais festas, desta forma tocando e fazendo louvações para seus Orixás usando um “codinome” e este “codinome” era o nome de um Santo da Igreja Católica Apostólica Romana, era a forma que os negros encontraram para cultuar suas religiosidades dentro de suas tradições, pois os negros foram obrigados a se batizarem dentro da doutrina Católica, porém, muitos se apegaram as crenças Católicas sem perder seus costumes, sendo até mesmo devotos aos Santos e a Jesus Cristo, vendo que o povo negro jamais desmereceu a fé e crença de ninguém, eles sempre souberam separar o ato humano do ato espiritual e mesmo sendo injustiçados pelos brancos, não deixaram de perder suas crenças e adquirir novos conceitos espirituais (ensinamentos e consciência adquirida com toda a certeza através de suas Divindades e Guias).

Muitos negros principalmente os da região Bantu (Congo-Angola) que praticavam cultos aos Espíritos (Entidades/Guias) ao fazerem seus altares colocavam imagens dos Santos Católicos para disfarçar seus cultos, desta forma usufruíram do conhecimento que obtiveram sobre os Santos Católicos e disfarçaram suas Divindades com os nomes e imagens dos Santos que mais traziam conceitos “em comuns” com as Divindades, por exemplo: Os negros do estado de São Paulo titularam o Orixá Ogum (Divindade do ferro, guerreiro) como São Jorge, pois era uma forma fácil e prática de lembrar tal “camuflagem” e também de enganar (no bom sentido) a inquisição para poderem praticar suas crenças.

Lembrando que uma tradição grande praticada nos cultos de tradições afro-brasileiras e muito conhecida hoje por todos no Brasil, são as festas dos Orixás nos mesmos dias das homenagens aos Santos Católicos, como, o Dia de Yemanjá que é comemorado em São Paulo no dia 08 de dezembro junto de Nossa Senhora da Conceição e na Bahia no qual é comemorado no dia 02 de fevereiro que é o dia de Nossa Senhora dos Navegantes, isso é uma herança histórica do sincretismo que se transformou num tradicionalismo.
É sempre bom o esclarecimento dos fatos, portanto, quando se escutar na Umbanda alguém se referir a Jesus Cristo pelo nome do Orixá Oxalá, saiba que se trata apenas de um reflexo histórico da época escravocrata no Brasil, ou seja, trata-se do sincretismo religioso, pois, este sincretismo acabou se tornando numa tradição dentro dos terreiros de Umbanda, porém, uma tradição que se deve ter muito cuidado ao praticá-la, sendo que esta sempre tem que ser muito bem esclarecida para aqueles que tenham dúvidas, jamais um umbandista deve dizer que um Santo Católico é um Orixá ou um Orixá é um Santo Católico, isto é completamente errôneo, porém, a Umbanda não desmerece nenhum conceito espiritual, ou seja, a Umbanda não desmerece a crença e a fé de ninguém. 

Muitas vezes ao ver também um Santo Católico ser louvado ou ter sua imagem no Congá (altar) dentro da Umbanda, pode se tratar da devoção da casa em respeito a tal Santidade, pois muitas Entidades espirituais atuantes na Umbanda trazem costumes, culturas e crenças das quais viveram em suas últimas encarnações, portanto, são absolutamente normais devoções espirituais manifestadas em crenças dentro da Umbanda com costumes paralelos, mas nada que influencie a designação hierárquica e doutrinária da Umbanda, a Umbanda tem suas próprias funções e seu próprio fundamento. 

Sobre o sincretismo, saibamos separar os conceitos, os fatos históricos e as devoções particulares dos fundamentos e preceitos que a Umbanda abrange...

Oxalá é Oxalá e Jesus é Jesus, que ambos sejam sempre respeitados!

Pai Carlos Pavão



Leia mais

22/04/2016

Orixá Nanã Buruquê


Orixá Nanã

ORIXÁ DA MATURIDADE, RAZÃO E SABEDORIA

Na idade madura, o ser, ao tornar-se mais racional, começa a ter uma "luz interior' alimentada por sólidos princípios que o guiam. Essa "luz interior"´é que, logo após o desencarne, irá distinguir um ser livre de outro preso aos instintos e impulsos.

A divindade que acompanha nosso fim, na carne, assim como nossa estrada, em espírito, no mundo astral, é Mãe Nanã. Nessa porta de passagem, ela atua sobre nosso carma, conduzindo esta transição com calma e serenidade. Mãe Nanã Buruquê é a maleabilidade e a decantação, é a calma absoluta, que se movimenta lenta e cadenciadamente. Essa calma absorvente de Mãe Nanã exige silêncio; descarrega e magnetiza o campo vibratório, que se modificam, passando a agir com mais ponderação, equilíbrio e maturidade.

Como Orixá, sua manifestação é pelos movimentos lentos e cadenciados, porque traz em si uma energia e magnetismo muito forte.

Nanã é uma guardiã que tem seu campo de força natural nos lagos, mangues, rios caudalosos e nos deltas e estuários dos rios. Seu campo de ação está localizado nos lagos; tudo ali traz uma calma, uma tranquilidade que não é encontrada nos outros pontos de força da natureza.

No lado místico, Nanã é a divindade que acompanha nosso fim na carne, assim como nossa entrada, em espírito, no mundo astral. Nessa porta de passagem, Nanã atua sobre nosso carma, conduzindo esta situação com calma, para que o espírito não tome conhecimento da sua transição de um plano vibratório a outro. Nanã é também guardiã do ponto de força da natureza que absorve as irradiações negativas que se acumulam no espaço, criadas pelas mentes humanas nos momentos de angústias, dor ou ódio.

Nanã Buruquê forma com Obaluaiê um par natural; são os Orixás responsáveis pela evolução dos seres. Se Obaluaiê é estabilidade e evolução, Nanã é a maleabilidade e a decantação que polariza com ele e, ambos, dão origem à irradiação da Evolução.

Ela atua também na linha da vida, que no início tem Oxum, estimulando a sexualidade feminina, no meio tem Iemanjá, estimulando a maternidade e no fim tem Nanã, paralisando a sexualidade e a geração de filhos, quando se instala a menopausa.

Nanã é um dos Orixás mais respeitados no ritual de Umbanda, por se mostrar como uma vovó amorosa, sempre paciente com nossas imperfeições como espíritos encarnados tentando trilhar a senda da luz.

Os santuários naturais, pontos de força regidos por nossa mãe Nanã Buruquê (os lagos), têm seu próprio campo magnético absorvente poderosíssimo, que varia de sete a setenta e seta metros, a partir das margens. Ali reina a calma absoluta, característica que é própria de Nanã, que se movimenta lenta e cadenciadamente, porque traz em si uma energia e um magnetismo muito fortes.

Fonte: 
Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista / Coordenação de Lurdes de Campos Vieira - Supervisão de Rubens Saraceni.





Leia mais

18/04/2016

Casamento na Umbanda - Tulca

O Sacramento do Casamento na Umbanda como ato religioso é legítimo e irrefutável, perante a Lei dos homens e a Lei de Deus.

Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca
Recife-PE

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda



Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda

Casamento na Umbanda








Leia mais

10/04/2016

A Umbanda Não Tem Nação

A Umbanda Não Tem Nação


Esta afirmação pode parecer estranha, mas vou explicar. Dentro da realidade que vivo na Umbanda, recebo muitas vezes a pergunta: qual a nação do seu terreiro/casa/templo/Ilê/etc.?
E eu respondo sempre: portuguesa.

Pois foi aqui, em Portugal, que ele nasceu.

Claro que eu entendo a pergunta.
Respondo assim para ver qual a reação das pessoas e para depois poder explicar.

E, normalmente, a reação não é nem um pouco favorável.

É do gênero: “Você deve estar a brincar!”, “Estou vendo que você não entende nada de Umbanda!” E por aí fora. Não é segredo para ninguém que a Umbanda é de nacionalidade brasileira, como também não o é que o espiritismo é francês, a igreja apostólica é italiana, ou melhor, romana, o budismo indiano, etc. Mas o que eu explico é que a Umbanda não é culto de nação, por isso ela não tem nação. Claro que tem, respondem-me uns até um tanto ofendidos. E eu volto a dizer que não. E isso não quer dizer que tenho algo contra o culto de nação, pelo contrário, respeito-os muito. O que eu quero é apenas esclarecer um pouco da confusão existente.

A Umbanda pode ter, e tem, influências de vários cultos de raízes afros, mas não tem e não é culto de nação. Esta confusão é bastante comum, e eu entendo bem isso, mas quando eu pergunto:

-Você sabe quem fundou a Umbanda?

-Você conhece a sua história?

A resposta é sempre afirmativa.

Então eu pergunto:
-E qual é, ou era a nação de Pai Zélio de Morais? Ou da Tenda N. S. da Piedade?

A resposta é um silêncio.

É um silêncio, porque não tem!

Umbanda é Umbanda, culto de nação é culto de nação e ponto.

Um Terreiro de Umbanda pode ou não ter uma ação mais africanista do que outro e isso não quer dizer que estão escurecendo ou branqueando a Umbanda. Estão-se utilizando de métodos, de outras influências que, dentro do cosmos universalista da Umbanda, se adaptam e até se encaixam. Porém, se a Umbanda recebeu influências de cultos afros, ela também recebeu de cultos europeus e americanos.

Essas influências não podem ser consideradas como uma qualificação do culto, porque senão teríamos Umbanda de Angola, Umbanda de Kêto, Umbanda de Gêge, Umbanda da França, da Itália, do Brasil, de Portugal, indígena, etc.

A Umbanda tem uma nacionalidade, brasileira, porque nasceu ou foi fundada em solo brasileiro, mas tal como outras religiões e filosofias, popularizou-se, difundiu-se, espalhou-se e hoje está no mundo, é universal e, como tal, adapta-se ao meio e condições onde se manifesta, sem profanar ou distorcer as suas raízes.

Assim, afirmo e repito: a nação do meu terreiro é portuguesa, porque nasceu aqui, em Portugal, tal como existem terreiros franceses, americanos, suíços, brasileiros, etc. E continuo afirmando, sem a intenção de querer ofender ninguém, mas esclarecer e desabafar: a Umbanda não tem Nação! Da mesma maneira que não tem linha ou cor.

Porque é que eu digo isto?

Porque as pessoas me perguntam: a sua Umbanda é de linha branca?

Tal como a pergunta da nação, eu entendo o que querem dizer. Estão perguntando se a minha Umbanda só faz o bem. A Umbanda não pratica nem pode praticar o mal, senão deixa de ser Umbanda para ser outra coisa qualquer. A Umbanda está para nos auxiliar nas nossas aflições, está para nos ensinar, nos mostrar um caminho, nos fazer crescer, melhorar, nos conhecer. A Umbanda não é de linha branca, preta ou vermelha, a mais pesada de todas, segundo algumas pessoas! Bom, deve ser porque a cor vermelha está associada à Justiça e à Lei Maior e, quando ela cobra as nossas faltas, deve ser um bocado “pesado”.

A Umbanda tem sete linhas, tem sete luzes, tem cores; a Umbanda tem muito amor, muita paz, alegria, muita felicidade.

Por isso, volto a afirmar: a Umbanda não é de linha branca, preta, verde ou vermelha; a Umbanda não é de Angola, não é de Kêto, não é de Nagô, não é de Gêge.

A Umbanda é de todas as cores, de todas as raças, de todos os povos.

A Umbanda só é Umbanda quando está no coração, essa sim, a verdadeira nação umbandista.

Heldney Cals
Publicado originalmente no Jornal de Umbanda




Leia mais

07/04/2016

Arquétipos e Orixás

Arquétipos e Orixás


Arquétipos, um estudo interminável - Por Jordan Godinho

É incontestável que muito falamos sobre os arquétipos dos Orixás na nossa personalidade, a relação entre nós seres humanos e imperfeitos com estes seres naturais é objeto de discussão dentro das religiões de matrizes africanas, mas também pela psicologia.

Jung por exemplo fez diversas pesquisas sobre o assunto e “em suas investigações científicas em torno da mente humana profunda, Jung se deparou constantemente com o fenômeno religioso que chegou a prender seu interesse de tal forma a ocupar um lugar central nos escritos do cientista, especialmente os dos últimos anos. Mantendo-se num plano rigorosamente científico, ele observou acurada e conscienciosamente toda espécie de manifestação daquilo que podemos chamar de fator religioso, tomado em sua amplidão universal, abrangendo, portanto, as representações religiosas tanto do homem primitivo bem como as formas diversas de religiões que se manifestaram nas fases mais avançadas da cultura humana ao longo dos séculos. Após essas investigações, Jung sentiu-se obrigado a reconhecer, “como conteúdos arquétipos da alma humana, as representações primordiais coletivas que estão na base das diversas formas de religião”. Mesmo sem nunca ter falado expressamente de Deus com o propósito de demonstrá-lo, Jung, nesse estudo, admite na estrutura profunda da mente humana uma potencial idade nata que impulsiona o ser humano a procurar a Deus e com ele se relacionar através da religião. A importância desse assunto, analisado pelo enfoque psicológico, adquire maior interesse por ser tratado por C. G. Jung, pioneiro insuperado nas pesquisas da Psicologia Profunda.”(1)

Por outro lado a Umbanda diz que “os arquétipos são representativos das questões sociais, como também em estruturas comunitárias alojadas em sociedades contemporâneas mais complexas. Eles também podem estar ligados a fases de nossas vidas, representado como estrutura familiar, comportamento individual de personalidade, ou ligados a profissões e ações sociais.”(2)

Para exemplificar poderíamos dizer que na fase da vida Oxum esta ligada a fertilidade, como também a jovem e bela mulher vaidosa, que Oxalá é o patriarca de uma família junto com Iemanjá sua matriarca, que Ogum apesar de guerreiro é dono de um temperamento duro e instável, e que Xangô esta ligado a questões jurídicas, e Oxossi aos negócios comerciais.(2)

Pierre Verger analisou pela ótica do Candomblé de uma forma social e abrangente:
“Com o passar do tempo à concepção sobre o que é orixá no Brasil tende a evoluir. Em se tratando de africanos escravizados no Novo Mundo, ou seus descendentes ai nascidos, sejam eles de sangue africanos, mulatos, ou de pele clara, não havia e não há problemas, pois o sangue africano que correm em suas veias, independente da proporção, justifica a dependência do orixá-ancestral.” (3)

Gisele Cossard observa que se examinarem os iniciados agrupando – os por orixás, nota-se que eles possuem, geralmente, traços em comuns, tanto no biotipo, como em características psicológicas. Os corpos parecem trazer mais ou menos profundamente, segundo o individuo, a marca das forças mentais e psicológicas que os anima.(3)

São pontos de vistas distintos cada um sobre uma visão diferente, mas que mostra a riqueza sobre este tema, inclusive traz a tona uma discussão que esta ligada a formação social, espiritual e religiosa, todos no entanto sabem da importância que tem dentro do inconsciente coletivo.

A FORMAÇÃO DO ARQUÉTIPO

Sem sombra de dúvidas a formação do arquétipo religioso, traz para nós um pouco mais da compreensão deste universo, para que possamos caminhar sobra à luz da formação e elevação espiritual.

Estima-se que um total de 3.600.000 escravos foram transportados da África para o Brasil entre os séculos XVI e XIX (Bastide, 1978: 35), fazendo do Brasil o segundo maior importador de escravos do novo mundo. Durante este período, a população negra escrava era maior que a dos brancos que legislavam. Os escravos vieram principalmente da Nigéria, Daomé (atual Benin), Angola, Congo e Moçambique. Apesar da instituição escravagista ter quebrado as famílias e espalhado grupos étnicos através do país, os escravos conseguiram manter alguns laços com sua herança étnica. Isso aconteceu devido ao fato, entre outros, dos portugueses usarem a política de dividir para governar, separando os escravos em diferentes nações. O termo nações se refere ao local geográfico de um grupo étnico e sua tradição cultural (por exemplo, os que falavam Yorubá da Nigéria eram os Nagô, Ketu, Ijejá, Egba etc.) A conseqüência inesperada dessa divisão foi que o conceito de nação desempenhou um papel importante para a manutenção de várias identidades étnicas africanas e para a transmissão cultural e as tradições religiosas.

Enquanto as religiões afro-brasileiras estavam concentradas no nordeste do Brasil, as correntes religiosas do sudeste tiveram uma importância decisiva na fundação da Umbanda, uma nova religião brasileira. Para a burguesia intelectual branca do sudeste, a França era o maior expoente das mais novas correntes culturais e espirituais. Assim, o Espiritismo de Allan Kardec, que foi praticado primeiro em Paris por volta de 1855 pelo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-69), rapidamente se espalhou no sudeste brasileiro. Essa nova forma de Espiritismo misturava filosofia, ciência e religião. As idéias de Kardec sobre a imortalidade da alma e a comunicação com os espíritos combinavam com o evolucionismo social, o positivismo de Conte, o magnetismo, conceitos Hindus de reencarnação e karma e os ensinamentos cristãos da caridade.

Além do Espiritismo Kardecista, a Umbanda tem um importante predecessor na Macumba. O termo Macumba se refere a várias misturas de afro-brasileiras com outras religiões que se originaram no sudeste brasileiro, especialmente no Rio de Janeiro. Macumba é também um termo depreciativo para baixo espiritismo. Acredita-se que a Macumba se originou no Rio de Janeiro e sua imediações, onde a população dos ex-escravos eram em grande escala do Congo, da Angola e de Moçambique, e foram agrupados de acordo com as nações.

A Umbanda é freqüentemente vista como a maior síntese entre as tradições religiosas Afro-brasileiras e Ameríndias, o Espiritismo Kardecista e o Catolicismo. Por seu sincretismo e caráter eclético, a Umbanda tem sido percebida como uma religião que reúne os vários grupos étnicos brasileiros, sua cultura e tradições religiosas, e assim reflete a miscigenação que compõe a sociedade brasileira. A Umbanda é vista como uma tentativa de formular uma religião nacional, de criar uma religião democrática que seria capaz de unir os vários grupos étnicos e classes sociais.(4)

Assim temos os arquétipos dentro das matrizes afro-brasileira, mas que não termina aqui neste texto, mas traz aqui uma abertura para aprofundarmos mais sobre este tema que tratamos de maneira às vezes inconsequente, mas que requer desdobramento, o que importa realmente é sabermos que quando falamos de arquétipos não estamos falando simplesmente de qualidades de orixá com relação ao individuo, temos que buscar os pilares que sustentam dentro da religião esses arquétipos.

Fonte de Pesquisa:
(1) CG Jung – Psicologia e Religião
(2) Natura Mística
(3) Orixás – Pierre Verger





Leia mais
Topo