maio 2018 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

29/05/2018

Oferendas no Ritual Umbandista

Oferendas no Ritual Umbandista

Pergunta: Qual a finalidade das oferendas dentro do ritual Umbandista?

Baiano José: Sei que minha resposta vai desapontar a muitos irmãos e irmãs que direcionam sua mediunidade dentro da lei de Umbanda, mas em pleno século XXI fica inaceitável ainda acreditarmos que velas, frutas, panos e flores possam fazer o resultado acontecer por si só, sem a necessidade de uma reforma intima e uma fé balizada na proposta de Jesus em nossas vidas.

As oferendas em sua origem Africana diferem e muito do objetivo que hoje são direcionadas, lá temos o negro que devido a época em que se encontrava oferecia aos Orixás o que tinha de melhor dentro de sua casa. Tomemos como exemplo quando vamos receber visitas em nossa casa, sempre gostamos de oferecer o que temos de melhor e nesta localidade o negro oferecia o que não lhe faltava a mesa, ai vemos o fundamento da "comida" dentro do ritual Umbanda, originando a festa comemorativa do OLUBAJÉ.

Nos dias atuais com uma gama de informações que nos chegam através dos meios de comunicação como: Sites, mídia televisiva, livros de diversos autores etc... Ainda encontramos irmãos e irmãs sujando cachoeiras, praias, campos, matas etc... Levando a estes locais "comida" para conseguir sucesso financeiro, amor, saúde, paz e harmonia, dons que compete a cada um busca-los através do empenho e da atitude de progresso e isso não compete a este ou aquele Orixá cuja finalidade na natureza como essência divina é bem diferente do que infelizmente ainda presenciamos nas "casas de santo", "terreiros" e "santuários".

Santo não come meus filhos, por que não existe matéria carnal para isso! A ativação do elemento vegetal pode ser feita mentalmente através de uma prece com fé e devoção. Tomemos como exemplo se um de meus irmãos ou irmãs desejam fazer uma oferenda a Oxum em uma cachoeira, podem se dirigir a mesma levando flores que deverão ser plantadas ato este que preserva, não choca e mantem a atitude de respeito para esta força denominada Orixá. Após o plantio, podemos entoar de forma singela um cântico para Oxum e com fé e devoção fazermos nossa oração que lhes asseguro meus irmãos e irmãs será escutada da mesma forma.

Hoje cometem-se excessos em nome da Umbanda e os mesmos mais servem de "muleta vibratória" do que "fundamento doutrinário".

Não adianta nos dirigirmos a um ponto onde se concentra esta ou aquela força de Orixá, para sujarmos e poluirmos este santuário natural. O ato de oferendar a inicio impressiona pelas cores, formas e essências que compõem uma oferenda, mas vale lembrar que isso vai apodrecer com o tempo, gerando náuseas, asco e infelizmente criticas classificando a Umbanda como "manifestação de baixo espiritismo!"

Não temos intenção de ofender aqueles que acreditam que o sabonete e o Manjar para Yemanjá vai lhes trazer algo, isso é uma questão doutrinária em que muitos ainda necessitam desta "muleta" para desenvolverem sua fé e fortalecerem sua crença.

Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, - deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê-la. - (S. MATEUS, cap. V, vv. 23 e 24.) 8. Quando diz: "Ide reconciliar-vos com o vosso irmão, antes de depordes a vossa oferenda no altar", Jesus ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o que o homem faça do seu próprio ressentimento; que, antes de se apresentar para ser por ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o agravo que tenha feito a algum de seus irmãos. Só então a sua oferenda será bem aceita, porque virá de um coração expungido de todo e qualquer pensamento mau. Ele materializou o preceito, porque os judeus ofereciam sacrifícios materiais; cumpria--lhe conformar suas palavras aos usos ainda em voga.

O cristão não oferece dons materiais, pois que espiritualizou o sacrifício. Com isso, porém, o preceito ainda mais força ganha. Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de ser purificada. Entrando no templo do Senhor, deve ele deixar fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão. Só então os anjos levarão sua prece aos pés do Eterno. Eis aí o que ensina Jesus por estas palavras: "Deixai a vossa oferenda junto do altar e ide primeiro reconciliar-vos com o vosso irmão, se quiserdes ser agradável ao Senhor."

O Evangelho segundo o espiritismo - Editora FEB
A Umbanda meus irmãos e irmãs passa por um momento de espiritualização e religião sem espiritualização é só um amontoado de dogmas!

Psicografado por Géro Maita


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21/05/2018

As Cores dos Orixás

As Cores dos Orixás

Comentar sobre as cores do Ori­xás é o mesmo que tentar equili­brar-se e manter-se ereto na cris­ta de uma onda ou parar todos os movimentos no meio de um ciclone, pois nenhum Orixá tem uma única cor.

Isto tudo é apenas fruto da tentativa de individualizar o geral e generalizar o individual.

Como dar cor a uma energia?

Desde Oxalá, no extremo positivo, até Omolu, no extremo negativo, todos trazem em si tantas cores que, por não serem visíveis aos olhos humanos e serem ainda desconhecidas, é-nos impossível comentá-las.

Afinal todo Orixá é um mistério em si mesmo, e, por ser um mistério, por sua própria essência divina, assume a cor que lhe atribuem, além de todas as outras, pois um mistério é a Manifestação Divina do Divino Criador, tornada visível aos olhos humanos, os quais, por mais que estudem, jamais serão capazes de penetrar no interior de um mistério para desvendá-lo.

Em verdade, um Orixá irradia todas as cores, pois irradia em todas as sete faixas ou padrões vibratórios, e cada tipo de vibração, ao graduar a velocidade do giro, pode ser para mais ou para menos, dá uma cor a cada um dos elementos irradiados na forma de energias.

Por isso, uns dizem que Ogum é azul e outros dizem que é vermelho. Ou uns dizem que Xangô é vermelho e outros dizem que é marrom.

Os Oguns individualizados assumem a cor vermelha, na Umbanda, porque o próprio astral aceitou essa classificação que fixaria a sua identificação e facilitaria seu entendimento. E o mesmo ocorreu com o marrom de Xangô.

Mas nós sabemos que as cores dos Oguns variam de acordo com a faixa vibratória em que atuam. E o mesmo acontece com todos os Orixás, pois temos Iansãs que irradiam a cor ama­rela, a cor vermelha, a cor azul, a cor cobre, a cor dourada, etc.

Logo, discutir a cor dos Orixás é um assunto ainda desconhecido no plano material. O comprimento de onda ou a velocidade da irradiação é que determina se uma energia irradiada é azul, verde ou vermelha. E o comprimento de onda ou velocidade obedece ao tipo de elemento e ao padrão vibratório da faixa por onde ele está sendo irradiado.

No padrão vibratório cristalino, as cores das energias praticamente desaparecem. No padrão vibratório telúrico, elas assumem tonalidades tão densas, que temos a impressão de poder pegá-las com as mãos.

Além do mais, dentro de uma mesma faixa vibratória, temos os subníveis vibratórios. E aí a coisa complica ainda mais, porque nos subníveis mais eleva­dos, as cores se sutilizam, e, nos mais baixos, elas se densificam.

Mas todos os Orixás são Mistérios Divinos e aceitam, sem discussões as cores que já lhe atribuíram ou haverão de atribuir-lhes, pois, como Mistérios, trazem em si todas as cores.

Então que na mente das pessoas se afixe a cor que melhor irá permitir sua interação vibratória com seu que­rido Orixá, pois através dessa via colo­rida seu Orixá atuará em todo o seu mental, espiritual, emocional e físico, e o fará com tanto amor que, no fim, no imenso oceano da vida, todos serão cintilantes e multicoloridos "pingos" de amor à criação e de fé, muita fé, no nosso amoroso Criador.

Agora passaremos aos nossos ama­dos filhos-de-santo e filhos-de-fé, as cores que temos permissão de revelar, e que, se estudarem um pouco acabarão descobrindo fundamentos profundos no campo das irradiações energéticas que começam a acontecer após nossos "pedidos" e orações, invocações e firmezas, irradiações e cantos.


OXALÁ............. Branco, cristalino, furta-cor.
OIÁ-TEMPO.... Azul escuro, branco, preto e prata.
OXUM.............. Rosa, dourado, azul e amarelo.
OXUMARÈ...... Azul, furta-cor, lilás e azul celeste.
OGUM.............. Azul escuro, prateado, vermelho.
IANSÃ.............. Amarelo, dourado, vermelho-coral.
XANGÔ............ Marrom claro, dourado, vermelho.
EGUNITÁ........ Laranja, dourado e vermelho.
OXOSSI........... Verde, azul escuro e magenta.
OBÁ.................. Magenta, dourado e vermelho.
OBALUAÊ....... Branco, prateado, violeta e branco/preto.
NANÃ............... Lilás, azul claro e roxo.
IEMANJÁ......... Branco azulado, prateado cristalino, azul profundo (anil) e azul claro.
OMOLU............ Vermelho, preto, roxo, branco, vermelho, preto.
EXU.................. Preto e vermelho.
POMBAGIRA............ Vermelho e preto.


Portanto, fiquem com as cores que já se tornaram padrão, e está tudo certo para os nossos amados Orixás, uma vez que eles querem vê-los a partir de sua fé, que deve ser pura e imaculada.

Rubens Saraceni


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17/05/2018

Vestimentas dos Guias da Umbanda

Vestimentas dos Guias da Umbanda

As vestimentas e indumentárias que uma Entidade espiritual séria usa, no ritual umbandista, tem como função expressar, simbolicamente, uma atividade ou característica do seu trabalho ou da sua falange, como também ser um instrumento, cuja duplicidade etérica, é usada nos trabalhos de magia na ajuda aos irmãos a serem socorridos. 

Não se trata de elementos imprescindíveis à mediunização ou atividade de ajuda do Guia ou Protetor, mas apenas um instrumento a mais que embeleza e instrui a quem busca, para além da aparência, a mensagem que estas indumentárias visam oferecer, dando à Umbanda o seu caráter ritualístico.

A Umbanda é uma religião que trabalha, e atua no plano físico ( para interagir com o espiritual ), através dos seus rituais litúrgicos. Desde o acender de uma vela até aos pontos cantados, riscados e etc... Ora, as indumentárias são, para nós, objetos litúrgicos, ou seja: instrumentos que nos levem ao sagrado, como é a capa do Exu, que simboliza seu poder de proteção e defesa e, ao mesmo tempo, é usada a sua contra parte etérica nos trabalhos do terreiro, neste mesmo mister. Sem dúvida, tudo isso dentro do discernimento e amparado pelo afã de, unicamente, realizar o culto umbandista da forma mais bela, simples e espiritualizante possível. Da mesma forma como um culto despido de qualquer aparato pode levar ao orgulho e à ilusão de ser mais espiritualizado que os outros, o culto com uso de indumentárias litúrgicas poderá levar os desavisados ao exagero, a exterioridade, à fantasia, ao luxo e à vaidade. Tanto uma forma de culto quanto outra não pode ser medida pelo mau uso feito por aqueles que a praticam, e sim pelo cumprimento de suas finalidades específicas, a de levar os corações ao altar de Deus, única fonte de paz e alegria.

Seja qual for a forma de culto que se use, isso é de menos importância. O importante é sabermos se esta Casa está cumprindo sua missão de religação, se está proporcionando o encontro com Deus, por meio de Jesus e Seu Evangelho, ou está aprisionando a gurus, guias, exterioridades, filosofias ou espírito tal ou tal.

Diz o Caboclo Ventania de Aruanda que "por trás dos Guias e Orixás está sempre Jesus agindo". Portanto, é preciso "que eu (médium) diminua e que Ele (Jesus) cresça", na vida e nos corações de tantos quantos frequentem as nossas Casas, sejam elas espíritas Kardecistas, sejam elas espíritas Umbandistas.

Lembremo-nos que o padre na igreja usa suas indumentárias (paramentos) e tem seus instrumentos sagrados, o mesmo ocorre com o rabino no judaísmo, com a maçonaria em suas lojas, entre os rosacruzes, e etc...

Uma das diferenças entre a Umbanda e o movimento espírita kardecista é precisamente o uso do ritual ostensivo. Devemos nos utilizar da filosofia kardecista como chão, base de nossa fé, mas não podemos querer espiritizar a Umbanda de acordo com os Centros do movimento puramente espírita kardecista. Por isso a Umbanda é a Umbanda, e para isso foi criada e implantada no Brasil. Se fosse para ser igual ao movimento espírita desnecessária seria a vinda do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Se ela estivesse programada para desenvolver seu culto em mesa, nos moldes do movimento espírita, o mesmo Caboclo não a teria tirado da Federação Espírita de Niterói e a levado para o Terreiro, com a fundação da Tenda Nossa Senhora da Piedade, da Tenda São Jorge, da Tenda Nossa Senhora da Guia, da Tenda São Jerônimo, e etc... A Umbanda foi criada para ser um movimento, dentro do espiritismo, que se utiliza de meios energéticos naturais e que possui seus rituais próprios.

Três dimensões ou aspectos vibracionais formam a Umbanda, como religião, que são:

1.Dimensão Mental ou Tântrica, que se expressa pela mentalização, concentração, prece e canalização com as Vibrações Sagradas. O Congá, no seu aspecto visual simboliza essa dimensão Tântrica.

2. Dimensão Astral ou Mântrica, que vibra no sentimento e eleva o ambiente e as pessoas ao campo da espiritualidade pura, ajudando e proporcionando a sintonia com o plano espiritual e o sagrado. No ritual umbandístico, que deve ser de terreiro, os Cânticos ou Pontos Cantados, o Atabaque, como instrumento litúrgico, como ocorre com as diversas igrejas e religiões que têm seus instrumentos litúrgicos próprios, são os símbolos e meios proporcionadores dessa dimensão vibratória.

3. Físico ou Yântrico, que estabiliza a ritualística e fornece a todos os que adentram aos Templos Umbandistas os meios psicológicos, através da manifestação das formas, que induzem à concentração e difusão das energias vibradas no ambiente e nas pessoas. O próprio Terreiro, como local do culto umbandista, as imagens e quadros, o ritual das Giras, as formas com as quais se apresentam os Espíritos Trabalhadores na Umbanda (Caboclos, Pretos Velhos, Crianças e Exus), os pontos riscados, as indumentárias e instrumentos que eles usam no afã de representar, simbolizar, tornar visíveis suas missões, ordens e comandos, que se projetam no campo etérico e astral realizando o que na Umbanda se chama Magia.

Por tudo isso é que a Umbanda é a Umbanda, com sua beleza própria e com capacidade de religar o homem com Deus, através de Jesus, nosso Divino Oxalá, por meio de todos esses instrumentos de culto e dessa doutrina embasada nos valores filo-religiosos cristãos, kardecistas, afro, ameríndio e oriental.

Que Jesus, nosso Divino Oxalá, nos abençoe.

Pai Valdo


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16/05/2018

Velas na Umbanda

Velas na Umbanda

É comum nos dirigirmos aos centros de Umbanda e notarmos nos altares, pontos riscados ou firmezas de guias e Orixás, velas acessas nos mesmos gerando por parte de mentes desinformadas críticas, preconceitos e dogmas envolvendo o lado sagrado da nossa religião.

Muitos se questionam se vela dá luz para Orixá, santo ou guias da Umbanda e quando não encontramos aqueles que são movidos pela luz de uma ciência "pre-conceituosa" classificando esta prática umbandista como ligação de espíritos inferiores e imperfeitos que ainda buscam nesta luz artificial o alento para suas dores morais.

Devemos lembrar que na Umbanda tudo que é utilizado tem um fundamento sagrado ou seja o lado que se ativa esta ligado ao polo positivo* do elemento usado.

No caso das velas, devemos lembrar que sua utilização dentro dos rituais umbandistas não esta ligado ao fogo material que vemos irradiando na mesma, mas sim, ao fogo etérico que se projeta a partir da mesma e que realiza toda uma ação de purificação no ambiente, pessoa ou sitio espiritual onde for direcionado.

Vale ainda lembrar que nada na vida se realiza sem o poder do verbo, ou seja, tudo que ativamos em seu lado sagrado devemos aprender a dar determinações realizadoras e desencadeadoras de ações positivas, digo positivas, pois tudo que se utiliza dentro de seu lado sagrado na Umbanda esta pautado na lei e na justiça divina.

Quando uma vela é consagrada na força de um Orixá, o fator que rege este Orixá atua com o fogo divino no lado etérico desencadeando a ação solicitada e sempre lembrando que receberemos de acordo com o nosso merecimento.

Claro que uma vela não vai mudar sua vida caro irmão ou irmã, dentro deste principio a lei de Umbanda também atua dentro da reforma intima de cada ser e para tanto basta atentar o teor das consultas que são dadas dentro dos centros pelos guias espirituais, onde os mesmos orientam o consulente e lhe mostram o caminho a seguir, mas quem segue este caminho com suas próprias pernas é a pessoa em questão.

As velas tanto podem ser coloridas como brancas lembrando que a cor branca é o resultado da fusão de todas as cores.

Com esta pequena contribuição pretendemos retirar um pouco do preconceito em torno de nossa religião e lembrarmos sempre que UMBANDA TEM FUNDAMENTO, É PRECISO PREPARAR

Ainda aqui arriscamos lembrar que PREPARO SÓ É ATINGIDO COM CONHECIMENTO.

Que Os Sagrados Orixás nos abençoem!

Pai Géro Maita



Vídeo: Para que Servem as Velas na Umbanda - Por Pai Géro Maita




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14/05/2018

Ervas na Umbanda

Ervas na Umbanda

Por quê estudar ervas na Umbanda?

Porque as ervas estão presentes em todas as religiões, dentro de todos os rituais religiosos, desde sempre. E a Umbanda é a religião da natureza. Da natureza elemental e da natureza humana.

As ervas são organismos vivos. Há uma vida espiritual contida em cada erva. Isso é chamado de *Imanescência Divina, o espírito vivo de Deus que anima tudo. Dos elementos da natureza o mais parecido com o da natureza humana é o vegetal, pois ele nasce, cresce, se reproduz e morre. Esse espírito vivo possui características energéticas definidas pela vibração passada aos organismos à sua volta. Essa vibração magnética é polarizada, ou seja, pode ser positiva ou negativa. Então, uma erva é atribuída a um orixá por analogia vibratória. Energia que está presente na vibração do orixá com a energia que está presente na vibração da erva.

Para o uso correto de uma erva é necessário saber: o nome da erva e o verbo atuante. **Verbo é o poder realizador divino, é o poder de transformação, consequentemente é magia. O que movimenta ou ativa o poder realizador é o propósito, a intenção.

Uma mesma erva pode proporcionar mais de um poder realizador. Como exemplo a hortelã que é antigripal, vermífugo, estimulante, refrescante, etc.

Uma mesma erva pode ser atribuída a vários orixás. Não pela sua cor, seu formato ou seu visual, e sim pela vibração. Afinal, os orixás estão ligados entre si.

Pode-se usar ervas frescas ou ervas secas. A erva fresca carrega em si a imanescência divina, o fator vegetal e o fator aquático. A erva seca carrega todos os fatores anteriores e mais ainda o fator concentrador, pois sofre o processo de desidratação. Qual é a melhor?

A melhor é aquela indicada pelo seu guia ou protetor de acordo com a necessidade. Ou ainda, nos dias corridos de hoje, a que está mais fácil de se obter. Também sempre lembrar que a lua influencia na quantidade de água na planta. Em luas cheias e crescente haverá mais água nas folhas, e em luas nova e minguante, nas raízes.

As ervas são classificadas como Quentes ou Agressivas, Mornas ou Equilibradoras e Frias ou Específicas. Isso não é uma classificação de acordo com a temperatura da erva, e sim de acordo com seus fatores.

As ervas quentes ou agressivas carregam o poder de agredir estruturas energéticas negativas. Dissolvem larvas astrais, miasmas e cascões energéticos. São muito usadas pelos exus, pelo campo de ação deles, pois atuam na natureza humana, nas linhas de choque (demandas, magias negativas, projeções mentais, etc.). Seus verbos mais utilizados são: limpar, consumir, purificar, dissolver, descarregar. Exemplos mais comuns de ervas quentes: cacto, urtiga, arruda, guiné, comigo-ninguém-pode.

As ervas mornas ou equilibradores carregam o poder de equilibrar, tornar magneticamente receptivo, adequar o padrão energético para não atrair o semelhante. Reconstitui a aura que pode ter sido "esburacada" por cargas negativas. Seus verbos mais utilizados são: equilibrar, manter, adequar, fluir, restaurar, energizar. Exemplos mais comuns das ervas mornas são: hortelã, alevante, sálvia, alfazema, alecrim.

As ervas frias ou específicas tem o seu poder de atuação depois de limpar e de equilibrar. São usadas para mediunidade, para atrair bons fluidos, para prosperidade, para fitoterapia, etc. Exemplos mais comuns de ervas frias são: rosa, anis, jasmim, malva, café, louro, melissa, manjericão.

Observar que uma erva pode ser ao mesmo tempo quente, morna e fria, pois carrega mais de um fator realizador. Os padrões energéticos se complementam, nunca se anulam. Então, por exemplo, pode-se associar o uso de todas elas na preparação de um banho. Neste caso volto a frisar a palavra mágica "intenção". Sempre colocar intenção no uso de uma erva. E esperar o merecimento...

Quando é falado em erva subentende-se toda a planta: raiz, caule, folhas, frutos e sementes. Existem também as resinas, que são a seiva vegetal endurecida extraídas da casca das árvores, muito usadas em defumações.

Sabendo de tudo isso, estaremos mais qualificados para preparar nossos banhos, para entender o uso de uma defumação, entender o uso das ervas em um amaci, e o uso do fumo pelas entidades na Umbanda.


Temos uma herança bastante significativa dentro da Umbanda, que vem dos nossos irmãos do culto de nação. Porque herdamos tanto do culto de nação, do Candomblé? Simples: uma das origens inegáveis dos ritos dentro da Umbanda vem desse culto. O próprio nome dos Orixás, até mesmo por falta de melhores definições, o uso de elementos ritualísticos como atabaques, adjás (um tipo de chocalho de metal), e muito, mas muito mesmo do uso das ervas.

Profundos conhecedores dos mistérios vegetais, nossos irmãos trouxeram da África, nos navios negreiros, seu conhecimento sobre as ervas. Essas ervas conhecidas pelos seus nomes em iorubá, são usadas até hoje no culto.

Preso por dogmas e preceitos, somente os iniciados podiam ter acesso a esse conhecimento, então, quando do surgimento da Umbanda, aqueles que vinham para a religião nascente, traziam fragmentos desse saber.

O fato desse conhecimento ser guardado é pura necessidade de sobrevivência. A tentativa de manter o rito imaculado.

Mas os seus fragmentos foram chegando à Umbanda, foram sendo modificados e adaptados à realidade regional. Não são em todos os lugares que podemos encontrar todas as ervas.

A facilidade que temos na região norte de encontrar, por exemplo, casca de andiroba, não é a mesma de um morador do sul do país. Com o Candomblé acontece a mesma coisa.. Não são em todos os lugares que encontramos as ervas usadas pelo praticante do culto, da forma que chegaram aqui no Brasil.

Então, a necessidade fala mais alto e a criatividade responde. Muitas ervas são adaptadas nos rituais Umbandistas e os nomes em iorubá, vão sendo substituídos pelos nomes populares brasileiros. A presença do Preto Velho na Umbanda, é uma justa homenagem do astral superior, responsável por essa religião, à enorme corrente africana que nos legou muito do que praticamos.

Vemos muitas pessoas interpretar a linha dos nossos amados Pretos Velhos de formas diversas. Como corrente das almas, linha de pais velhos, yorimá... Também temos lido e ouvido atribuições de Orixás que comandam essa linha de trabalho, como Obaluaiyê, Xangô, entre outros.

Mas vemos muitos pretos e pretas velhas manifestados dentro dos terreiros, sempre trazendo suas palavras de conforto, orientação, sabedoria. E muito conhecimento das ervas, dos elementos da natureza, dos benzimentos, das rezas, etc... E cada manifestação traz em si uma mesma linha de conduta, uma espinha dorsal em comum, e nuances de especificação. Então, podemos afirmar que há nessa linha, espíritos amparados e manifestados nas irradiações de Oxalá, Ogum, Oxóssi, enfim, de todos os Orixás? Isso mesmo! Muitos Pretos Velhos trazem a irradiação específica que ampara sua falange, mas a linha como um todo é amparada pelos Orixás Anciãos, os Orixás portadores e manifestadores da Sabedoria Divina: Oxalá, Obaluaiyê, Nanã.

Vemos o Preto Velho incorporando em seu médium, sentado em seu banquinho, com seu galhinho de arruda ou outra erva, um copo d'água do lado... Muitas ervas fazem parte de seu campo de trabalho, muitas receitas de banhos e defumações, o próprio fumo usado em seu cachimbo é erva em uso prático.

Peço permissão a esses amados pais da Umbanda, para dar aqui, uma receita de fumo para cachimbo, banho e benzimento.

Fumo para cachimbo:
tabaco (fumo de tabacaria com o aroma de sua preferência), sálvia e hortelã. Tudo pilado para dar consistência, para uso no cachimbo ou enrolado na palha de milho (encontrada também em tabacaria).

Banho de Preto Velho:
Casca de alho, folhas de café, guiné, arruda, alecrim, sálvia e folhas de chorão.

Benzimento:
Pegue um galho de arruda ou um ramo de guiné, segure em sua mão direita e eleve acima de sua cabeça, fazendo a seguinte reza:
"-Amado Pai Criador, Forças da Natureza, Sagrada corrente dos Pretos Velhos, peço que abençoem essas folhas em nome das três pessoas da santíssima trindade - Pai, Filho e Espírito Santo. Amém."
Com essas folhas da mão, pode-se benzer uma pessoa (criança ou adulto), fazendo sinais da cruz em sua fronte, seu peito e suas costas, palmas da mãos e pés. Sempre agradecendo a Providência Divina pela benção.

Adriano Camargo Erveiro


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11/05/2018

Fundamentos dos Pontos Cantados e Atabaques


Para tentar explicar como se dá a comunicação entre os planos espiritual e material, grosseiramente, podemos imaginar essa comunicação através de frequências.

O rádio, a TV, o celular são exemplos. Estes aparelhos emitem frequências de um ponto, o transmissor, até outro ponto, o receptor. As frequências não se cruzam porque uma é mais forte do que a outra. O receptor recebe apenas a frequência na qual está programado.

Analogamente, se imaginarmos que nossos pensamentos são como frequências e as vibrações emitidas pelos espíritos também são frequências, podemos dizer que são essas frequências que ligam espíritos e matéria, onde conseguimos nos conectar com os espíritos de acordo com nossos pensamentos e atitudes, logo, pensamentos baixos atraem espíritos de camadas mais inferiores do plano espiritual, e pensamentos mais elevados, atraem espíritos mais elevados.

Quando nos dirigimos ao terreiro, dependendo de como foi nosso dia, nossa semana, nós estamos vibrando numa frequência tal que pode interferir nos trabalhos, ajudando ou atrapalhando. Um dia vivido em torno de brigas e discussões, alimentação pesada, pensamentos voltados para o ódio, má conduta, etc, deixam a frequência muito baixa, atraindo espíritos que vibram numa esfera mais baixa, e isso faz com que o trabalho seja prejudicado. Um dia bem vivido, trabalhado e participativo nas coisas particulares, uma boa alimentação, bons pensamentos, preparação mental para a gira, faz com que nossa frequência fique mais elevada, atraindo espíritos de esferas mais elevadas.

Para que os trabalhos não sofram variações excessivas de frequências, para que se evitem a atração de espíritos de esferas inferiores e para o bom andamento da gira, é usado um artifício que acelera o processo para que todos, ou pelo menos a maioria, se concentrem no trabalho e eliminem pensamentos mais baixos, que é cantar e bater palmas.

Como funciona?

Ao final de um espetáculo, um show, um discurso, normalmente as pessoas batem palmas para demonstrar àquele que se apresentou o agradecimento, por compartilhar aqueles minutos de entretenimento ou aprendizado. Se as palmas se estenderem por vários segundos, aos poucos elas vão entrando num ritmo e muito rapidamente todas as pessoas batem palmas no mesmo ritmo e, junto com essa sonorização, algo começa a acontecer: as pessoas começam a se sentir mais alegres, com vontade de rir, ou seja, as pessoas ali envolvidas começam a vibrar numa mesma frequência, e inconscientemente, todas estão fazendo as mesmas coisas que as outras pessoas estão fazendo.

Já com o canto, logo de início, todos começam a cantar juntos, e isso faz com que a vibração das pessoas se equalize mais rapidamente.

Quanto mais cantamos, mais batemos palmas, mais rapidamente elevamos o nível de frequência das pessoas, fazendo com que, momentaneamente, os problemas, a baixa auto-estima, as preocupações, sejam esquecidos, pois todos começam a prestar atenção no trabalho que está sendo realizado e isso ainda ajuda a absorver as informações que estão sendo passadas.

Com a frequência estabilizada, os espíritos conseguem se aproximar mais facilmente de nós, permitindo assim que o trabalho transcorra com mais facilidade e de acordo com o pretendido pelos planos espiritual e material.

Para acelerar mais ainda o processo, usa-se o atabaque, pois o som emitido pelo atabaque ajuda a igualar o ritmo cardíaco de todas as pessoas no terreiro, fazendo com que, por exemplo, para quem chega muito afobado, o ritmo cardíaco é normalizado, diminuindo a afobação, ou para quem chega muito para baixo, com o aumento do ritmo cardíaco, ajuda na elevação da auto-estima. Com base nisso, por estarmos cantando e batendo palmas, além de estarmos mudando nossa frequência, também estamos praticando caridade, por já estar ajudando outras pessoas.

Com todos participando, batendo palmas e cantando, o clima do terreiro já fica muito melhor, pois todos estão ajudando, focados num mesmo objetivo.

No plano espiritual, os guias preparados para o trabalho, aguardam nossa vibração equilibrar-se com a vibração deles, e assim que nossas frequências começam a se igualar, eles se aproximam e iniciam o processo de incorporação.

Quando começamos a cantar os pontos dos guias que trabalharão na gira, estamos dizendo para os guias que já estamos prontos e podemos começar a incorporar.

Normalmente, no processo de incorporação, os guias cantam, muitas vezes para si, para que seja mais fácil ainda, e no caso de um guia estar trabalhando no desenvolvimento de um cambono, o guia canta para o cambono ouvir o ponto e elevar sua frequência para facilitar a incorporação.

Cantamos pontos para ajudar a desincorporação, facilitando assim a “subida” dos guias que levam com eles todo e qualquer tipo de fluído ou influência que possa atrapalhar o médium.

Os pontos cantados trazem mais energia do que podemos imaginar. Quando feitos pelos guias, são conhecidos como “pontos de raiz” e as palavras não podem ser mudadas, pois toda a mironga feita pelo guia está nas disposições das palavras. Quando feita pelo homem, as palavras podem ser mudadas e adaptadas para que fiquem bem arranjadas.

Se prestarmos atenção, alguns pontos parecem não fazer sentido, mas quando cantados, no ritmo certo, acabamos fazendo as mirongas que estão escondidas nos pontos. É por isso que alguns pontos possuem palavras conjugadas de maneira errada ou em tom bem caipira, pois essas palavras foram inseridas nos pontos propositalmente, para poder servir como “palavras mágicas” a serem proferidas por todos, ou seja, os sons que essas palavras produzem é que produzem os efeitos requeridos.

Alguns pontos, quando entoados, podem afastar diversos males, como espíritos obsessores ou pessoas que tentam derrubar o terreiro.

Há pontos de saudação, para defumação, para firmeza, para afastar quiumbas, para descarrego, para despedida, para provocação, para cruzamento de linhas, para cruzamento de falanges, etc. Cada um deve ser cantado de acordo com sua finalidade para o bom andamento do trabalho.

Alguns pontos devem ser evitados cantar tanto dentro do terreiro quanto em nossas casas, pois eles podem atrair maus espíritos. Pontos que falam muito de cemitério, morte, ou qualquer tipo de bestialidade devem ser evitados.

Os atabaques não são simplesmente caixas de madeira com um couro para se batucar, eles são preparados e energizados para o trabalho logo que são trazidos para o terreiro.

Ao ser entregue no terreiro, primeiro é trocado o couro que vem com o atabaque, para eliminar os fluídos de “comércio” que foram depositados sobre ele na loja que o comercializa; depois, são feitos os primeiros preparos de limpeza do atabaque; em seguida, o guia chefe da casa cruza o atabaque iniciando o processo de mironga que será depositada sobre o atabaque. São colocados patuás de acordo com o guia que será o “dono” do atabaque e são feitas rezas sobre ele para fortalecer a energização.

O ogan chefe, ou atabaqueiro chefe, pede forças e energia para o guia, dono do atabaque, para que sejam depositados os fluídos necessários no couro, e toca o atabaque pela primeira vez para que sejam abertas as forças que regerão o atabaque. Em seguida o atabaque é entregue ao ogan que tocará o atabaque nos trabalhos.

Normalmente em um terreiro, os atabaques são múltiplos de três, mas são os guias que definem o número correto a ser utilizado nos trabalhos. O maior dos atabaques é o Rum, destinado ao guia que rege a casa; o segundo, é o Rumpi, destinado ao segundo guia que rege a casa ou ao guia que rege a coroa do pai ou mãe-de-santo fundadores do terreiro; o terceiro, e o menor deles, é o Lé, muitas vezes destinado à Exu ou a um guia homenageado pela casa. As ordens dos donos de cada atabaque são definidas pelos guias que regem o terreiro, podendo eles alterar essa disposição.

O Rum é sempre tocado pelo ogan chefe e só poderá ser tocado por outro ogan desde que o ogan chefe permita. Ele, o Rum, serve para dar os primeiros toques nos pontos, repicar e conduzir os trabalhos. O Rumpi é tocado pelo segundo ogan, dando o ritmo do toque e mantendo a harmonia. O Lé é tocado pelo ogan iniciante, que ainda está em processo de aprendizado, seguindo sempre os toques do Rumpi.

Se um ogan de outro terreiro visitar a casa, este deve pedir autorização ao guia chefe para poder tocar o atabaque, e deverá ter permissão do ogan chefe para tocar o atabaque, que lhe direcionará ao atabaque próprio para receber um convidado (normalmente não é permitido ao convidado tocar no Rum).

Em terreiros tradicionais e candomblés, o ogan chefe sempre é considerado o detentor do conhecimento sobre as giras, assumindo sempre sete anos a mais de experiência sobre o pai ou mãe-de-santo. Isso se deve ao fato de que o ogan conhece todos os preparos para as giras, e é quem conduz a energia de sustentação dos trabalhos.

Os guias normalmente indicam os futuros iniciantes ao ofício de ogan, mas cabe ao ogan chefe permitir a entrada e designar o atabaque para o iniciante.

Um ogan mal intencionado pode derrubar uma gira apenas tocando o atabaque, e muitas vezes, consegue derrubar todo o terreiro. Para que se evitem problemas, há pontos chamados de provocação, onde o ogan do terreiro tenta quebrar as forças do ogan mal intencionado entoando pontos de quebra de forças e demanda.

Cada ogan tem sua função nas giras, além de tocar os atabaques e facilitar a corrente de energias. Um dos ogans, sempre volta sua atenção ao que acontece dentro do congá, mantendo o trabalho em equilíbrio e de acordo com as orientações do guia chefe; outro ogan tem sua atenção voltada à assistência, onde fica atento sobre possíveis problemas ou olhares de pessoas mal intencionadas; o terceiro ogan presta atenção de uma maneira geral, auxiliando os outros ogans.

Alguns terreiros de candomblé não permitem que mulheres sejam ogans alegando, segundo Mattos “(…) que elas não poderiam usar os instrumentos sagrados por ficarem de pajé (menstruadas)” (pg. 93). Ainda citando Mattos, “(…) porém, na umbanda, um indivíduo feminino tem totais condições de ser uma atabaqueira, sem problema algum. Se considerarmos que os Ogãs tem um poder divino, uma faculdade mediúnica musical, esta não vem com o gênero, e sim com o espírito e este por ter origem na essência divina, não tem sexo” (pg. 93).

Há outros instrumentos que são usados nos trabalhos para auxiliar os toques dos atabaques, como o agogo, chocalho, triângulo, pandeiro, berimbau, etc.

É importante que os filhos da corrente e a assistência participem das giras cantando e batendo palmas, pois sem essa união de forças dificultam o bom andamento do trabalho. Se não sabe o ponto, bata palmas, mas principalmente, preste atenção nos pontos, pois normalmente eles são curtos e repetitivos, fáceis de aprender. Para os pontos mais longos, que quase não se repetem, ou mesmo para aqueles pontos que são cantados em giras especiais, como de ciganos, marinheiros ou boiadeiros, os terreiros muitas vezes deixam disponíveis pastas com os pontos escritos, e em alguns casos, as pessoas se reúnem antes das giras para cantarem os pontos e aprenderem aqueles que não sabem.

Não é vergonha não saber os pontos, vergonha é não participar, não ajudar a cantar ou bater palmas, assim como achar que não tem voz boa pra cantar e por isso não cantar.

Cantar ajuda a todos, aos guias, aos médiuns, aos cambonos, a assistência, a afastar maus espíritos, más influências, miasmas no plano astral, energias negativas, e atrai sempre bons fluídos, boas energias e boas vibrações.

Newton Carlos Marcellino

Bibliografia Consultada:
Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda – Federação Espírita de
Umbanda – Editado pela Federação Espírita de Umbanda – 1942
MATTOS, Sandro da Costa O livro Básico dos Ogans .
ORPHANAKE, João Edson A umbanda às suas ordens. Tríade Editorial
ORPHANAKE, João Edson Umbanda Perguntas e Respostas. Tríade Editorial 


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02/05/2018

Cruzeiro das Almas e Cemitério


O QUE É UM CRUZEIRO DAS ALMAS EM UM CENTRO DE UMBANDA?

Isso da azar? Chama a morte?

PAI OBALUAYÊ, Orixá da transmutação cujo nome significa ( REI SENHOR DAS ALMAS) e com base nos muitos mistérios deste grande e amoroso Orixá abordaremos um tema pouco compreendido dentro da Umbanda o CRUZEIRO DAS ALMAS.

Geralmente encontrado dentro dos cemitérios que na Umbanda conhecemos como CAMPO SANTO ou ainda CALUNGA PEQUENA, o CRUZEIRO DAS ALMAS ficou conhecido como ponto de referência para que velas sejam acesas em lembrança e homenagem das pessoas que ali foram enterradas em um ritual para que suas almas sejam levadas a DEUS. Deixamos claro aqui que não levantamos em hipótese alguma criticas para os irmãos de outras denominações religiosas que lá se dirigem no Cruzeiro ( termo mais conhecido e usado ) tomando o fato citado acima somente como exemplo.

Infelizmente também presenciamos em determinados cruzeiros trabalhos de ordem negativa que fogem do conhecimento de quem o fez do sentido religioso que este ponto de forças tem dentro da Umbanda e ainda vale lembrar que em outras situações encontramos sujeira que também é um fator de desrespeito para com Obaluayê e para com os que lá se dirigem.

Um CRUZEIRO DAS ALMAS é uma passagem, ou ainda, um portal onde o espírito passa de um plano vibratório para outro e o Orixá que rege este campo de ação é Obaluayê, mas o cruzeiro serve somente para isso? Podemos interpretar "plano vibratório" como campo de energias, isso pode se aplicar a diversas situações que estejamos passando em nossas vidas como por exemplo: Uma doença física, emocional, uma obsessão complexa ou mesmo simples, magoas, ódios, rancores e todo sentimento de ordem negativa e quando falamos em TRANSMUTAÇÃO nos referimos também a modificação de vibração que nos problemas citados acima seria o oposto ou seja o lado positivo.

Se nos referimos a "planos" podemos ainda simplificar por "passagens" para que de forma simples nos tornemos mais compreendidos que da o título muito conhecido de Pai Obaluayê como também "SENHOR DAS PASSAGENS"

Direcionamo-nos agora para uma casa, centro, tenda de Umbanda onde encontramos nos terreiro sempre um "cantinho" das almas" ou o CRUZEIRO DAS ALMAS. Muitas vezes um determinado guia nos da uma vela branca e nos pede para firma-la no mesmo, logo interpretamos que estamos com eguns, quiumbas ou algum sofredor, mas nos esquecemos que tal qual no campo santo, ali também é um ponto natural e sagrado de Obaluayê e muitas vezes a "vela" não para os outros, mas sim para nós mesmos, para podermos com a ajuda do Pai Transmutarmos algo de ruim ainda que não estamos conseguindo sozinhos resolver dentro de nós.Lembramos ainda que o Cruzeiro de um centro tem a função de proteger também a casa de ataques de seres infelizes vampiros espirituais, etc... Como no campo santo é feito.

Como podem ver nada tem a ver um cruzeiro das almas com azar ou chamamentos da morte, isso é fruto de crendices populares e gente infelizmente ainda mal informada dentro e fora da Umbanda. Além de um campo de proteção para a casa, ali ficam direcionadas as forças do Orixa Obaluayê, para que de forma sagrada e ritualística elas possam ser evocadas.

Lembramos que o Cruzeiro das Almas é um ponto de luz e deve sempre quando nos direcionamos a ele como em qualquer outro campo de força de Orixás ser feito com respeito, bom senso e acima de tudo FÉ. Espero ter colaborado e desejo muita luz na vida de todos

ATOTO MEU PAI OBALUAYÊ

Pai Géro



Bom esclarecimento sobre o fundamento do Cemitério na Umbanda, 
com Gero Maita:






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01/05/2018

Educação do Médium


Haverá tempo previsto para a educação do médium?

Tempo não há, pois a Mediunidade é trabalho para muitas reencarnações na existência do espírito, em verdade esta faculdade em suas mais variadas ramificações, esta presentes em todos os homens, todavia no sentido restrito da palavra é após o desabrochar na existência atual que o trabalho se efetiva com mais intensidade e a partir daí não deve mais parar ou estacionar, sob a possibilidade de um recomeço, muito mais árduo e penoso.

Sabemos que a faculdade estando presente em nós deve eclodir-se sozinha, mas isso não quer dizer que não possamos trabalhar no campo de modelação de nosso espírito, através das atividades evangelizadoras, na doação fraternal de atendimento à irmãos necessitados.

Identificados pelo sensitivo os sintomas que lhe caracterizam a faculdade mediúnica, a ele cumpre o dever de educá-la. Somente o sensitivo é capaz de qualificar-se nessa condição, nenhum sinal externo pode chamar a atenção do observador, a fim de apontar as pessoas que sejam possuidoras de mediunidade.

Mesmo sabendo que a mediunidade é uma faculdade originária no espírito, e que se exterioriza através do organismo físico, não apresenta síndromes externas, e, mesmo quando algumas destas possam tipificar-lhe a presença, tal conclusão jamais poderá ser infalível.

A mediunidade, propiciando a interferência dos desencarnados na vida humana, a princípio gera estados particulares na área da emotividade como estados fisiológicos. Porque mais facilmente se registram a presença e o envolvimento de seres negativos ou perniciosos, a irradiação das suas energias produz esses estados anômalos, desagradáveis, que podem ser confundidos com problemas patológicos outros. Porém o sensitivo é constantemente chamado para a observação dessas manifestações consigo mesmo, por surgirem em momentos menos próprios ou aparentemente sem causas desencadeadoras. O orientador espírita deve ser capaz de convencê-lo que o exercício correto da mediunidade nenhum perigo oferece a quem quer que seja.

Se observarmos em O Livro "O Consolador por Emmanuel, através de Chico Xavier, nas perguntas 387 / 388 poderemos verificar a grande importância que devemos dar a esses mecanismos de elevação que a Natureza nos concede:

387 - Qual a maior necessidade do médium?

- A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de ouro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.

388 - Nos trabalhos mediúnicos temos de considerar, igualmente, os imperativos da especialização?

- O homem do mundo, no círculo de obrigações que lhe competem na vida, deverá sair da generalidade para produzir o útil e o agradável, na esfera de suas possibilidades individuais. Em mediunidade, devemos submeter-nos aos mesmos princípios. A especialização na tarefa mediúnica é mais que necessária e somente de sua compreensão poderá nascer a harmonia na grande obra de vulgarização da verdade a realizar. (resposta não está em sua totalidade)

Observando bem estas orientações de Emmanuel, vamos ver que o empenho é necessário para o engrandecimento da faculdade, e esse empenho é contínuo na escalada a desempenhar.

Mas, ainda assim, poderíamos nos perguntar, o que é educação ou desenvolvimento da mediunidade?

Responderíamos. É o conjunto de ações educativas direcionadas para o exercício correto da mediunidade educação essa, que não se prende as quatro paredes do templo espírita, mas, vai além no envolvimento das orientações basilares do Mestre - Orai e vigiai, no que concerne as nossas imperfeições como também nossas ações ainda perniciosas. E vai e não peques mais, para que não te suceda coisa ainda pior - no que concerne a mudança de estrutura mental, vibracional e de ação no bem. Pois, o Mestre, não somente diz que deixemos de praticar o mal, mas que pratiquemos acima de tudo o BEM.

Principalmente modificando a condição interpretada por nós do grande Amor-terapia legado por Jesus para todos nós: Não fazer ao próximo aquilo que não queremos para nós, modificando a estrutura negativista desta frase para: Faça ao próximo aquilo que queres para ti mesmo. Identificamos nossa verdadeira missão como cristãos em qualquer tarefa, transformando essas tarefas desde as mais simplórias em tarefas redentoras pela ação do Amor.

A educação da mediunidade, é um trabalho para toda a vida. Começa antes da reencarnação, continua nela e prossegue no além túmulo.

Há uma grande necessidade de amparo ao candidato ao mediunismo, na presença de problemas psíquicos, emocionais e físicos, recebendo na casa espírita orientações de cunho doutrinárias. É necessário que primeiro ocorra uma harmonização espiritual, antes da entrega do neófito ao exercício mediúnico.

Sendo importante que seja levado ao conhecimento do médium principiante que, na fase inicial, é natural o surgimento de um clima psicológico inconstante, de altos e baixos, isto é compreensível, haja vista a mediunidade propiciar em um envolvimento mais próximo a interferência dos desencarnados na vida humana, e que geralmente são seres envolvidos com o mal ou com atos perniciosos, transmitindo assim, a irradiação das suas energias produzindo sensações anômalas, desagradáveis, que perfeitamente podem ser confundidas com problemas patológicos outros e que devem ser bem esclarecido ao irmão que se propõe para a nova tarefa.

A condição do estudo é de muita importância para uma educação segura e embasada no que se diz respeito a faculdade.

Médium é o ser, é o indivíduo que serve de traço de união aos espíritos, para que estes possam comunicar-se facilmente com os homens. (Erasto em O Livro dos Médiuns, Cap. XXII, item 236).

O Médium precisa estudar?

O médium tem como condição primordial o estudo, na busca da compreensão da sua faculdade e do conhecimento da natureza dos espíritos que utilizam sua faculdade mediúnica para um contato mais próximo com os encarnados. Trazendo ao próprio médium uma condição mais segura de trabalho, pois, consciente e entendedor de sua faculdade trabalhará colaborando ainda mais com os técnicos espirituais responsáveis pela atividade mediúnica que freqüenta. E através da segurança que começa pelo estudo alcança, sintoniza de uma melhor maneira com os mentores, como também poderá envolver os comunicantes para que se portem ordenadamente e não como muitos que chegam transformando as reuniões em perfeitas rebolias.

Neste estudo profundo que deverá o médium proceder em sua caminhada, defrontará com a necessidade de auto-conhecer-se, cumprindo-lhe ao mesmo tempo, conhecer as qualidades que deve procurar desenvolver em si e os hábitos viciosos e os obstáculos que a podem embaraçar no desempenho da sua tarefa. Pois, para uma auto-realização é necessário permanente exame de consciência, a fim de conhecer-se sempre, a todo momento, o estado da própria alma.

A mediunidade é sem dúvidas, poderoso instrumento que pode converter-se em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso, ele não é uma faculdade portadora de requisitos morais. A moralização do médium liberta-o das influências dos espíritos inferiores e perversos, que se sentem, impossibilitados de maior predomínio.

Cada dia, o medianeiro defrontará com sensações novas e viverá emoções que lhe cabem verificar, de modo que possa treinar o controle pessoal, estabelecendo uma linha dermacatória entre a sua e as personalidades que o utilizam psiquicamente, até mesmo, auxiliando-os nas comunicações.

A compreensão das Leis dos Fluidos, isto é, a identificação fluídica entre o médium e o espírito, constitui fator de altíssima importância para uma comunicação harmônica, pois que, se são contrários, se esta relação fluídica se repele, com deveras dificuldades poderá se processar a comunicação mediúnica, sobre isso também o médium deverá estar ciente.

Enfim, a educação mediúnica é para todo a existência, pois, à medida que o medianeiro se torna mais hábil e aprimorado, melhores requisitos são colocados para a realização do ministério abraçado.

Buscando novamente o grande manancial de informações que é O Livro dos Médiuns, na Parte 2º- Cap XVII, Item 221 – Formação dos Médiuns, verificamos:

“O escolho da maioria dos médiuns iniciantes é Ter relações com espíritos inferiores, e devem se considerar felizes quando não o sejam senão espíritos levianos. Toda a sua atenção deve tender a não lhes deixar tomar pé, porque uma vez ancorados não é sempre fácil desembaraçar-se deles. É um ponto tão capital, sobretudo no início, que sem as preocupações necessárias, pode-se perder o fruto das mais belas faculdades”.

O empenho do médium em se moralizar, na verdade, deverá fazer parte do processo de sua auto-educação, sintonizando profundamente com as palavras do Cristo – “Conhecereis a verdade e ela vos Libertará”.
Por isso, a meta prioritária é a criatura conhecer-se a si mesma, é preciso permanente exame de consciência, com o fim de conhecer-se sempre em todos os atos praticados por nós, deste modo nos conhecendo um pouco mais, poderemos com uma maior facilidade nos dedicarmos sem medos ao exercício. O estudo que visam a identidade dos espíritos falam bem alto no processo de educação do médium. 

O Trabalho no Bem e o Médium

Nenhuma teoria concretiza-se bem, sem o exercício, sem o trabalho, vejamos e seguindo a orientação dos espíritos que auxiliaram Kardec na Codificação, em O Livro do Espíritos, perg 625, quando se referiam ao melhor Modelo que a Terra já conheceu e a resposta foi Jesus, seguindo este grandioso modelo para todos nós, verificaremos que seus ensinamentos não ficaram sem o aval de sua exemplificação traçando assim, base para suas orientações que nos norteiam até os nossos dias.

Mente vazia, pensamentos infelizes à vista, nos é necessário o trabalho ativo e o preenchimento de nossa mente com coisas edificantes, assim, é imprescindível enriquecer nosso pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitaram direcionar a luz que é jorrada do mais alto para nós.

Em toda a parte existe a cooperação espiritual para com o mundo material. Onde há pensamento, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associações. E toda associação, como sabemos é interdependência e influenciação recíproca. Daí verificamos a necessidade de vida nobre, de trabalho ativo compreensão fraterna, serviço ao semelhante, respeito á Natureza e oração constituem alguns meios de assimilar os princípios superiores da vida, porque recebemos sempre em referencia ao que damos. E tratando de mudar o ritmo vibracional de nossos pensamentos e em seguida de nossos atos, seguramente também sintonizaremos com uma maior facilidade com os benfeitores que visam o engrandecimento humano.

Voltando a pergunta do Livro O Consolador de Emmanuel, 387 – “Qual a maior necessidade do médium? Resposta não está em sua totalidade.

A primeira necessidade do médium é evangelizar-se

Cabe-nos perguntar para nós mesmos, o que significa, o termo evangelizar-se.

O Médium e suas relações com o mundo Espiritual

Nos diz André Luiz, em seu livro Missionários da Luz, que “ é imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer a qualidade de nosso trabalho e de ajuizar nossa direção”.

A mediunidade é neutra e não basta por si só.

E é ainda André Luiz, que nos orienta com bastante clareza no seu livro Nos Domínios da Mediunidade - “Cada médium com a sua mente, cada mente com seus raios, personalizando observações e interpretações, e conforme os raios que arremessamos, erguer-se-ão o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas almas se afeiçoam”.

Essa energia viva que é o pensamento, cria em torno de nós forças sutis, criando centros magnéticos ou ondas vibratórias, com as quais emitimos nossas situações e recebemos outras. Abriremos comunicação e envolvimento com núcleos e mentes com os quais nos colocamos através de nossos pensamentos, em sintonia.

Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz, pág 129 - " A aura é, portanto a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas inteligências Superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa.

Isso porque exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo de nós mesmos, nos contatos de pensamentos a pensamentos, sem necessidade das palavras para as simpatias ou repulsões fundamentais".

Esclarece ainda, no mesmo livro - " É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que começaram todos os serviços da mediunidade na Terra, considerando-se a mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com os homens liberados do corpo físico".

Poderemos verificar acima que, refletimos o que sentimos e pensamos em nós mesmos e é essa aura que nos apresenta como verdadeiramente somos. Principalmente refortificando um ditado - a raiva é um veneno que tomamos e esperamos que outros morram, ou seja, esta mesma raiva ficará impregnada em nós transparecendo aquilo que sentimos e afetando principalmente o nosso próprio tônus vibratório.

Plasmamos em torno de nós através da força do pensamento nestas zonas vibratórias que nos constituem, nosso EU verdadeiro, e assim, somos conhecidos por todos no mundo espiritual, nos ligando ao bem ou a ignorância.

Envolvemo-nos em uma onda vibratória que modifica nosso tônus de vibração, ligando-nos imediatamente àqueles que conosco comungam os mesmos pensamentos e atos, e quando dormimos temporariamente nos distanciamos de nossa aparelhagem física, indo Ter com os mesmos com os quais nos ligamos mentalmente, ai nos vem os sonhos temerosos e “pesados”, principalmente no que concerne ao sexo, brigas, mortes, e etc. Passamos os dias direcionando energias em prazeres propriamente ditos ou intencionando fortemente tais prazeres, criando-os assim, fluidicamente manifestando nossas intenções no mundo espiritual.

Conclamamos nossos irmãos leitores que revisem o Livro A Gênese, Cap XIV – Os Fluidos – item 13 – Criação Fluídica, para numa análise mais profunda verificarem a importância de nossos pensamentos nestas criações emanadas de nós mesmos.
Lembremos sempre, praticando tanto o bem como o mal, estaremos sempre respirando na mesma faixa, intimamente associadas, mentes ligadas com o bem ou com as trevas.

O Médium e a não profissionalização de sua faculdade

Conforme já sabemos, o espiritismo não é o “dono” da mediunidade, esta é inerente ao espírito e projetada ao corpo físico, como uma faculdade orgânica. Encontra-se em quase todos os indivíduos, como um meio imensurável de progresso.

Observando algumas palavras de André Luiz, psicografadas por Chico Xavier, poderemos compreender uma poderosa observação efetuada por este nosso irmão: “Deus ajuda a criatura através das criaturas”, e completamos, desencarnadas ou encarnadas, ou seja, vamos verificar que o intercâmbio estará presente em todas as etapas da natureza e em várias e diferentes condições vibracionais.

Haja vista, entre os espíritos já desencarnados médiuns também os há, que exercem fraternalmente o labor, facultando que entidades do mais alto, das esferas mais Elevadas possam também trazer palavras de consolo, orientação para àquelas que se encontram na retaguarda da evolução, ainda que o meio mais difundido seja o intercâmbio entre encarnados com os desencarnados.

Sem dúvidas, ainda que sabendo da ferramentaria disponível em suas mãos o médium transforma a mediunidade em poderoso instrumento de lamentáveis fatores de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso. Não é uma faculdade portadora de requisitos morais, todavia a moralização do medianeiro fomenta sua liberação das influências dos espíritos inferiores e perversos, que se sentem, impossibilitados de causarem maior predomínio por faltarem os vínculos para a necessária sintonia.

A mediunidade não poderá ser utilizada como uma profissão naquele que já encontra-se revestido com ela, pois como processo de crescimento e purificação do próprio ser em caminhada estagiária no plano em que vive, deve ela sempre ser precedida do amor, da sintonia, buscando acima de tudo galgar mais profundos resultados. Vemos a medicina ser utilizada por médicos que visam simplesmente o ganho, todavia, dia chegará em que os médicos utilizaram esta faculdade para o bem maior, travando assim o aparecimento de uma medicina vibracional bem mais profunda e comprometida com a causa humana, conseguindo enfim, mais envolvida com o amor tratar do ser como um todo e não simplesmente corpo.

A mediunidade deve ser canalizada para fins nobres, evitando-se transformá-la em motivo de profissionalização ou espetáculos que buscam gerar emoções passageiras.

Independente da vontade de seu possuidor, funciona quando acionada pelos espíritos que a manipulam, sendo, portanto, credora de assistência moral.

O Livro dos Médiuns, nos orienta que mesmo que tentemos e não consigamos revelar nossa mediunidade de modo algum, devemos renunciar a ser médium. Mas esta referência se dirige a mediunidade em seu sentido restrito, ou seja, os efeitos físicos, psicografia, psicofonia.

Sabemos também que todos somos médiuns, pois todos sofremos influências dos espíritos e na seara do Cristo há muitas mediunidades, ainda que não sejam ostensivas, não são menos importantes.

Se não temos, pelo menos por enquanto, em nosso quadro de tarefas a mediunidade ostensiva, sejamos então médiuns do bem, das palavras de carinho, do consolo, da ajuda, do bom conselho, da caridade, pois mesmo ai, estaremos sendo envolvidos por aqueles do lado invisível que também trabalham para o engrandecimento da humanidade e o consolo dos corações aflitos.

Sempre há lugar para se praticar a fraternidade, humildade, caridade, comecemos por entender que o menor trabalho que nos for proporcionado é um trabalho importante na ajuda da construção de uma humanidade melhor e renovada.

Se estamos falando de trabalho de melhoramento moral, engrandecimento do espírito, este deve ser um trabalho que deverá durar realmente muitas e muitas encarnações, no reparo constante de nossos defeitos, faltas. Comparemos um profissional que investe anos e anos a fio para se formar num grande profissional e mesmo depois de 5,6,7 anos de estudo e muito trabalho em preparo à sua formatura, ele se forma. Isso não quer dizer que pára por aí, pois tudo evoluí e para ele poder acompanhar estas evoluções terá que se reciclar no estudo constante para poder estar sempre atualizado.

Imaginemos agora no que se diz respeito às Leis morais da vida, Leis de Deus, evolução do espírito, enfim, a busca da felicidade, a ajuda ao próximo, concordemos que este deve ser um trabalho-estudo sem tréguas, sem descanso, rumo a reforma íntima de cada um dos filhos de Deus. No que se diz respeito ao entendimento sobre o invisível, as leis da natureza, os acontecimentos, várias experiências reencarnatórias serão necessárias para o aprimoramento destes conhecimentos, possamos nos dedicar para o melhor aproveitamento dos desígnios de Deus.

“Um pai não abandona seu filho porque, surdo e 

cego, não pode ouvir nem ver; cerca-o, ao contrário, 
de toda a solicitude. O mesmo fazem conosco 
os bons Espíritos. Se não podem transmitir-nos 
materialmente seus pensamentos, auxiliam-nos 
por meio da inspiração”. 

Allan Kardec, no Livro dos Médiuns, capítulo XVII questão 218


Aluney Elferr Albuquerque Silva


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