dezembro 2021 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

26/12/2021

Assentamento na Umbanda

Assentamento na Umbanda


O assentamento é uma força extrema e assentada, enraizada, plantada, que ficará ali pelo tempo desejado por quem assentou, ao contrário do firmamento, que ficará ali enquanto uma vela estiver acesa, por exemplo, ao se findar essa vela o firmamento se finda.

O assentamento é uma base bem estruturada e bem sustentada para dar força aos trabalhos espirituais, normalmente o assentamento é a força de sustentação do templo de Umbanda, que auxilia no recebimento de pessoas.

Nos terreiros estruturados se faz uso normalmente de dois principais assentamentos, que são o assentamento do Gongá e o assentamento da Tronqueira.

Esses dois pontos dos terreiros são de extrema importância, pois a Tronqueira que fecha a entrada do terreiro, afastando todo e qualquer tipo de espírito sem luz que possa ter a intenção de atrapalhar os trabalhos, e o assentamento do Gongá é para que todos os filhos tenham um apoio espiritual do dirigente da casa, fazendo assim um bom trabalho junto as Entidades de Luz.

No Gongá se faz normalmente o assentamento para o Orixá de frente do seu dirigente encarnado, Pai, Mãe de Santo, responsável pela casa.

Na Tronqueira se faz os assentamentos para o Exu ou Pombo Gira do dirigente da casa, ou seja, para os Guardiões que acompanha esse Zelador.

O assentamento de um terreiro, ou casa, ou templo de Umbanda pode ser feito com elementos da natureza na força do Orixá ou da Entidade Mentora da casa, e normalmente será o mesmo que indicará quando, como e com o que deverá ser feito esse assentamento.

Devemos entender que o assentamento é a sustentação dos trabalhos de um terreiro, e não é fundamento, é sustentação ao trabalho da casa, o fundamento é a teoria da religião de Umbanda.

Quando se recebe uma ordem de montar um terreiro à primeira providência a ser tomada é assentar essa casa, ou seja, fazer o fundamento particular daquela casa, dentro das regras e leis do Orixá ou da Entidade Mentora do seu futuro Zelador.

Na maioria das vezes esses assentamentos podem ser feitos por diversos elementos da natureza, porém um dos mais utilizados é o Otá, ou seja, no idioma Nagô iorubá, significa pedra.

Devemos esclarecer que não se deve pedir a terceiros que assentem o futuro terreiro, pois o correto é que o Mentor do médium responsável diga como será feito esse assentamento.

Vejamos que se o médium tiver certa insegurança para fazer esse assentamento, certamente ele não estará preparado para dirigir uma casa de Umbanda. Seria recomendado aguardar o momento mais propicio, pois o tempo trará mais firmeza e maturidade para tal missão, e assim não trazer mazelas a terceiros, ou a si próprio.

Devemos entender também que não se deve copiar um assentamento de alguma outra casa, pois muitos Zeladores de Umbanda acreditam ter que acompanhar assentamentos mirabolantes, como por exemplo, a de uma casa de Candomblé, que nada tem a ver com os assentamentos da Umbanda, pois normalmente não tem nada de simplicidade, assim como e de praxe na Umbanda, que busca a demonstrar humildade e simplicidade extrema.

Na Umbanda se diz que ninguém assenta fora o que não está assentado dentro, essa é uma das grandes lições da Umbanda no que se refere a assentamento, ou seja, devemos antes de tudo ter amor, carinho, dedicação, caridade para com a Umbanda e a quem a procura, pois o terreiro é exteriorização do que está dentro de você, ou seja, receber pessoas, fatos, problemas alheios de assistentes, devemos recebê-los antes em nossos corações. Portanto devemos mostrar em nossos assentamentos aquilo que devemos mostrar caridosamente e humildemente a nossos assistentes, sendo assim basta um assentamento simples, feito com muito amor, sem muitos elementos naturais, mas com extrema quantidade de caridade, amor e carinho, principalmente demonstrar toda a verdade no que está destinado a ser feito, pois ali estará a sua verdade.

Faça com amor seu assentamento, caso seja necessário um dia cumprir essa missão.

Carlos de Ogum







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20/12/2021

Umbanda e Espiritismo

Umbanda e Espiritismo

Vejo com curiosidade essa eterna discussão sobre a denominação “espírita-umbandista” que algumas pessoas usam, e que causa profundo desconforto entre os umbandistas e irritação entre os espíritas.

Desconforto entre os umbandistas porque sabemos que a Umbanda tem personalidade própria e que apesar de estudarmos a doutrina de Kardec, não somos espíritas, pois espírita é quem segue esta doutrina codificada por ele. Bem, pelo menos isto é o que a grande maioria pensa, embora em julho de 1953, à página 149, o órgão oficial da Federação Espírita Brasileira, O Reformador, declarou oficial e textualmente:

“Todo aquele que crê nas manifestações do espírito é Espírita”.

E conclui:

“Pelo que estamos entendendo, os umbandistas creem nas manifestações, logo são Espíritas”.

No ano de sua morte, Allan Kardec declarou na Revue Spirite, de 1869, página 25:

“Para que alguém seja considerado espírita, basta que simpatize com os princípios da Doutrina (além da crença em Deus, nos espíritos imortais e na comunicação deles, na evolução, na lei de causa e efeito, pré-existência do espírito, pluralidade dos mundos habitados, etc) e que por ela paute a sua conduta”.

Citado por Luciano Napoleão da Costa e Silva, no livro "Nosso Amigo Chico Xavier".


A Umbanda tem sua própria doutrina que não foi codificada por encarnado nenhum, mas sim pelas entidades que militam na Seara Umbandista. Nós encarnados é que perdemos tempo discutindo fundamentos, preceitos, etc, quando deveríamos estudar melhor aqueles fundamentos e preceitos que desconhecemos.

A função da Umbanda é bem diferente da função espírita frente a Espiritualidade Maior. Entretanto elas não são conflitantes, como muitos desejam fazer o leigo crer, mas sim complementares. Essa “divisão” existe somente em nível de terra e não em nível de Astral Superior. O que existe é uma categorização que não significa superioridade e nem inferioridade, mas especialidades diferentes. Apenas isso.

Infelizmente alguns espíritas nos veem como inferiores, pois lidamos com entidades que “falam errado”, utilizamos rituais, velas, defumadores, enquanto eles (os espíritas) não utilizam nada disto e trabalham do mesmo jeito. São médiuns do mesmo jeito.

Entretanto desde que o mundo é mundo e começaram a existir as religiões, todas tem ritualística, com início, meio e fim. Somente a doutrina espírita não tem ritualística.

A grande maioria dos espíritos desencarnados que precisa de ajuda, teve algum tipo de contato, enquanto encarnados, com algum tipo de religião, consequentemente com algum tipo de ritualística, por isso muitos são encaminhados pela espiritualidade superior, para os terreiros de Umbanda, pois entenderão mais rapidamente a “linguagem” que lá é falada. Por isso os trabalhos de desobsessão na Umbanda são mais rápidos do que nos Centros Espíritas.

Mais uma diferença entre Espiritismo e Umbanda é que esta última dá oportunidade a qualquer entidade em qualquer faixa vibratória e evolutiva de trabalhar em função do Bem, indiscriminadamente e sem preconceitos.

Que o espírita tenha feito esta opção é um direito dele e não cabe a ninguém ir contra, entretanto o que ele não tem o direito é de dizer que a Umbanda é inferior ou que esteja num estágio evolutivo abaixo do Espiritismo, baseado simplesmente no fato da Umbanda se utilizar de rituais que ele está longe de entender ou não se identificar, ou ainda por a Umbanda ter em suas raízes influências africanas, ameríndias, católicas e espírita. Criticar o que não se entende ou desconhece não foi um ato do Codificador do Espiritismo, aliás o verdadeiro espírita não tem esse tipo de atitude. O verdadeiro espírita nos respeita!

Por outro lado, vemos os detratores do Espiritismo e das religiões espiritualistas colocando num mesmo saco a Umbanda, o Espiritismo e o Candomblé, e o que é pior, pessoas que denigrem o nome da Umbanda e do Candomblé.

É óbvio e compreensível que se você é espírita, portanto estudioso das coisas do espírito, médium dedicado e consciente, e totalmente avesso a rituais, ficará indignado ao ser comparado com terceiros.

Importante é entender que Umbanda e Candomblé não são sub-divisões, correntes ou linhas do Espiritismo, mas sim religiões espiritualistas, com características próprias e bem estabelecidas.

O grande problema são esses irmãos desonestos e ignorantes que se dizem espíritas, umbandistas ou candomblecistas e saem cometendo desatinos em nome de uma dessas três religiões que tem em comum apenas o fato de se comunicarem com a espiritualidade.

Que espíritas, umbandistas e candomblecistas se indignem e reajam contra os desonestos, os charlatães, mas não uns contra os outros, sem agressões mútuas, tentando agir da mesma maneira que os mentores, guias e Orixás de cada segmento fazem, esclarecendo e orientando, ou seja, fraternalmente e com respeito.

Que Eles sejam nosso exemplo!

Iassan Pery


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12/12/2021

Umbanda também é Respeito

Umbanda também é Respeito

O UMBANDISTA NÃO JULGA AS OUTRAS RELIGIÕES

A Umbanda é uma religião universalista. Isto significa que ela reconhece a parcela de verdade que há em cada um dos diferentes caminhos espirituais e não se considera melhor que as outras religiões. Não faz julgamentos negativos sobre os caminhos adotados pela fé dos outros, nem busca convencer ninguém a seguir seus rituais.

Em sua própria formação, a Umbanda recebeu a influência de diferentes religiões. Há elementos do catolicismo, do espiritismo francês, do xamanismo, do candomblé, do culto aos ancestrais dos povos bantos, do esoterismo e até mesmo das religiões árabes, entre outros. Os próprios guias, em seus atendimentos, trazem consigo os saberes das diferentes espiritualidades que vivenciaram quando encarnados.

Um mesmo espírito de luz pode trabalhar em diferentes religiões. Há relatos de guias que se apresentam na Umbanda como preto velhos e na mesa branca como doutores. O que importa para eles é ter espaço para fazer a caridade. Onde o bem é praticado, os bons espíritos fazem-se presentes para auxiliar. Até mesmo nas igrejas encontramos os Exus fazendo a proteção.

A Umbanda não conquista ninguém pelo medo, mas encanta pelo amor. Não faz promessas de salvação eterna e nem de resolver todos os problemas de uma pessoa. Antes, explica a cada um as lições que precisa passar. Todo mundo é livre para deixá-la a qualquer momento. E a vida da pessoa continuará abençoada da mesma forma, seguindo ela um caminho de luz.

A Umbanda não se apresenta como o único caminho para conhecer Deus, nem o melhor, ou o verdadeiro, ou o mais elevado. Ela é apenas mais uma entre tantas milhares de outras formas que o Pai Maior, em seu imenso amor, permitiu ser conhecido. A religião é um rótulo, que varia de acordo com a cultura de cada povo e a consciência de cada pessoa. Mas a espiritualidade é universal. Há diferentes caminhos para diferentes consciências. O mais importante é fazer o bem a si mesmo e ao próximo.

Cada um que se considera um Umbandista deve-se considerar um representante dela. Ter uma postura de respeito perante as outras religiões. Mostrar, nas palavras e na prática, que nossa religião é uma religião de amor, luz e caridade ao próximo.

Autor desconhecido






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