agosto 2023 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

27/08/2023

Influências para a Constituição da Umbanda

Influências para a Constituição da Umbanda


A Umbanda se propagou no Brasil mesclando elementos do espiritismo, do catolicismo, dos indígenas e principalmente do candomblé, que é uma religião de matriz africana. 


INFLUÊNCIA AFRICANA

A influência africana na Umbanda é fundamental, uma vez que a religião tem suas raízes nas tradições religiosas africanas trazidas pelos escravos que foram trazidos para o Brasil durante o período colonial.

A Umbanda incorpora elementos das religiões africanas, como o Candomblé, por exemplo.

A influência do candomblé na Umbanda é bastante significativa. A Umbanda é considerada uma religião sincrética, ou seja, ela incorpora elementos de várias tradições religiosas, sendo o candomblé uma delas.

Essas influências africanas são percebidas principalmente nas práticas rituais, no culto aos orixás e nos ritmos musicais e danças presentes nos terreiros de Umbanda.

Os orixás, divindades da religião africana, são cultuados na Umbanda como energias da natureza que estão ligadas a qualidades específicas. Eles são reverenciados nas giras de terreiro através dos pontos cantados e preces, as incorporações dos seus falangeiros, espíritos que representam os Orixás, são marcadas pela distribuição do axé da natureza, para o reequilíbrio energético dos encarnados.

Existem diferenças significativas nestas duas religiões, por exemplo, os Pretos Velhos, que são espíritos com roupagens ancestrais africanos muito reverenciados na Umbanda, podem ser relacionados aos voduns e aos antepassados cultuados no candomblé.

A música são os pontos cantados de cada linha ou falange espiritual da Umbanda, pode ser acompanhada ou não pelo som de atabaques, mas predomina o uso de palmas, que intensifica o alcance a nível astral. No candomblé, as músicas são na maioria em língua iorubá, na Umbanda em português.

A Umbanda é uma religião que abraça e valoriza as suas origens africanas.

No entanto, é importante destacar que a Umbanda não é simplesmente uma continuação do candomblé. Embora haja essa influência e semelhanças, a Umbanda é uma religião independente, com sua própria doutrina e filosofia. A Umbanda possui um caráter inclusivo, aberto a pessoas de diferentes origens étnicas e religiosas, o que a diferencia do candomblé, que é uma religião específica das tradições africanas.


INFLUÊNCIA INDÍGENA

A influência indígena na Umbanda varia de acordo com a região geográfica e o contexto histórico em que se desenvolve a prática religiosa. A Umbanda é uma religião afro-brasileira que mescla elementos das culturas africanas, indígenas e europeias.

Na Umbanda, a influência indígena é percebida principalmente em relação aos elementos da natureza, na relação com os espíritos da natureza e na incorporação de entidades espirituais que representam  os indígenas, que são  os Guias Caboclos, guias espirituais que oferecem orientação e cura. Eles têm uma conexão profunda com a natureza e são conhecidos por transmitir sabedoria, proteção e força.

Além disso, algumas práticas rituais na Umbanda envolvem o uso de plantas medicinais e rituais de purificação, como a utilização de banhos de ervas e defumadores, que também têm influência indígena. A relação com a natureza é fundamental na Umbanda, assim como na cosmovisão indígena, e isso se reflete nas crenças e práticas religiosas.

Em resumo, a influência indígena na Umbanda é significativa e se manifesta através da incorporação de entidades espirituais indígenas ou que os representam, do uso de elementos da natureza, da valorização da sabedoria ancestral indígena e das práticas de cura baseadas nas plantas medicinais.


INFLUÊNCIA EUROPEIA

A influência europeia na Umbanda é menos proeminente em comparação à influência africana e indígena. No entanto, é possível identificar algumas contribuições europeias na religião.

Durante o processo de colonização do Brasil, os europeus trouxeram consigo suas próprias crenças e práticas religiosas, como o catolicismo. Na Umbanda, pode-se observar elementos sincréticos do catolicismo, como a utilização de imagens de santos. Muitos terreiros de Umbanda possuem um altar com imagens de santos católicos, que são cultuados como Orixás e Guias.

Além disso, alguns aspectos das práticas rituais na Umbanda, como o uso de velas e incensos, podem ter influência das tradições europeias. O uso da água também é comum nos rituais, sendo uma prática tipicamente católica incorporada à Umbanda.

É importante ressaltar que a Umbanda é uma religião sincrética, que integra diferentes influências e tradições religiosas. Portanto, a influência europeia na Umbanda é mais sutil e variada, se mesclando com outras influências, como a africana e indígena, formando uma religião única e rica em diversidade cultural.


INFLUÊNCIA DA DOUTRINA ESPÍRITA

A influência da doutrina espírita na Umbanda é significativa e está presente na sua estrutura e filosofia. A Umbanda é considerada uma religião espiritualista, que acredita na comunicação com os espíritos e na continuidade da vida após a morte, conceitos que são centrais na doutrina espírita.

Allan Kardec, o fundador do espiritismo, é frequentemente citado e respeitado na Umbanda. Muitos umbandistas veem a Umbanda como uma manifestação religiosa que mantém conexões com o espiritismo, especialmente em relação à prática da mediunidade.

Na Umbanda, a mediunidade é considerada um dom divino, instrumento  de evolução espiritual. Os médiuns atuam como intermediários entre o mundo espiritual e o mundo terreno, recebendo mensagens, orientações e ajudando na cura espiritual. Essa prática mediúnica é ensinada na doutrina espírita, que enfatiza a mediunidade como condição de comunicação com os espíritos desencarnados.

A maior influência do espiritismo se refere ao entendimento da reforma íntima e da prática da caridade para a evolução espiritual. Bem como a crença na reencarnação e na lei do retorno, ou seja, o mal ou bem que se pratica retorna para si mesmo nesta vida ou em próximas.

No entanto, é importante ressaltar que a Umbanda é uma religião independente e possui suas próprias características e rituais, diferentes do espiritismo. Embora existam influências do espiritismo na Umbanda, cada religião tem sua própria individualidade e identidade. A Umbanda é marcada pela sua diversidade cultural e influências de outras tradições religiosas, como o candomblé africano e as religiões indígenas.

Por Mãe Ednay - Dirigente da Tulca 




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06/08/2023

A Diversidade na Umbanda

A Diversidade na Umbanda

A diversidade na Umbanda refere-se à variedade de práticas, crenças, rituais, linhas de trabalho, tradições regionais e culturais presentes dentro da religião. É importante ressaltar que a diversidade é um componente central da Umbanda, que promove a inclusão e a aceitação de diferentes perspectivas e vivências religiosas.

A diversidade na Umbanda pode ser vista, por exemplo, nas diferentes linhas de trabalho que existem, como a linha dos pretos velhos (arquétipo de sabedoria e humildade), a linha das crianças (que trabalha com espíritos infantis), entre outras; ou nos diferentes Orixás cultuados em cada Templo, em outros não cultuam Orixás, apenas os Guias ou entidades de Umbanda.

Há também variações regionais na Umbanda, com práticas e conceitos específicos de diferentes partes do país. Por exemplo, no Sudeste, a Orixá Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes, cujo dia comemorativo é 02 de fevereiro; já no Nordeste é sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, cujo dia comemorativo é 08 de dezembro. Outros vários fatores variam de acordo com a Região, como as cores atribuídas a cada Orixá e Linhas de trabalho.

Além disso, cada centro de Umbanda pode ter suas próprias peculiaridades e tradições, que são influenciadas pelas experiências individuais dos membros e pelos guias espirituais que atuam no local.

Em suma, a diversidade na Umbanda se manifesta na pluralidade de formas de praticar, cultuar e entender a religião, abraçando a riqueza das diferentes expressões espirituais e culturais dos seus praticantes.

A diversidade na Umbanda existe por várias razões.

Primeiro, a Umbanda é uma religião sincrética que se originou no Brasil, combinando elementos do catolicismo, espiritismo, candomblé e cultos indígenas. Cada um desses elementos contribui para a diversidade de práticas, rituais e crenças dentro da Umbanda.

Além disso, a Umbanda é uma religião inclusiva, que acolhe pessoas de diferentes origens étnicas, sociais e culturais. Isso resulta em uma diversidade de adeptos que trazem suas próprias perspectivas, experiências e tradições para a prática da Umbanda.

Outro fator que contribui para a diversidade na Umbanda é o fato de ser uma religião que permite a comunicação com os espíritos, o que significa que os médiuns e praticantes podem ter diferentes conexões espirituais e experiências individuais. Isso leva a uma variedade de crenças e práticas relacionadas aos espíritos e guias espirituais.

Em resumo, a diversidade na Umbanda surge da combinação de diferentes influências religiosas, da inclusão de pessoas de diferentes origens e experiências, e da comunicação individual com os espíritos. Essa diversidade enriquece a religião e permite que ela se adapte às necessidades e crenças de seus praticantes.

A diversidade na Umbanda pode trazer numerosos fatores positivos e negativos. Alguns exemplos destes são mencionados abaixo:

Fatores positivos da diversidade na Umbanda:

1. Pluralidade cultural: A diversidade na Umbanda permite a incorporação de diferentes elementos e influências de culturas africanas, indígenas e europeias. Isso enriquece a religião, promovendo uma maior compreensão e aceitação entre distintos grupos.

2. Respeito à diferença: A Umbanda promove a valorização das diferenças e a aceitação de cada indivíduo como único, independentemente de suas origens étnicas, sociais ou religiosas. Essa valorização da diversidade contribui para a formação de uma sociedade mais inclusiva e tolerante.

3. Acesso a diferentes conhecimentos espirituais: A diversidade de tradições religiosas presentes na Umbanda proporciona uma variedade de conhecimentos e práticas espirituais, permitindo que cada pessoa encontre uma conexão com o divino que mais se identifica e lhe traga benefícios.

Fatores negativos da diversidade na Umbanda:

1. Conflitos entre grupos: A diversidade também pode gerar tensões e conflitos entre diferentes grupos dentro da Umbanda, especialmente quando há divergências de crenças, práticas e rituais. Esses desentendimentos podem prejudicar a união e a harmonia entre os praticantes.

2. Preconceito e discriminação: Infelizmente, algumas pessoas podem alimentar preconceitos e discriminação contra determinadas práticas, linhas espirituais ou tradições presentes dentro da Umbanda. Esses comportamentos podem gerar exclusão e marginalização de determinados grupos, limitando a plena participação e expressão religiosa dos seus membros.

3. Dificuldade em definir uma identidade unificada: Devido à sua diversidade, a Umbanda pode enfrentar dificuldades em definir uma identidade religiosa unificada, o que pode impactar a sua representação e aceitação na sociedade em geral.

É importante lembrar que essas são apenas algumas possibilidades, e que a diversidade dentro da Umbanda pode se manifestar de diversas outras maneiras, tanto positivas quanto negativas.

É possível que a Umbanda tenha algum tipo de órgão regulador no futuro, para torná-la homogênea, assim como várias outras religiões possuem. No entanto, isso depende de vários fatores, como a vontade e o consenso dos praticantes da Umbanda, bem como questões legais e sociais. A Umbanda é uma religião que tem várias tradições e vertentes, e a diversidade é parte da sua natureza. A possibilidade de se tornar uma religião homogênea vai depender do desenvolvimento e das escolhas feitas pela comunidade umbandista ao longo do tempo.

Mãe Ednay - Dirigente da Tulca 



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