setembro 2023 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

12/09/2023

A Umbanda Através dos Tempos

A Umbanda Através dos Tempos

A Umbanda passou por várias transformações ao longo das décadas de 1900 a 2000. No início do século XX, a Umbanda ainda não era formalizada e estava em processo de consolidação como uma religião independente. Nessa época, influências do espiritismo e de religiões afro-brasileiras como o candomblé eram evidentes.

Historicamente, muitas pessoas que praticavam a Umbanda, assim como outras religiões de matriz africana, costumavam se esconder ou praticar suas crenças de forma discreta devido à perseguição e ao preconceito enfrentados em alguns momentos da história. 

Durante períodos de discriminação e intolerância religiosa, as comunidades de Umbanda frequentemente mantinham suas práticas em segredo para evitar perseguições e represálias. Felizmente, ao longo dos anos, houve avanços na proteção da liberdade religiosa e no combate ao preconceito, o que permitiu que muitas pessoas praticassem a Umbanda de forma mais aberta e sem medo.

A perseguição às religiões de matriz africana, estava enraizada em uma série de fatores históricos e culturais. Aqui estão algumas das razões principais:

1. Escravidão: Durante o período da escravidão, muitos africanos foram trazidos para as Américas, incluindo o Brasil, onde essas religiões foram preservadas e adaptadas. Os colonizadores europeus muitas vezes viam essas práticas religiosas como uma ameaça à conversão ao cristianismo e, portanto, tentaram suprimi-las.

2. Racismo e preconceito: A perseguição também estava enraizada em preconceitos raciais, pois as religiões de matriz africana eram predominantemente praticadas por pessoas negras. Isso levou a estereótipos negativos e à discriminação.

3. Sincretismo religioso: Para sobreviver à perseguição, as religiões de matriz africana muitas vezes incorporaram elementos do cristianismo, um fenômeno conhecido como sincretismo religioso. Isso permitiu que continuassem a existir, mas também as tornou menos visíveis.

4. Medo do desconhecido: A falta de compreensão e conhecimento sobre essas religiões contribuiu para a perseguição. Muitos colonizadores e autoridades locais viam as práticas e rituais como supersticiosos e "selvagens".

É importante observar que, ao longo do tempo, houve um aumento no reconhecimento e respeito pelas religiões de matriz africana, e muitos esforços foram feitos para preservar e proteger sua prática como parte importante da herança cultural.

Ações que foram tomadas para combater a perseguição religiosa:

1. **Leis Antidiscriminação**: O Brasil promulgou leis que proíbem a discriminação religiosa, tornando ilegal perseguir ou discriminar pessoas com base em sua fé.

2. **Reconhecimento Legal**: O reconhecimento oficial do Candomblé e da Umbanda como religiões legítimas contribuiu para sua proteção.

3. **Educação e Conscientização**: Foram realizados esforços para educar a sociedade sobre as religiões de matriz africana, combatendo estereótipos e preconceitos.

4. **Apoio de Organizações**: Diversas organizações, como o Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (INTECAB), têm trabalhado para proteger e promover essas religiões.

5. **Políticas Públicas**: Políticas públicas têm sido implementadas para garantir a preservação das tradições religiosas afro-brasileiras e a proteção de seus praticantes.

Embora essas medidas tenham contribuído para reduzir a perseguição às religiões de matriz africana, ainda existem desafios, e a conscientização contínua é fundamental para promover a tolerância religiosa e combater a discriminação.

A Umbanda Através dos Tempos

Na literatura umbandista há referência a Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas como fundadores da Umbanda, em 1908. Porém, outros pesquisadores atribuem a eles a anunciação da Umbanda em forma de culto sistematicamente estabelecido, o que é diferente do termo fundação.

Entre as décadas de 1920 e 1940, ocorreram o reconhecimento legal e a institucionalização da Umbanda no Brasil. Nesse período, a influência do candomblé era cada vez menor, e a Umbanda passou a buscar sua própria identidade. Havia uma miscigenação de elementos do espiritismo, do catolicismo e de religiões africanas.

A partir da década de 1950, a Umbanda começou a se organizar em diferentes linhas ou vertentes, como Umbanda branca, Umbanda esotérica, Umbanda popular, entre outras. Cada vertente possuía suas particularidades, como rituais, entidades espirituais reverenciadas e crenças específicas.

Na década de 1970, a Umbanda passou por um período de reavaliação e questionamento de suas prática, na busca de uma reformulação dos rituais e uma aproximação maior com a sociedade.

Já nas décadas de 1980, 1990 e 2000, a Umbanda passou a ser mais aceita e respeitada pela sociedade brasileira, embora ainda enfrentasse preconceito e discriminação em alguns casos. O crescimento do acesso à informação e à religião proporcionou um maior entendimento sobre a Umbanda.

Em resumo, ao longo das décadas de 1900 a 2000, a Umbanda evoluiu como uma religião independente, com uma diversidade de práticas e crenças. A influência do espiritismo, do catolicismo e das religiões afro-brasileiras foi importante para a formação e consolidação da Umbanda, que continua se adaptando e se transformando até os dias atuais.

Os rituais na Umbanda de antigamente variavam de acordo com a região e com as diferentes vertentes dentro da religião. No entanto, alguns elementos eram comuns na maioria das práticas umbandistas da época, como o uso de velas, defumadores, banhos de ervas, roupa branca, ato de tomar benção, de bater cabeça, uso de guias (colares), cânticos em português, etc.

Geralmente, os rituais eram realizados nos espaços dos terreiros. Eles envolviam uma estrutura, como um altar, onde eram colocadas imagens de entidades espirituais, santos católicos, velas, flores e outros objetos simbólicos.

A principal atividade nos rituais era através da mediunidade de incorporação de caboclos, pretos velhos, crianças, exus, entre outros, que eram cultuados e considerados Guias de Umbanda, intermediários entre o plano terrestre e o mundo espiritual. Eles realizavam aconselhamentos, curas, transmitiam mensagens através dos médiuns.

Os rituais eram acompanhados por pontos cantados com palmas, rezas, em alguns terreiros se utilizava atabaques. Além disso, as oferendas eram em forma de alimentos e bebidas como água, café, cachaça, frutas, pipoca, flores, entre outros, como forma de agradecimento, de conseguir uma graça e de estabelecer uma relação de troca e respeito.

A umbanda é, pois, uma religião que se estruturou com o tempo como forma de culto e mantém a diversidade até os dias atuais.

Não há um registro específico que possa ser considerado o "primeiro" registro de uma reunião de Umbanda, pois a religião se originou a partir da sincretização de diversas tradições espirituais africanas, indígenas e espíritas. 

A Umbanda Através dos Tempos

Acredita-se que a Umbanda era praticada desde os primórdios da humanidade, de diversas formas os guias de luz intercediam pelas pessoas, com muita frequência na residência delas, através de reuniões familiares. 

Desta forma, impossível ter um registro da primeira reunião de Umbanda. O registro do advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas em nada prova que foi a primeira reunião de Umbanda, apesar dos esforços de uma minoria para fazer acreditar. 

Então, não se sabe quando e como a religião de Umbanda foi fundada. Sabe-se que em 1908 ela foi anunciada como uma forma de culto, previamente estabelecido e seguido por algumas tendas, que também surgiram naquela época.

O que importa saber é que ao longo do tempo, a Umbanda se transformou numa religião estruturada e com muito fundamento, só que vai depender do amparo e orientações espirituais de cada Templo, isto é, quem faz a Umbanda são os espíritos compromissados com aquele terreiro e com aquela comunidade religiosa. 

A doutrina e rituais de cada casa são repassados pelos guias espirituais aos dirigentes que têm outorga espiritual para ser sacerdote e para estar a frente daquela casa. 

Acontece que muitos não têm permissão nem amparo espiritual e abrem casa apenas pelo desejo pessoal ou pela falsa ideia do animismo, ou pior, para fazer da religião meio de vida. 

Outros acreditam que a aquisição do título de sacerdote por herança familiar ou por indicação de outro sacerdote são suficientes, sem considerar a permissão espiritual. 

Talvez esse o motivo de tantos desalinhos, desencontros e confusões em torno do nome da Umbanda.

Por Mãe Ednay - Dirigente da Tulca




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Leia a mensagem do Mestre Malunguinho, proferida nesta gira do dia 09/09/23, canalizada por Mãe Ednay:


AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA

Tem um ditado popular que diz: "Aqui se faz, aqui se paga."

Não duvide: Todas as suas ações retornam para você, se não for nessa vida é em outra, isso tanto para o bem quanto para o mal. Essa é a principal causa dos sofrimentos.

Tem gente que não se conforma: "Nunca fiz nada de mal, no entanto sofro tanto..."

O mal que você cometeu pode não ser desta vida, são infinitas vidas que se tem, em cada uma delas vocês aprontam, mas também trabalham bonito, então vai depender das suas ações o sofrer ou as recompensas que se adquirem nesta vida.

Quando encarnada a pessoa não lembra do que fez em outras vidas, se lembrasse talvez não aguentasse viver, por isto é providência divina o véu do esquecimento.

Vou contar uma história de uma senhora que vivia no umbral, que é lugar de muito sofrimento no plano espiritual, uns chamam umbral, outros chamam de outros nomes.

Ela sofreu tanto que já estava perdendo as feições humanas, a aparência dela já estava "desumana", ou seja, não parecia um ser humano, nem eu tenho a permissão de dizer como era essa aparência.

Sofria muito essa senhora. Mas tinha uma pessoa na Terra que rezava muito para ela, e de tanto rezar as preces foram atendidas e a senhora foi resgatada do umbral. Eu fui um dos que ajudou nessa missão.

Foi levada para um hospital espiritual e lá ficou por muito tempo para ser tratada. Quando recuperada, foi dada a ela a dádiva da reencarnação, essa permissão para reencarnar foi uma chance para resgatar os seus débitos.

A sua vida no corpo físico também foi de muito sofrimento, e piorava porque ela reclamava muito, era inconformada. Ela sofria com dores nos ossos e músculos que a incapacitava para trabalhar e, por isto, passava por privações financeiras.

Ela tinha uma amiga que era sua vizinha, que se compadecia com o seu sofrimento. Então, pensando em como ajudar a pobre mulher, a convidou para ir a sua Igreja: "Aprenda a rezar que vai lhe ajudar!" Ela só sabia reclamar e nunca rezar, porque reclamar é mais fácil.

Ela conseguiu rezar e se sentiu tão bem que retornou todos os dias para a Igreja, e assim foi rezando e se sentindo melhor... É assim mesmo, Deus e a espiritualidade às vezes atendem as preces com rapidez, para que aquela pessoa creia e se fortifique na fé.

Séculos após o seu desencarne, ela pode entender o que se passou com ela: Em uma de suas vidas ela foi parteira, e praticava aborto para as senhoras ricas da sociedade, ela vendia esse serviço. Esse o motivo do seu sofrimento no umbral e também na Terra.

Porém, ela foi salva pela amiga vizinha. Sabem quem era essa amiga? Que por sinal era a mesma pessoa que em outra vida rezava por ela, enquanto estava no umbral?

- Essa pessoa era uma das crianças que ela não tinha deixado nascer.

Esse ser de luz a perdoou e pediu por ela. Por isto cresceu ainda mais em luz! E ajudou a sofrida mulher a encontrar a sua própria luz!

Moral da história: Não lamentem nunca os sofrimentos, porque eles têm uma razão de ser. Agradeçam e peçam para que sempre sejam dadas oportunidades para que se livrem deles e cresçam em luz, como a história que o Mestre contou!

Mestre Malunguinho - Canalizada por Mãe Ednay - Gira Pública na Tulca em 09/09/23


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