dezembro 2012 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

24/12/2012

Natal no Reino de Olorum

Natal no Reino de Olorum

A humanidade estava perdendo a fé, o amor ao próximo estava cada vez mais distante, a natureza estava em total desequilíbrio, o Divino Criador estava muito preocupado...

Decretou, então, que todos os Orixás viessem a sua presença urgente.

- "O que faremos para que a harmonia, a paz, o amor, a fé sejam novamente morada nos corações de todo mundo?"

Cada Orixá deu uma ideia magnânima, eu faço isso, eu faço aquilo, todas de impossível realização, e assim ficaram horas e horas discutindo, cada um falando que a sua ideia era melhor do que a do outro, que o seu poder era maior e assim o tempo foi passando...

De repente, a reunião foi interrompida por algazarras, gritos e risadas, acabavam de chegar várias divindades mágicas, todas regidas por algum dos Orixás presentes, os Erês.

E foram logo dando a sua ideia: 
- "Pai Olorum, que tal montarmos uma árvore de Natal? Com vários presentes, brinquedos, doces, todos ficariam muito felizes..."

Olorum pensou, pensou...
- "É, essas crianças têm muita sabedoria mesmo, vamos enfeitar o Natal da humanidade, esta é uma ótima ideia."

O alvoroço voltou a predominar, os Orixás não concordavam, e indagavam entre si.

- "Imaginem os seres humanos não sabem mais qual é o motivo da comemoração do dia 25 de dezembro, Papai Noel, então, nem se fala, árvore de Natal... todos riam muito..."

Mas Olorum não se intimidou, e logo decretou que Oxóssi fosse buscar, em suas matas, o mais lindo Pinheiro Natalino que encontrasse. Xangô muito desconfiado foi junto, usaria seus machados se fosse preciso. E assim foi feito.

Enfeitaram o pinheiro com laços, bolas coloridas, as mais lindas que já se viu. Fios de ouro, prata, diamantes... A árvore de Natal lindíssima, imensa, brilhava muito, e sua beleza ofuscava os olhares de todos mas, mesmo assim, faltava algo...

Olorum conversou novamente com todos e decretou que todos se despojassem de algo bem precioso e colocassem aos pés do gigantesco pinheiro.

Bará deixou sua chave, Ogum, sua espada, Iansã deixou a tempestade, Xangô, de pronto, deixou seus machados, Oxóssi deixou seu arco e flecha, Ossaim deixou sua cabaça que continha o segredo de todas as folhas, Xapanã seu xaxará, Oxum seu espelho, Iemanjá seu abebé, e assim foi, várias nações de Orixás conhecidos, cultuados ou não, seres mágicos da natureza, deixaram também alguns presentes.
- "Agora sim a árvore ficou bela!!!" Falaram todos em conjunto.

Olorum por sua vez olhou, olhou, e reuniu todos mais uma vez:

-"Vocês só tem isso para dar? Olhem para dentro de si mesmos, e doem o melhor de cada um, com amor, carinho... É disso que realmente a humanidade precisa!"

Os Erês logo correram e subiram na árvore, colocaram várias bolas coloridas com alegria, brincadeiras e felicidade.

O Bará também não perdeu tempo, com a sua chave foi abrindo vários caminhos e pendurou na árvore.

Ogum pegou sua espada e imediatamente cortou vários males e também pendurou na árvore.

Iansã, com seus ventos, foi logo levando toda a maldade, injustiças, inimigos, egoísmos. E seus raios iluminavam a árvore como estrelas brilhantes.

Xangô, não quis ficar para traz, e logo foi fazendo vários decretos para que a justiça prevaleça sempre.

Oxóssi trouxe muita fartura, moradias, saúde, abertura de bons negócios.

Obá, por sua vez cortou todas as maldades e maus pensamentos.

Ossaim abriu a cabaça dos poderes e as ervas medicinais espalharam-se como uma magia divina.

Xapanã deixou o poder de cura da alma e do espírito.

Oxum trouxe o amor, comunhão, a afetividade e o dom da recepção.

Iemanjá teve um pouco de trabalho, mas conseguiu trazer toda a essência de seu mar e ondas, por segundos a árvore ficou completamente iluminada e coberta de pérolas de paz e harmonia, suas águas emanavam o mais puro carinho de mãe.

Oxalá estava em missão importante, pois Olorum havia solicitado que ele fosse muito longe, lá nos fundos dos corações de toda a humanidade e procurasse a fé, que está sendo perdida.

Vencedor, Oxalá veio com os presentes mais pesados e raros para a árvore, todos os Orixás o ajudaram a carregar e energizar tudo.

Ele trouxe a fé, a religiosidade, o otimismo e a perseverança.

Olorum logo colocou a fé no pico mais alto da árvore e, então, o pai da criação lançou sobre a árvore todo o seu poder mágico, energizando e abençoando todos os seus filhos.

Agora sim, o Natal voltará a ser o mesmo, temos tudo que precisamos, se não tivermos, procure dentro do seu coração e com certeza a sua árvore de Natal brilhará como nunca e estará bem iluminada por todas as Divindades do Grande Pai Olorum.

Quando for enfeitar a sua árvore, faça como os Orixás, procure dentro de si o melhor e realmente entendam qual o sentido e o significado do dia 25 de dezembro.

Um Feliz Natal e muito Axé para todos!

Autor desconhecido




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13/12/2012

Pai Oxalá

Pai Oxalá


Dia da semana: domingo – dia do Astro Sol

Data comemorativa: 25 de dezembro

Sincretismo: Jesus Cristo

Cor: branco

Ervas: mirra, tapete de oxalá, alecrim e outras.

Frutas: pera, melão, coco verde e outras.

Flores: Lírios brancos e todas as flores brancas, exceto rosas.

Pontos de Força: Campos abertos

Elemento: ar

Pedra: quartzo transparente

Símbolo: cajado de alumínio

Saudação: Epa Babá! – Significa: Salve a honrosa presença do Pai!

Astro: Sol – Astro Rei. O Sol está ligado ao arquétipo de realeza, grandeza, luz, equilíbrio de todos os planetas e sustentação da vida.

Deuses na mitologia greco-romana: Hélio para os gregos e Apolo para os romanos.


Oxalá na Umbanda é sincretizado com Jesus Cristo, mas não é o próprio Jesus Cristo. Assemelha-se a Ele devido a força energética altamente sutil e sagrada que O caracteriza, bem como devido ao arquétipo de perfeição e de realeza que Ele representa. A diferença principal entre ambos é que Jesus é espírito altamente evoluído e Oxalá não é espírito, é uma das qualidades de Deus, assim como são todos os Orixás. O cérebro humano é treinado para entender a linguagem dos sinais e das formas, como o uso das palavras e imagens, daí pode-se entender Oxalá utilizando a imagem de Jesus que a Igreja Católica introduziu, ou a que nós mesmos possamos ter criado, o que importa é nos ligarmos a Ele através da fé. Na Umbanda ele é o segundo a ser louvado, mas que isto não seja uma regra, pois Ele é a mais perfeita representação de Deus, podendo-se louvar somente a Ele e naturalmente as emanações energéticas da prece são encaminhadas também ao Pai Olorum.

A definição de Oxalá tende ao infinito, a mente humana em terra ainda não é capaz de decodificar e compreender tão complexa grandeza. Entende-se Oxalá através das emoções e sentimentos, não somente através da fé, mas principalmente através das boas ações e do cultivo das virtudes ensinadas no Evangelho de Jesus.

Oxalá está presente em tudo e em todos, enquanto Deus, que na Umbanda denomina-se Zambi, Tupã ou Olorum, é "a causa primeira de todas as coisas", Oxalá é a fonte energética que direciona todas as coisas e para onde tudo na natureza se converge.

Assim, Oxalá não é apenas Orixá, não é espírito e não é somente energia, é o todo em todas as coisas, é a representação máxima de Deus.

Oxalá também é conhecido como o Pai da Umbanda, Pai de todos nós, é o modelo de todos os Guias e trabalhadores. Está presente na vibração de todos os Orixás, assim como a sua cor branca reflete todas as cores desses Orixás. Por isto a importância do branco na vestimenta dos umbandistas e basicamente em toda representação do Terreiro, e também para fazer lembrar que a paz, a concórdia e o amor devem prevalecer sempre no ideal da Umbanda.

Antes de pedir as bênçãos de Oxalá, deve-se antes, agradecer. Agradecer pela vida, pela oportunidade de crescimento espiritual que Ele nos concede a cada dia no convívio com o nosso próximo, a fim de vivenciar o sentimento de fraternidade e praticar a caridade pura e verdadeira, aquela que não precisa de espelho nem de palco. Agradecer a companhia amorosa dos nossos Orixás e Guias, que muitas vezes não percebemos devido às nossas faltas mescladas de egoísmo, orgulho e pouca fé. Agradecer a saúde do corpo e principalmente da mente, que nos compele a discernir entre o bem e o mal e a fazer bom uso do nosso livre arbítrio. Agradecer pela natureza que nos cerca, que por mais cinzento que esteja o dia, sempre temos a certeza de que a nuvem é passageira e que o sol voltará a brilhar dando luz às cores e forma a vida. Diante de Pai Oxalá, agradeçamos o momento do aprendizado constante do Seu amor entre nós.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo



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08/12/2012

Dia 08 de dezembro - Salve Iemanjá



Odoiá!



Iemanjá na Umbanda




Oração à Iemanjá:

"Mãe Iemanjá, derramai vossos poderosos fluídos sobre todos nós. Que vossa misericórdia continue a se estender sobre todos os reinos. Que os fracos sejam protegidos pelos vossos braços e que os humildes sejam enaltecidos pelo ruído do mar. Que os orgulhosos percam a arrogância e sintam como é bom ser bom, porque a maldade só nos torna pequenos perante o vosso reino, Senhora. Que os doentes recebam de vós, minha Santa Rainha, a cura para todos os males, através das emanações e de vossas vibrações e que nós sejamos purificados em vossas sagradas águas. Que a força do vosso reino seja para nós um escudo contra as más influências dos seres inferiores, pois ainda somos crianças no reino em que vivemos e mal o conhecemos. Que o vosso sagrado manto agasalhe todos os necessitados e traga o vosso calor de Santa Mãe, que vós sois. Senhora, tende piedade de tantos que, como eu, vos invocamos neste momento sublime. Atendei-nos em nossos pedidos, Mamãe, e para tanto deixamos nossas suplicas na sétima onda do vosso mar." 
Assim seja.



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06/12/2012

Marinheiros na Umbanda

Marinheiros na Umbanda
A linha auxiliar dos Marinheiros na Umbanda é composta por espíritos que trabalham pela caridade, que podem ter sido marinheiros ou não em outras encarnações. É o arquétipo do homem corajoso e destemido, que não se intimida com as tempestades sobre o seu campo de ação, que sabe utilizar de estratégias para controlar os maus tempos.

A Linha dos Marinheiros é regida pela Orixá Iemanjá, Rainha do Mar, que direciona, sustenta e ampara os espíritos que trabalham sob a irradiação da maior potência energética do planeta, considerando que este é composto mais de água do que de terra.

Esta Linha é também conhecida como "Povo da Água" porque pode ser regida também pelas Orixás Oxum e Nanã em menor proporção do que Iemanjá. Dependerá da necessidade do trabalho dos Marinheiros diante destas três forças.

A incorporação dos Marinheiros em seus médiuns imita o vai e vem das ondas, dando a impressão de estarem embriagados, mas é uma das formas de manipularem energia para o trabalho. São alegres, simpáticos, extrovertidos e brincalhões. Eles têm estas características descontraídas e devem ser respeitados como qualquer outra entidade, pois eles são trabalhadores de Aruanda que nos trazem grandes contribuições e auxílio para diversas necessidades, principalmente o que envolve o emocional.

Colaboram ativamente para os trabalhos de descarrego de energias densas e auxiliam no equilíbrio das emoções dos médiuns. Auxiliam aos que se encontram perdidos diante do desconhecido e precisam de um "porto seguro".

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo




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