2013 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

13/12/2013

Salve o Dia 13 de Dezembro - Salve a Marujada!


Marinheiros

Entidades que trabalham na linha das águas, os marinheiros chegam aos terreiros cambaleando como quem não se acostuma à terra firme. Aos poucos eles desembarcam de seus navios da calunga grande com suas gargalhadas, abraços e apertos de mão.

As giras de Marinheiros são bem alegres e descontraídas. Eles são espíritos alegres e cordiais que gostam de imitar os marujos nos tombadilhos dos navios em dias de tempestade. Na verdade, são seus magnetismos aquáticos que lhes dão a impressão de que o solo está se movendo sob seus pés, o que os obriga a se locomoverem para a frente e para trás. Com palavras macias e diretas eles vão bem fundo na alma dos consulentes e em seus problemas, são sinceros e ligeiramente românticos, sentimentais e amigos. São verdadeiros curadores de alma e até das doenças físicas, afinal, devido às suas experiências em alto mar possuem muito conhecimento sobre a medicina popular.

Trazem uma mensagem de esperança e muita força, nos dizendo que se pode lutar e desbravar o desconhecido, seja do nosso interior ou do mundo que nos rodeia, se tivermos fé e confiança. Não vêm trazendo o peixe, mas ensinando seus filhos a pescar.

Fonte: Águas de Oxum



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12/12/2013

Festa de Ibejada


-Uau...que lindo! Veja quanto balão colorido...E quantos amiguinhos tem aqui!!!

Os olhos da menina brilhavam ao entrar naquele ambiente onde fora conduzida durante o coma, por seu amigo protetor. Enquanto seu corpo inerte sobre o leito hospitalar, acoplado a vários aparelhos, mantinha uma vida quase artificial, em corpo espiritual foi retirada daquele ambiente triste, para que pudesse receber auxílio junto a um terreiro de Umbanda onde se realizava uma festa de Ibejada.

-Tio, quero aquele balão...me dá um pirulito? Posso tomar guaraná?

Milena, ali naquele local não aparentava mais a menina depressiva e triste que há vários dias adoecera e simplesmente desistiu de querer viver, por isso entrou em inanição, chegando ao coma. Cansada de maus tratos pela mãe adotiva e sem ter a quem se socorrer, resolveu que queria morrer quando ainda não tinha 6 anos de idade.

Agora Milena, entre as crianças encarnadas que se aglomeravam em meio aos Ibejis e todos aqueles doces e refrigerantes, sorria feliz. Estando em corpo espiritual, não podia ser vista pelos encarnados, porém ela percebia nitidamente, não só os médiuns que recebiam os espíritos chamados de Ibejis, como também os próprios espíritos acoplados a estes. Depois do primeiro instante de fascinação, a menina passou a observar cada um daqueles "amiguinhos" que se diferenciavam pela luz e beleza.

-Que menina linda vem nos visitar – falava Mariazinha, receptiva e sorridente.

-Oi, quem é você?

-Me chamo Mariazinha e gostaria de te ajudar. Me contaram que anda tristinha...querendo morrer.

-É...foi o tio que te contou?

-Também...

-Ah, amiguinha...agora eu não estou mais triste pois o tio me trouxe aqui onde tem muitas crianças, doces e todos esses balões...tem até bolo de aniversário. Eu nunca ganhei um, sabia?

Hum, então vou te servir um pedação deste bolo gostoso que tem o poder de devolver a alegria e o doce a todos os corações tristes e amargurados.

Milena agora se deliciava com o bolo ( cópia energética do existente no plano material) o que a levou a adormecer em corpo astral e, ali mesmo, no ambiente espiritual do terreiro, em departamento específico para estes tratamentos, foi levada a relembrar através de seu mental de vida pretérita onde plantou essa colheita dolorosa, bem como de seu comprometimento antes da atual reencarnação. Isso era possibilitado pelo fato de estar ali, naquele corpinho infantil, um velho espírito endividado com as Leis. Antiga freira, responsável por orfanato que acolhia órfãos, usou de sua autoridade e amargura para maltratar e por vezes escravizar as pobres crianças que eram a ela destinadas pela igreja.

De maneira amorosa, aquele espírito que se fazia também infantil durante a Ibejada, juntamente com o "tio"- protetor de Milena – agora a faziam relembrar bem como imantavam a nível cerebral essa lembrança que serviria para que, quando acordasse no corpo físico e pela necessidade de ressarcir as dívidas contraídas, sentisse mais alegria e vontade de viver, prosseguindo sua jornada encarnatória tão necessária para reajuste daquele espírito.

Enquanto a festa no terreiro prosseguia alegre, com os Ibejis curando e brincando com a meninada, Milena foi levada de volta ao seu corpo físico. Muitas coisas agora se diferenciavam a nível mental, emocional e energético que seriam repassadas ao seu corpo físico bastante debilitado. No dia seguinte, ao amanhecer as enfermeiras constataram que Milena recuperava seus sinais vitais, não necessitando mais ficar ligada aos aparelhos, para em breve já voltar a se alimentar e sorrir.

Sua saída do hospital era aguardada por uma "tia" do Conselho Tutelar que a levaria até um abrigo infantil. Sua mãe perdera a guarda da menina. De agora em diante, sua rotina seria assim, alternando-se entre algumas tentativas de adoção e sua volta aos abrigos, até que na adolescência um casal estrangeiro lhe possibilitaria a chance de ter um lar e se profissionalizar.

A Linha das Crianças que atua na Umbanda, denominada de Ibejada , Yori ou Cosme e Damião é trazida ao plano terreno através da irradiação dos médiuns, pelos protetores que em forma plasmada de crianças e agindo como tal, se apresentam no terreiro brincando e distribuindo alegria aos consulentes. Espíritos portadores de grande sabedoria e elevação, através das brincadeiras infantis, possibilitam dessa maneira, que as pessoas afrouxem seu emocional, liberando para que eles atuam a nível energético. Oferecem doces que contém já a energia necessária e que vai agir, de certa forma, como um remédio.

Relembrando as palavras de Jesus: - Deixai vir a mim as criancinhas, pois delas é o reino dos céus – que nada mais significava do que a pureza de que se revestem ainda as crianças, tão necessária ao nosso aprendizado adulto. A sua facilidade natural em esquecer ofensas como também em manifestar suas emoções, sem máscaras.

Nas festas ou giras de Ibejada, além dos consulentes encarnados, a espiritualidade aproveita para trazer muitos outros em desdobramento do sono ou que se encontram em coma, para receber o auxílio a nível energético. Além ainda, do grande número de espíritos desencarnados e que se acham ainda adoentados, principalmente a nível emocional.

Portanto a festa é total e completa. Uma festa de alegria, de cura, de transformação. E assim, através de Mariazinhas, Joãozinhos, Cosmes e Douns, no meio de balas de côco e brincadeiras, nossos sábios protetores e guias nos permitem a ajuda evolutiva de que tanto carecemos.

Salve a Ibejada!

Contada por Vovó Benta.
Leni W.S - 2008
www.tuva.com.br






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10/12/2013

A Prática Umbandista

A prática umbandista


Nessa caminhada evolutiva, estamos em constante intercâmbio com o plano espiritual, de onde recebemos influências de entidades amigas que nos auxiliam, ou de desafetos que procuram nos prejudicar.

Todos os seres encarnados no planeta são suscetíveis a essas influências e a maioria das religiões tem conhecimento disso, tanto que sempre se acreditou em anjos da guarda, em gênios do bem e do mal, demônios e outras crenças similares.

Algumas pessoas, contudo, possuem uma maior capacidade de estabelecer contato com os irmãos desencarnados, através da faculdade mediúnica, que pode se manifestar através da visão, da audição, da intuição, ou da psicofonia, vulgarmente conhecida como incorporação.

Na Umbanda, trabalhadores espirituais organizados em legiões distintas utilizam-se da faculdade mediúnica para comunicarem-se diretamente com os irmãos encarnados, trazendo aconselhamento, afastando espíritos menos esclarecidos voltados para o mal, aplicando passes energéticos, fazendo limpeza fluídica e produzindo cura de males físicos e espirituais.

Nesse trabalho, servem-se de uma simbologia que permite serem compreendidos e aceitos por quaisquer pessoas, independente de classe social, ou de nível sócio-cultural. Apresentando-se em roupagens simbólicas distribuem alento, consolo, esperança e paz a todos os que procuram os terreiros de Umbanda em busca de auxílio.

Com gestos característicos e um linguajar despojado, muitas vezes marcado pelo sotaque do caboclo ou do escravo, semeiam a caridade material e espiritual, sem nada pedir em troca, além da fé, da sinceridade de propósitos e da reforma íntima dos consulentes.

Essa é a prática da verdadeira Umbanda.

É preciso que se acentue sempre: 

Na Umbanda não se faz despachos, nem trabalhos para produzir o mal a quem quer que seja; na Umbanda não se faz amarrações para o amor, procurando aproximar pessoas artificialmente, nem trabalhos para destruir casamentos, ou relacionamentos de qualquer tipo; na Umbanda não se manipula energias para trazer riqueza súbita a ninguém. Quem quer que assim proceda, está acumulando débitos para si e para os outros e, se assim procede usando o nome de umbandista, ou está equivocado, ou está mentindo.

Umbanda é luz, Umbanda é paz, Umbanda é amor, Umbanda é harmonia com Deus, com o semelhante, com a natureza e com o universo. Qualquer coisa que fuja disso, pode até usar o nome, mas, com absoluta certeza, NÃO É UMBANDA.

Autor desconhecido




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08/12/2013

Poema à Mãe Iemanjá

Oração à Mãe Iemanjá

O teu mar, fonte de poesias e de encanto, enaltece o espírito de quem sabe ouvir o cantarolar das suas ondas...

Grande provedor de alimentos que nosso Pai Maior nos presenteou...

Acolhe a todos nós como um grande útero universal, querida Mãe de todos nós...

Aquela que alimenta, que ampara, que cuida, que ensina, que afaga...

E que, com a paciência de mãe, espera pelo crescimento espiritual de cada um...

Ajuda-me oh mãezinha, a compreender o fundamento maior do meu lugar no mundo, para que eu possa vencer as intempéries no caminho...

Para que eu possa continuar rumo ao Pai, apesar das pedras que me jogam a fim de que eu estacione...

Para que eu possa compreender e me fazer compreender pelos loucos e desvairados...

Mas acima de tudo, ajuda-me a vencer os meus próprios desafios...

De ser um ser humano melhor a cada dia e apesar de tudo...

Ensina-me que se é mais feliz ao agradecer do que pedir...

E neste momento de prece, entendo a grandiosa oportunidade de estar no mundo para progredir, que as alegrias são maiores do que as dores, pois se assim não fosse, tudo se perderia...

Agradeço a vida e tudo e todos que a torna mais feliz! A família, os amigos, a natureza, os Orixás, a espiritualidade que nos ampara em todas as horas e o amor de Deus!

Que o teu reino sagrado, fonte de luz e amor, resplandeça sempre nos corações de quem tem fé e esperança...

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo





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05/12/2013

Para o Médium Refletir


Tenho muito dó de quem pensa que a Umbanda é um mar de rosas e que todos nossos problemas serão resolvidos a partir do momento em que colocarmos a roupa branca. Muito pelo contrário, a Umbanda, quando aceita de coração e incorporada à nossa vida, nos leva a ficar cara a cara com nossas deficiências e falhas, escancarando nossos sentimentos e apurando nossas verdades. Um verdadeiro vendaval de mudanças internas nos arrasta e transforma nosso intimo preparando-o para o bom exercício religioso tornando-nos pessoas melhores e mais centradas.

Deixa-nos mais fortes e tolerantes, mais sensíveis e piedosos, mas os problemas acumulados em nossa existência somente serão resolvidos com firmeza, determinação e o uso sapiente do livre arbítrio, inerente a todos os seres humanos, nunca pelos meandros ou facilidades de nossa religião, por mais que isso seja apregoado por uma imensa turba de aproveitadores da boa fé alheia.

O mau uso dos mistérios astrais, a exigência demasiada com nossos orixás e entidades, a falta de humildade, ou pior ainda, a falsa humildade, colocarão o médium em seu devido lugar, o ostracismo mediúnico.

A Umbanda não foi criada para satisfazer desejos pecaminosos e sonhos grandiloquentes nem para destruir nossos inimigos com trabalhos mirabolantes à base de velas pretas, farofa, ou sei-lá-mais-o-quê, tão propagados em sites, blogs ou mesmo terreiros “especializados” nas mazelas caprichosas de maus seguidores.

O bom trabalhador umbandista deve, acima de tudo, manter a atitude de fé, compaixão, respeito e caridade proposta pela lei de Oxalá, nunca fazer julgamentos apressados muito menos pedir o que não poderá ser dado. Esse conjunto de atitudes aplicado em sua vida religiosa fará com que o grande médium desabroche em plenitude e você descobrirá encantado, que esse grande médium, até então escondido, é você!

Autor desconhecido





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29/11/2013

Não Confunda o Médium com a Entidade

Não confunda o médium com a entidade


É muito comum ver esse tipo de confusão sendo feita pelos consulentes, pessoas que vão ali no terreiro para conversar com as entidades, pedir conselhos ou apenas ouvir uma palavra de conforto pois, várias vezes, elas fixam em suas cabeças a imagem do médium (que está com o corpo ali presente) proferindo aquelas palavras de conforto ou dando sábios conselhos sem sequer notar que quem na verdade está falando (ou deveria estar) é a entidade que está (ou deveria estar) ali trabalhando.

Há casos em que o consulente que esteve presente em alguma sessão no terreiro encontra um médium no meio da rua e resolve, sabe-se lá por qual motivo, pedir-lhe conselhos ali mesmo ou até mesmo contar uma longa história de sua vida, achando que ali, no meio da rua, o médium vai poder lhe ajudar da mesma forma que o ajudou quando estava em transe mediúnico no terreiro.

É de fundamental importância que se tenha consciência que quando você vai a algum terreiro e conversa com uma entidade o médium está ali apenas como um canal de comunicação e não é ele (ou não deveria ser) que está proferindo aquelas palavras e, por mais que você se apegue à imagem do médium, você não estava conversando realmente com ele. Portanto, se você quer algum conselho, espere até a próxima sessão e vá até o terreiro para conversar com alguma das entidades, não ache que o médium está sempre com pensamentos positivos o suficiente para lhe dar um bom conselho. Médiuns são pessoas comuns e, como tal, tem sua vida e seus próprios problemas. Lá no terreiro é outra história, ele está ali disposto a deixar seus problemas de lado e permitir que as entidades venham para, quem sabe, resolver os problemas de outras pessoas.

Como diz o sábio ditado, “quando um não quer, dois não brigam” e isso é válido também para os médiuns que são abordados por pessoas no meio da rua que pedem insistentemente por algum conselho ou, com a desculpa de “apenas conversar”, tentam conseguir uma consulta fora de hora, em local inapropriado ou até mesmo com assuntos completamente alheios ao conhecimento do médium. O pior é que em alguns casos, o médium tentando dar uma de bom samaritano, acaba caindo na conversa e começa a dar conselhos e pitacos na vida de uma pessoa e esquece daquele outro velho ditado que diz que “se conselho fosse bom, não se dava, vendia”.

O perigo de sair dando conselho à revelia é que, vai que o conselho que você deu ali na maior das boas intenções acabou por desencadear uma série de acontecimentos que fugiram completamente ao controle tanto do seu “novo amigo” quanto ao seu próprio controle, se é que alguém alguma vez teve qualquer tipo de controle sobre os acontecimentos. Quando acontece algo deste tipo, você acaba manchando o seu nome, o nome do seu terreiro (claro, porque quando acontece algo de ruim a culpa é do terreiro que não presta, mesmo que o conselho não tenha saído diretamente lá de dentro) e, é aí que vem a pior parte, acaba manchando também o nome da entidade pois quando o fulano foi no terreiro, foi aconselhado por determinada entidade e, quando te encontrou no meio da rua e veio lhe pedir conselhos, na verdade estava querendo ouvir um conselho da entidade e vai, sem sombra de dúvidas, achar que é a entidade que a está aconselhando novamente.

Outro grande perigo para os médiuns é quando, em sua cabeça, ele começa a se confundir com a entidade que está ali trabalhando e começa a achar que ele deve interferir no que está sendo dito. Se você é um médium consciente (e imagino que muitos sejam) concentre-se ao máximo possível para que você nunca interfira no que a entidade está falando e se você sentir que algo não está certo ou que a entidade “se afastou” muito de você, é melhor parar a consulta e falar que a entidade foi embora, mesmo que seja no meio de uma conversa, vai ser muito melhor para você e para a pessoa que está ali se consultando. Volte a se concentrar, peça auxílio para o dirigente da casa ou algum outro médium com mais experiência para que a entidade volte e possa continuar a conversa com o consulente ou apenas para que ela (a entidade) fique ali energizando o seu corpo para que haja novamente o equilíbrio. Nunca tente continuar a conversa caso você sinta que a entidade não está mais ali ou “se afastou” muito.

Há também os que acabam desenvolvendo amizade ou contato mais próximo com algum consulente. Não é nenhum crime ter amizade por alguém, acontece que é muito importante, desde o início, que fique bem claro que uma coisa é a entidade dentro do terreiro, outra coisa é o médium, a pessoa que serve de canal para a entidade.

Jornal Nacional da Umbanda





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28/11/2013

Alecrim


Alecrim


Nome Científico: Rosmarinus officinalis
Nomes Populares: Alecrim, Alecrim-da-horta, Alecrim-de-cheiro, Alecrim-de-jardim, Alecrim-rosmarinho, Alecrim-rosmarino, Alecrinzeiro, Erva-da-graça, Libanotis, Rosmarino
Família: Lamiaceae
Categoria: Arbustos, Ervas Condimentares, Medicinal,Plantas Hortícolas
Clima: Continental, Mediterrâneo, Oceânico, Subtropical,Tropical
Origem: Europa
Altura: 0.6 a 0.9 metros, 0.9 a 1.2 metros
Luminosidade: Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene

O alecrim é uma espécie arbustiva, muito ramificada, que pode alcançar 1,5 metros de altura. Seu nome científico Rosmarinus significa em latim “orvalho que vem do mar”, essa denominação foi dada pelos romanos devido ao aroma da planta, que vegetava espontaneamente em regiões litorâneas.

As hastes do alecrim são lenhosas e as folhas são filiformes, pequenas e sempre verdes na parte superior e esbranquiçadas no verso, com pêlos finos e curtos. As flores são axilares e podem ser azuis, brancas, roxas ou róseas. Floresce durante o ano todo. São muitas as variedades de alecrim, com porte maiores ou menores e cores diferentes de folhas e flores. Toda a planta desprende um odor que se assemelha muito ao do incenso.

O alecrim é indispensável nos jardins mediterrâneos. E podemos plantar variedades arbustivas que servem inclusive para topiaria ou variedades com porte herbáceo, para canteiros e bordaduras. É uma planta extremamente útil, pois têm vocação medicinal, religiosa e culinária. Pode ser acrescentado fresco ou seco à pratos de frango, porco, cordeiro, cabrito, vitela e caça, além de aromatizar óleos, sopas, sucos, etc.

Para que serve o Alecrim

O alecrim serve para o tratamento de depressão leve, fadiga, dor de cabeça, enxaqueca, má digestão, gases, tosse, sinusite, bronquite, problemas de concentração, fortalece a memória, gastrite e úlcera estomacal, artrite, artrose, reumatismo, cistite, menstruação irregular, cólica menstrual, tensão pré-mentrual (TPM).

Propriedades do alecrim

O alecrim possui propriedades fortificante; estimulante, anti-inflamatória; antiviral; antibacteriana, anti-reumática, diurética, aromática, antioxidante, digestiva e pode ser usado como remédio caseiro para tratamento de má digestão e reumatismo. Com o alecrim pode-se preparar um ótimo suco de ervas para cólicas menstruais.

Modo de uso do alecrim

As partes usadas do alecrim são: As folhas e flores.

Chá de alecrim: Utilizar uma colher (de chá ) de folhas verdes ou secas de alecrim para cada 250 ml de água fervente. Juntar os ingredientes numa panela e deixar descansar por 10 minutos. Em seguida coar e beber ainda morno. O chá de alecrim deve ser tomado 2 a 4 vezes.

Inalação com alecrim: Utilizar 2 colheres (de sopa) de folhas e flores secas de alecrim para 500 ml de água fervente. Juntar os ingredientes e deixar descansar por 10 minutos com a panela tampada. Em seguida colocar a panela sobre um lugar seguro, uma toalha sobre a cabeça e inspirar o vapor pelo nariz e soltar pela boca. É importante fazer a inalação com alecrim e evitar o contato com corrente de ar fria para tratamento de bronquite e sinusite.​

Como tempero: Acrescentar as folhas ou um ramo de alecrim no preparo de carnes ou batatas assadas, por exemplo.

Efeito colateral do alecrim

O uso de doses elevadas de alecrim pode causar irritação gastrointestinal e dor nos rins.

Contraindicações do alecrim

O alecrim é contraindicado em caso de gravidez, problemas da próstata e gastroenterite. Deve ser evitado à noite por prejudicar o sono.

Suas folhas finas e seus ramos também são usados para obtenção de um óleo essencial usado na fabricação de produtos de higiene e beleza. Também é cultivado como planta ornamental, tendo cultivares de flores que são brancas ou de algumas tonalidades de rosa, azul ou violeta.

O alecrim é um arbusto lenhoso que, dependendo do cultivar, pode crescer até 1,5 m ou mais de altura - imagem original: Natalie Maynor


Clima
O alecrim prefere clima subtropical, mas pode ser cultivado em várias condições de clima e temperatura. A planta pode ou não suportar invernos frios, dependendo do cultivar e do desenvolvimento da planta (plantas maiores são geralmente mais resistentes do que plantas pequenas e jovens).

Luminosidade
O alecrim deve receber luz solar direta ao menos por algumas horas diariamente.

Solo
O solo deve ser bem drenado e leve. A planta cresce melhor em solos calcários de pH neutro ou pH levemente alcalino (pH 7 a 7,8), mas é tolerante quanto ao pH e o tipo de solo. O alecrim tem mais aroma e sabor quando cultivado em solos pobres em nutrientes, e que não retêm muito a água.

Irrigação
Irrigue com frequência para que o solo seja mantido levemente úmido enquanto as plantas são jovens. Quando as plantas estiverem bem desenvolvidas, a irrigação deve ser esparsa, permitindo que o solo seque levemente entre as irrigações. O alecrim é bastante resistente a períodos de seca.

Alecrim recém-germinado - imagem original: missellyrh 


Plantio
O alecrim pode ser cultivado a partir de sementes ou por estaquia. As sementes podem ser plantadas em sementeiras, pequenos vasos e outros contêineres. A germinação das sementes pode ser demorada e as plantas podem levar até três anos para se tornarem completamente desenvolvidas. As mudas de alecrim são transplantadas quando têm de 15 a 20 cm de altura.

O plantio por estaquia é feito cortando ramos com cerca de 15 cm de comprimento. Plante os ramos em vasos ou outros recipientes, deixados em local bem iluminado, mas sem luz solar direta. O solo deve ser mantido bem úmido até o enraizamento, que leva de três a quatro semanas. Após o enraizamento as mudas devem receber luz solar direta. As mudas são transplantadas para o local definitivo cerca de um ano depois em regiões onde o inverno é frio, mas podem ser transplantadas cerca de 1 ou dois meses após o enraizamento das mudas em regiões onde o inverno é ameno. As plantas jovens não devem ficar expostas a temperaturas muito baixas em seu primeiro ano de vida.

O espaçamento entre as plantas pode ser geralmente de 80 cm, mas pode variar com o cultivar e as condições de cultivo.

O alecrim pode ser cultivado em jardineiras e vasos de tamanho médio ou grande, mas geralmente não se desenvolve tanto quanto os cultivados no solo.


Tratos culturais
Retire plantas invasoras que estejam concorrendo por nutrientes e recursos.


O alecrim pode ser cultivado em vasos - imagem original:Maja Dumat 


Colheita

A colheita do alecrim para uso doméstico pode começar a partir de 90 dias após o plantio. Contudo, o ideal é que a colheita ocorra apenas a partir do segundo ou terceiro ano de cultivo, retirando-se no máximo metade dos ramos para não prejudicar muito as plantas.

O alecrim é uma planta perene e pode produzir bem por mais de dez anos.

História : Os gregos a denominavam "flor por excelência", e dela se serviam para entretecer suas coroas, com as quais cobriam a cabeça por ocasião de certas festas.

Em alguns lugares costuma-se misturar o alecrim com galhos de buxo na cerimónia do benzimento das palmas no Domingo de Ramos.

Em Roma figurava, juntamente com o cipreste, no culto aos mortos. É uma planta que desde tempos imemoriais tem sido objeto de muitas lendas. O verdor de suas fiastes com muitas folhas era considerado como um símbolo de imortalidade.

No norte da França dizem que existe o costume de se colocar um ramo de alecrim nas mãos do defunto e depois plantá-lo sobre o seu túmulo.

Muita gente ainda se recorda da canção infantil que dizia: "Eu desci ao jardim para colher alecrim."

O alecrim é uma especiaria amplamente utilizada; A tradição dita que o alecrim apenas crescerá em jardins aonde a mulher é a "chefe da casa." A planta foi usada na medicina tradicional por suas propriedades adstringentes, tónicas, carminativas, antiespas-módicas, emenagogas e diaforéticas. Os extratos e o óleo volátil foram usados para promover o fluxo menstrual, e como abortivos.

As propriedades do alecrim são conhecidas desde a mais remota antiguidade. Hipócrates já a recomendava assim como Dioscóride e os médicos árabes. Sua voga foi extraordinária na Idade Média e Renascença. O alcoolato de alecrim tornou-se famoso com o nome de "água da rainha da Hungria" e fez furor na corte de Luís XIV. Era o medicamento preferido de Madame de Sevigné. O remédio teria sido inventado pela rainha Elizabeth (filha de Wladislas Lokietak, rei da Polónia), que nasceu em 1306 e desposou em 1320 Charles-Robert d'Anjou, rei da Hungria, morto em 1381. Esta água curava a gota e a paralisia.

Alecrim na mitologia e religião

Para os gregos e romanos, era uma planta sagrada: presente dos deuses. Segundo a lenda, foi colocada ao redor de Afrodite/Vênus quando ela emergiu do mar em sua concha. Os gregos, utilizavam o chá e um pequeno ramo entre os cabelos para melhorar a memória e ampliar a capacidade de estudo.

Pelas suas propriedades em relação a recordação, foi amplamente utilizada em matrimonios e funerais. Simbolizava a fidelidade pela lembrança dos votos feitos no dia do casamento. Nos enterros era plantado em cima da sepultura ou queimado junto com o corpo do falecido. Também acreditavam que o cheio forte do alecrim espantava as doenças.

Existe um mito que diz: quando fugiu para o Egito, Nossa Senhora, mãe de Jesus teria sentado na sombra de um pé de alecrim para amamentar, pendurando seu manto no arbusto. Quando ela o retirou, as flores não estavam mais brancas, mas tinham adquirido o azul de sua vestes.

O uso de alecrim como incenso, se perde na história. Atualmente, óleo de alecrim é usado Igreja Ortodoxa Grega para unção dos fiéis.

Uso medicinal do Alecrim

Os usos medicinais são muitos e conhecidos desde tempos imemoráveis. Egípcios, árabes, gregos e romanos conheciam bem as propriedades da planta. Hipócrates, pai da medicina, receitava para os males do fígado. Poderoso antisséptico, é um dos principais ingredientes do vinagre dos quatro ladrões.

Devolve as energias para pessoas cansadas e desanimadas, atuando como tônico: físico, mental e cardiaco (ajuda na circulação sanguínea). É ótimo para dores, pois tem efeito analgésico, antiinflamatório e anti-reumático. Atua muito bem em caso de tendinites, dores e cãibras. É um excelente anti-depressivo.

Ajuda a combater os gases intestinais, colesterol e azia, é digestivo, antioxidante, antidiabético e depurativo, atua limpando o fígado, a vesícula e os rins. Para as mulheres, ajuda a fazer a menstruação descer, limpando o útero, logo, não é recomendado para grávidas. É antiasmático, adstringente e antigripal.

O pó das folhas ou o óleo essencial, é um poderoso antisséptico e cicatrizante, para ser usado em feridas, cortes ou queimaduras, especialmente para diabéticos.

Formas de uso: chás, pó, tintura e unguentos.

Cuidados: deve ser evitado por grávidas, cardíacos, hipertensos e epiléticos. Consulte sempre um médico ou profissional habilitado.

USO RITUALÍSTICO:

Erva que vibra na irradiação dos Orixás Oxossi, Iemanjá e Oxalá. Em forma de banho e defumador é indicada para limpeza e reequilíbrio energético.

Ednay Melo

Fontes de Pesquisa:
http://www.ervassagradas.com.br
http://www.plantasquecuram.com.br
http://www.jardineiro.net
http://www.tuasaude.com
http://www.hortas.info



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26/11/2013

A Cura por um Preto Velho


A cura do corpo depende de se curar primeiro a alma,
Pois só remédio não resolve pra quem não conhece a calma...
Aflição e desespero semeiam a insatisfação:
Um coração aflito acolhe a dor e a revolta
E mesmo que o Sol brilhe, ele nada enxerga à sua volta...
A cabeça é tomada de angústia,
Não há pensamento bom;
Da maldade nasce a crença negativa
Que lança raízes dentro do Ser
E a Luz que mora nele não se consegue mais ver...
De repente ―é o que parece―, a vida fica ruim:
Nada serve, nada vale, é um sofrimento sem fim...

Quando se adoece na alma, é preciso muita calma...
Fazer o caminho da volta, pra alcançar a Redenção:
Abandonar a ilusão, sair da escuridão que se formou,
Clareando o entendimento na Luz que Zâmbi emanou.
Lembrar que é filho de Zâmbi,
O Pai que nos criou por Amor,
E amar a si mesmo sem rejeição,
Pois olhar-se com respeito é contemplar a Criação...
Ver a Luz dentro de si,
Ficar consciente,
Pra compreender o instante que passa,
Pois tudo passa...

Não vale perder-se da alma, não vale adoecer!...
Mais vale buscar pela calma, pra sentir e perceber
Que os muros de dentro não bastam,
Que é preciso buscar a Luz por inteiro
―Por fora e por dentro―,
Porque tudo é Um, tudo é Zâmbi!...
Quem se fecha, porém, se afasta e fica à parte,
Entregue à própria sorte, nos caminhos que traçou
E, como ilha, não percebe o Todo:
Não percebe o “nós”, fica vazio e sem rumo,
Perdido num mar de tempestades,
Como um navio batido por ventos sombrios...

Abandonar essa trilha de dor e de solidão,
Eis a resposta segura pra se ter a libertação:
Acordar e fazer brilhar a própria Luz
―De dentro pra fora―
E abrir com Amor, sem esforço ou lamento,
Um caminho de retorno da Luz,
Pra que a Luz de Zâmbi possa vir
―Por fora e por dentro―
Preencher nossos vazios...
É assim que acontece a cura
E toda a dor vai-se embora...

(Preto-Velho Pai Joaquim do Congo, 11/4/2012.)

Fonte: Sete Porteiras



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20/11/2013

Poema da Gratidão


Muito obrigado Senhor!

Muito obrigado pelo que me deste.
Muito obrigado pelo que me dás.
Obrigado pelo pão, pela vida, pelo ar, pela paz.
Muito obrigado pela beleza que os meus olhos vêem no altar da natureza.
Olhos que fitam o céu, a terra e o mar
Que acompanham a ave ligeira que corre fagueira pelo céu de anil 
E se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil. 

Muito obrigado Senhor! 
Porque eu posso ver meu amor. 
Mas diante da minha visão 
Eu detecto cegos guiando na escuridão que tropeçam na multidão, que choram na solidão. 
Por eles eu oro e a ti imploro comiseração 
Porque eu sei que depois desta lida, na outra vida, eles também enxergarão! 

Muito obrigado Senhor! 
Pelos ouvidos meus que me foram dados por Deus. 
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro 
A melodia do vento nos ramos do olmeiro 
As lágrimas que vertem os olhos do mundo inteiro! 
Ouvidos que ouvem a música do povo que desce do morro na praça a cantar. 
A melodia dos imortais, que se houve uma vez e ninguém a esquece nunca mais! 
A voz melodiosa, canora, melancólica do boiadeiro. 
E a dor que geme e que chora no coração do mundo inteiro! 
Pela minha alegria de ouvir, pelos surdos, eu te quero pedir 
Porque eu sei 
Que depois desta dor, no teu reino de amor, voltarão a sentir! 

Obrigado pela minha voz 
Mas também pela sua voz 
Pela voz que canta 
Que ama, que ensina, que alfabetiza, 
Que trauteia uma canção 
E que o Teu nome profere com sentida emoção! 
Diante da minha melodia 
Eu quero rogar pelos que sofrem de afazia. 
Eles não cantam de noite, eles não falam de dia. 
Oro por eles 
Porque eu sei, que depois desta prova, na vida nova 
Eles cantarão! 

Obrigado Senhor! 
Pelas minhas mãos 
Que aram, que semeiam, que agasalham. 
Mãos de ternura que libertam da amargura 
Mãos que apertam mãos 
De caridade, de solidariedade 
Mãos dos adeuses 
Que limpam feridas 
Que enxugam lágrimas e dores das vidas! 
Pelas mãos de sinfonias, de poesias, de cirurgias, de psicografias! 
Pelas mãos que atendem a velhice 
A dor 
O desamor! 
Pelas mãos que no seio embalam o corpo de um filho alheio sem receio! 
E pelos pés que me levam a andar, sem reclamar! 

Obrigado Senhor! 
Porque me posso movimentar. 
Diante do meu corpo perfeito 
Eu te quero rogar 
Porque eu vejo na Terra 
Aleijados, amputados, decepados, paralisados, que se não podem movimentar. 
Eu oro por eles 
Porque eu sei, que depois desta expiação 
Na outra reencarnação 
Eles também bailarão! 

Obrigado por fim, pelo meu Lar. 
É tão maravilhoso ter um lar! 
Não é importante se este Lar é uma mansão, se é uma favela, uma tapera, um ninho, um grabato de dor, um bangalô, uma casa do caminho ou seja lá o que for. 
Que dentro dele, exista a figura do amor de mãe, ou de pai 
De mulher ou de marido 
De filho ou de irmão 
A presença de um amigo 
A companhia de um cão 
Alguém que nos dê a mão! 

Mas se eu a ninguém tiver para me amar 
Nem um teto para me agasalhar, nem uma cama para me deitar 
Nem aí reclamarei. 
Pelo contrário, eu te direi 

Obrigado Senhor! 
Porque eu nasci! 
Obrigado porque creio em ti 
Pelo teu amor, obrigado senhor! 

Amélia Rodrigues / Divaldo Pereira Franco











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19/11/2013

Guiné (Tipi)

Guiné


Nome popular: GUINÉ Nome científico: Petiveria alliacea L. 
Família: Phytolaccaceae
Sinonímia popular: Mucuracaá, erva-de-guiné, erva-de-alho, erva-pipi, erva-tipi, amansa-senhor, caá
Sinonímia científica: P. hexaglochin, Fischer & Meyer; P. tetandra
Parte usada: Folhas e raíz.
Propriedades terapêuticas: Anti-inflamatória, analgésica.
Indicações terapêuticas: Reumatismo, hipotermia, lavagem vaginal, banho de cheiro aromático.
Origem: África e América Tropical.
Características: Planta herbácea de ciclo perene.

É uma planta lenhosa, com caule ereto, medindo até 2m de altura, considerada pelo povo como um escudo mágico contra malefícios. Apresenta longos ramos delgados ascendentes. As folhas são elípticas, oblongas, curto-pecioladas e acuminadas no ápice, com até 12cm de comprimento e 5cm de largura. As flores são pequenas e sésseis.

O fruto é uma pequena cápsula. É encontrada em várias partes do Brasil, especialmente nos estados do Nordeste e da Amazônia, sendo muito comum na Ilha de Marajó (PA). É uma planta aromática, que exala um odor muito forte e nauseante.

É usada para fins terapêuticos devido sua grande capacidade anti-inflamatória, porem não deve ser usada de forma oral pois é altamente tóxica, e considerada abortiva.

Uso caseiro
Utilizada no combate a fungos, bactérias e vírus. Também é considerada anti-inflamatória e analgésica.

Para que serve
Dores de cabeça, dores na vista, reumatismo, dor de dente, dores de garganta, falta de memória e reumatismo.

Não há indicações quanto ao uso alimentar.

Como usar
A decocção de folhas e raiz, bem como a tintura, são empregadas no combate ao reumatismo, na forma de fricção.

A decocção de folhas e raízes, bebida em pequeníssimas doses, combate a hipotermia. O cozimento das folhas, é usado na lavagem vaginal, como anti-infeccioso. A combustão das folhas dessecadas produz uma fumaça de cheiro acre, que serve para afugentar mosquitos.

As folhas também entram na composição dos “banhos de cheiro” aromáticos usados pelo povo da Amazônia na época das festas juninas. As raízes devem secar ao sol. As folhas, em lugar bem arejado, mas à sombra. Raízes e folhas devem ser guardadas em sacos de papel.

Para fins terapêuticos é utilizada toda a planta, inclusive sua raiz. Em hipótese alguma é recomendado o uso interno desta planta, devido ao seu alto grau de toxidade.

Dor de dente: Adicionar as folhas da planta em água fervente, e realizar o gargarejo com o chá 3 ou 4 vezes ao dia.

Inflamações: O chá deve ser aplicado sobre as áreas lesionadas, em forma de lavagens e compressas.

Super dosagem

O uso interno e indiscriminado dessa planta pode levar a morte.

Efeitos Colaterais
Insônia, alucinações, apatia, alterações no sistema nervoso.

Advertência
Esta planta é considerada tóxica. O pó obtido da raiz pode provocar insônia, grande excitação e alucinações. O uso continuado determina acentuada apatia, indiferença e até imbecilidade, convulsões, podendo provocar até a morte.

Deve ser usada com máxima cautela e sempre com orientação médica.

Cultivo

Planta superrústica, é bem resistente e não requer muitos cuidados. Basta mantê-la sempre úmida. Na casa, pode ser utilizada para uma limpeza energética. Popularmente, a guiné também é bastante conhecida por combater o mau-olhado. Por isso, procure deixá-la próxima às portas de entrada, para filtrar as energias negativas.



USO RITUALÍSTICO

Guiné (Tipi) é uma erva que vibra na irradiação dos Orixás Ogum, Oxossi e Omulu. Utilizada por Caboclos, Pretos Velhos e Exus. Em forma de banho e defumador é usada para descarregar energias densas.

Ednay Melo


Fontes de Pesquisa:
http://ci-67.ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp?f_cod=80
http://www.tuasaude.com/guine/
http://delas.ig.com.br/casa/jardinagem




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15/11/2013

Arruda


Arruda


Nome Científico: Ruta graveolens
Nomes Populares: Arruda, Arruda-doméstica, Arruda-dos-jardins, Arruda-fedorenta, Ruda, Ruta-de-cheiro-forte
Família: Rutaceae
Categoria: Ervas Condimentares, Medicinal, Plantas Hortícolas
Clima: Continental, Equatorial, Mediterrâneo, Oceânico, Subtropical, Temperado, Tropical
Origem: Europa. Sua predominância está nos países de clima temperado, embora se diga que é originária da Ásia Menor.
Altura: atinge até 1 metro de altura
Luminosidade: Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene
Partes usadas: Folhas e flores

A arruda é uma planta subarbustiva muito popular por suas propriedades aromáticas e medicinais. Suas folhas são longas, glaucas e compostas, com folíolos oblongos a elípticos de cor verde-acinzentada a azulada. Os ramos são ramificados e herbáceos e com o passar do tempo se tornam lenhosos na base. Quando amassada a planta libera um aroma pungente, considerado desagradável por muitos. As inflorescências surgem no verão e apresentam pequenas e numerosas flores amarelas. O fruto é do tipo cápsula.
Esta planta é realmente muito versátil, visto que além de ser plantada em hortas, devido às suas propriedades fitoterápicas e condimentares, ela também é ornamental e cria excelentes contrastes com flores, forrações e folhagens devido à sua folhagem delicada, de cor azulada. Também pode ser plantada em vasos e jardineiras.

À arruda também são atribuídos poderes mágicos e religiosos. Ela é historicamente considerada por muitos povos como uma erva de proteção. Desde à antiguidade seus ramos e essências são utilizados para purificar ambientes e proteger as pessoas de espíritos malignos, doenças, mau-olhado, feitiçarias e até mesmo da tentação. Ainda diz-se que dá clareza aos pensamentos e atrai o amor e o sucesso. Não obstante todos estes místicos poderes, a arruda ainda repele insetos, ratos, cães e gatos.

Deve ser cultivada sob sol pleno, em solos leves, neutros a levemente alcalinos, bem drenáveis, irrigados periodicamente. Depois de bem estabelecida ela é capaz de tolerar períodos de estiagem. Não tolera encharcamentos. A arruda não é uma planta exigente, crescendo bem mesmo em solos muito pobres. Aprecia o calor, mas pode ser cultivada em locais de clima temperado ou subtropical se protegida no inverno. Multiplica-se facilmente por estaquia e por sementes, que germinam em boas condições de luminosidade.

Cuidado: planta tóxica, não deve ser ingerida.

Propriedades: Adstringente, analgésica, antiinflamatória, bactericida, cicatrizante.

Características: Subarbusto perene, rizomatoso. Cultivada em várias regiões do mundo como planta medicinal e tradicional. Desde a mais remota antiguidade a arruda foi tida na Europa e África com planta mágica (na superstição), usada em rituais de proteção do homem, especialmente crianças, contra o mau-olhado, defesa contra doenças e para a realização de sonhos e desejos. Ainda hoje muitas dessas superstições são mantidas no Brasil. A planta toda exala um forte cheiro, gerado pela presença de seu óleo essencial.

Forma de uso / dosagem indicada: Pelo menos 2 de suas preparações caseiras são aceitas pela medicina oficial, e o sumo (líquido extraído) obtido por pressionamento das folhas. O sumo é empregado para aliviar a dor de ouvido, colocando-se 2 a 3 gotas no ouvido doloroso. O emprego desta planta deve ser feita com muita cautela, quando sobre a pele, pode provocar queimaduras severas quando a pele é exposta ao sol.

Curiosidades

Michelângelo e Leonardo da Vinci afirmaram que foi graças aos poderes metafísicos da arruda que ambos tiveram sensíveis melhoras em seus trabalhos de criatividade.

Na Idade Média, era muito usada em rituais religiosos, tida como erva de proteção contra feitiçarias. Por este motivo, é usada até hoje para espantar maus olhados.

Apesar de ter aplicação na medicina natural e até na preparação de bebidas, a arruda ficou famosa mesmo pelos seus "poderes" contra o mau-olhado e outras vibrações negativas.

Não é fácil determinar quando surgiu a fama da arruda (Ruta graveolens) como erva protetora. O que se sabe é que em culturas muito antigas, são encontradas referências sobre seus poderes contra as "más vibrações" e seu uso na magia e religião.

Na Grécia antiga, ela era usada para tratar diversas enfermidades, mas seu ponto forte era mesmo contra as forças do mal.

Já as experientes mulheres romanas costumavam andar pelas ruas sempre carregando um ramo de arruda na mão - diziam que era para se defenderem contra doenças contagiosas mas, principalmente, para afastar todos os males que iam além do corpo físico (e aí se incluíam as feitiçarias, mau-olhado, sortilégios, etc.).

Na Idade Média - época em que acreditava-se que as bruxas só poderiam ser destruídas com grandes poderes como o do fogo - a arruda reafirmou sua fama, pois seus ramos eram usados como proteção contra as feiticeiras e, ainda, serviam para aspergir água benta nos fiéis em missas solenes.

O uso desta planta nas práticas mágicas do passado é impressionante. Em todas as referências pesquisadas, encontrei receitas que empregam a arruda como ingrediente. William Shakespeare, na obra Hamlet, se refere à arruda como sendo "a erva sagrada dos domingos".

Dizem que ela passou a ser chamada assim, porque nos rituais de exorcismo, realizados aos domingos, costumava-se fazer um preparado à base de vinho e arruda que era ingerido pelos "possessos" antes de serem exorcizados pelos padres.

A fama atravessou séculos e fronteiras: no tempo do Brasil Colonial a arruda podia ser vista com freqüência, repetindo a performance dos tempos antigos, só que desta vez, associada aos rituais africanos.Numa famosa pintura intitulada "Viagem Histórica e Pitoresca ao Brasil, o artista Jean Debret retrata o comércio da arruda realizado pelas escravas africanas.

O galho de arruda era vendido como amuleto para trazer sorte e proteção. E não eram apenas as escravas que usavam os galhinhos da planta ocultos nas pregas de seus turbantes - as mulheres brancas colocavam o galhinho estrategicamente escondido nos seios.


USO RITUALÍSTICO

Erva que vibra na irradiação do Orixá Oxossi. Amplamente utilizada por Caboclos, Pretos Velhos e Exus. Indicada para banhos de descarrego de energias densas, benzimentos, bate folhas e para a purificação de ambientes, quando absorve as energias deletérias a planta morre.

A arruda é conhecida popularmente como arruda macho (folhas pequenas) e arruda fêmea (folhas grandes), esta última só é utilizada na purificação de ambientes.

O modo de usar deve ser indicado pela entidade espiritual ou pelo sacerdote da casa.

Ednay Melo

Fontes de Pesquisa
http://www.jardineiro.net/plantas/arruda-ruta-graveolens.html
http://ci-67.ciagri.usp.br/pm/ver_1pl.asp?f_cod=14
http://www.cultivando.com.br/plantas_medicinais_detalhes/arruda.html
Dictionnaire des Plantes Medicinales, Pg. 541, Dr. A. Héraud
Site O Segredo das Folhas




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História do Hino da Umbanda


História do Hino da Umbanda


HINO DA UMBANDA

Refletiu a luz divina 
Com todo seu esplendor 
Vem do reino de Oxalá 
Onde há paz e amor. 
Luz que refletiu na terra 
Luz que refletiu no mar 
Luz que veio de Aruanda 
Para todos iluminar. 

A Umbanda é paz e amor 
É um mundo cheio de luz 
É a força que nos dá vida 
E a grandeza nos conduz. 

Avante filhos de fé, 
Como a nossa lei não há, 
Levando ao mundo inteiro 
A Bandeira de Oxalá ! 

J.M.Alves






História do Hino da Umbanda

Dedico esta pesquisa a todos aqueles, que estão chegando agora ao Movimento Umbandista.

Sabemos das dificuldades, das limitações de muitos Terreiros e Dirigentes; e pensando somente na Umbanda, pedimos a todos, que divulguem estas informações, levem para seus Terreiros, para seus Dirigentes e amigos; pois precisamos urgentemente divulgar e esclarecer questões históricas ligadas ao Movimento Umbandista.

Ainda é muito pouco, reconhecemos, mas já é um início.

Apuramos que ele foi composto (letra e música) na década de 60, por um cego, que em busca de sua cura foi procurar ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas e não conseguindo sua cura por ser karmica fez o Hino de Umbanda para mostrar que poderia ver o mundo e nossa religião de outra maneira.

Embora não tenha conseguido sua “cura”, ficou apaixonado pela Umbanda.

As iniciais de seu nome : J.M.Alves, e segundo consta já desencarnou e infelizmente não constam registros sobre seu nome completo, somente as iniciais ficaram conhecidas.

J.M.Alves, apresentou a música ao Caboclo das Sete Encruzilhadas (Zélio de Moraes) que gostou tanto que resolveu apresenta-lo como Hino da Umbanda.

Em 1961, no 2º Congresso de Umbanda, presidido pelo Sr. Henrique Landi, o hino foi oficialmente adotado em todo o Brasil, como o Hino Oficial da Umbanda.

Fonte: http://povodearuanda.wordpress.com










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14/11/2013

15 de Novembro Dia Nacional da Umbanda

Umbanda


Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.644, DE 16 DE MAIO DE 2012.

Institui o Dia Nacional da Umbanda.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Fica instituído o Dia Nacional da Umbanda, que será comemorado, anualmente, em 15 de novembro.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 16 de maio de 2012; 191o da Independência e 124o da República.
DILMA ROUSSEFF
Anna Maria Buarque de Hollanda
Luiza Helena de Bairros

Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.5.2012

***

Por quê milhões de brasileiros escolheram 15 de Novembro como o DIA NACIONAL DA UMBANDA
O CONSELHO NACIONAL DELIBERATIVO DA UMBANDA-C.O.N.D.U. – por intermédio de sua representante no Estado do Amazonas, a Cruzada Federativa Espírita de Umbanda, tomou conhecimento do comentário da sessão “Umbanda – Quimbanda” do jornal “ A Notícia”, de Manaus, em 11 do corrente mês, sob o título “Escolha Justa”, no qual se lê que “ a suposta escolha de 15 de novembro para ser considerado o Dia da Umbanda, sugerida num encontro umbandista, no Rio de Janeiro, vinha decepcionando”… e que “a data diz respeito à Proclamação da República, nada tendo a ver com a Umbanda, o que significa que foi sugerida por profanos, por quem desejava apenas homenagear um centro”… ”Os umbandistas amazonenses disseram que o 13 de Maio, data da libertação dos escravos é realmente a mais indicada”.

O C.O.N.D.U. esclarece que:
A data de 15 de Novembro foi proposta pelas entidades federativas do Rio de Janeiro, na I Convenção Anual deste Conselho, da qual participaram 25 federações, representando a maioria absoluta dos Estados; e que não opuseram qualquer objeção à escolha.
Entre as datas sugeridas – 13 de Maio, consagrada aos Pretos Velhos – e 22 de Novembro – dia de Araribóia – venceu por unanimidade 15 de Novembro. Nessa data, em 1908, manifestou-se pela primeira vez, numa sessão da Federação Espírita, em Niterói, uma entidade que declarou trazer a missão de estabelecer um culto, no qual os espíritos de índios e de escravos poderiam desenvolver seu trabalho espiritual, organizado no plano astral do Brasil. Na época, esses espíritos aproximavam-se das reuniões espíritas, mas as suas mensagens eram recusadas, por serem eles considerados atrasados, tendo em vista a condição de humildade com que se identificavam.

A entidade, que se apresentou aos videntes como um mentor espiritual, deu o nome de CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.

No dia seguinte, verdadeira multidão compareceu à residência do médium – um jovem de 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes, de tradicional família fluminense. A entidade manifestou-se e determinou as normas do novo culto, que teria o nome de UMBANDA, declarando fundado o primeiro templo de Umbanda, cuja prática seria exclusivamente a caridade espiritual, através de passes, desobsessões e curas de enfermos.

O templo, que tomou o nome de Tenda Nossa Senhora da Piedade, funciona ainda hoje, no centro do Rio de Janeiro (Rua D. Gerardo, 51) com uma filial (Cabana de pai Antônio ) num sítio em Boca do Mato, Cachoeiras de Macacu, completando, em Novembro próximo, 69 anos de atividade.

Prosseguindo a sua missão, o Caboclo das 7 Encruzilhadas fundou mais 7 templos, cujos dirigentes foram escolhidos entre os grupos de médiuns preparados nas sessões doutrinárias que a entidade estabelecera, às quintas-feiras à noite, para esclarecimentos sobre a doutrina espírita, o Evangelho e as normas ritualísticas da Umbanda. Estas normas determinavam: médiuns uniformizados de branco, cânticos sem acompanhamento de atabaques nem palmas ritmadas; preceitos baseados apenas em água, amaci de ervas, flores e pemba, atendimento totalmente gratuito, não sendo admitido estabelecer nem aceitar retribuição financeira de espécie alguma. Os templos, organizados administrativamente, mantinham-se pelas contribuições dos associados.

Milhares de templos, em quase todos os Estados, descendem desse grupo inicial, conservando, em sua maioria, a pureza da doutrina e da ritualística. Formou-se assim a religião de Umbanda – denominada, de início, Lei de Umbanda, ou Linha Branca de Umbanda – cujos mentores são os Caboclos e os Pretos-Velhos.

Justifica-se, portanto, a escolha da data de 15 de Novembro, por não se prender apenas a uma das falanges principais da Umbanda e sim a ambas: Caboclos e Pretos Velhos.

A referência feita à Proclamação da República deve-se ao fato de ter sido ela determinante da igualdade religiosa estabelecida pela primeira vez na Constituição da República, em 1889, o Estado deixou de ter uma religião oficial, permitindo assim que todos os credos, inclusive a nossa doutrina, se difundissem livremente.

Jornal “Gira de Umbanda” 1976






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12/11/2013

Alfavaca de Caboclo

Alfavaca


Nome científico: Ocimum gratissimum L.
Nome popular: Alfavaca de caboclo
Ocimum gratissimum L., planta conhecida popularmente no Nordeste brasileiro como “alfavaca” ou “alfavaca de caboclo”, possui, segundo a literatura consultada, propriedades antifúngica, antibacteriana, antidiarréica, hipoglicemiante e antiinflamatória.

Trata-se de uma angiosperma da família Lamiaceae originária do Oriente, e que hoje está difundida por países tropicais como o Brasil onde é conhecida popularmente como alfavacão, alfavaca e alfavaca-cravo. O Ocimum gratissimum L é um subarbusto aromático, ereto, com até 1m de altura. Suas folhas são ovalado-laveoladas, de bordos duplamente dentados, membranáceas, 4-8 cm de comprimento. As flores são pequenas, roxo-pálidas, dispostas em racemos paniculados eretos e geralmente em grupos de três. Fruto do tipo cápsula, pequeno, possuindo 4 sementes esféricas. Tem aroma forte e agradável que lembra o cravo-da-índia. Extratos obtidos da planta são usados pela população no tratamento de reumatismo, paralisias, epilepsia e doenças mentais, além de conter substâncias ativas que são utilizadas como inseticida, nematicida, fungicida, antimicrobiana e anti-séptica local.
Por seu sabor e odor semelhantes ao do cravo-da-índia, é usada também como condimento em culinária.

Contraindicações:
Pode causar reações alérgicas. O uso interno é contraindicado, pois pode causar palpitações, sudorese, tontura e outros efeitos colaterais.

USO RITUALÍSTICO
Erva que vibra na irradiação do Orixá Oxossi. Indicada para limpeza e reequilíbrio, auxilia no processo de cura de doenças físicas e espirituais.

Ednay Melo

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10/11/2013

Cuidados ao Utilizar Ervas Medicinais

Cuidados ao Utilizar Ervas Medicinais


FITOTERAPIA: UMA ALTERNATIVA PARA QUEM?

Ulysses Paulino de Albuquerque
Laise de Holanda Cavalcanti Andrade
(Departamento de Botânica,
Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal de Pernambuco) 


É cada vez maior o interesse sobre plantas e suas possíveis aplicações terapêuticas. O repertório de plantas usadas tradicionalmente é rico, predominando as formulações vegetais sobre os remédios de origem mineral e animal, também muito difundidos nas práticas da medicina popular brasileira.

A medicina popular e o conhecimento específico sobre o uso de plantas é o resultado de uma série de influências culturais, como a dos colonizadores europeus, dos indígenas e dos africanos. Os descobrimentos e a conquista de novas terras por parte dos colonizadores tiveram diversas conseqüências. Uma delas, talvez a mais notável, tenha sido o fato de que muitas plantas hoje empregadas na medicina popular, foram introduzidas no início da colonização do Brasil. Não só plantas medicinais estiveram envolvidas nesse movimento de plantas entre os continentes, mas também muitas hortaliças.

Ao lado da flora medicinal "colonizadora" ou européia, posicionam-se as plantas medicinais utilizadas pelos indígenas, profundos conhecedores dos recursos das florestas, sejam eles medicinais ou não. De outro lado, logo no início do comércio escravo, o africano ofereceu ao conjunto citado acima sua parcela de colaboração, pela introdução de espécies da África. No entanto, a pressão dos colonizadores fez com que o conhecimento indígena e africano fosse relegado gradualmente ao abandono, proibido de ser exercido, uma vez que muitos consideravam o conhecimento desses grupos como "inferior", "primitivo"; a resistência desses grupos foi revertendo sensivelmente o quadro, ao longo de muitas décadas até os dias atuais.

Tal conjunto de conhecimentos sobre o uso de plantas forma hoje a "fitoterapia popular", uma prática alternativa optada por milhares de brasileiros que não têm acesso às práticas médicas oficiais devido aos altos custos, principalmente no que respeita a consultas médicas e medicamentos. O conhecimento tradicional sobre o uso de plantas na sociedade moderna e urbana, concentrado nas mãos de especialistas populares (erveiros, rezadeiras etc), tem demonstrado sua eficácia e validade em muitos casos. No entanto, nem todas as práticas e receitas populares são eficazes, ao contrário, muitas podem ser altamente danosas à saúde. Na realidade, existe muita desinformação e empirismo simplista no campo da fitoterapia. Com essa preocupação, a equipe do LEBA (Laboratório de Etnobotânica e Botânica Aplicada) do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Pernambuco, elaborou uma pequena cartilha com informações básicas sobre o uso de plantas medicinais. As informações selecionadas para a cartilha basearam-se em pesquisas realizadas pelo grupo, onde se verificou que as pessoas utilizavam incorretamente muitas plantas medicinais, algumas das quais de uso restrito dada a sua toxicidade. Uma outra constatação da equipe do LEBA é que muitas pessoas substituem a receita do seu médico, sem qualquer orientação, por um remédio a base de plantas medicinais. Fazem-no por diversas razões, das quais as principais são: 1) ausência de recursos financeiros para adquirir medicamentos receitados, o que muitas vezes compromete grande parte da renda familiar; 2) medo de efeitos indesejáveis; 3) opção por medicamentos e consultas junto a especialistas populares.

O primeiro fator apontado é que tem levado muitos setores da sociedade a desenvolverem programas de assistência fitoterápica baseada nas práticas e saberes populares, tradicionalmente transmitidos, sobre o uso de plantas. Muitos desses programas, assentados em bases não científicas, contribuem para agravar o problema social do uso indiscriminado de medicamentos. Muito embora se reconheça a legitimidade do conhecimento tradicional, uma planta para ser usada em qualquer atividade ou programa de fitoterapia deve ser cientificamente validada. E de que consiste isso? São várias etapas, que vão desde a verificação se a atividade atribuída existe, e a avaliação dos riscos de seu uso, até a sua produção industrial. É essa luta por uma fitoterapia dita científica que precisa ser perseguida por todas as pessoas comprometidas com o estudo de plantas medicinais e o seu retorno social. Esperar a produção industrial de um medicamento fitoterápico é um processo longo e custoso e que no final não traria grandes benefícios para as camadas populares.

Diante das carências financeiras, parece fora de dúvida que a fitoterapia é uma alternativa viável para a maioria dos brasileiros. Mas como oferecer um serviço de assistência fitoterápica de bases científicas à população? Se por um lado existe a necessidade de intensificação de estudos com os potenciais florísticos do Brasil visando a descoberta ou comprovação de plantas usadas popularmente, por outro é preciso reverter os conhecimentos adquiridos em benefício das pessoas e obter um maior envolvimento da classe médica. Conquanto já foram realizados muitos estudos comprovando cientificamente as atividades popularmente atribuídas a muitas plantas, muitos profissionais da área médica possuem a concepção de que fitoterapia nada mais é do que um conhecimento baseado em crendice popular.

Para se ter uma ideia da importância das drogas obtidas de plantas medicinais, merece ser dito que cerca de 119 substâncias extraídas dessas plantas são utilizadas em todo o mundo, como a digitalina (cardiotônico), emetina (amebicida), escopolamina (sedativo), vimblastina e vincristina (antitumorais). Justamente em função disso devem ser incentivadas pesquisas na área, uma vez que o Brasil é um país privilegiado em termos de biodiversidade. Se ocorreu nos países desenvolvidos um crescente declínio da fitoterapia pelo uso cada vez crescente e predominância da quimioterapia de síntese, nos países em desenvolvimento, a seu turno, a situação é exatamente oposta. No caso do Brasil, pela sua riqueza e efervescência cultural, onde não há o preenchimento das necessidades de medicamentos essenciais, a fitoterapia surge como uma opção realista de política sanitária. Por isso, uma atenção muito especial deve ser dada às práticas populares, o seu saber e técnicas, e agir com base nos recursos localmente disponíveis.

A NATUREZA AO SEU ALCANCE

Abaixo apresentamos o material produzido pelo LEBA, destinado a esclarecer as pessoas sobre o uso correto de plantas medicinais.


1. Apresentação

A natureza ao seu alcance é uma cartilha que nasceu com dois simples propósitos: esclarecer as pessoas comuns sobre o uso correto de plantas medicinais, e orientá-las em como obter e cuidar dessas plantas sem prejudicar a natureza. É um trabalho que foi escrito com muito cuidado e carinho, e dedicado principalmente aos que lidam com plantas medicinais no seu dia-a-dia, tais como erveiros e pessoas que normalmente usam e compram plantas medicinais. Selecionou-se 17 espécies segundo os seguintes critérios: plantas de fácil obtenção e bastante conhecidas; com propriedades terapêuticas cientificamente avaliadas; que servissem para o conjunto de doenças que foram selecionadas neste trabalho. A seleção dessas doenças baseou-se em pesquisas realizadas pela equipe do LEBA, que identificou os problemas mais comuns para os quais as pessoas usam plantas medicinais. Por isso, caro leitor, recomenda-se que você leia completamente esta cartilha antes de preparar qualquer medicamento com as plantas aqui sugeridas.




2. O que você precisa saber sobre plantas medicinais



1.O que são plantas medicinais?
São plantas utilizadas na cura e tratamento de doenças, na visão popular. Nem tudo aquilo que o povo usa para tratar determinada doença é bom e realmente serve. As pessoas precisam tomar conhecimento de que, mesmo sendo um medicamento natural, as plantas podem causar problemas de saúde se forem usadas de maneira errada. Os cientistas utilizam outros critérios, além desse, para considerar uma planta como medicinal.


2. Quais as vantagens de utilizar plantas medicinais?
É uma alternativa barata e de fácil obtenção, porque as plantas podem ser encontradas até mesmo nas vizinhanças de casas. Além disso, muitas plantas já tiveram sua eficácia comprovada pelos cientistas.

3. Utilizar apenas plantas medicinais resolve qualquer problema de saúde?
Dependendo da doença é necessário acompanhamento médico, pois a doença pode ser mais grave do que se pensa e o estado do doente pode se agravar. Evite usar plantas medicinais no tratamento de doenças graves, só o faça se o seu médico tiver conhecimento.

4. Além da utilização de plantas medicinais que outros cuidados podemos ter para obter melhores resultados e ter boa saúde?
  • beber bastante água;
  • ter uma alimentação com pouca gordura;
  • tomar banho de sol pela manhã;
  • evitar tomar bebidas alcóolicas
  • não fumar.

5. Quais os cuidados que se deve ter na hora de preparar medicamentos com plantas medicinais?
  • preparar o medicamento, preferencialmente, com plantas colhidas a pouco tempo;
  • usar apenas plantas que sejam do seu conhecimento; na dúvida consulte alguém mais experiente;
  • não pegar plantas perto de fossas, lixos, esgotos, locais tratados com agrotóxicos e na beira de estradas (porque a fumaça dos veículos pode conter substâncias tóxicas que ficam na planta);
  • não utilizar plantas que estejam mofadas, velhas e com bichos;
  • ter o cuidado de lavar bem a parte da planta a ser usada;
  • no caso de preparar o chá com folhas secas, secá-las à sombra e em locais arejados, pois os raios solares podem eliminar parte das substâncias curativas;
  • quando for utilizar raízes secas, picar em pequenos pedaços antes de secar; após a secagem, guardar em vidro escuros ou caixas bem fechadas, com o nome da planta;
  • não guardar as plantas medicinais por muito tempo, porque elas podem perder a ação medicinal.
  • evite tomar chá feito de um dia para outro; renove sempre a cada 24 horas.

6. Qualquer pessoa pode usar plantas medicinais?
As gestantes devem usar com cuidado especial, pois algumas plantas podem causar aborto ou deformar o bebê. Em todo o caso, tire qualquer dúvida com seu médico.

7. É aconselhável misturar várias plantas em um mesmo chá ou remédio?Evite, pois algumas plantas podem anular o efeito de outras ou causar reações desagradáveis.

8. De que forma se pode preparar remédios com plantas medicinais?
Os medicamentos caseiros feitos com plantas medicinais podem ser preparados de diversas maneiras; veja agora alguns exemplos:

  • Chás

1. Infusão: despeje água fervendo sobre as ervas, em uma vasilha e depois deixe bem tampado por alguns minutos. Para fazer infusão em cascas e raízes, deve-se picar bem e deixar em repouso por uns 20 minutos. Depois coar.

2. Decocção: cozinhar a parte a ser utilizada em água; para folhas e flores basta cozinhar por 10 minutos e raízes, cascas e caules, picar bem picadinho e deixar cozinhar por 20 minutos. Depois coar.

3. Maceração: botar as ervas de molho em água fria; para folhas, flores e sementes devem ficar por 12 horas; cascas e raízes, deve-se picar e deixar de 16 a 24 horas. Depois coar.


  • Sucos

São obtidos triturando a erva ou o fruto no pilão ou liquidificador, e em seguida coar. Deve-se usar as ervas e os frutos frescos e preparar no momento da utilização.


  • Lambedor ou xarope

Misturar o suco (preparado como anteriormente) ou preparar a decocção e acrescentar mel ou açúcar. Prepara-se quente ou frio.


  • Banhos

Cozinhar as ervas durante 20 a 40 minutos, coar e deitar o decocto na água que vai ser usada no banho.


  • Cataplasma

1. Ervas ao natural: podem ser aplicadas diretamente na parte dolorida, inchada ou ferida.
2. Em forma de pasta: socar com pilão de madeira as plantas até formar uma papa que se coloca sobre o local dolorido. Se não tiver plantas frescas pode usar secas, colocando água quente para formar a pasta.

  • Gargarejo

Preparar o chá na forma de decocção. Esse chá deve ser bem forte. Deve-se fazer o gargarejo várias vezes ao dia.

  • Inalações

Colocar as plantas em uma vasilha com água fervida e aproveitar o vapor, aspirando-o.


9. Há plantas que servem para curar várias doenças ao mesmo tempo?
Cuidado com esse tipo de informação, pois essas utilidades podem ser mentirosas e, pior do que isso, a planta pode causar mal a sua saúde.



3. Coletando plantas medicinais

Antes de qualquer coisa você precisa ter certeza absoluta sobre a planta procurada para fazer um medicamento. Sempre no caso de dúvida procure um bom conhecedor das plantas da sua região, pois há casos de pessoas que tiveram sérios problemas de saúde e até mesmo morreram por terem usado plantas erradas.
Todo cuidado é pouco ao coletar e usar uma planta medicinal. Muitas são raras ou demoram muito tempo para crescer, sendo por isso necessário alguns cuidados para que elas nunca deixem de existir. Você pode tomar, por exemplo, as seguintes medidas:
  • só retire da planta as partes que serão necessárias para fazer o medicamento. Nunca retire grandes quantidades, pois a planta poderá ser prejudicada.
  • no caso da parte da planta a ser usada ser a entrecasca do caule, nunca a retire fazendo um círculo completo em torno do tronco, pois com isso a planta poderá morrer.
  • se precisar usar toda a planta, como é o caso de algumas ervas, deixe sempre algumas no local para que elas possam crescer e se multiplicar. Muitas plantas medicinais estão desaparecendo porque as pessoas destroem o ambiente em que elas vivem (matas, florestas) ou retiram tudo que encontram.
  • você pode ajudar na preservação de plantas medicinais com a organização de um pequeno jardim em sua casa, onde você irá cultivá-las para suprir as suas necessidades.


4. A identificação de plantas medicinais

Você já sabe que é muito importante e necessário aprender a identificar uma planta medicinal. Nem sempre é possível contar com a ajuda de uma pessoa mais experiente. Nesse caso, o que fazer? Uma solução simples é adquirir a planta com erveiros em mercados públicos ou feiras. Mas lembre-se, muitas pessoas que vendem plantas medicinais não conhecem o produto e, às vezes, por engano ou má fé, vendem a planta errada. Por isso, uma outra alternativa é o álbum herbário.
O álbum herbário é uma espécie de livro que você mesmo faz. Ele contém plantas secas e informações sobre elas. Coleta-se a planta inteira, ou se ela for muito grande apenas galhos ou ramos, colocando-os entre folhas de jornal. Coloque um peso em cima e deixe secar por alguns dias. Depois você cola cada planta sobre uma folha de papel ofício com o nome, características importantes (cor das flores, tamanho, odor) e a sua utilização. Pronto! Toda vez que surgir dúvidas sobre a identidade da planta que se vai utilizar é só comparar o material que você tem nas mãos com a planta que está no álbum.
Lembre-se de nunca usar uma planta orientando-se unicamente pelo nome vulgar. Os nomes das plantas mudam de região para região, de local para local. Por exemplo: o que algumas pessoas de outros estados do Brasil chamam de erva cidreira é o capim santo muito utilizado em Pernambuco. Uma mesma planta pode ter vários nomes populares, por isso muito cuidado!


5. Planta medicinal: o natural que também pode fazer mal

Só se deve utilizar uma planta medicinal quando não restar dúvidas sobre a sua identidade e utilidade. É bom lembrar que, de maneira geral, TODA PLANTA MEDICINAL É TÓXICA. O que isto quer dizer? Quer dizer que se uma planta for usada incorretamente poderá prejudicar a saúde, causando acidentes leves, graves e até fatais.
Uma vez ou outra escuta-se falar de plantas "milagrosas", que as pessoas dizem servir para muitas doenças, inclusive aquelas mais sérias como o câncer, sífilis, diabetes e até mesmo AIDS. Recentemente é a babosa que anda ocupando a boca das pessoas. Os cientistas já observaram que ela pode ser útil no tratamento de alguns problemas, mas que também pode causar complicações em determinadas situações. Por isso, fique sempre muito alerta. Evite realizar tratamento com uma mesma planta durante muito tempo. Os cientistas há muito tempo vêm estudando plantas medicinais, mas só algumas podem ser tomadas com segurança, pois ainda faltam ser realizados muitos estudos. Quando corretamente utilizadas, as plantas medicinais são poderosos auxiliares no tratamento e prevenção de muitos problemas de saúde.
Algumas plantas, quando tomadas em doses altas ou quando utilizadas por muito tempo, podem causar irritação gástrica, hemorragias graves, convulsões, vômitos, lesões nos rins e muitos outros problemas. Assim, só devem ser usadas com muito conhecimento ou sob orientação médica. Apresentamos a seguir uma lista dessas plantas, de uso popular corrente no Brasil.



Plantas medicinais que podem causar danos à saúde se utilizadas incorretamente

irrita o estômago e intestino
Agrião (Nasturtium officinale R.Br.),
Alecrim (Rosmarinus officinalis L.),
Alho (Allium sativumL.),
Jurubeba (Solanum paniculatum L.),

Confrei (Symphytum officinale L.)

afeta o sistema nervoso
Mastruz (Chenopodium ambrosioides L.),

Trombeteira (Datura suaveolens Humb.).

provoca queimaduras na pele
Figo (folhas) (Ficus carica L.)

causa danos ao fígado ou rins
Alecrim (Rosmarinus officinalis L.),
Coentro (Coriandrum sativum L.),
Confrei (Symphytum officinale L.),

Cambará ou camará(Lantana camara L.).

causar morte
Espirradeira ou leandro(Nerium oleander L.),

Mamona (Ricinus communis L.),

Mastruz (Chenopodium ambrosioides L.).



6. Jardim de plantas medicinais

O jardim de plantas medicinais é uma pequena horta onde é possível cultivar plantas para o próprio consumo. Você também pode conversar com vizinhos e organizar uma horta comunitária. Para a realização desse projeto, observe as seguintes recomendações:
  • dependendo da planta a ser cultivada o plantio poderá ser feito de diferentes formas: através de sementes, pedaços de galhos, mudas, etc.
  • escolha local adequado e que satisfaça as seguintes exigências: seja limpo, arejado, e tenha água disponível nas proximidades.
  • limpe a área e adube o terreno com esterco de boi ou galinha. Não utilize adubos químicos e agrotóxicos.
  • construa canteiros para cada tipo de planta medicinal, mantendo uma distância mínima entre eles de aproximadamente 50cm. Coloque uma pequena placa de madeira em cada canteiro com o nome da planta.


7. A validade dos medicamentos

Da mesma forma que os medicamentos industrializados, os preparados de plantas medicinais também possuem prazo de validade, isto é, o período em que eles podem ser consumidos em boas condições. Sempre que você guardar partes de plantas ou preparar qualquer medicamento observe os seguintes cuidados:
  • guarde folhas, flores, talos, raízes, depois de secos, em vidros limpos e escuros. Lembre-se que plantas secas têm prazo de validade de aproximadamente um ano.
  • lambedores podem ser conservados em geladeira por até 6 meses.
  • tinturas podem ser usadas por até um ano.
  • coloque uma etiqueta ou rótulo no recipiente com a data de fabricação do seu remédio, para saber o prazo de validade do medicamento.


8. As plantas e a sua saúde

Abaixo apresenta-se uma relação de plantas medicinais e as suas indicações.


ALECRIM
(Rosmarinus officinalis L.)
Indicações: entorses, contusões e dores reumáticas.

Modo de usar: prepare uma tintura com uma xícara de café de folhas secas e uma xícara de chá de álcool 700. Após 8 dias coe e utilize na forma de compressas ou fricções.

Outras indicações: digestivo, alívio da sensação de empachamento, eliminação de gases.

Modo de usar: em uma garrafa de vinho branco coloque meia xícara de chá de folhas frescas. Deixe descansar por 15 dias. Coe e tome uma pequena quantidade antes das refeições.


ALFAVACA-DE-CABOCLO
(Ocimum gratissimum L.)
Indicações: digestivo, gases, vômitos.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente coloque uma colher pequena de folhas secas. Abafe, deixe esfriar e coe. Beba uma xícara de chá 2 a 3 vezes ao dia.


BOLDO
(Peumus boldus Mol.)
Indicações: falta de apetite, problemas do estômago e fígado.

Modo de usar: em uma garrafa de vinho branco coloque 3 colheres de sopa de folhas picadas. Deixe descansar por 5 dias e coe. Tome um cálice antes das refeições.

Outras indicações: cálculo na vesícula.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente adicione uma colher de sobremesa de folhas picadas. Abafe, coe e beba depois de frio uma xícara 3 vezes ao dia, sendo a primeira em jejum.


CANELA
(Cinnamomum zeylanicum Ness)
Indicações: digestivo, gases.

Modo de usar: cozinhe a entrecasca do caule em fogo baixo. Utilize 3 pedaços grandes para cada meio litro de água. Tome uma xícara de chá após as refeições.


CAPIM-SANTO
(Cymbopogon citratus (DC) Stapf.)
Indicações: nervosismo, ansiedade, cólicas intestinais, gases, febre.

Modo de usar: em uma xícara de chá de água fervente acrescente uma colher de sopa de folhas frescas. Abafe por 5 minutos e coe. Beba uma xícara de chá 1 a 3 vezes ao dia.


CHAMBÁ
(Justicia pectoralis Jacq.)
Indicações: tosse, bronquite.

Modo de usar: leve ao fogo para ferver, rapidamente, uma xícara de chá de folhas de chambá e uma xícara de chá de água. Coe e acrescente 2 xícaras de chá de açúcar. Leve ao fogo baixo até que o açúcar dissolva completamente. Deixe esfriar. Tome uma colher de sopa de 2 a 3 vezes ao dia. Para crianças utilize apenas meia colher de sopa 2 a 3 vezes ao dia.


COLÔNIA
(Alpinia speciosa Schum.)
Indicações: nervosismo, dores em geral.

Modo de usar: em uma xícara de água fervente coloque uma colher de chá de raízes picadas. Abafe e depois de frio coe. Tome uma xícara de 1 a 2 vezes ao dia.


CRAVO-DA-ÍNDIA
(Syzygium aromaticum (L.) Merr. et Perry
Indicações: expectorante, bronquite.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente acrescente 4 a 5 cravos. Abafe por 10 minutos e coe. Beba uma xícara após as principais refeições. ATENÇÃO: o consumo exagerado pode provocar problemas gástricos.


ERVA CIDREIRA
(Lippia alba (Mill.) Brown)
Indicações: nervosismo, cólicas uterinas e intestinais.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente acrescente 2 colheres de sopa de folhas picadas. Abafe por 10 minutos e cor. Beba 1 a 3 xícaras ao dia.

Outras indicações: tosse, bronquite e asma.

Modo de usar: leve ao fogo para ferver, rapidamente, uma xícara de chá de folhas e uma xícara de chá de água. Coe e acrescente 2 xícaras de chá de açúcar. Leve ao fogo baixo até que o açúcar dissolva completamente. Deixe esfriar. Tome uma colher de sopa de 3 a 6 vezes ao dia. Para crianças utilize apenas meia colher de sopa 2 a 3 vezes ao dia.


EUCALIPTO
(Eucalyptus globulus Labill.)
Indicações: bronquites, gripes e catarro.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente acrescente uma colher de sobremesa de folhas picadas. Abafe por 5 minutos e coe. Tome uma xícara de chá 1 a 2 vezes ao dia. ATENÇÃO: O consumo exagerado pode provocar vômitos e diarréia.


GOIABA VERMELHA
(Psidium guajava L.)
Indicações: diarréia.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente coloque 3 olhos da goiabeira. Abafe, e coe depois de frio. Beba uma xícara 2 a 3 vezes ao dia.


HORTELÃ DA FOLHA MIÚDA
(Mentha x piperita L.)
Indicações: má digestão, gases, náuseas.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente acrescente 1 colher de sopa de folhas picadas. Abafe por 10 minutos e coe. Beba 1 xícara após as refeições. ATENÇÃO: Evite administrar a planta para crianças que estão mamando ou que são muito novas.


HORTELÃ DA FOLHA GRAÚDA
(Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng.)
Indicações: tosse, bronquite, inflamação da boca e garganta.

Modo de usar: Prepare um xarope alternando camadas de folhas e açúcar. Leve ao fogo baixo tendo o cuidado de não queimar. Deixe aquecer um pouco e desligue o fogo logo em seguida. Coloque para descansar por um dia em um utensílio tampado. Tome 1 a 2 colheres de sopa por dia.


MANJERICÃO
(Ocimum basilicum L.)
Indicações: gases, cólicas, digestivo.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente adicione uma colher de sopa de folhas picadas. Abafe por 10 minutos e coe. Beba 1 xícara antes das refeições.


MARACUJÁ
(Passiflora edulis Sims)
Indicações: nervosismo, inquietação, insônia.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente coloque 2 colheres de sopa de folhas picadas. Abafe por 10 minutos e coe. Tome 1 a 2 xícaras por dia, principalmente antes de deitar. ATENÇÃO: pessoas que sofrem de pressão baixa não devem beber o chá de maracujá.


MASTRUZ
(Chenopodium ambrosioides L.)
Indicações: vermes, lombrigas.

Modo de usar: em uma xícara de chá com leite fervente acrescente as seguintes medidas de folhas: uma colher de sobremesas para crianças de 10-20kg; uma de sopa para 20-40kg; jovens e adultos de 2 a 3 colheres de sopa. Abafe e tome uma xícara em jejum pela manhã. ATENÇÃO: Use somente como indicado, altas doses podem ser fatais.


POEJO
(Mentha pulegium L.)
Indicações: gases, regulador da menstruação.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente acrescente 2 colheres de sopa de folhas frescas picadas. Abafe por 10 minutos e coe. Beba 1 xícara antes das refeições. ATENÇÃO: Evite administrar a planta para crianças que estão mamando ou que são muito novas.


9. Bibliografia

Matos, F.J.A. Farmácias vivas. Fortaleza: UFC, 1998.
Panizza, S. Plantas que curam - cheiro do mato. São Paulo: IBRASA, 1997.
Santos, C.A.M., Torres, K.R. & Leonart, R. Plantas medicinais: herbarium, flora et sciencia. São Paulo: Ícone, 1990.
Folheto: O medicamento em suas mãos, 5: cuidados com as plantas medicinais. Rio Grande do Sul: Grupo de estudos sobre medicamentos da Faculdade de Farmácia da UFRGS.
Folheto: Plantas medicinais. Paraíba: PET-Farmácia do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFPB e NEPHF (Núcleo de Estudos homeopáticos e Fitoterápicos - Departamento de Fisiologia e Patologia da UFPB).


Trabalho elaborado e coordenado pela equipe de pesquisadores, estagiários e bolsistas do LEBA (Laboratório de Etnobotânica e Botânica Aplicada).


Responsável pelo LEBA:
Profa. Dra. Laise de Holanda Cavalcanti Andrade


Coordenador do trabalho:
Prof. Ulysses Paulino de Albuquerque


Estagiários e Bolsistas envolvidos:

Ana Carolina Oliveira da Silva (PIBIC)
Cecília de Fátima C.B.R. de Almeida (PIBIC)
Kátia Chinobu de Lima Chisaki (PROEXT)
Fernanda Pereira de Melo (PROEXT)
Flávia Carolina Lins da Silva (PROEXT)
Manuella Andrade de Souza
Walkiria Rejane de Almeida
O Laboratório de Etnobotânica e Botânica Aplicada ( LEBA), do Departamento de Botânica da UFPE, atualmente é constituído por três professores pós-graduados e por bolsistas de graduação e pós-graduação da UFPE e outras instituições de ensino e pesquisa do Nordeste.
O LEBA está direcionado para atividades de ensino, pesquisa e extensão sobre o potencial econômico da flora nordestina. Diferentes linhas de pesquisa encontram-se em desenvolvimento:

  • Taxonomia e ecologia de plantas medicinais;
  • Farmacobotânica de plantas medicinais;
  • Plantas empregadas em rituais afro-brasileiros e indígenas;
  • Significado cultural de plantas usadas por comunidades tradicionais do Nordeste do Brasil;
  • Conservação da biodiversidade e manejo de recursos naturais;
  • Biotecnologia de líquens e mixomicetos;
  • Biomonitoramento (líquens e mixomicetos)


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