abril 2014 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

24/04/2014

Erva Barba de Velho


Barba de Velho


Nome Científico: Tillandsia Usneoides
Nome Popular: Barba-de-velho, barba-de-pau, samambaia, barba-espanhola, barba-de-macaco, barba-de-pai-ventura, cabelos-do-rei, camambaia, crina-vegetal, erva-dos-bardonos, samambaia-de-norte, hirahuasso.
Família: Bromeliaceae
Origem: Américas do Sul e do Norte
Ciclo de Vida: Perene
Parte utilizada: Toda a planta.

Propriedades medicinais: Adstringente, anti-hemorroidal, anti-reumática, colagoga.
Indicações: Dores e inflamações no reto, engorgitamento do fígado, hérnias, úlcera varicosa, varizes.

Modo de usar:
- supositórios (para hemorróidas): contundir os filamentos com manteiga de cacau, azeite ou banha.
- suco adstringente: filamentos contusos.
- cataplasmas e banhos: para úlceras e hemorróidas.

Tillandsia Usneóides popularmente conhecida por Barba de Velho, Barba de Pau, Camambaia e Musgo Espanhol – Planta perene, completamente desprovida de raízes, vivendo apoiada em galhos de árvores. Suas folhas lineares, acinzentadas e cobertas de escamas cobrem os galhos das árvores, agarrando-se por meio de suas pontas recurvadas. Floresce raramente, reproduz-se principalmente por crescimento vegetativo.

A Barba de Velho ou Musgo Espanhol, como é mais conhecido, trata-se de uma planta epífita, espécie de musgo que fica pendurado em árvores e podem alcançar até 6 metros de comprimento.

Formam grandes festões de cor verde claro, com hastes ou folhas onduladas e cobertos por minúsculas escalas prata-cinza que apanham água e nutrientes do ar.

A característica mais interessante desta planta é que ela não possui raízes e pode ser cultivada pendurada em qualquer lugar.

Não necessita ser regada constantemente ou muito menos colocada em vasos. Basta pendurar em um local de boa luz e esborrifar água duas vezes por semana.

Na natureza, quando passa por longos períodos sem chuvas, entra em um processo de dormência e só volta a se desenvolver quando chove.

As flores são minúsculas, verdes ou azuis claro e perfumadas à noite. Suas sementes também minúsculas e são levadas pelo vento ou por pássaros, os meios mais comuns de sua propagação.

Antigamente tinha em abundância nas matas, estendendo-se por todo o continente americano.

Também ocorre nas Antilhas e na Argentina. Não é um parasita. Ela cresce naturalmente em uma outra planta e só a utiliza para sustentação.

Sua alimentação é apenas pela umidade do ar e dos nutrientes trazidos pelos ventos.

Foi utilizado em larga escala para empacotar frutas, comercializado toneladas para ser utilizado em assentos de carros, colchões e mobília.

Dizia-se até que os colchões feitos com o Musgo Espanhol eram mais frescos. Na década de 1939 mais de 10 mil toneladas de Musgo Espanhol foram utilizados na Flórida e na Louisiana. Com isso, o Musgo Espanhol foi praticamente erradicado de suas regiões nativas e hoje, sua incidência é muito rara nas nossas matas. É uma planta diferente, interessante e que produz um efeito decorativo muito bonito e que realmente chama a atenção.

A Barba de Velho pode ser encontrada ainda hoje em algumas regiões de matas preservadas.

Esta porém, tem folíolos menores e não são tão brancos. Adquira a Barba de Velho somente de produtores de mudas, preservando a natureza e o meio ambiente.

Ocorre desde o Sul dos Estados Unidos até a Argentina, sendo muito freqüente no Brasil. Propaga-se tanto vegetativamente como por sementes. É uma espécie extremamente vigorosa, resistente, pendente, com folhas finas e alongadas que formam extensos fios, que se distribuem por todo forófito, formando verdadeiras “cortinas”.

Aparecem em abundância devido ao seu método de proliferação: pedaços quebrados são espalhados pelo vento e pelos pássaros que os utilizam em seus ninhos e se fixam em outros galhos e daí crescem.

É uma epífita atmosférica extrema, encontradas principalmente em ambientes úmidos e nas matas ciliares. Suas flores são muito reduzidas – diminutos pontos pretos, dificultando sua observação, principalmente devido ao emaranhado que estes exemplares formam.

A semelhança com o Líquen Usnea sp, levou a sua denominação especifica de Usneóides e ainda ao mesmo nome popular. Não necessita de tratos culturais, pois retira todos os nutrientes de que necessita da atmosfera. Faz-se necessário regá-las abundantemente com água pura em dias alternados para que ela cresça mais rapidamente.

Atualmente vêm sendo muito utilizas em Paisagismo, Arranjos e Floriculturas.

Pouca gente sabe que ela possui propriedades medicinais, sendo utilizada, no sul dos Estados Unidos, para aliviar sintomas de Diabetes Mellitus; outras propriedades medicinais desta planta são: antibiótica, anti-reumática, adstringente e anti-hemorroidal.

Esta espécie encontra-se na lista das espécies ameaçadas de extinção do Rio Grande do Sul, e está classificada como em estado vulnerável.

No início do século passado era utilizada como enchimento de colchões, travesseiros, selins, almofadas e para acondicionamento.

Nos tempos antigos era usada, junto com alguma gordura, tipo manteiga de cacau, como supositório nas hemorroidas. Os índios Guarani utilizavam-se desta planta como medicinal, e sua propriedade principal era a de evitar gravidez; mas a medicina popular utiliza-a também contra o engorgitamento do fígado, no combate às hérnias, úlceras, varizes, dores e inflamações no reto, e como adstringente, colagoga e anti-reumática.

Quando submetida à um banho em água fervente, desprende-se todo o tecido cortical, sobrando a parte lenhosa em forma de filamentos escuros e cilíndricos, intrincadamente enovelados.

Outros usos da Barba de Velho são como ornamental ou como substrato antichoque para embalagens de produtos frágeis. Ocorre em áreas com elevada umidade atmosférica, e não suporta poluição intensa, sendo considerada bioindicadora de qualidade do ar.

Quem olha para o aspecto 'meio-seco' desta planta, não a imagina com flores. Mas ela tem flores. É claro que são pequeninas. É preciso estar com atenção.

Como cuidar da Barba de Velho
* Pendurar a planta em qualquer lugar com luz;
* Borrifar água uma ou duas vezes por semana.

Características da Barba de Velho
* Não necessita de terra;
* Não tem raízes;
* Forma festão de até 6 metros;
* Combina com qualquer ambiente.








Uso Ritualístico:

Erva que vibra na energia do Orixá Omulu. Usada em banhos e defumadores para o tratamento de doenças físicas e espirituais, para a transmutação de energias densas em sutis e para firmeza e estabilidade mediúnica.

Ednay Melo


Fontes de pesquisa
http://musgoverde.blogspot.com.br/
http://pro.casa.abril.com.br/
http://www.plantasquecuram.com.br/
http://plantasonya.blogspot.com.br/





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23/04/2014

São Jorge e Ogum: Diferenças e Semelhanças



São Jorge e Ogum na Umbanda


Dia 23 de abril nós comemoramos o dia de São Jorge, e em outros lugares, no dia 3 de novembro.

Mas, espera aí! Porque as pessoas também cultuam Ogum neste dia?

É muito comum encontrar uma imagem de São Jorge em casas de umbanda, e até mesmo em casas de candomblé, não é verdade? Mas, porque isso? O que São Jorge tem haver com Ogum? O que é o Sincretismo Religioso no Brasil?

As Respostas não são muito complexas. Vamos analisar...

São Jorge é um santo católico. Ogum é um deus africano. São Jorge é um guerreiro. Ogum também é um guerreiro.

São Jorge é um santo que supostamente nasceu na região da Capadócia e viveu como um padre e militar romano do exército do imperador Diocleciano. Ogum, nada tem haver com essa história.

Mas, acontece que, na chegada dos escravos africanos ao Brasil, com eles vieram tradições, incluindo suas crenças. O povo trazido da Nigéria, mais conhecido como Iorubas, tinham como deuses os Orixás, e Ogum era um desses Orixás. Era venerado pelos escravos como o Deus da Guerra, pois seu nome significa “Senhor da Guerra” podendo variar para “Ologum”.

Os europeus, cristãos colocavam regras para os escravos, e com isso, eles tinham que fazer o que era mandado. E paralelo a todos esses acontecimentos, os escravos foram proibidos de cultuar seus Orixás, pois, na visão do cristianismo, eles eram pagãos e estavam adorando a deuses inexistentes ou mundanos, ou até mesmo diabólicos, quando na verdade não.

Surgiu então a “Literatura dos Jesuítas” que tinha como principal finalidade, a catequização, a conversão dos escravos para religião cristã. Porém, os escravos continuavam a cultuar seus Orixás, só que de forma escondida. Eles fingiam cultuar os santos católicos, quando na verdade, em idioma Ioruba, eles cultuavam seus deuses de tradição.

Passaram então a estabelecer semelhanças entre os Orixás e os santos católicos para enganar os europeus, como, por exemplo:

· Santa Bárbara – santa católica dos raios e trovões com Iansã – o orixá dos raios, ventos e trovoes.
· São Jorge – santo católico da guerra com Ogum – Orixá guerreiro.

E assim aconteceu com os demais Orixás. Os africanos passaram a cultuar os Orixás de forma escondida, dando origem então, ao fato histórico conhecido como “Sincretismo Religioso no Brasil”.

Hoje em dia é possível ver imagens católicas em casas de cultos de descendência africana, devido à história do Brasil. Devido o sincretismo.

Então, é válido ressaltar que Ogum não é a mesma coisa que São Jorge. É só uma questão de tradição!

Olukó Brad Pághanni de Oxalá

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Orixá Ogum





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Desdobramentos de Ogum

Ogum



Os Orixás são o equilíbrio de toda a natureza, para isto trabalham em harmonia uns com os outros, formando os desdobramentos. Os desdobramentos do Orixá Ogum são:



Ogum Beira-Mar - em harmonia com Iemanjá (água), Iansã (ar) e Omulu (terra)





Ogum Sete Ondas - harmonia com Iemanjá (mar e oceano = Calunga Grande)





Ogum da Pedreira - harmonia com Xângô





Ogum Megê e Naruê - harmonia com Omulu (cemitério = Calunga Pequena)





Ogum Matinata - harmonia com Pai Oxalá nos campos abertos e colinas (são raros)








Ogum Dilê - ou Ogum de Lei - vibração original de Ogum, presente em todos os reinos ou fenômenos naturais.




Ogum Rompe-Mato - harmonia com Oxossi - reino matas





Ogum Xoroquê - harmonia com a vibração de esquerda: Exus - ponto de força: encruzilhadas





Ogum Iara - harmonia com Oxum - reino rios e cachoeiras.


Ednay Melo















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19/04/2014

Abril é Mês de Ogum



Ogum na Umbanda


Ogum é um poderoso Orixá, dono do ferro e do fogo. Ele é um guerreiro,um lutador que defende a lei e a ordem. Este Orixá abre os caminhos e vence as lutas, agindo pelo instinto para defender e proteger os mais fracos. Todas as lutas, as conquistas, as vitórias são presididas por Ogum.

Ele é a lei divina em ação, que pune e premia, mas não gosta de ser invocado em vão. É fácil invocar Ogum, mas controlar as suas ações é impossível.

O dia da semana consagrado a Ogum é a terça-feira, que coincide com o dia dedicado pelos romanos a Marte, o deus da guerra. Sempre ligado à força e ao poder, ele é o dirigente que não quer ter suas ordens desobedecidas. Ogum pode ser associado ao arcano IV do Taro: o Imperador; como esse arcano ele encarna a vontade firme aliada a força de execução, as energias fluindo para uma realização material. Ele protege seus domínios de forma consciente, seguro do poder que representa. Enfocado como arquétipo, Ogum contém elementos fortes e consistentes que o mantém como uma figura viva e atuante na esfera psíquica do homem.



O Físico e o Temperamento

O filho e a filha de Ogum são geralmente magros e altos (pode haver exceções). Apesar de ser um pouco tímido e discreto quase nunca passa despercebido.

O temperamento reflete o vigor físico do filho de Ogum: ele está sempre em atividade, é determinado e criador. O espírito de competição é evidente e a impaciência e as frustrações ao perder criam mais incentivo para ele seguir em frente.

Ele não reflete sobre os riscos de uma ação, pois é impetuoso e impulsivo e está sempre travando batalhas.

Sem o impulso e a coragem de Ogum a humanidade demoraria muito para alcançar o progresso; é ele o desbravador, aquele que abre o caminho para quem vem atrás. Moisés é uma personalidade típica de Ogum: a sua ira ao quebrar as tábuas da lei divina, a coragem para dirigir seu povo numa viagem para o desconhecido, o poder a ele atribuído de abrir caminhos são atributos de um homem de Ogum.

Como todo homem possui seus defeitos o filho de Ogum considera apenas o seu próprio ponto de vista, seguir metas que lhe são importantes sem considerar todos os que direta ou indiretamente estão envolvidos com ele.

Os desafios aguçam o espírito combativo de Ogum e o modo dele utilizar a sua força pode parecer, aos olhos de quem não o compreende bem, altivez e arrogância.

Qualquer forma de limite representa uma prisão para uma pessoa regida por Ogum. Ele precisa se enxergar livre para ir e vir á sua vontade, não consegue expandir sua alegria, força e energia em um ambiente restritivo e sempre igual. A novidade serve de estímulo à ação.

Com capacidade de liderar e coragem suficiente para enfrentar qualquer missão, consegue reunir a sua volta pessoas que colaboram com ele por prazer sentindo-se revitalizadas pelas qualidades magnéticas e energéticas dessa personalidade tão forte.

Sem aceitar palpites no que faz , ele é franco e rude ao impor a sua vontade aos seus subordinados. É capaz de castigar prontamente qualquer falha , mas seu perdão vem depressa e logo pede desculpas quando se excede no seu comportamento.

Gosta da verdade acima de tudo, nunca fala por trás de alguém, suas críticas são abertas, pois detesta dissimulação.



Amor e Casamento

Quem consegue cativar e manter junto a si um filho de Ogum tem o privilégio de saber que jamais será enganado. Nunca ouvirá desculpas esfarrapadas para explicar onde ele esteve ou o que fez. O filho de Ogum não mente, ele diz a verdade espera ser acreditado, qualquer duvida irá ofendê-lo.

Quando um filho de Ogum encontra uma pessoa de temperamento cordato, porém que possua opiniões fortes e próprias ele fica feliz. Se essa pessoa souber se manter equilibrada na difícil corda bamba que é agradar sem ceder, ela conseguirá manter o relacionamento vivo.O filho de Ogum não gosta de pessoas sem idéias próprias, vai querer para companheiro(a) alguém que as possua em quantidade, mas que também saiba expô-las de modo especial.



Saúde

A saúde de um filho de Ogum é boa, ele é resistente e sua constituição forte evita as doenças. Os seus pontos fracos são as articulações, as dores de cabeça, as febres fortes.

Quando está doente o filho de Ogum não quer ficar em repouso, é muito trabalhoso convencê-lo a descansar e dar tempo ao seu corpo para se recuperar. Só fica na cama quando está verdadeiramente mal, aí então fala pouco e fica nervoso com a obrigação de parar para se refazer.

Seus problemas de saúde são mais para o tipo violento e repentino do que para doenças crônicas e demoradas.

As doenças nervosas como úlceras, esgotamentos e depressão são menos comuns, mas podem atingi-lo se ele cometer excessos de trabalho ou for mal sucedido em seus empreendimentos.



O Homem de Ogum

Ele é confiante ,entusiasmado, generoso,solidário, enérgico, ousado, ativo em seu lado positivo e pode também ser intolerante, violento, impulsivo, obstinado, egoísta e exigente em seu lado negativo.



A mulher de Ogum

Elas são sinceras, encantadoras, vigorosas, corajosas, entusiasmadas, românticas que são qualidades que excedem seu lado negativo já que ela também pode ser mandona, irritada e impulsiva.



Fonte: Terreiro Tio Antônio


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16/04/2014

Defumação na Umbanda

Defumação na Umbanda


A defumação está presente em várias religiões através dos tempos.

O processo de defumação se dá através da queima das ervas vegetais, através do fogo presente na brasa do carvão vegetal. As ervas devem ser secas, desidratadas (sem a água presente nas ervas frescas), porque água e fogo não se misturam.

Secar as ervas em temperatura ambiente, próximas ao ar livre (em frente a uma janela por exemplo). Se preferir adquirir o defumador pronto do comércio, é aconselhável que antes de defumar a mistura seja consagrada a uma força espiritual, à energia do Congá do Terreiro por exemplo.

As ervas têm fluido vital (energia vegetal), que liberada para o ambiente tem a função de descarregar energias densas e miasmas astrais ou purificar, equilibrar e propiciar adequação aos trabalhos espirituais.

À nível astral, a defumação também é um sinal de que os trabalhos de Umbanda vão iniciar naquele momento, ritual em que os Guias também se colocam a postos.

Para obter êxito na defumação é preciso, além de conhecer o poder vibratório de cada erva, direcionar o pensamento com fé, através de pontos cantados e orações.

Outra forma de defumar é entregar o momento ritual da defumação à determinada falange espiritual, daí estarão aliados à queima do vegetal, a força do pensamento de quem defuma e a força espiritual da entidade de Umbanda, tornando mais eficiente esta magia milenar.

E o que dizer dos cigarros, charutos e cachimbos utilizados pelas entidades de Umbanda? São também ferramentas dos Guias para defumar, direcionando a magia do sopro e a queima das ervas presentes no fumo para determinado caso em particular, mais frequentemente para a aura das pessoas.

Como todo e qualquer trabalho de magia, deve-se ter o conhecimento preciso do que se faz, sendo ideal o aconselhamento dos Guias e Mentores de Umbanda.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo


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11/04/2014

O Simbolismo do Fogo Através do Tempo, Culturas e Religiões


A origem da sociedade humana, como a conhecemos atualmente, ocorreu a partir do momento em que o Homem passou a dominar o fogo. Antes do domínio do fogo, o Homem vivia de maneira similar às demais espécies animais, com uma incipiente capacidade de comunicação e com uma pequena organização social – reflexos de um intelecto pouco desenvolvido. A partir do domínio do fogo o cérebro humano desenvolveu-se abruptamente, proporcionando um salto qualitativo na nossa vida.

Fogo na Natureza

Antes das técnicas de controle e propagação do fogo, o Homem estava sujeito a ter e utilizar esse elemento apenas quando ocorriam queimadas por causas naturais, especialmente pelas descargas elétricas dos raios.

O domínio do fogo permitiu inúmeros avanços, dentre os quais: possibilitou que os grupos familiares estivessem ativos durante a noite; permitiu o preparo de alimentos e bebidas; foi usado em caçadas e no afugentamento de animais e grupos rivais; passou a ser empregado na agricultura e pecuária, servindo para limpeza de áreas; e foi amplamente empregado na fundição de metais. Além da grande importância do fogo através de seus múltiplos usos na atividade prática do dia-a-dia do Homem deve-se considerar também um outro aspecto extremamente relevante em relação ao fogo e a História da humanidade, que se trata de seu valor simbólico para diferentes povos e culturas.

O fogo não fala aos animais, mas, fala ao homem. Ante o fogo, o animal se espanta e foge, mas o homem espanta-se e aproxima-se. É que entre ele e o fogo, há alguma coisa que os irmana. Em todos os povos, o fogo é objeto de culto, e do culto mais profundo. É o homem o único ser que se apropria do fogo e o domina, sem dominá-lo. Misto de bem e de mal, o homem dirige-o apenas buscando-lhe o bem que ele oferece. E a lenda de Prometeu expressa bem a significação que o fogo tem, na formação do próprio homem. Os raios solares, fonte da vida, encontram no fogo algo que se lhes assemelha. A luz solar ilumina a terra e o fogo também ilumina, embora em grau menor. O fogo é assim o símbolo do sol, que é o símbolo do Ser Supremo.

O culto do fogo encontramo-lo em todos os povos, nos lares, nas lareiras dos romanos, nas nossas noites de São João, em todos os rituais à volta do fogo, dos diversos povos. É a chama mantida pelas vestais, a chama dos lares, que simboliza a família. E a casa em que o fogo morreu e se extinguiu, perdeu a sua potência, por isso ainda conservamos, sem bem compreender o seu significado, o fogo aceso nas igrejas, as piras dos atletas, as velas acesas dos templos, como encontramos também as flamires dos romanos, a vesta, o fogo do Estado, cujas sacerdotisas, as vestais, amparavam e serviam.

O fogo do lar recebe seu culto por motivos sociais. É considerado como um ser de natureza superior, ao qual se oferecem também oferendas de alimentos, e o qual era conservado com respeito, e honrado com cerimônia, sobretudo nas festas de casamento, onde devia acender-se o fogo de um novo lar. O culto do fogo, como grande força elementar, parece que não é separável do culto ao sol, até tal ponto que as festas do sol e da vida eram ao mesmo tempo festas do fogo. O culto restante compreendia o sol e o fogo, e a cerimônia do novo fogo, mediante a fricção das madeiras, verificava-se especialmente nas festas dos solstícios.

Nos gregos, há Apolo como o deus originário da luz e do fogo, que era venerado numa labareda sobre um trípode e que servia para se fazerem os oráculos, como entre os persas. Também era considerado protetor do fogo do lar, da cidade, das colônias e também dos rebanhos.

Hefaístos, nos gregos, era o deus do fogo material e do fogo da forja. A Héstia, deusa do fogo, particularmente do lar, também protetora do fogo da cidade e do Estado, eram dadas oferendas, antes e após cada sacrifício.

Corresponde-lhe, nos romanos, o deus Vulcano, deus do fogo, da forja, do incêndio, do fogo destruidor, mas também da família, do Estado, do lar. Sobre a família e o Estada pela Vesta, servida pelas virgens vestais, as encarregadas do fogo sagrado, da cidade e do Estado.

Entre os germânicos, a figura misteriosa e dúplice de Loki, mais próxima a Vulcano do que a Agni-Apolo, por seu caráter vivo e astuto, apresenta uma nota especial, que se explica pela influência da figura cristã de Lúcifer.

Flechas incendiárias eram atiradas em direção ao sol por ocasião de um eclipse, o que revela um desejo de domínio mágico do sol, entre tribos peruanas.

Há tribos árabes que acendem as fogueiras e saltam, repetindo o salto sete vezes. Além de julgarem o fogo purificador, também usam as cinzas das fogueiras como benéficas, e passam-nas pelo corpo e cabeça.

No Zoroastrismo, o fogo é um símbolo da sabedoria e luz divina. Os templos religiosos do Zoroastrismo, onde se desenrolam as cerimônias e se celebram os festivais próprios da religião, são conhecidos como Templos de Fogo. Os Templos de Fogo mais importantes do Irão e da Índia mantêm uma chama de fogo sagrado a arder perpetuamente.

Uma outra história, de origens helênicas, é a da ave Fênix, que sem o fogo não poderia nunca ressurgir das cinzas e voltar para a cidade de Heliópolis.

Na doutrina Hindu, que lhe confere fundamental importância. Agni, Indra e Surya são os fogos dos mundos terrestre, intermediário e celeste (ou seja, o fogo comum, o raio e o Sol). Além disso, existem ainda dois fogos: O da penetração ou absorção (Vaishvanara), e o da destruição (outro aspecto de Agni.).

Os taoístas entram no fogo para liberar-se do condicionamento humano, apoteose a propósito da qual não se pode deixar de evocar a Elias, e sua carruagem de fogo ou São Martinho que diz; “O Homem é fogo, sua lei, como a de todos os fogos é a de dissolver (seu invólucro) e unir-se ao manancial do qual está separado”.

O Candomblé apresenta dentre as suas inúmeras divindades (Orixás), uma forte relação com os elementos da natureza: ar, terra, água e fogo. Xangô (mais popular entidade do Candomblé) é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça. Ele tem o fogo como seu principal elemento natural. Os adeptos do Candomblé realizam inúmeras festividades ao longo do ano, muitas das quais, em presença de fogueiras e chamas.

Na Bíblia Sagrada, existem dezenas de referências ao fogo, muitas das quais o tratando de forma simbólica. Uma das mais marcantes referências do fogo na Bíblia trata-se da sua associação à presença Divina na vida do cristão. Logo após a crucificação e ascensão de Cristo aos céus os apóstolos permaneceram reunidos em oração. Naquele momento de intensa devoção todos foram cheios da presença do Espírito Santo que estava manifesto sobre suas cabeças como pequenas labaredas de fogo (ver Atos dos Apóstolos 02: 2-4).

O símbolo do fogo purificador e regenerador desenvolve-se do Ocidente ao Japão. A liturgia católica do fogo novo é celebrada na noite de Páscoa (Para quem não viu recomendo a Missa no Mosteiro dos Beneditinos que começa às 22 Horas do Sábado de Aleluia). A do Xintó (Japão) coincide com a renovação do Ano. Há ainda as línguas de fogo do Pentecostes.

O Alquimista, que fabrica a imortalidade à chama de seu fornilho, que deve ser compreendido como o fogo do cadinho interior, que corresponde ao plexo solar e ao manipura-chakra, que os iogues colocam sob o signo de fogo. Esse é o fogo que não queima do hermetismo ocidental, ablução, purificação alquímica simbolizada pela Salamandra.

O Buda substitui o fogo sacrifical do hinduísmo pelo fogo interior, que é ao mesmo tempo, conhecimento penetrante, iluminação e destruição do invólucro: Atiço em mim uma chama… Meu coração é a lareira e a chama é o Self (eu) domado. Os Upanixades asseguram, paralelamente, que queimar pelo lado de fora não é queimar. Daí o símbolo da Kundalini ardente na Ioga hindu, e o do fogo interior no tantrismo tibetano.

O Aspecto destruidor do fogo implica também evidentemente, um lado negativo; e o domínio do fogo é igualmente uma função diabólica. A propósito da forja, deve-se observar que seu fogo é a um só tempo celeste e subterrâneo, instrumento do demiurgo e de demônio. A queda de nível é representada por lúcifer. Portador da Luz celeste, no momento que é precipitado nas chamas do inferno; fogo que queima sem consumir embora exclua para sempre a possibilidade de regeneração.

Nas tradições celtas tem-se, a respeito do fogo como elemento ritual e simbólico, somente informações indiretas. Na Irlanda por exemplo, os textos fazem menção unicamente a festividade denominada Beltane , que se realizava no 1º de maio, data que marca o início do verão naquele local. Nessa ocasião, os druidas acendiam grandes fogueiras – o Fogo de Bel – (adaptado pela Igreja para Belzebu) e faziam passar o gado por entre elas, a fim de preservá-lo das epidemias. Mais tarde, essas fogueiras druídicas foram substituídas pela de São Patrício (O Grande Apóstolo Missionário da Irlanda, que segundo a história, teria acendido na véspera da Páscoa uma fogueira em Uisnech, região Centra do País, em desafio as praticas pagãs da época), signo que marcou decisivamente, o posterior prevalecimento do Cristianismo. César, no de Bello Gallico faz referencia a grandes manequins* de vime, dentro dos quais os gauleses costumavam encerrar homens e animais e em seguida atear fogo. (Alguma referencia ao Judas do Sábado de Aleluia? Ou a fogueira da inquisição?). A interpretação dos costumes gauleses é incerta e até hoje, mal estudada, porém, no caso da Irlanda, o simbolismo é visivelmente solar. É a Páscoa dos Pagãos.

Os inumeráveis ritos de purificação pelo fogo, em geral ritos de passagem – São característicos das culturas agrárias. Com efeito, simbolizamos incêndios dos campos que se adornam, após a queimada, com um manto verdejante de natureza viva e renovada.

O Fogo, nos ritos iniciáticos de morte e renascimento, associa-se ao seu principio antagônico, a Água. A Purificação pelo fogo, portanto é complementar à purificação pela água, tanto no plano micro cósmico (ritos iniciáticos) quanto no plano macro cósmico (mitos alternados de dilúvios e de grandes secas ou Incêndios). O Fogo, portanto é, sobretudo o motor da regeneração periódica.

Certos ritos crematórios têm como origem a aceitação do fogo na qualidade de veiculo ou mensageiro entre o mundo dos vivos e dos mortos. Assim na ocasião de certas festividades comemorativas de um falecimento, os Teleutas dirigem-se em procissão ao cemitério, onde duas fogueiras, uma à cabeceira do ataúde, e outra junto à base. Os Cristãos acendem velas.

Dionísio o Areopagita, dizia que o fogo era a melhor imagem dos seres celestiais, ou a menos imperfeita de suas representações ele dizia: “A teologia, como se pode constatar situa as alegorias extraídas do fogo, quase acima de todas as demais”. Observarás, efetivamente, que ela não nos apresenta apenas a representação de rodas inflamadas, espadas flamejantes portadas por Seres Celestiais, Carruagens de fogo, a de Homens de certo modo, fulgurantes, e que ela imagina em torno das essências inferiores, amontoadas de brasas escaldantes, e rios de lava, trazendo fogo em seu caudal, em meio a um ruído atroador. Ela afirma, além disso, que os troncos também são escaldantes e invoca a etimologia da palavra Serafim para declarar que essas inteligências superiores são incandescentes para atribuir-lhes as propriedades e os atributos do fogo.. No todo, quer se trate do alto ou da parte mais baixa da hierarquia, suas preferências inclinam-se sempre para as alegorias extraídas do fogo. Parece-me que a imagem do fogo seja, efetivamente, a que melhor pode revelar a maneira pela qual as inteligências celestes se adaptam a Deus. E por isso tantos santos teólogos descrevem tantas vezes sob forma incandescente essa Es sência sobrenatural que escapa a qualquer figuração, e é essa forma que fornece mais de uma imagem visível daquilo que apenas ousamos chamar de propriedade teárquica.

Assim como o Sol, pelos seus raios, o fogo simboliza por suas chamas a ação fecunda, purificadora e iluminadora. Mas também um aspecto negativo: obscurece e sufoca, por causa da fumaça, queima devora e destrói: o fogo das paixões, do castigo e da guerra. O fogo terrestre simboliza o intelecto, a consciência, com toda sua ambivalência. A Chama, a elevar-se para o céu, representa o impulso em direção a espiritualização. O Intelecto, em sua forma evolutiva, é servidor do espírito.

Mas a chama também é vacilante, e isso faz com que o fogo também se preste a representação do intelecto quando esse se descuida do espírito. Lembremos-nos de que o espírito, nesse caso, deve ser entendido no sentido de supra-consciente. O fogo, fumegante e devorador, numa antitese completa da chama iluminadora, simboliza a imaginação exaltada(supertições)… o subconsciente soberbo(Vaidade)… a cavidade subterrânea(Depressão)… o fogo infernal… o intelecto em sua forma revoltada: em suma, todas as formas de regressão psiquica.

O fogo, na qualidade de elemento que queima e consome é também símbolo de purificação e de regeneração. Reencontra-se, pois, o aspecto positivo da destruição: Nova inversão do símbolo, que se desdobra em múltiplas ambivalências. Todavia, a água é também purificadora e regeneradora. Mas o fogo distingue-se da água porquanto ele simboliza a purificação pela compreensão, até a mais espiritual de suas formas, pela Luz e pela verdade; ao passo que a água simboliza a purificação do desejo, até a mais sublime de suas formas – a bondade.

Sandro Dennis

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07/04/2014

Umbanda, um Pronto Socorro Espiritual



A Umbanda é uma Religião fascinante se estudada com isenção e racionalismo, mostrando-nos a Grandeza Divina de Deus e as infinitas possibilidades que Ele nos oferece para nos auxiliarmos quando entramos em desequilíbrio com o Plano Espiritual e o Natural.

Se soubermos interpretar o simbolismo umbandista veremos que, mais que uma Religião, a Umbanda é um Pronto Socorro Espiritual Equipadíssimo para acolher todos os necessitados de um rápido auxílio.

As pessoas seguidoras de outras religiões não vão à Umbanda para rezar e sim, vão em busca do socorro imediato para as mazelas que, em suas religiões, não tem como ser tratadas adequadamente.

Vemos entrar e sair dos Centros Umbandistas pessoas seguidoras das mais diversas religiões, todas necessitadas de tratamento Espiritual imediato, muitas delas a beira de um colapso nervoso, do suicídio, da loucura, da confusão que incutiram em suas mentes com mensagens religiosas contraditórias que, ao invés de orientá-las, as confundiram de tal forma que muitas perderam a fé no referencial divino que tinham.

Com os espíritos que se manifestam através dos seus médiuns muitos encontram palavras de consolo, de conforto e de esclarecimentos que, pouco a pouco, fornecem-lhes novos referenciais, todos fundamentados na imortalidade do espírito e na necessidade de espiritualizarem-se porque só com uma pessoa se entendendo como espírito imortal encarnado para cumprir mais uma etapa da sua evolução, ela lidará de forma correta com suas dificuldades aqui na terra e alcançará o equilíbrio intimo para superá-las ou transmutá-las.

Os referenciais divinos de quase todas as religiões são idênticos e estão calcados na existência de um Deus Onipresente e Onipotente que tudo pode e tudo faz; que é justo e perfeito e que não desampara ninguém em momento algum, fornecendo a todos o seu ampara divino.

Esse referencial divino é verdadeiro e não estamos negando-o ou questionando-o porque também acreditamos nele e o ensinamos a todos que acreditam na existência de Deus .

O que questionamos acerca desse referencial divino é que muitos limitaram a religiosidade das pessoas nessa afirmação (verdadeira) e negaram tudo mais que faz parte do aprendizado e da espiritualização delas, negando-lhes o beneficio da busca e a satisfação de poderem, por si, solucionarem as dificuldades do dia a dia e de sanarem as dúvidas que surgem naturalmente no decorrer de suas passagens terrenas.

Na mente do doente, do desempregado, do solitário, do desesperançado, do desiludido , do desequilibrado mental e emocionalmente etc., passam pensamentos terríveis sobre sua condição de sofredor em meio a tantas pessoas saudáveis, em meio a tantas pessoas empregadas e em ótima situação financeira, em meio a tantas pessoas felizes, em meio a tantas pessoas cheias de esperança e felizes pelo sucesso já obtido em seus projetos de vida.

A legião de sofredores encarnados é imensa e em certos momentos nós (eu e você, amigo leitor) já fizemos parte dela (ou ainda somos), certo?
Aos membros temporários ou permanentes dessa imensa legião de sofredores encarnados soma-se a dos espíritos já desencarnados, muito maior e em piores condições porque já não têm a estabilidade do plano material para se agarrarem e não serem tragados pelo abismo do desespero , do tormento e da sensação de desamparo total nos momentos mais difíceis das suas existências.

Faltou a alguns interpretes de Deus revelarem aos seus seguidores que Deus é Onipotente, Onisciente e Onipresente, que tudo pode e tudo faz em nosso benefício, não desamparando ninguém em momento algum, mas que tem Sua forma de nos auxiliar na solução das nossas dificuldades, todas elas passando por nós mesmos e contando com a nossa participação na solução dos nossos problemas.

Deus possui muitos modos de operar em nosso benefício e um deles é através do auxílio dos espíritos mais evoluídos que, invariavelmente, voltam-se para os menos evoluídos e passam a auxiliá-los para que lidem de forma correta com suas dificuldades, sejam elas transitórias ou permanentes.

As dificuldades transitórias são solucionadas rapidamente. Já as permanentes, a solução delas só é possível com uma transformação integral do ser, pois a mente, que é a fonte dos pensamentos, não pode estar dissociada da razão e do bom senso, que são fontes de equilíbrio e racionalismo.

Ou a mente e a razão estão associadas e centradas ou a qualidade dos pensamentos deteriora-se e elas se auto anulam pelas contradições, enfraquecendo a fé e anulando a crença em um Deus, Justo e Perfeito, que não desampara ninguém e a todos socorre o tempo todo, mesmo quando a solução das nossas dificuldades esta em nós.

Espiritualizar-se é mais que crer em Deus! É o ser crer-se parte Dele e que todas as nossas ações refletem Nele e retornam para nós, os seus emissores.
É crer-se uma célula do corpo de Deus que, se esta saudável realiza suas funções sem chamar a atenção dos “anticorpos” espirituais mas, se ficar enferma, atrairá a atenção deles e começará a ser atacada de todos os lados até ser devorada por eles, que tem justamente essa função: Destruir e remover do corpo todas as células que se tornarem enfermas e ameaçarem a saúde, o bem estar e o equilíbrio existente nele.

A “célula enferma” não entende porque só ela esta sendo atacada e todas as outras (suas irmãs) não são incomodadas pelos “anticorpos”, ainda que estejam ao seu lado.
Com certeza essa célula enferma tem muitos porquês sem respostas, não é mesmo?
Tal como todas as pessoas, em certos momentos de nossa existência, quando estamos sofrendo porque fomos atacados violentamente por forças desconhecidas, fraquejamos e sentimos que fomos abandonados à nossa própria sorte (ou azar).

Quantas pessoas não vêem suas vidas desmoronarem de uma hora para outra, perdendo tudo o que acumularam durante anos por causa de um mau negócio; de um projeto que não deu certo; devido uma onda de doenças; por causa de uma separação conjugal; pela perda de um emprego bem remunerado, etc., e daí em diante tudo muda para pior e escapa-lhes do controle?

São acontecimentos corriqueiros, porque acontecem o tempo todo com muitas pessoas, independente da religião que sigam.
Quantas dessas pessoas sofridas e desesperadas não atribuem a Deus a responsabilidade pelos seus infortúnio pois sentem-se abandonadas, punidas ou desamparadas por Ele, que tudo pode mas nada faz para minorar seus sofrimentos?

Quantas não abandonam suas religiões e começam a buscar nas outras o amparo e a proteção divina, já inexistentes na que segue?
Daí em diante passam de uma igreja para outra; de uma religião para outra; de um sacerdote miraculoso para outro, sempre buscando nelas ou neles o que perderam.
E, por fim, quando nada mais lhes resta nesse campo (o religioso), já acreditando que tudo lhes foi tirado, aí sim, voltam-se para o Pronto-Socorro Espiritual conhecido por Umbanda.

Na Umbanda, em seus centros despidos de luxo, vergam-se ante a inexorável ação da Lei Maior em suas vidas e curvam-se perante a espiritualidade enquanto ainda há tempo.
Diante dos Espíritos-guias as pessoas relatam seus sofrimentos, abrem seus corações e derramam suas lágrimas para que a esperança brote novamente em suas vidas.

Finalmente a humildade se fez presente em seus íntimos e o “Centro de Macumba e os Macumbeiros”, tão ofendidos e vitimas de todo tipo de sarcasmos e ofensas mostram-se aos seus olhos surpresos que a Umbanda é uma Religião Humanística e Socorrista e que os tão difamados “macumbeiros” são pessoas tão humanas quanto eles e que nada lhes pedem ou cobram-lhes para ajudá-los na reconquista do amparo divino.

Não cobram nada, não pedem dízimo e não cobram caríssimos “trabalhos” porque, dentro do verdadeiro centro de Umbanda quem trabalha são os Guias Espirituais, que não precisam de nenhuma vantagem financeira para estender suas mãos luminosas aos necessitados.

Isto é Umbanda!

Rubens Saraceni



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03/04/2014

Ética

Ética

Precisamos repensar sobre os caminhos, sobre a forma de ligarmos ao Divino. É necessário que organizemos nosso templo interior. Meu corpo é a semelhança de meu Deus, nele habita um templo, e é sobre esse templo que todos precisamos refletir. Qual a relação que você tem com seu templo interior?



Na Umbanda, os templos ainda refletem o estágio em que nossos irmãos se encontram, procurando maiores esclarecimentos. Muitos deles ainda estão presos às lendas, às mitologias do passado, carentes de informação.

Falaremos da ética na Umbanda, a conduta que cada filho deve ter mediantes a busca pessoal do Divino. Precisamos realmente tomar cuidado com tudo aquilo que é por demais extravagante ou “bizarro”.

Será que nosso Deus precisa ou quer esse tipo de manifestação? Pergunto-lhe: será nossas Entidades precisam de tanta decoração, de tantos adereços para praticarem a caridade e o amor ao próximo? Muitos irmãos apresentam um exibicionismo exagerado, querem aparecer mais, querem ser mais importantes do que a própria necessidade obriga. Na prática da caridade, do amor ao próximo, não podemos levar conosco toda uma herança de orgulho e vaidade. Onde existem orgulho e vaidade, o amor não prevalece.

São vários os caminhos que nos levam ao Divino, ao nosso Deus maior, ao “religare” que as religiões tanto oferecem. Muitas vezes, as religiões não estão organizadas ou preparadas para exercer sua responsabilidade neste plano, neste planeta, de forma que, ficam a mercê dos dominadores, daqueles que colocam seu orgulho pessoal na frente de tudo, que são verdadeiros vampiros de almas. Em nome de um Astral Superior, absorvem a energia dos seus filhos, tomando-os para si, deixando-os cada vez mais impotentes diante da grandiosidade que é o templo interior.

Muitas religiões se perdem em ritos, em cultos que não levam a nada e nem a lugar nenhum, a não ser a banalidade e ao lugar comum. Um hospital de caridade não é um palco para exibicionismo baratos, é sim um lugar de transparência, um lugar onde a vida corre em busca da evolução.

Em nosso grande hospital chamado Umbanda, precisamos realmente que predomine o amor ao próximo. Chega de banalidades ritualísticas que não levam a nada, a não ser a enganações e mistificações de nosso povo, cada vez mais o distanciando do verdadeiro espírito racionalizado. Precisamos, acima de tudo, entender esse estágio evolutivo e organizar cada vez mais a nossa Umbanda, a nossa religião, para que no Plano Astral ela possa ter uma função muito mais clara, porque, com a consciência, nossos irmãos, uma vez desencarnados, poderão trabalhar com muito mais satisfação, porque a consciência os levou a um plano de participação cósmica, inserindo-os no equilíbrio universal, no amar o próximo, no dar e receber. Essa é a Lei do Equilíbrio, a Lei do Processo Evolutivo.

Precisamos respeitar os cultos e as formas de direcionar o pensamento ao Divino. Não podemos transformar a nossa religião em um amontoados de lendas e mistificações, de metáforas e metafísica.

A nossa religião é simples, é a religião dos mortos, é a religião da vida, e a religião do Divino em nós.

Fiquem em paz.
Saravá, meus irmãos.

Pelo Espírito Pedro Miguel – Médium Marques Rebelo



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