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O Trabalho do Guia Através do Médium Consciente

Publicado em 13/01/2019


O Trabalho do Guia Através do Médium Consciente

Chegou a hora do seu guia trabalhar com o passe, responder às perguntas daqueles filhos que se prostram à sua frente, e aí meus amigos, como agir?

Muitos nem esperam esse momento chegar, o dirigente julga o momento e muitas vezes pega o filho desprevenido e aí meus amigos: COMEÇA A PELEJA!

Não adianta que não ouvirão vozes dos seus mentores, não chegará a dita voz soprando em seu ouvido o que deve falar ao assistente que está em sua frente, não meus amados, vão surgindo ideias e situações misturando-se a com a mensagem do mentor e a sua cabeça, aí está um grande desafio, aprender a diferenciar o que é da sua cabeça e o que é da entidade, esse é um processo extremamente pessoal, tem médiuns que demoram dois, três meses, outros levam anos, outros ainda mesmo depois de dez anos de Umbanda, ainda se confundem, é extremamente complicado determinar um prazo correto para o processo. Serei bem sincero a vocês, é uma fase extremamente fatigante, onerosa, muitos abandonam a Umbanda nessa fase por não quererem discernir esse louco processo que todos passamos por isso. A incerteza toma conta de cada segundo da sua incorporação, é terrível! 

No começo é complicado mesmo, é bem complicado identificar quando é um aviso do seu mentor e quando é imaginação de sua própria mente, mas insistam, vocês chegam lá.

No começo da incorporação você terá solavancos, o guia deve se acoplar ao seu processo vibratório, e como ele está em um patamar diferente do nosso, ocorre essa acoplagem abrupta causando um solavanco no corpo, uma coisa que eu odiava ouvir no meu processo de desenvolvimento mediúnico é: “ – Vem devagar, sem machucar o cavalo, pega o cavalo direito.

Isso é uma falácia, o processo é extremamente o inverso, é oneroso ao mentor espiritual a acoplagem, e assim como a metamorfose da lagarta para a borboleta é um processo custoso, também é custoso a equivalência vibratória aceitável para o processo de psicofonia (ou incorporação, como queiram).

O Guia não tem e nem terá a intenção de te machucar, o solavanco não é porque ele vem te machucar e sim você que precisa se adequar a um patamar aceitável para o encaixe vibratório das duas vibrações.

Mas voltando ao processo da incorporação consciente, apenas com o tempo vai ocorrendo essa acoplagem e as energias vão se afinizando, portanto meus irmãos, é extremamente natural o sentimento de constrangimento, de vulnerabilidade, o demasiado receio de estar fingindo e a preocupação constante com o comentário dos outros irmãos da corrente.

Muitos médiuns iniciantes também sentem-se confortáveis com a incorporação apenas quando é evocado pelo guia do dirigente ou qualquer outro responsável, ou seja, quando o mentor esfumaça com o fumo, como o passe fluídico ou até mesmo com outros métodos de facilitação da incorporação, mas chega um momento que temos que parar de engatinhar e andarmos com as próprias pernas.

Não se esqueçam do animismo, isso é extremamente normal também durante o desenvolvimento, sim, é natural “copiarmos” o que as entidades dos mais velhos fazem, porque é nossa zona de conforto, por isso, nessa fase, somos totalmente presos a paradigmas e outros processos imitadores, seja uma saudação, um grito de guerra, uma chegada ou até mesmo algum trejeito de incorporação. Depois que vão adquirindo a confiança, vai mudando, muitas vezes o guia te pega de um jeito mais ameno mesmo, hoje o caboclo que eu trabalho dá um salto, antes ele mal pulava.

Sim, os bebês não imitam seus pais? Estamos nascendo para a mediunidade, então vamos copiar o que está ao nosso redor até criarmos nossa própria personalidade e desprendimento no assunto, não?

O outro processo complicado é deixar que o influxo espiritual do mentor tome conta, eu tento deixar a mente extremamente livre, quando vou vacilar no pensamento, penso na lua ou no sol, penso no mar, que são pontos estratégicos de força espiritual.

Quando você se torna um médium mais intuitivo, tanto faz você ou o guia falando, pois o acontecimento ou o fato é certo, vai muito do treinamento e dedicação do médium nesse processo.

Também é muito comum o guia perguntar algumas coisas no começo para o assistente, e depois de algumas perguntas, o médium toma confiança e deixa o guia engrenar ajudando, aconselhando e fazendo pequenas previsões. Mesmo porque é extremamente complicado para o mentor passar informações para o médium inseguro, lembrem-se sempre, somos extremamente ativos no processo da psicofonia (ou incorporação, como queiram), a incorporação (ou psicofonia) é de nossa total responsabilidade e não o contrário.

Um fator que vai acelerar demais o processo, é quando algo que o guia de vocês falarem e acontecer, sim, sem querermos ser hipócritas, mas isso dá uma bela massageada em nosso ego e o incentivo necessário para seguir em frente, o segundo item que auxilia nesse processo de confiança, é quando durante a consulta ele falar algo que o assistente na hora vai consentir e confirmar que aquilo é verossímil, esses são dois fatores que AJUDAM EXACERBADAMENTE no processo de desenvolvimento mediúnico e consequentemente na confiança na psicofonia de vocês, isso também é relativo, depende do desenvolvimento do médium, das suas faculdades inerentes e consequentemente de sua seriedade e dedicação no processo, não é como uma escola que a cada ano você passa de série, tem pessoas que mudam de degrau em semanas, outros em meses e outros em anos, como disse, depende única e exclusivamente de vocês.

Existirão médiuns melhores sim, existirão aqueles guias que quando chegam, param a casa, e não digo no quesito “show de danças”, “show de piadas”, não, digo no quesito liderança, clareza nas explicações, daqueles que vão no íntimo de suas aflições, que falará com a sua alma, sim, ainda existem médiuns que são capazes de trazer isso à tona, são raros e antes que me perguntem: NÃO PRECISAM SER INCONSCIENTES!!! [RISOS]. Um outro fato, o guia vai pegar um pouco da sua personalidade e do seu aprendizado, obviamente, é difícil apagar na mediunidade consciente todo o traço de sua personalidade, alguma coisa ou outra vai “vazar”, isso vocês perceberão com guias que querem brigar, que querem exaltar uma graça, que querem mostrar que fazem e acontecem, ou seja, guias vaidosos tem muito a ver com o médium e nesse processo, digo com total veemência que é o médium “passando a FRENTE”. E só para enfatizar, NUNCA USEM SEUS GUIAS PARA FALAREM COISAS QUE NÃO POSSUEM CORAGEM DE DIZER, NUNCA!

Sejam bons recipientes aos seus mentores espirituais, estudem, preparem-se, eu diria que a Umbanda se torna uma religião demasiadamente complexa devido a todos esses transtornos que passamos durante o desenvolvimento, e confesso meus irmãos, nem todos conseguem passar, nem todos conseguem dar uma boa comunicação e isso não é culpa dos mentores, nunca!

Esses posts sobre o começo é mais uma referência para que não se sintam sozinhos, muitas vezes não temos coragem de desabafar esses problemas com receio de colocarem à prova nossos guias, a confiança de nossa incorporação, então aqui é o espaço para tirarem as suas dúvidas no ANONIMATO, muitas vezes essa falta de fé é um grande obstáculo e impede muitas vezes de um médium brilhante trilhar esse caminho, justamente pelas dúvidas, vergonha e até medo que encontramos em nosso caminho.

Mas não temam, isso é mais comum que imaginam, acontece aos milhares e eu diria com total propriedade que acontece esses mesmos fatos com 99% dos médiuns.

Neófito da Luz



3 comentários:

  1. Muito bacana o texto... Não sou médium de incorporação... Mas sempre ouço esses relatos... Dúvidas etc... Vai ser de grande ajuda a todos. Vamos compartilhar!

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  2. Maravilhoso texto, está de Parabéns

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  3. Esse texto foi super acolhedor e explicativo. Obrigada!

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