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Os Orixás e Suas Qualidades Divinas

Publicado em 02/05/2016

Os Orixás e Suas Qualidades Divinas

Cada uma destas qualidades compõe uma força ligada 
a determinada função energética que Deus exerce sobre 
o homem e toda criação divina

Muito temos estudado ao longo do tempo sobre os orixás e ainda muita dúvida existe a respeito do tema em questão. A palavra orixá significa Ori: Alto, cabeça ou o que está em cima e Ixá: Luz, iluminado. Assim, podemos interpretar que orixá significa "Aquele que ilumina nossos pensamentos". 

Os primeiros registros do culto aos orixás têm como referência a África, berço da cultura negra, tão oprimida pelo histórico da escravidão.

Lá, diferente do que vemos aqui no Brasil, os orixás não eram tão humanizados como notamos nos dias de hoje, e a ritualística envolvendo os mesmos era disciplinada e mantida na cultura de tradição, ou seja, transmitida pelos antepassados, sucessivamente, àqueles que os sucederiam em sua jornada religiosa.
Como citamos acima, reparamos, nos dias de hoje, muitos desejando ser donos da verdade suprema e vale lembrar que no que tange à lei divina, o homem e o próprio meio onde vive está sempre em plena evolução. 

Digo isso, pois o sentido sagrado dos orixás ficou muito comparado ao meio onde o ser vive atribuindo-se a qualidade de orixá ao temperamento emocional de seus supostos "filhos e filhas". Como exemplo, podemos citar: "Sou briguento por ser filho de Ogum" ou ainda "As mulheres que choram por qualquer coisa tendem a ser filhas de Oxum" e por aí vai, colocando algo sagrado na condição de profano, infelizmente.

Isso se dá devido à falta de compreensão e estudo detalhado dos cultos e, principalmente, da qualidade dos orixás; além, claro, dos médiuns despreparados que ingressam em determinadas casas que não apoiam o estudo da Umbanda.

Orixás, antes de mais nada, são qualidades divinas, ou seja, ligadas a Deus, e nestas qualidades se destacam sete que são cultuadas no movimento umbandista. São elas: A Fé, o Amor, o Conhecimento, a Justiça, a Lei, a Evolução e a Geração divina. Cada uma destas qualidades compõe uma força ligada a determinada função energética que Deus exerce sobre o homem e toda criação divina.

Oxalá
Quando falamos de fé, lembramos de Oxalá, que rege a crença de cada um em sua jornada evolutiva. Não adianta desejarmos algo se não acreditamos que podemos alcançá-lo, da mesma forma não adianta estarmos ligados a um credo religioso se não aprendemos a crer ou a acreditar. Oxalá rege a ligação entre o homem e Deus; é aquele que nos estimula a encontrarmos a Deus dentro de nós mesmos a não desistirmos diante dos obstáculos da lei do karma natural. Isso se chama fé. Oxalá tem atuação em nosso chakra coronário.

Oxum
O amor divino é regido por Oxum. Ainda pouco compreendido, não nos referimos ao amor carnal, mas, sim, ao amor universal, onde compreendemos que somos todos irmãos, e como irmãos, Oxum desperta em nós o senso de solidariedade, de perdão, de compaixão pelo nosso semelhante. Amor que "cobre a multidão dos seus pecados", amor que nos renova as forças e sempre nos dá esperanças de um novo recomeçar. Oxum atua sobre nosso chakra cardíaco.

Oxossi
Oxossi é o sustentador natural da vegetação, que nos remonta à cura divina. Na natureza, encontramos uma grande variedade de forças energéticas que ainda desconhecemos, atuando tanto para cura do corpo físico, quanto espiritual.
Na natureza também encontramos um campo energético absorvedor natural das cargas nocivas das "formas pensamento" geradas pelos seres em desequilíbrio, tanto encarnados como desencarnados. Por reger nosso chakra frontal, Oxóssi também atua em nosso pensamento e, eventualmente, estimula o nosso aprendizado em geral.

Xangô
Podemos, de forma simples, interpretá-lo como o aplicador da Justiça Divina ou, ainda, a lei de causa e efeito a que todos nós estamos expostos pelos nossos atos e pensamentos. Se "não cai uma folha de uma árvore, sem que Deus não saiba", Xangô vigia nossos passos dando, através das leis de Deus, um direcionamento em nossas vidas. Tiramos como exemplo, Moisés, quando recebeu do Alto os 10 mandamentos. Ali se balizava a Justiça de Deus, dando direcionamento para o homem alcançar sua evolução. Xangô vibra sua força através de nosso chakra umbilical.

Ogum
Ordenação é a qualidade regida por Ogum, ou seja, na criação divina tudo tem tempo e hora certa para acontecer. Nada vem quando desejamos, mas, sim, quando estamos preparados e, para nos encontrarmos preparados, tudo tem que estar em ordem. Ogum também atua na organização energética de nosso planeta, envolvendo as matas, os rios, os mares, ou seja, tudo o que foi criado por Deus. Cada coisa está em seu devido lugar. Esta energia que ordena e organiza todos os eventos da criação e das criaturas chama-se Ogum. O chakra laríngeo é regido por Ogum.

Obaluayê
Evolução ou passagens de níveis vibratórios são regidos por Obaluayê, ainda tão mal compreendido dentro da Umbanda, sendo comparado com o orixá das doenças e pestes, por ter seu campo de forças no cemitério. Quando falamos de morte, não podemos ter nossa mente voltada somente para morte física, mas, sim, para morte ou anulação de inúmeros defeitos que trazemos em nossos espíritos e que, através da bênção da reencarnação, temos oportunidade de corrigi-los. É a força divina que nos estimula a evoluirmos, sempre aumentando, assim, nosso padrão vibratório. Vale lembrarmos que a doença também é uma oportunidade de crescimento para o ser, pois a dor transforma. O chakra que é estimulado por Obaluayê é o chakra esplênico.

Yemanjá
A Criação Divina é regida por nossa mãe Yemanjá, um dos orixás mais festejados na Umbanda. Gerar, dar vida, esta é uma das funções de Yemanjá, pois a criatividade, desde a criação do mundo, envolve o ser.

Encontramos esta força divina atuando no meio científico, acadêmico, humano e religioso. Para mudar opiniões são necessárias palavras novas e para gerar palavras novas é preciso ter inspiração divina, fator que é regido por Yemanjá. Tem seu campo de forças nos mares, pois lá se desenvolve um infinito ciclo de vida.
O chakra estimulado por Yemanjá é o básico.

Vale lembrar que existem duas qualidades de orixás: Orixás Maiores, ou seja, a qualidade geradora divina, que nunca incorporam em médium algum.
Orixás Intermediários ou seres manifestadores destas qualidade divinas, que atuam dentro da vibração do Orixá Maior e, sim, estes são os que se manifestam nas giras de Umbanda.

O sincretismo religioso não veio da África, mas foi criado no Brasil através do movimento de Cabula, oriundo dos negros que eram obrigados a participar das missas dominicais e que, através das imagens católicas nos altares, encontraram semelhanças com as qualidades dos orixás.

Orixá não tem forma, é energia. As imagens que vemos nos altares são pontes de ligação vibratória para aqueles que ainda precisam de referência energética para se ligarem ao divino.
Dentro deste sincretismo, encontramos (pode mudar, de acordo com a região do Brasil):
Oxalá sincretizado com Jesus Cristo
Oxum sincretizada com Nossa Senhora da Conceição
Oxóssi sincretizado com São Sebastião
Xangô sincretizado com São Jerônimo
Ogum sincretizado com São Jorge
Obaluayê sincretizado com São Lázaro
Yemanjá sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes

Com este breve estudo, esperamos de forma simples termos esclarecido um pouco mais sobre o tema orixás e quebrado certos preconceitos, lembrando que o estudo é base fundamental dentro de qualquer religião.

Géro Maita



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