junho 2016 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

29/06/2016

O Mal das Fofocas e Intrigas dentro de um Terreiro de Umbanda

O mal das fofocas


A Umbanda é uma religião livre e aberta a todos, ou seja: livre, pois não se prende a uma doutrina exclusiva e restritiva, permitindo a cada ramificação e a cada terreiro, exercerem a sua própria doutrina e seus próprios fundamentos de acordo com seus guias espirituais; aberta, pois recebe a todos sem preconceito de crença, cor, status social ou econômico, ou preferências sexuais.

As casas de Umbanda estão sempre com suas portas abertas a todos, se motivando pela caridade no ajudar ao próximo e na educação moral e espiritual do ser humano.

O “código moral umbandista” se baseia no respeito às diferenças, no respeito a todas as crenças, e a todas as formas de praticar a religião de Umbanda que existem no mundo. É, no mundo, pois a Umbanda se tornou uma religião não só brasileira, mas que se encontra em vários países, como: EUA, Argentina, Uruguai, França, Suíça, Portugal etc.

Sem preconceito, a Umbanda acolhe a todos e a todos tem uma palavra de força, de fé de conforto. Porém, os terreiros não são perfeitos, pois o material de trabalho dos Guias e Orixás somos nós, seres humanos que têm defeitos, manias, maus hábitos, defeitos morais e espirituais que os Guias têm de conviver, e, aos poucos, quando a matéria permite modificações, eles as fazem de bom grado, mas sabendo que nem tudo é passível de mudança. Só com o tempo e com muita paciência e boa vontade (com uma dose de determinação e aceitação do médium) é que as mudanças podem ocorrer (Umbanda não faz milagres, muito menos, os Guias e Orixás).

Um dos piores defeitos morais coletivos que pode existir dentro de um terreiro é a “fofoca”, e, com ela, as intrigas. Se existem fofocas isso demonstra que também existem inveja, ciúmes, vaidades, soberba ... Ou seja, uma série de maus modos que têm como termômetro a fofoca.

Normalmente o “médium fofoqueiro” não faz essa prática por mal. Ele a faz por um vício que traz de casa, do convívio familiar e que não foi corrigido em tenra idade, e que acaba se tornando um vício que persegue a pessoa dentro da própria família, em suas relações pessoais, no trabalho e, infelizmente, dentro de uma casa espiritual (não só nos terreiros de Umbanda, mas nas casas espirituais em geral: Igrejas, Centros Kardecistas, Terreiros de Candomblé etc).

O “médium fofoqueiro”, muitas vezes, não tem idéia do mal que acaba fazendo, pois se torna compulsivo e involuntário nas palavras (a língua acaba sendo mais rápida do que o pensamento racional e moral). Com isso acaba gerando desconforto dentro do ambiente do terreiro, pois finda no jogo cruel e imoral do “jogar uma pessoa” contra a outra, ou outras; amigos contra amigos, irmãos contra irmãos; Pai/Mãe de Santo contra o ou os filhos; os filhos contra o Pai/Mãe de Santo. Ou seja, gera um caos, onde o “médium fofoqueiro” fica olhando e se divertindo com tudo aquilo, sem dar conta do estrago que está fazendo.

As situações podem chegar a um ponto tal que as próprias “entidades” do “médium fofoqueiro” passam a absorver esse mal, ou o médium passa a ser anímico a tal ponto que suas “entidades” passam a também fazer fofocas, tais como: “tem uma pessoa aqui no terreiro que diz ser sua amiga, mas que vai te passar a perna”; “você deveria tomar cuidado, pois tem gente aqui dentro de olho no(a) seu(ua) homem/mulher”; “o cavalo de fulano fez aquelas obrigações, mas o seu não faz ...”.

Essas situações são terríveis e acabam marcando o próprio médium, e, sem dizer, as suas “entidades”, pois acabam, ele/ela e as entidades, perdendo a credibilidade, a confiança. Nesse ponto, onde antes havia “o veneno pernicioso da fofoca” gerado pelo médium, ele acaba colhendo o próprio fel que plantou. Caindo em desgraça diante dos irmãos e da própria assistência, fazendo com que o Guia chefe da casa ou o próprio sacerdote chefe, acabe tendo que tomar medidas drásticas, como: a suspensão, a bronca pública ou mesmo a expulsão do médium do terreiro.

Porém, como lidar para que as coisas não cheguem a um ponto extremo de ter que expulsar um “médium fofoqueiro” de um Terreiro?

Inicialmente as queixas devem ser levadas ao Guia chefe da casa e/ou ao Sacerdote de comando do Terreiro, para que ele possa avaliar essas queixas. Caso as mesmas sejam pertinentes, o “médium fofoqueiro” deve ser chamado, tendo em vista que a pessoa não faz essa prática por ser ruim, mas porque tem problemas diversos (baixa estima; ciúmes inexplicáveis; é muito possessiva e não aceita dividir ou ter perdas; problemas de relacionamento em casa: marido, pais ou filhos; é uma pessoa, muitas vezes, amarga com a vida e com as pessoas em volta dela, frustrada nos relacionamentos pessoais, nos relacionamentos familiares, no trabalho ou com sua própria aparência etc). Assim deve-se ter muito tato para conversar com o médium para que ele não se sinta perseguido ou constrangido.

Normalmente o “médium fofoqueiro” é uma pessoa que se sente perseguida diante de qualquer problema, principalmente dentro daqueles que ela tenha provocado – isso é uma forma de autoproteção ou fuga do problema. Também se sente constrangido por qualquer motivo e diz, gagueijantemente, que não foi ele/ela colocando a culpa em outrem ou em ciúmes e invejas; chora copiosamente ou, em casos de fuga, se deixa receber um kiumba que diz que “vai levar, foi trabalho mandado ou algo do gênero”, fazendo muito estardalhaço e sendo agressivo.

No todo a conversa deve ser franca é concentrada no problema colocado e se a pessoa tem idéia do que fez, buscando-se sempre os motivos (coerentes ou não).

O “médium fofoqueiro” deve entender que aquele tipo de prática não pode existir dentro do terreiro, ficando claro que punições são cabíveis a esse tipo de prática, podendo chegar à expulsão. Caso as coisas tenham ido para o lado dos Guias do “médium fofoqueiro”, os mesmos devem ser convocados e chamados à atenção, pois não estão cuidando do “cavalo” devidamente, e, acima de tudo, estão permitindo o animismo e a falsa espiritualidade residirem no médium.

O sacerdote também deve buscar saber o estado espiritual e mental do médium para que ele possa ser tratado e/ou cuidado (se for espiritual no espiritual, o Guia chefe da casa deve ser consultado para ver o que pode ser feito em termos de descarregos, banhos, oferendas e/ou obrigações; se for no material/mental, deve-se indicar um Guia da casa para acompanhar o médium, e, dependendo da gravidade do problema, um psicólogo, terapeuta ou mesmo um psiquiatra, deve ser recomendado).

O “médium fofoqueiro” deve ser sempre monitorado até que os problemas sejam sanados, e o bem estar volte à comunidade como um todo.

O trabalho espiritual é constante e não adianta acreditar que as coisas irão se resolver sozinhas ou pelo Astral Superior. Esse é um pensamento muito comodista, pois as coisas dos homens, em geral, são resolvidas pelos próprios homens ou com apoio e intervenção da espiritualidade através dos Guias. Se as coisas são deixadas de lado por medos vários, elas tendem a crescer a um ponto do insuportável, onde acabamos tomando medidas ou posicionamentos extremos, onde poderíamos ter uma ação mais preventiva ou pró-ativa para evitar ou sanar os problemas.

Etiene Sales




Leia mais

27/06/2016

Atenção em Sua Casa


O padrão vibratório de uma casa tem relação direta com a energia e o estado de espírito de seus moradores. Tudo o que pensamos e fazemos, as escolhas, os sentimentos, sejam bons ou ruins, são energias. O resultado reflete nos ambientes, pessoas e situações.

O corpo é nossa primeira morada e nossa casa, sua extensão. É ela que nos acolhe, protege e guarda nossa história. Da mesma forma que limpamos, nutrimos e cuidamos da vibração de nosso corpo, devemos estender esses cuidados e carinhos ao lar. Mais que escolher o imóvel e enfeitá-lo com móveis e objetos – muitas vezes guiados apenas por modismos ou pura praticidade -, a elaboração da atmosfera de um ambiente é importante porque reflete a personalidade de seu dono, dando pistas sobre seus gostos, estilo de vida, história e sonhos.

Há quem acredite que, colocando cristais, sinos de vento, fontes, espelhos, instrumentos do feng shui, é possível atrair bons fluídos e equilíbrio para dentro de casa. Mas, é muito pouco, pois a personalidade de um ambiente vai além. Ela é conseguida dia após dia, não apenas com técnicas, mas com pequenos atos de carinho e com muita energia boa.

Além de atrair bons fluídos para nosso lar, temos todas as condições de criá-los no interior do próprio ambiente. O conjunto de pensamentos, sentimentos, estado de espírito, condições físicas, anseios e intenções dos moradores fica impregnado no ambiente, criando o que se chama de egrégora.

Você, com certeza, já esteve em uma residência ou ambiente onde sentiu um profundo bem-estar e sensação de acolhimento, independe da beleza, luxo ou qualquer outro fator externo. Essa atmosfera gostosa, sem dúvida, era dada principalmente pelo estado de espírito positivo de seus moradores.

Infelizmente, hoje em dia, é muito mais corriqueiro entrarmos em ambientes que nos oprimem ou nos dão a sensação de falta de paz e, às vezes, até de sujeira, mesmo que a casa esteja limpa. A vontade é ir embora rapidamente, ainda que sejamos bem tratados.

O que poucos sabem é que as paredes, objetos e a atmosfera da casa têm memória e registram as energias de todos os acontecimentos e do estado de espírito de seus moradores. Por isso, quando pensar na saúde energética de sua casa, tome a iniciativa básica e vital de impregnar sua atmosfera apenas com bons pensamentos e muita fé. 

Evite brigas e discussões desnecessárias. Observe seu tom de voz: nada de gritos e formas agressivas de expressão. Não bata portas e tente assumir gestos harmoniosos, cuidando de seus objetos e entes queridos com carinho.

Não pense mal dos outros. Pragas, nem pensar! Selecione muito bem as pessoas que vão frequentar sua casa. Festas, brindes e comemorações alegres são bem-vindas porque trazem alegria e muita energia, mas cuidado com os excessos. Nada de bebedeiras e muito menos uso de drogas, que atraem más energias.

Se você nutre uma mágoa profunda ou mesmo um ódio forte por alguém, procure ajuda para limpar essas energias densas de seu coração.

Lembre-se que sua casa também pode estar contaminada.

Aprenda a fazer escolhas e determine o que quer para sua vida e ambiente onde mora. Alegria, amor, paz, prosperidade, saúde, amizades, beleza já estão bons para começar, não é mesmo?

Reflita sobre como você vive em sua casa, no que pensa, como anda seu humor e reclamações do seu dia-a-dia. Tudo isto interfere no seu astral.

Autora: Profa. Dra. Maria Inês Amarante

Leia mais

17/06/2016

Quando Nasce uma Casa de Umbanda

Quando nasce uma Casa de Umbanda

Muitos umbandistas expressam o desejo de terem suas casas. Na maioria dos objetivos, a razão é para fazer o que discorda da atual casa ou para ditar as suas próprias regras. No entanto uma corrente espiritual de Umbanda nasce de razões profundas, alicerçadas no compromisso moral, ético e espiritual. Não se trata de um local para atender as vontades das pessoas e nem tão pouco um palco de atrações.

Uma casa de Umbanda é um lugar sagrado onde se encontra apoio e acolhida aos encarnados e desencarnados. Um lar para quem quer ficar, uma escola para quem quer aprender, um hospital para quem quer se curar. 

Ela nasce em coração simples e sincero, com disposição e capacidade de agregar, somar e de partilhar. São esses os dons que outorgam o nascimento de uma corrente umbandista. Valores que não se aprendem em cursos, que não são comprados ou adquiridos por graus parentescos e “ritos mágicos”. São valores forjados pela dedicação ao trabalho mediúnico, pelo discernimento e disciplina que no decorrer no tempo são adquiridos. 

A espiritualidade que desenvolve e educa o filho de fé indica o momento de construir uma casa, quando a formação se completa. A autorização parte da Umbanda e não das pessoas. Quando a concepção é sagrada entre a espiritualidade e um coração humilde, a Umbanda vibra no ori, no olhar, na pele. 

Não há recuo pelas dificuldades, pelas próprias limitações ou ingratidões. Há objetivo, determinação e realização. O resultado se apura no decorrer dos anos. Os trabalhos crescem, se desenvolvem e se multiplicam. As correntes espirituais se consolidam e a identidade da casa se constrói junto com sua história. É como uma semente que possui o dom dos frutos, mas terá que trabalhar em sua formação até se transformar em uma árvore. 

Que as sagradas casas de Umbanda promovam ambientes adequados para que seus filhos sejam capacitados a cuidar da fragilidade humana. Saravá!

Márcia Moreira




Leia mais

15/06/2016

Omulu

Omulu

Omulu é o orixá da saúde, vibrando especialmente sobre médicos, enfermeiros, casa de saúde, hospitais e cemitérios.

Na imensidão daquele ambiente, onde o silêncio, a paz e tranquilidade predominam, é que percebemos quão irrisória é a vida material e quão verdadeira é a vida espiritual: é a "Calunga Pequena", o Reino de Omulu!

Lá verificamos que de nada valem a inveja, a maledicência, o orgulho, a vaidade, enfim, todas as fraquezas da matéria.

Naquela morada, onde todos nós um dia iremos habitar em corpo fisico, é que sentimos a força de Omulu, o orixá da saúde, quer material, quer espiritual. 

Injustiçado por muitos que o consideram o "Deus da Peste", responde a todos com a sua vibração poderosíssima, protegendo os doentes, as casas de saúde e os hospitais; dando intuição aos médicos; restituindo a saúde, caso ainda não seja o momento da nossa passagem.

A vós, Omulu, Comandante Supremo da Calunga Pequena, que zela pela saúde da humanidade, dirigente de uma das sete linhas da umbanda e sob cuja orientação trabalha a Falange das Almas, prestamos a nossa homenagem, pedindo muita proteção e muita energia para nós e para nossos irmãos, e que todos possam entender a vossa verdadeira grandiosidade!

Paulo Newton de Almeida



Leia mais

12/06/2016

Os Elementos Litúrgicos e Rituais

Os elementos litúrgicos e rituais

“O culto não é simplesmente um sistema de símbolos pelos quais 
a fé se traduz exteriormente; é o meio pelo qual ela se cria e se 
recria periodicamente. Consistindo em operações materiais ou 
mentais, ele é sempre eficaz”. (Durkheim, 1996, p. 460)

Liturgia é um termo que pode ter vários significados, um deles seria “a ação assumida pelo povo em favor da comunidade” (derivada da palavra grega“leitourgía”). Porém, com o passar do tempo, esta ação passou a significar serviço prestado ao Estado e/ou à divindade (Igreja, Templo). Significando “uma ação de resposta religiosa a Deus” (derivada da palavra latina eclesiástica “liturgia”,significando “culto divino”).

As pessoas em culto litúrgico acabam perdendo sua identidade profana e adquirem uma identidade divina, não em um individualismo, mas dentro do coletivo do culto.

Seguem os passos do Sacerdote em um roteiro não escrito em palavras, mas em gestos, atitudes, sentimentos de fé; formas mentais e corporais de sentir as divindades: 

"No rito, as pessoas estão próximas de Deus; são até mesmo divinas."(Jung, 1998, p.273).

A realização do ritual ocorre em um tempo diferente do normal. Muitas vezes o espaço de sua realização também é diferente. A naturalização do ritual está nele ser absorvido pelos indivíduos. 

Mesmo ele sendo um "momento diferente", ele é incorporado à vida social, na sociedade (mundo profano) e praticado sem uma racionalidade aparente no seio religioso (mundo sagrado).

Nessa relação paradoxal entre naturalização e excepcionalidade, o ritual se coloca no lugar daquilo que, em última instância, pode ser denominado: linguagem. 

Embora o ritual possa conceber um conjunto de símbolos que são acionados, comunicam socialmente e fornecem sentido à realidade (o chefe no trabalho, no símbolo de autoridade; o relógio de ponto, onde é necessário passar, registrar o ponto, e“prestar reverência”, símbolo das relações trabalhistas capitalistas; o sinal de trânsito, onde se para ou se atravessa ao gosto sincrônico das luzes, símbolo da obediência às leis de trânsito e a prudência em respeitar o direito do outro), também é a expressão de consciência de uma religiosidade, de uma crença de uma fé coletiva. Uma linguagem de sensações, sentimentos, animismos. Algo que liga o indivíduo e o coletivo a uma essência maior denominada Deus.

Umbanda de Pretos Velhos / Etiene Sales




Leia mais

Preciso Desenvolver a Mediunidade?

Preciso desenvolver a mediunidade

A ausência de consciência dos seus próprios sentimentos 
é a maior fonte de desproteção que pode existir.


"Não é a mediunidade que trava a vida, muzanfio. É a energia que nasce na intimidade de cada um que pode emperrar ou abrir os caminhos da vida.

Mediunidade é talento divino emprestado para serviço e aprimoramento, é um tesouro que Deus empresta ao homem para sua felicidade.

O que o médium precisa desenvolver é sua qualidade de vida, para poder irradiar a força da prosperidade, precisa melhorar sua conduta, para conseguir iluminar, com a bondade, a sua existência, e melhorar seus sentimentos, para alcançar a cura das doenças da alma.

O que o médium precisa, muzanfio, é desenvolver o jeito de viver e falar, agir e ser no bem.

Tem muitos fios que acha que os espíritos do mal vão fazer morada na mente se não desenvolver mediunidade. Isso acontece mesmo, mas é porque muitos fios não cuida do seu talento. E mediunidade, pra ser cuidada, solicita disciplina, melhoria e maturidade.

A mediunidade não é a causa dos problemas, mas sim a falta de cuidado com que os médiuns tratam a sua faculdade espiritual.

Tem mesmo muito médium que é igualzinho a uma esponja, absorve tudo, por falta de proteção, e fica com muitas perturbações energéticas e mentais.

Desenvolver mediunidade não é sinônimo de proteção e melhora, muzanfio. Nem significa que a pessoa vai ficar livre das sujeira que os fios puxa pra suas vidas. De jeito nenhum!

Desenvolver mediunidade é fácil. Tem muito fio fazendo isso e continua com a vida do mesmo jeito.

Sabe por quê?

Porque não miorô (melhorou) seu jeito de ser. Foi para a tarefa e não deixou a tarefa talhar um homem novo e mió em seu íntimo. Desenvolveu mediunidade e não desenvolveu a alma, os sentimentos do bem.

Tem muito fio médium que acha que alembrá de mediunidade uma vez na semana e fazer preces em quinze minutos é tá com a vida espiritual garantida e livre pra errar o resto do tempo!

Não é assim que funciona as coisas na escola de Deus.

Mediunidade é pura responsabilidade, trabalho intenso e disposição para avançar.

Vosmecês quer miorá suas vidas, não é muzanfios?

Quer desenvolver suas bençãos?

Vosmecês quer dias miores, com mais fartura e luz nos seus caminhos?

Os fios quer aprender uma magia boa para a vida ficar brilhante?

Oh, fios! Então faça por onde merecer. Seja médium do bem.

Quer alguns conseios bons para isso, muzanfios? Então, anota aí:

Bata seu cartão de ponto na hora certa.

Durma o número de horas que precisa para um descanso justo.

Coma somente o suficiente para sua saúde e bem-estar.

Cultive o hábito da oração diária.

Emita uma vibração de muito amor para quem não lhe quer bem.

Exercite a gratidão principalmente nos instantes de maior escassez.

Pense sempre que cada pessoa tem seu motivo para agir fora dos padrões que você julga que é certo ou errado.

Procure sentir, pelo menos uma vez por dia, a presença do anjo da guarda.

Abrace com muito afeto pelo menos uma pessoa por dia.

Dê uma olhadinha para o sol de vez em quando e se deite na grama para pensar.

Assuma a responsabilidade sobre tudo que faça e sinta.

Deseje o bem de todos e esteja sempre certo de que a maior força da vida vem de Deus.

A vida só muda quando nóis muda nosso jeito na vida. A vida não trava porque alguém põe pedras em nosso caminho. A vida trava porque a gente acredita que as pedras que os outros colocam são maiores que nossa fé e nossa capacidade de saltá-las.

A pedra que atrapaia nossa vida é aquela que não queremos saltar, vindo dos outros ou de nóis.

Tá compreendido, muzanfios?

E que lorvado seja Deus!"

Livro: Fala Preto Velho / Pai João de Angola - Wanderley Oliveira. Cap. 19



Leia mais

09/06/2016

A Cabana de Pai Inácio

A Cabana de Pai Inácio
A Cabana de Pai Inácio é a continuação da obra A História de Pai Inácio só que desta vez este querido preto-velho conta com a narração de Mãe Joana, personagem também presente na primeira obra. Para quem não leu ou não se recorda, estes dois espíritos foram convidados a trabalhar na implantação da Umbanda no Brasil.

Na presente obra, Pai Inácio e Mãe Joana vão nos contar como estruturaram um templo de Umbanda nos primórdios da religião. Para tanto, Pai Inácio contou com a mediunidade de Magali e de seu esposo Alcides, que foram os encarnados escolhidos para coordenar o projeto. Alcides já possuía um terreiro, mas não trabalhava na Umbanda e - devido a sua vaidade - chegou a se envolver em sério processo obsessivo que foi resolvido com a ajuda de Pai Inácio e de seus amigos guardiões. Desta vez, Magali seria a chefe do projeto e a médium de Pai Inácio. Alguns médiuns do antigo terreiro não se afinizaram com a mudança, mas a maioria ficou e outros foram chegando. Aos poucos todos foram se familiarizando com a nova religião.

Em todo o livro, o leitor acostumado com a Umbanda irá se identificar muito com as histórias contadas por Mãe Joana, especialmente a da médium Simone, que vinha adiando seu compromisso com a mediunidade há bastante tempo e por isso não conseguia ter um pouco de paz na vida.

Mãe Joana descreve como se procede a incorporação; fala sobre as linhas de pretos-velhos, caboclos, crianças e de esquerda; narra a primeira festa de Cosme e Damião no recém-criado terreiro sob a coordenação de Pai Inácio, explica questões essenciais e oferece inúmeras lições importantes aos médiuns de Umbanda.

Foi um dos melhores livros que já li com temática umbandista, pois tem o formato de romance, muito semelhante aos livros kardecistas, onde os autores nos trazem informações sobre os bastidores do universo espiritual e tal formato é bastante raro nos livros sobre Umbanda. Apesar de não ser um livro extenso, traz mais lições do que muitos compêndios que já tive a oportunidade de ler. Recomendo.

Ficha Técnica:
Título: A Cabana de Pai Inácio
Autor: Anna Ponzetta
Espíritos: Pai Inácio e Mãe Joana
Páginas: 224

Trecho:
No trecho abaixo, a resistente Simone passará por sua primeira incorporação com o auxílio do caboclo Abaré e de Mãe Joana:
- Simone,  em que posso ajudá-la?
Ela, sempre em tom de queixa, Falou a ABaré sobre seus problemas, nem imaginando que ele muito bem conhecia a sua história. Enquanto Simone falava, ele se comunicava comigo nestes termos:
-E então Mãe? Podemos?
-Incorporar?
-Sim, ela está pronta. Veja sua aura: consegui um bom nível de limpeza e penso que seja adequado nos valermos deste momento. (...)
E o momento pelo qual tanto esperei chegou. Nutri-me das forças da natureza e em prece agradeci ao Pai, rogando sua bênção e proteção nessa hora de especial beleza e graça em que nos unimos a um medianeiro a fim de seguirmos nossa missão em Sua vinha de amor.
Foi com muita emoção que dei início á preparação para uma boa e proveitosa incorporação. Abaré muito colaborou tornando propício, energeticamente, o momento. Estabeleceu forte campo magnético que isolava a mim e a Simone, nos colocando numa redoma(...) Abaré então, num gesto firme, ergueu sua mão direita, direcionando a Simone a energia proveniente dele e de Magali (...) Senti novamente as sensações do corpo físico e pude notar como é denso e diferente do corpo espiritual.

Blog do Livro Espírita




Leia mais
Topo