fevereiro 2019 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

27/02/2019

Incorporação em Médiuns Iniciantes

Incorporação em Médiuns Iniciantes

A incorporação é o fenômeno pelo qual uma entidade utiliza um médium em toda sua totalidade, isto é, seu cérebro, sua coordenação motora, sua voz, seus gestos, para se comunicar.

O ato de incorporar não é simples. Um espírito não “entra” em nós como entramos em um carro.

Na verdade a plena incorporação leva tempo e precisa estabelecer outros processos anteriores. Um deles é a irradiação. O que isso significa? É o período de tempo variável que as entidades irradiam suas vibrações no médium, preparando seus corpos sutis para posteriores incorporações.

Nessa etapa o médium pode captar a vibração da entidade e ter contato fluidicamente com o seu corpo astral.

Isso dará ao médium uma impressão de como é a entidade, como ele a sente. Ele pode nessa fase captar muitas ideias vinda das entidades, mas pode se confundir muito com seus próprios pensamentos.

Pode sentir uma forte força o conduzindo a andar, sentar ou manipular algo. Ele sente muitas reações corporais; suor, tremores, mãos frias e molhadas, ou calores, falta de noção de espaço e possível visão embasada, além de dormência, taquicardia, fraqueza nas pernas, tonteira, torpor, dor em determinadas áreas do corpo. Esses são alguns sintomas que se pode sentir.

Essas reações são variáveis de pessoa pra pessoa, resultado da manipulação energética que as entidades operam em seus médiuns.

Muitas vezes desobstruindo chacras, reparando buracos na aura, além de estarem preparando as áreas responsáveis para estabelecer futuras incorporações.

A ansiedade, medo, angustia e a falta de esclarecimento podem dificultar essa fase, pois o médium não se permite receber de forma plena essas irradiações e bloqueia.

Mas com o tempo a entidade consegue preparar seu pupilo para estabelecer uma conexão satisfatória para uma incorporação.

O medo ou a auto confiança demais só tem a atrapalhar o desenvolvimento do médium que está em desenvolvimento; iniciante ou não.

O medo exagerado o faz ser travado e ele bloqueia uma ação mais profunda das entidades.

E a auto confiança demais, faz com que ele perca a humildade e se torne arrogante, achando que já é desenvolvido, tem as melhores entidades e não precisa de conselhos e orientações. É como Allan Kardec coloca no Livro dos médiuns; é um médium fascinado.

Mãe Ana Cláudia Araújo






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26/02/2019

Orgulho e Vaidade do Médium

Orgulho e vaidade do médium


UM PERIGO QUE RONDA TODOS OS MÉDIUNS

Sempre que falamos de mediunidade, tratamos de sua definição e de suas particularidades dentro de nossa querida Umbanda. Entretanto é preciso fazer um alerta para a reflexão de todos os médiuns! Sempre ressalto e tento demonstrar que ser médium não é possuir um dom, ser especial, ser melhor que ninguém. Ser médium é possuir uma faculdade e ao mesmo tempo uma missão, e como toda missão, ela vem acompanhada de muita responsabilidade.

No entanto não podemos confundir essa nossa missão com um mediunismo missionário, ou seja, que somos enviados diretos dos Orixás, escolhidos. Estes tipos de médiuns são, obviamente, raros e a simples presença dessas pessoas nos inspira, nos emociona e nos transforma. Médiuns missionários são aqueles que estão moralmente muito mais equilibrados do que nós, possuem um amor verdadeiro e nato, possuem a verdadeira sabedoria.

Desta forma como entender a nós? Somos médiuns de expiação, médiuns que tiveram a graça de receber a faculdade da mediunidade para expurgar os karmas, uma oportunidade para acelerarmos nossos resgates, uma forma a mais para que possamos nos deparar com espíritos amigos ou com antigos desafetos e, juntos, buscarmos um caminho de luz e de paz. Somos assim pessoas normais, com um mesmo fim: a busca da verdadeira felicidade.

Assim por sermos espíritos endividados, por não sermos criaturas “aladas”, especiais, devemos cuidar muito de nosso desenvolvimento moral. Pois só com muito suor e força de vontade que um dia nos tornaremos médiuns missionários, e assim seremos médiuns melhores, e com certeza mais capazes de fazermos valer a vontade dos Orixás. Por sermos assim tão normais, é que muitos médiuns se perdem no caminho, começam a vender suas faculdades, percebem que podem manipular as energias, conseguem magnetizar pessoas e objetos e essa sensação de poder faz com que o orgulho cubra os olhos da carne e da alma.

Não são poucas as histórias de médiuns envaidecidos e que acreditam ser super-homens, e assim estarem acima do bem e do mal e por isso poderem fazer uso de suas faculdades da forma que melhor lhe convierem. Não são poucas as histórias de umbandistas, de pais e mães-de-santo, e outros médiuns de outras religiões, que acabaram perdidos. Tudo porque não conseguiram ter a humildade necessária para a tarefa mediúnica e, assim, caíram no caminho do orgulho.

Diante disto, nossa tarefa emergencial, urgente mesmo, é zelarmos para que possamos controlar e lutar incessantemente contra o nosso orgulho. Uma tarefa difícil, mas possível. E para isso poderemos contar com nossos queridos guias espirituais, basta realmente encararmos nosso orgulho e pedirmos para que ele seja derrotado pela verdadeira e nobre humildade.

O médium orgulhoso acredita que pode mais e melhor que o seu irmão de gira. Acredita sempre que tem razão, que os outros médiuns têm muito o que aprender com ele. Os ensinamentos dos outros sempre estão equivocados, pois não é o mesmo do que o dele, assim como ele é sempre o certo não consegue mais absorver ou reciclar seus conhecimentos. Por isso o médium nesta fase escuta muito pouco, e sempre quer falar muito. Escutar não é necessário, pois ele já sabe. Não permite que a entidade lhe fale, e lhe mostre como fazer, pois sua mente embriagada do orgulho acha que já conhece o caminho. Quando não lhe é dado toda a atenção se zanga, e tem certeza que se trata de uma perseguição, ou então deve ser ciúmes de suas qualidades.

É típico desses médiuns aprenderem receitas, lerem e decorarem pontos riscados, banhos e “ebós para todos os fins” e passam a “receitar” estas simpatias em todo o lugar que andam. Este é um caso mais avançado do orgulho que extrapola as correntes de uma gira.

Diante deste quadro o médium vai se afastando de seus guias, deixando de escutar os verdadeiros emissários dos Orixás, e permite que espíritos menos evoluídos deixem se passar por mensageiros. A mistificação será uma questão de tempo.

Não conheço ninguém que não deva cuidar de sua mente para que não seja corrompido pelo orgulho. Esse mal assombra a todos, mas quem conseguir vencê-lo dará passos decisivos rumo a sua iluminação.

Por isso peço que os Orixás enviem seus emissários e mensageiros para nos proteger e iluminar quanto a este mal que nós mesmos criamos e cultivamos que se chama orgulho. Em especial que os Pretos-Velhos possam nos mostrar com seu exemplo, suas energias e sua sempre simples e profunda conversa, o caminho para a humildade.

P.S. Se você leu este texto e o tempo todo pensou em outra pessoa que não você mesma, leia de novo, pois com certeza este texto serve para você. Julgar os outros acreditar que este ou aquele é um médium orgulhoso, é uma clara demonstração do orgulho, pois acha que é capaz de julgar o seu semelhante. Este também é um alerta, cuida de julgar os seus atos, e para os atos dos outros a única coisa que você pode fazer é rezar para que os Orixás os iluminem, e que você agindo de forma humilde seja um exemplo em seu meio

Pai Tobias





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25/02/2019

A Falta de Compromisso do Médium

A falta de compromisso do médium


Sabemos que não estamos à toa num grupo Umbandista, ou pelo menos deveríamos ter essa noção. Para cada médium que trabalha num terreiro, tem pelo menos uns cem espíritos trabalhando no plano espiritual. E não estou exagerando. Basta a gente pensar nos guias que atuam em nossa coroa, fora os espíritos que estão aqui para auxiliar nos trabalhos, os espíritos que estão aprendendo a doutrina da seara umbandista, sem contar também os espíritos que precisam ser socorridos, e que são levados ao terreiro com a ajuda de espíritos socorristas.

Por outro lado sabemos que há também aquela falange de espíritos que não quer que o trabalho evolua, que não quer que o bem se propague, que não quer que a caridade seja praticada, pois isso coloca a Casa Umbandista e todos que dela participam num padrão vibratório elevado, resistindo às investidas dos menos evoluídos.

O médium de Umbanda deve sempre programar da melhor forma os seus dias de trabalho. Para isso, o dirigente do terreiro se incumbe de passar todo o calendário para que seus médiuns se programem, porque do lado espiritual, os guias também se programarão para estarem presentes no terreiro. No dia programado, o médium Umbandista procura sempre manter o seu equilíbrio e a sua serenidade para os trabalhos.

Mas há aqueles que colocam diversos empecilhos para comparecer ao terreiro: um mal estar, uma briga em casa, o cansaço, dores físicas aqui e ali, o excesso de trabalho, uma festinha que seria imperdível, o dia chuvoso ou muito quente, etc. E é aí que os espíritos contrários ao trabalho de Umbanda atuam. Pois sabem que aquele aparelho mediúnico vai desfalcar a equipe em pelo menos cem espíritos. E ainda vai sobrecarregar aqueles médiuns que conseguem superar as dificuldades do cotidiano para estarem presentes na Gira, renovando sua fé, e trabalhando a caridade na Umbanda.

O médium que não valoriza o dia de Gira ou Sessão como um dia sagrado, não dá valor nem importância ao seu próprio trabalho no terreiro. Dia de Gira para ele passa a ser um dia como outro qualquer. Que mal há em faltar um dia ou outro? Com isso ele falta uma, duas, três semanas, dois meses, três meses... e quando se percebe, ele já está completamente afastado da corrente mediúnica, prejudicando seu desenvolvimento e se entregando à sua própria “sorte espiritual”. Mas na Espiritualidade não existe sorte. Existe CAUSA e EFEITO.

E aí, quando esse EFEITO aperta-lhe os calos, o médium procura se reintegrar à corrente. Mas por quanto tempo? Até os próximos empecilhos?

Nós sabemos que fazer a caridade exige dedicação e, algumas vezes, sacrifício por parte dos médiuns, porque trabalhamos sem receber nenhuma paga material. Mas o que se ganha no astral é algo que nada na Terra vai pagar. E isso vai ajudar o médium a trilhar seus caminhos. Portanto, médium de Umbanda, antes de esmorecer na primeira dificuldade, tenha fé na religião que abraçou, nos guias da Casa, nos seus guias. Se você acha que já está se esforçando muito para ir ao terreiro e não está adiantando, faça aquele esforcinho a mais.

Quanto mais o mundo “conspirar” para você não ir ao terreiro, acredite, maior será a sua necessidade de você estar no terreiro. E depois de ajudar irmãos que vêm na assistência porque tem problemas maiores que os seus, após receber as bênçãos e a energia do gongá de sua Casa, você voltará para casa mais pleno. Os problemas podem não desaparecer por completo, mas você saberá que, se o mundo material “conspira” contra você, o mundo espiritual está vibrando por você.

Cristiano Queiroz





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24/02/2019

Tipos de Personalidades de Médiuns

Tipos de Personalidades de Médiuns

Que médium sou eu?

Em qualquer Terreiro de Umbanda ou Casa Sagrada em que ocorram atendimentos e trabalhos religiosos a dinâmica de organização e rotina envolvem pessoas. Quando isso ocorre podemos contar com algumas características que fazem parte ainda do desenvolvimento humano e que estão impregnadas à faixa vibratória em que nos encontramos aqui na Terra, ou seja, que estão presentes em nossa forma de ser e viver no mundo. São elas:

  • Soberba/Arrogância
É o médium que acha que tem mais valor que o outro seja por sua função na corrente, seja por incorporar um Mentor de Luz específico, por ações que resultaram em êxito no trabalho espiritual, seja por seu tempo de experiências mediúnicas ou mesmo por ter títulos, condição financeira ou intelectual ou qualquer outro atributo que ache importante.
É o médium que tem a vaidade e o orgulho enaltecidos, desenvolvendo uma postura de desvalorização do outro, pois aos seus olhos ele sempre é o melhor, o mais capaz e o imprescindível aos andamentos dos trabalhos.

  • Hipocrisia
É o médium que fala uma coisa e faz outra, concorda com as normas, porém suas ações são exatamente contrárias ao seu discurso. Ele engana, finge, é desleal, possui uma postura dissimulada, muitas vezes apontando nos outros os seus próprios erros. Aqui se inclui o médium que possui uma determinada postura dentro do Terreiro e uma totalmente diferente fora dele, ou seja, ‘façam o que falo, mas não o que faço’.

  • Desrespeito
É o médium que tem a insubordinação como postura em seu trabalho, falta-lhe educação ao tratar com os outros, não consegue acatar regras e cumprir o que foi combinado. Não sabe lidar com ideias contrárias as suas, dessa forma, ao invés de tentar argumentar e dialogar para se chegar a um acordo, despreza a opinião alheia, muitas vezes a ridicularizando e insultando, o que leva a confrontos agressivos e desnecessários. A fofoca e o julgamento alheio podem ser também fontes de desrespeito.

  • Passividade/Acomodação
É o médium que se acomodou em suas ações, preferindo ficar em sua zona de conforto. Concorda com todos para não ter mais responsabilidades que envolva tomada de decisões, criatividade, mudanças de postura, envolvimento e cooperação na organização dos trabalhos. Dessa forma, sua postura é de desresponsabilização pelo que ocorre à sua volta. Ele acha que só a sua presença é suficiente para o seu progresso espiritual. Não busca novos desafios, nem contribui com o desenvolvimento do Terreiro.

  • Ignorância
É o médium que foge das novas experiências e oportunidades. É o que não busca conhecimento e desenvolvimento, se apoiando muitas vezes em conceitos falsos ou inverdades, pois acredita no que lhe foi passado, sem verificar sua procedência, ou mesmo mantém seus conceitos que eram verdadeiros há tempos, porém não dizem mais respeito ao contexto presente. Dessa forma, não busca renovar-se. Não quer dar um passo a mais, acha que tudo o que tem e sabe já basta, ou mesmo tem medo de expandir e ampliar os seus conhecimentos e saber.

  • Ciúmes/Inveja
É o médium que tem ciúmes e inveja do outro, por querer ter ou ser o que o outro tem ou é, se colocando em uma postura de rivalidade. Dessa forma, se põe em constante concorrência com o outro, isso ocorre muitas vezes por um rebaixamento de autoestima e dificuldade em se valorizar. Ao invés de enaltecer a qualidade do outro que ele tanto preza, ele sofre por sentir que não a possui, provocando nele um pesar e um sentimento de dor; não consegue desenvolver tal qualidade e sente-se incomodado com o outro.

  • Inflexibilidade mental
É o médium que não tem a capacidade de se adaptar frente às novas demandas do meio, portanto possui uma postura irritadiça e exaltada frente a qualquer mudança que se apresente. Ele é inflexível e rígido em seus pensamentos e atitudes, muitas vezes projetando no outro suas frustrações e dificuldades, o que pode gerar ódio e intolerância.

  • Medo/Insegurança
É o médium que não tem coragem de aceitar o desconhecido, de aceitar o seu dom, de enfrentar os obstáculos que encontra no caminho e expandir seu próprio eu. Dessa forma, opta sempre por caminhos sem riscos, da mesma forma, não consegue permitir se aprimorar em suas qualidades mediúnicas. Tem dificuldade em confiar nas pessoas e Mentores que estão ali para ajudar a desenvolver os seus dons.

  • Indiscrição
É o médium que possui uma postura indiscreta, querendo aparecer e exacerbar suas qualidades como médium no sentido aparente, seja em quantidade e qualidade de guias, roupas e acessórios espalhafatosos, incorporação de dezenas de Entidades, sem contextos específicos, podendo incorporar em qualquer ambiente, não consegue controlar sua sensibilidade mediúnica, o que evidencia seu descontrole e desequilíbrio.

  • Abuso de poder
É o médium que tem dificuldades emocionais para concretizar seus desejos, portanto se utiliza da incorporação das Entidades ou qualquer outro instrumento de poder (hierarquia, função) para satisfazer suas vontades pessoais. Pode culminar em diversos tipos de assédios, sejam eles morais, sexuais entre outros.

  • Perfeccionismo
É o médium que vive na idealização das coisas, não consegue trazer seus pensamentos e ideias para a realidade, pois a realidade nunca é suficientemente perfeita como a que foi criada em sua mente. É aquele que tem um alto grau de cobrança, seja do outro, seja dele mesmo e, dessa forma, se frustra constantemente, pois nunca está satisfeito com os resultados encontrados.

  • Devaneios
É o médium que vive na poesia, na fantasia do mundo espiritual, tendo dificuldade em se adaptar a realidade da vida material. Não assume as responsabilidades devidas da Casa, seus problemas reais, pois não consegue aceitar as dificuldades e obstáculos da realidade, dessa forma, encontra-se paralisado em seu mundo imaginário (excessos de sonhos e fantasias).

  • Desconcentração/Desatenção
É o médium que não consegue se concentrar devidamente durante os trabalhos. Não possui a capacidade de se abster dos inúmeros estímulos irrelevantes que estão no ambiente ou nele próprio, não consegue se desligar de seus problemas pessoais, se distraindo facilmente, não consegue estar conectado com sua função de trabalho e as necessidades da corrente. Não consegue concentrar seus sentidos (visão, audição e etc.), assim como a mente e a alma no trabalho realizado.

  • Falta de acolhimento
É o médium que não consegue se disponibilizar emocionalmente ao acolhimento do outro, ou seja, tem dificuldade para desenvolver a capacidade de empatia, seja no trato com os irmãos de dentro da corrente, seja com os consulentes. Não consegue se permitir o trabalho de ter a escuta e o acolhimento ao sofrimento ou ao desconhecimento de informações do outro, muitas vezes se colocando impaciente ou desrespeitoso frente ao outro. Não consegue perceber que o trabalho de caridade vai muito além de sua função dentro da gira.


Todos nós, em maior ou menor grau, consciente ou inconscientemente, podemos ter atitudes como essas, por isso é necessário um exame de consciência, uma reflexão sobre esses itens, para nos identificar e reconhecer quais são as características que estão nos paralisando e nos impedindo de realizar nossa tarefa como médiuns de uma Casa Espiritual.
Vamos nos desafiar a ter ânimo e comprometimento com a nossa reforma íntima, como as Entidades sempre nos orientam, sejamos a diferença que queremos no mundo, comecemos por nós mesmos.

Texto de Isadora, Rossana e Lucinda Di Natale 





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22/02/2019

Refletindo a Umbanda dos dias Atuais

Refletindo a umbanda dos dias atuais


Venho de uma época onde poucos se atreviam a fazer Umbanda... Tudo era oculto, de acesso reservado e restrito. Para os novos adeptos da religião, o primeiro passo era plantar a semente, fortalecer isso tudo com adubo para então finalmente se criar uma coisa chamada Raiz... 

Ao dirigir-se aos mais experientes o primeiro mandamento era o respeito, ao dirigir-se ao sacerdote a benção tornara-se obrigatória. 

Orixá, Exu, Pomba Gira era uma intimidade do médium que ia crescendo conforme o tempo ia passando... Trabalhei 05 anos com Pai Ogum para então na minha concentração descobrir seu nome (7 Ondas). Passei outros 30 anos estudando e me concentrando ao extremo para entender a essência e magia de uma religião chamada de Umbanda. Continuo na certeza que pouco sei e que tenho muito a aprender.

Então me reporto aos dias atuais onde, de forma escancarada, a figura de Exu é revelada como se Ele mesmo fosse um ser desse mundo... Entidades que acabam de incorporar e conhecer seu médium e estão preocupadas com seu chapéu, marca de charuto, cor de capa.

Num mundo globalizado e cheio de hipocrisia vejo a magia de Umbanda se perder em frases de efeito chulas e atrevidas tais como: "Quem me protege não dorme"; "Filho de Xangô não cai" ou "Aqui o joelho não se dobra..."

Sofremos nossa derrota quando nos sentimos auto suficientes, ou quando nossa vaidade e ego estão acima das lições de um Preto Velho... 

Vejo postagens de Exus, Preto velhos, caboclos, mas quase não encontro alguém efetivamente de joelhos pedindo perdão ou a benção ao Pai... 

É preciso dar o toque de recolher... É necessário cessar a falta de respeito com seu guia e com seu Orixá... Chegou a hora de fazer de sua fé o seu altar, do seu respeito o seu chão e do seu crescimento a intimidade com o seu guia.

O Altar devolve pra gente o que dedicamos a Ele de coração.

Não permita que seu Ego seja maior que a luz do seu Orixá

É preciso refletir.

Pai Rogério



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21/02/2019

Compromisso com a Mediunidade

Compromisso com a Mediunidade

O Médium que não quer se desenvolver

Muitas pessoas sabem que têm mediunidade, mas não querem assumir a responsabilidade, tendo várias alegações para isto. Claro que esta pendência vai continuar para uma próxima vida aqui na terra. Todos os seguimentos que lidam com a mediunidade, acreditam na vida pós morte ou seja : na Reencarnação. Sendo assim, acreditamos que temos um Karma a ser cumprido, uma Missão, ou um Odu que é o nosso destino. Resumindo não viemos a passeio, temos um propósito que é único para todos nós, independente de nossa crença religiosa que é……Evoluir.

Quando o médium não quer trabalhar ele pensa…….Eu tenho meu livre arbítrio, eu sou livre para fazer minhas escolhas. Não deixa de ter razão, só que nossas escolhas não são feitas aqui e sim no plano espiritual, onde temos plena consciência do nosso grau de entendimento. Assumimos compromissos para que tenhamos a oportunidade de crescimento. No caso do médium, ele tem um compromisso em trabalhar em conjunto com outra entidade, para que os dois possam crescer. Tudo isso é aceito, é uma escolha feita no plano Astral.

O esquecimento nos é dado assim que reencarnamos, justamente para que possamos por em pratica tudo aquilo que escolhemos, mas aqui nos deixamos influenciar por quase 48h por tudo ao nosso redor, compramos idéias que nem sempre fazem parte de nosso programa e assim vamos nos desviando de nossa missão.

Claro que o crescimento desta pessoa será prejudicado, assim como o da entidade com a qual foi acordado o compromisso. Começa então a cobrança, ou melhor, a lembrança de um acordo, que o inconsciente grita, dando vários sinais dos mais sutis como : sonhos, pessoas que falam sobre o assunto, livros, reportagens na tv etc.. e os mais incisivos como: desequilíbrio emocional, mal estar, barulho em casa e as vezes até doença que não é física. Tudo é tentado para que a pessoa olhe para dentro de si e sinta que tem algo errado e vá procurar ajuda.

Alguns fatores sociais interferem muito em nossa vida aqui neste plano, é preciso haver muita determinação para que sigamos nossa missão. Mas o principal, é dar o primeiro passo, que é Aceitar. Qualquer tipo de mediunidade a ser desenvolvida é sempre para o nosso bem, nosso crescimento espiritual, um aprendizado que nos leva ao caminho da Luz. A responsabilidade é sempre nossa, nós nos deixamos influenciar, nós desistimos de nossos compromissos e sempre arrumamos uma desculpa…….ou melhor uma desculpa para outra desculpa e deixamos de fazer o que viemos para fazer. A ajuda sempre vem, só é preciso prestar atenção e Aceitar.

Mãe Solange





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Aos Médiuns Faltosos

Aos Médiuns Faltosos

A SUA RESPONSABILIDADE COM O TERREIRO E A IMPORTÂNCIA DO SEU TRABALHO

Quando você entrou para o terreiro, além do desejo de ser orientado a como se tornar uma pessoa melhor, você também entrou pensando no seu equilíbrio energético e no auxílio que poderia receber de seus Guias e Orixás na sua vida cotidiana (relacionamentos, profissão, etc), não foi?

Desde aí, você tem escutado que muitos desses fatores dependem obviamente da sua própria ação e de seu karma, e que os Guias, em muitas vezes, não os resolverão, pois cabem a você resolvê-los; mas que, com o seu equilíbrio energético, algumas dificuldades poderão ser diminuídas, quando tiverem sido criadas por mediunidade descontrolada, por cargas espirituais, obsessões ou desequilíbrios vibratórios.

Tendo assim entendido, muitos médiuns começam o seu desenvolvimento mediúnico cheios de gás! Não faltam a nenhuma sessão e se interessam em estar presentes em qualquer oportunidade. Afinal, quem não quer ser ajudado? Quem não quer ter auxílio espiritual? Contudo, há pessoas que, passado um tempo, começam a colocar qualquer outra coisa à frente do seu trabalho mediúnico: passeios, parentes, festas, viagens, trabalhos que poderiam ser feitos em outros horários; TUDO passa a ser mais importante...

Então, deixa eu te lembrar uma coisa: Você sabe como o seu Guia consegue controlar e equilibrar as suas vibrações de modo a poder diminuir problemas causados por más energias em sua vida? Ele não consegue isso somente porque você pertence a um terreiro! Nem é porque você tem um uniforme branco na gaveta que estará sendo protegido e ajudado! O Guia só vai conseguir isso, aos poucos, pela quantidade de vezes que ele conseguir encostar em você e atuar sobre o seu campo vibratório. E isso ele só faz nas sessões em que você está presente. Repito: “nas em que VOCÊ está presente!”, e um pouco a cada semana!

É como um remédio homeopático que VOCÊ, médium, que tem energias desequilibradas precisa tomar. E tomar para quê? Para controlar as suas vibrações, para defendê-lo de ataques espirituais e ajudar até na vida material, na medida do possível!

Chega a ser cômico, para não dizer ridículo, ver pessoas que não levam seu trabalho espiritual a sério, que colocam qualquer coisa à frente do mesmo, faltando mesmo sem motivos graves, e depois pedindo aos seus Guias para ajudarem nisso ou naquilo! É como o doente que não toma remédios e pede ao médico que o cure.

Tenho certeza de que, se você tivesse uma doença física e a sua vida dependesse de você fazer um tratamento médico semanal, você não iria marcar uma viagem para aquele dia, você não iria visitar um amigo naquela hora e, podendo, você não trabalharia naquele mesmo horário. Se você ainda substitui a sua atividade espiritual por qualquer coisa dessas, então você não tem consciência do quanto ela é importante para a sua vida.

Por mais animado que seja, o terreiro NÃO É um clube, onde se vai para reencontrar amigos e somente quando se quer! Não! A frequência ao seu trabalho espiritual é OBRIGATÓRIA! Mas não é obrigatória porque o terreiro precisa de você! É obrigatória porque VOCÊ precisa do terreiro, do contato com seus Guias, e essa é a função da casa!

No nosso último trabalho de praia, na Festa das Iabás, por exemplo, fiquei surpreso ao ver a falta de médiuns para os quais, poucos dias antes, tínhamos feito firmezas e diversos pedidos aos seus Orixás. Ou seja, querem a ajuda, mas não querem tomar o remédio! E isso se repete constantemente! É impressionante a quantidade de pessoas que falam que amam os seus Guias, mas “não se encontram com eles”. Pedem auxílio e esperam recebê-lo sem tomar o remédio homeopático semanal.

Aprenda uma coisa: Se você acha que um dia precisará contar com o auxílio do seu Orixá para qualquer coisa, então ele tem SEMPRE que vir na frente de tudo! O Orixá tem sempre que ser o mais importante! Não é o “meio” importante; é o MAIS! Caso contrário, quando você precisar, não terá construído a afinidade vibratória com ele, para conseguir obter sua ajuda e, de repente, mudar uma situação necessária com a agilidade de que você precisa!

Na verdade, poucas coisas são mais importantes que o tratamento espiritual de que VOCÊ precisa, semanalmente. Aliás, lembro apenas de quatro ocasiões que justificam sua falta: a primeira é questão de doença. É óbvio que, estando doente, você não poderá comparecer; embora eu já tenha visto pessoas melhorarem somente por estarem presentes a uma sessão...

A segunda é morte. Sim, compreende-se que havendo morte na família, você não tenha condições de estar presente.

A terceira é a ocorrência de aula no mesmo horário. É claro que se você é estudante, haverá sessões em que não poderá estar presente, por motivo alheio a sua vontade.

E a quarta e última é viagem a trabalho, e que não possa ser remarcada para outro dia. Entende-se que você está sujeito às ordens do patrão e que, por isso, naquele dia não poderá tomar seu remédio espiritual.

Quero aproveitar esse último item para esclarecer aos trabalhadores autônomos, que fazem seu próprio horário: Se você tem condições de decidir QUANDO trabalhar, evite marcar trabalho para o horário de sua atividade espiritual. Quando você NÃO TROCA as três horinhas de trabalho espiritual por um trabalho físico que poderia ser realizado em outro horário, a ajuda espiritual vem em dose maior, e compensará o que você deixou de faturar por ter ido ao terreiro! Tenha certeza disso! Aliás, isso se chama FÉ! E quando você comprova a sua FÉ pelos seus atos, tudo se resolve mais rápido!

Para finalizar, quero lembrar que não se trata de o Guia querer ou não querer ajudar! Nossos Guias não são vingativos e nem passionais! Eles SEMPRE querem nos ajudar! Também não se trata de pensar: “o meu Guia está vendo o porquê não fui, e tenho certeza de que vai me perdoar e me ajudar!”. NÃO! O quanto o Guia consegue ajudar não depende só da vontade dele! Depende do quanto ele consegue se aproximar de você no terreiro! Em outras palavras, seu Guia pode até achar que você tem toda a razão em não estar presente, e ainda assim, não conseguir te ajudar. Entendeu?

Por isso, não adianta você faltar, justificar sua presença na secretaria do terreiro ou obter isenção de frequência e achar que, com isso, todos os problemas estarão resolvidos! Pode ser que, administrativamente, essa justificativa conte para alguma coisa, mas espiritualmente, não substitui o seu contato com o seu Guia. Você vai continuar “capenga” espiritualmente. Vai continuar a pedir ajuda e ter dificuldades para obtê-la!

Portanto, aquele que realmente QUER auxílio espiritual, não pode estar presente no terreiro somente quando quiser ou quando não tiver nada mais importante para fazer! O seu Guia é o seu remédio, e você PRECISA dele semanalmente! Não basta você querer que o seu Guia te ajude, e nem adianta ele querer ajudá-lo! É preciso haver a interação entre vocês dois, e isso só acontece NO TERREIRO, a cada trabalho, a cada sessão, de roupa branca e pé no chão!

Tata Luis





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18/02/2019

Incorporação não é Competição

Incorporação não é competição


Pessoal, tenho recebido depoimentos de médiuns que vivem um verdadeiro dilema dentro de seus terreiros quanto ao seu desenvolvimento mediúnico e vejo que está faltando esclarecimento de zeladores e por outro lado sensibilidade e respeito pelos irmãos da casa.

O médium quando entra para uma corrente mediúnica deve ser esclarecido sobre vários aspectos, mas gostaria de falar sobre o da incorporação e seu tempo, o médium vai, entra para a corrente e muitas vezes sem mal entender os ritos já é colocado para se desenvolver, na realidade muitas vezes o médium nem sabe descrever o que sente, o porque está sendo rodado, vamos colocar assim, na realidade ele não sabe lidar com a energia que está recebendo da entidade, muitos ficam vários minutos rodando.... rodando... e não incorporam, ai é onde começa o problema...

Infelizmente outros irmãos da corrente começam a observar que aquele filho da corrente não incorpora com tanta facilidade e começa uma pressão imposta e alguns comentários muitas vezes maldosos e maliciosos começam a surgir, tipo: "Nossa fulano, vc não está incorporando nada ainda né.... comigo foi tão fácil".

"Você precisa firmar mais a cabeça" (muitas vezes o médium fica pensando... o que é firmar a cabeça), outros... Hiiii... estou achando que você não vai incorporar não.. vai ficar só como cambono mesmo (como se ser combono fosse uma humilhação, uma função desmerecida, infelizmente alguns médiuns não entenderam ainda o significado de ofertar, de servir, de ser útil, indo contra os lindos ensinamentos de nossas entidades).

Por outro lado tem zeladores e pais e mães de santo, que forçam de tal forma a barra de alguns médiuns que chega realmente a dar pena desses filhos, ficando vários minutos girando e girando seus médiuns como piões, e infelizmente alguns médiuns acabam se sugestionando ou até mesmo mistificando para sair daquele sofrimento do rodar.. (esses zeladores querem número em suas casas quanto mais médiuns incorporando mas status para sua casa, mais força eles acham que demonstram do seu axé, estando completamente equivocados... errados).

Na realidade em muitas dessas casas numerosas que vão por essa linha de pensamento tem vários médiuns, mas a questão é... será que todos estão incorporados? Todos aqueles médiuns aparentemente com suas entidades, realmente são entidades ali... casas com seus 40 médiuns que quando paramos para observar se tem 10 incorporados realmente é muito.

Gostaria de salientar e frisar que não estou desmerecendo as casas que por sua competência e essência possuem uma egrégora fortalecida e numerosa eles trabalharam para isso. Estou falando das casas que viram mais uma fonte de renda fácil do que uma casa de caridade.

O médium iniciante em cada gira, após passar por essas situações começa um processo de constrangimento, ele na sua cabeça começa a pensar: por que eu não incorporo? será mesmo que sou médium? quando vou incorporar? Na realidade virá uma briga contra o tempo em sua cabeça, e em cada gira ele fica cada vez mais obcecado por incorporar, muitas vezes passando o carro na frente dos bois, ele quer provar que pode incorporar de qualquer jeito, em sua cabeça ele quer ser aceito pelos demais irmãos, se sentir igual, mas sem perceber acaba entrando em uma competição desnecessária e inútil. Causando grande tristeza e desapontamento nas entidades.

O que os médiuns precisam entender é que não existe somente o dom de incorporação e nem todo médium que está dentro de uma corrente será um médium de incorporação. Existem várias formas de se ser útil para dentro de um terreiro, sendo um médium comprometido, responsável, assíduo, que ajuda na manutenção da casa, cambonando, sendo um médium aplicado aos estudos, comparecendo nas palestras, sendo útil, porque a pior falha do médium não é a de não incorporar e sim ser um médium inútil, não comprometido, irresponsável, fofoqueiro, invejoso, malicioso, isso sim são mazelas.

O médium deve entender que sua missão e trajetória mediúnica é pessoal ... individual, alguns levarão pouco tempo para que suas entidades se manifestem, outros muito tempo até anos e outros com missões diferentes simplesmente não incorporarão, possuirão outros dons mas não sendo com isso menos úteis à corrente espiritual.

Está realmente faltando maiores esclarecimentos, observação de alguns zeladores para abrandar o coração de nossos neófitos tirando essa ansiedade prejudicial que muitas vezes só atrapalha criando fantasias desnecessárias que irão só atrapalhar o bom desenvolvimento.

O médium precisa procurar casas que tenham um comprometimento maior quanto a estudos, palestras e quanto ao desenvolvimento mediúnico, casas não comprometidas com esse processo costumam causar vários danos muitas vezes irreversíveis, criando médiuns mistificadores e sugestionados.

O médium de Umbanda deve entrar para corrente abraçando nossa irmã humildade, deixando a vaidade de lado, entrando de coração aberto para ser um soldado de Umbanda e como um bom soldado passar pelos ensinamentos, treinamentos, doutrinas, deixando a pressa de lado, e principalmente não se comparando e nem imitando os demais, caso contrário irá ser derrotado na primeira batalha e perderá a guerra.

(Somos apenas crianças no seio da espiritualidade... somos instrumentos de uma causa maior)

Os irmãos da corrente precisam ter a sensibilidade, o dom da irmandade e amparar esses irmãos que chegam desorientados, perdidos e os ajudar a serem verdadeiros irmãos de fé, tendo a caridade, a compreensão e o entendimento de que cada caminhada é única.

Observo vários filhos de Umbanda procurando esclarecimentos fora de seus terreiros muitas vezes por falta de sensibilidade e entendimento de zeladores, outras por curiosidade e falta de confiança, lembrando que os maiores ensinamentos são dentro do chão do terreiro, juntamente com as entidades chefes da casa, que melhor que ninguém sabem da trajetória individual de cada filho. Filhos não entrem em uma casa sem confiança nos guias chefes e em seus zeladores.

Sei perfeitamente que muitas casas não são comprometidas, que muitos zeladores nunca tem tempo para seus filhos, por outro lado vemos médiuns apressados e afoitos que querem provar não sei para quem, que podem.. mas podem o que? não é mesmo... se não conseguem entender a principal lição da Umbanda que é humildade, que muitas vezes não perseveram, que muitas vezes não são comprometidos e responsáveis. Esquecem-se do que realmente é ser Umbandista.

Antes de querer provar que podem incorporar, prove primeiramente a si mesmos com suas reformas íntimas, com seu melhoramento e com certeza, caso seja seu dom mediúnico o da incorporação, será um bom instrumento para as entidades.

Irmãos de fé, não entrem nessa correria de quem quer ser o primeiro, de quem quer incorporar o guia mais forte, não se deixem ser pressionados e lembrem-se que a espiritualidade não tem tempo, seu tempo é o infinito, e o tempo deles não é o mesmo que o nosso. Na egrégora espiritual não existe vaidade existe missão e objetivo.

Abracem a causa da Umbanda com seriedade e responsabilidade, lembrando sempre que somos instrumentos das entidades e não ao contrário, estamos por uma causa .. que é a da caridade e do amor ao próximo, não podemos ofertar o que não temos dentro dos nossos íntimos, o que não possuímos. Sejamos fíeis ...

Cristina Alves







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12/02/2019

A Mistificação de Médiuns na Umbanda

A mistificação de médiuns na umbanda


Muito se prega dentro dos terreiros para termos cuidado máximo em não nos entregarmos à mistificação.

Sabemos que a mistificação é danosa ao médium mistificador, ao andamento dos trabalhos, à casa, aos consulentes, enfim, a todos os envolvidos.

Médiuns que dão abertura a essas mistificações, automaticamente estão dando abertura a espíritos sem luz, como Eguns, Kiumbas e Zombeteiros, que se utilizam desses médiuns mal preparados, vaidosos, mentirosos para se apossar da vida tanto dos consulentes que vão buscar auxílio em momentos de desesperança e desespero, quanto do próprio médium mistificador, além de entrarem com facilidade nos terreiros que por algum motivo a firmeza não esteja 100%. Aliás, o próprio médium mentiroso e mistificador já faz essas firmezas ficarem sobrecarregadas, pois ele deveria estar ali para auxiliar a caridade e não elevar a sua própria vaidade.

Sabemos que a incorporação tem como objetivo principal o trabalho espiritual, realizado com a Entidade de Luz em conjunto com o médium. Tem como foco principal promover limpezas, quebrar demandas, restabelecer o equilíbrio, curar, abençoar e comunicar o que é necessário no momento.

Nenhuma Entidade de luz vai se ater a assuntos peculiares, como por exemplo, perguntas sem ligação com o fato principal, ficar perguntando por pessoas, dando detalhes como nome de fulano ou beltrano, passando receituários grandiosos, sem ligação de nada com nada, cobrar adoração, mandar o consulente ir a lugares dificultosos como cemitérios, matas fechadas a noite, enfim, tudo que possa dificultar o andamento dos trabalhos, somente para dizer que sabe mais coisas que seu semelhante igualmente médium.

Infelizmente vemos muitos médiuns mal preparados tentarem entrar no caminho das adivinhações, e assim poderão se perder na mensagem, e ao invés de comunicar o que realmente importa à pessoa, e que irá ajudar a melhorar sua vida e sua caminhada rumo à evolução, inicia um show de adivinhação, que certamente nunca acerta e também não soma em nada. Basta percebermos, toda vez que um médium mistificador quer adivinhar coisas, ele busca falar fatos que não pertencem a ele ou à espiritualidade, inventam cargas e obsessores, receitam diversas coisas que nada têm de concreto com o caso do consulente, tenta demonstrar que o problema é mais sério e complicado do que realmente é, manda o consulente fazer oferendas com elementos e em lugares mais improváveis possíveis, só para dificultar e assim mostrar que o fato é grave, e logicamente demonstrando a velha vaidade de querer ser o melhor médium para solucionar tudo, e quando nada acontece de bom, ele diz que foi a falta de fé do consulente.

E assim chegamos ao ponto critico da questão, e entender que a mistificação deve ser combatida nos terreiros, no qual os Zeladores de Santo devem tomar extremo cuidado com seus médiuns vaidosos, orgulhosos, inseguros, mal desenvolvidos.

Devemos também frisar que muitos médiuns mistificam não por sentimentos obscuros, mas pela ânsia em auxiliar o consulente, e assim desenvolvem emoções de caridade pessoal, não deixando a Entidade de Luz falar o que realmente deveria ser dito.

Normalmente em casos assim, esse médium fala pelo seu subconsciente, e não pelas más intenções de espíritos sem luz como Kiumbas, Eguns e principalmente Zombeteiros. Dessa forma ele fala também o que é importante avaliar: o que tem efetividade e traz benefícios.
Portanto, mistificação intencional de forma vaidosa em si, já é outro precedente, mais profundo e complexo, pois é a intenção de mentir, coisa que acontece com o zombeteiro, tem espírito que finge ser e tem pessoas que fingem ser. Se a intenção é de mentir, enganar, falsear... isso sim é mistificação intencional e vaidosa. Podemos dar um exemplo básico de quando uma pessoa diz estar incorporado com um Preto Velho, se faz parecer com o linguajar e manifestando como tal, mas na verdade não é essa Entidade que está presente, normalmente é um espírito Zombeteiro, que certamente vai dificultar ainda mais a caminhada do consulente. E assim o erro já está instaurado, e essa inspiração de mentir, é algo nocivo e tende a uma falta de caráter espiritual completa do médium, pois somente ele é o responsável por esse acontecimento, pelas aberturas dadas, estando esse médium em trabalho humilde e bem feito, essas aberturas não são dadas e é impossível a chegada de um Zombeteiro na coroa dele.

Muito se vê esses erros e entregas a espíritos Zombeteiros em Giras de Exu e Pomba Giras, pois são nesses trabalhos que mais chamam a atenção de consulentes, que muitos médiuns desejam ser o centro das atenções, e assim soltam por completo a vaidade, o descontrole, e o mal caratismo, fazendo com que dezenas de Kiumbas, Eguns e Zombeteiros se acheguem em sua coroa, dando diversas aberturas, e isso é extremamente prejudicial a todos.

Por esse motivo que vemos tantos erros dentro de terreiros nessa Gira, que deveria ser tão iluminada, erros como médiuns pregando amarrações, oferendas sem nexo, acendimento de velas em locais obscuros, sacrifícios de animais, enfim, tudo invenção do médium, ou indução de espíritos sem luz, pois como sabemos nenhuma Entidade de Luz da Umbanda prega essas coisas.

É inimaginável crer que um médium acredite que está servindo a caridade utilizando-se de artifícios que serão, mais cedo ou mais tarde, descobertos. Senão pela corrente mediúnica encarnada, mas pela corrente espiritual.

Sabemos que a caridade exige de nós três coisas:

1° Amor a Deus.
2º Amor ao próximo.
3º Amor próprio.

Se não tivermos essas três formas de amor, certamente não faremos um trabalho digno dentro da Umbanda.

Finalizando, devemos observar muito bem o trabalho dos médiuns, verificar suas falas, suas ações, seus gestos. E quando observar um médium se dizendo incorporado de um "guia de luz", que se manifesta para tudo, menos para praticar a caridade, e até mesmo, afirmando que veio em terra (pois afirma estar incorporado) pra beber, fumar e fazer o que bem entende, desconfie, pois: ou o médium está utilizando de uma suposta incorporação para satisfazer seus vícios (mistificação), ou, se tem um espírito incorporado, é um espírito que pode pertencer a qualquer universo, menos ao universo umbandista, pois a Umbanda tem Lei e Ordem, tem Preceitos que não podem ser lançados fora, e de fato não são lançados pelos espíritos genuinamente trabalhadores de Umbanda.

Desconfie quando ver o contrário. Infelizmente isso acontece dentro dos "terreiros de umbanda" o tempo todo. Espíritos do baixo astral tomam a forma de guias de Umbanda, se identificam como se fossem os guias de Umbanda, enganam o médium (ou o médium se deixa enganar) e fazem barbaridades no ambiente e com os consulentes que estão presentes. Mas também é comum a mistificação onde pessoas que não são médiuns fingem estar incorporadas de espíritos de luz nos dias de gira de Umbanda, e isso para chamar atenção, vaidade, entre outras coisas.

Então consulentes vamos ficar atentos; senhores médiuns trabalhem pela caridade com honestidade; senhores dirigentes e Zeladores atenção redobrada dentro de suas casas de Umbanda, para que possamos levar uma verdadeira Umbanda a quem precisa, com amor, paz, humildade, honestidade, sem vícios, maus sentimentos, vaidade e mentiras.

Carlos de Ogum




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11/02/2019

O Silêncio na Assistência

O silêncio na assistência


Talvez algumas pessoas não entendam o verdadeiro sentido de se fazer silêncio ao adentrar no terreiro.

O silêncio não é só uma forma de respeito aos médiuns e entidades que ali vão trabalhar, mas temos que entender que no momento em que se entra num terreiro as entidades mesmo não incorporadas num médium, já começam a atuar sobre todos nós.

Começando a descarregar as cargas negativas, dando início a um trabalho de cura, entre outras coisas, que serão aprofundadas no momento do passe ou da consulta, dentro da misericórdia e merecimento de cada um.

Mas, fundamentalmente, o silêncio é uma oportunidade única das pessoas pararem, olharem para dentro de si e reavaliarem o porquê de estarem passando determinada situação. Tudo na vida é um resultado das nossas ações - a famosa Lei da Ação e Reação.

Assim, aquele momento em que se está sentado nos bancos esperando o início da sessão, consulta ou passe, é o momento pra avaliar os acontecimentos, um momento para se respirar fundo, tentar se desvincular dos pensamentos negativos para então se tornar receptivo ao passe e melhor entender o que as Entidades vêm a lhe falar.

Sim, queremos dizer que se uma pessoa que for procurar um terreiro, ao chegar neste, tomado pela negatividade, achando que nada em sua vida vai mudar, que espera que ali venha uma Entidade e que num passe de mágica faça tudo melhorar em sua vida, certamente sairá frustrado.

As Entidades servirão como um farol indicando por onde se deve caminhar para então melhor se chegar ao destino, no entanto por determinação Divina, as Entidades não podem simplesmente livrar as pessoas do que, por lei cármica, tem que passar.

Dessa maneira, todos os Guias Espirituais, serão uma força extra que teremos e nos norteará para ultrapassar nossas provações.

Procure ao chegar num terreiro, respirar fundo, e mentalizar: aqui, entrarei para me reencontrar comigo mesmo, vou abrir meu coração e procurar entender tudo aquilo que os Guias me falarem e aconselharem.
Assim, por lei de atração você estará mais receptivo a todos os bálsamos que os Espíritos de Luz irão derramar sobre você e sua vida!

Fonte: Tenda de Umbanda Caboclo Pena Verde



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08/02/2019

A Umbanda Deixa de Dar Respostas

A umbanda deixa de dar respostas


A RELIGIÃO DE UMBANDA possui características marcantes: o perfume, a sonoridade, as riquezas de seus elementos, as belezas de seus rituais e, ainda, o título de ‘pronto-socorro espiritual’.

Contudo, Umbanda é religião e deve ser compreendida como tal. Um dos principais aspectos que fazem com que a Umbanda transforme vidas é o conhecimento! Seu trabalho e sua missão não se resumem somente em rituais que encantam, como também em um despertar consciencial. Para isso, as preleções no início das giras são tão importantes. É nesse momento em que o consulente se depara com uma autoreflexão e analisa se o seu problema está dentro ou fora de si!

Religião mágica por natureza, a Umbanda realiza milagres diariamente. Porém, devemos entender que os religiosos não vivem somente de sua magia como também de uma reforma íntima e pessoal. Frequentes são os casos de médiuns que procuram as soluções de seus problemas através de descarregos, banhos, defumações, entre outros e se esquecem da consciência.

Se esquecem do despertar consciencial necessário, da lição em que a vida está tentando dar através de suas provações. Frequentemente vemos médiuns que abandonam a religião por julgá-la incapaz de resolver seus problemas. Eis aí um dos maiores erros daqueles que acham que a Umbanda substitui o aprendizado da vida. E é aí quando a Umbanda deixa de dar as respostas.

A Umbanda deixa de dar respostas quando o médium, em sua imaturidade, se nega a enxergar o que a vida tenta lhe ensinar; 

A Umbanda deixa de dar respostas quando o médium acredita que seus problemas estão relacionados à sua religião e, mudando sua forma de se relacionar com Deus, seus desafios vão desaparecer;

A Umbanda deixa de dar respostas quando as atitudes de um médium limitam sua evolução;

A Umbanda deixa de dar respostas quando o médium acredita que seu futuro está na mensagem dos oráculos, longe de suas próprias atitudes;

A Umbanda deixa de dar respostas quando o médium não compreende seus fundamentos;

A Umbanda deixa de dar respostas quando o fanatismo ocupa o lugar da fé;

A Umbanda deixa de dar respostas quando o médium acredita que não precisa de desenvolvimento, “nasceu pronto”;

A Umbanda deixa de dar respostas ao médium que não busca o conhecimento para explanar a sua fé e sua religião, achando que a responsabilidade do saber é somente do guia incorporado;

Enfim, são inúmeros os casos em que a Umbanda deixa de dar as respostas. Questione, busque conhecimento e informação e saiba que, independente de sua religião, a ética e o bom senso devem ser prioridades em sua vida, ante mesmo de sua fé!

Antes de acreditar que a Umbanda não tenha suas respostas, avalie! Talvez o problema esteja nas suas dúvidas.

Cantinho de Francisco de Assis




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05/02/2019

Dez Mandamentos para o Trabalho Espiritual


Dez Mandamentos para o Trabalho Espiritual

1. Não se desconectar da matéria. O excesso de espiritualismo pode criar uma descompensação com graves prejuízos para a vida pessoal e material de uma pessoa. A matéria é tão importante quanto o espírito; ambos são matizes, graus da mesma manifestação. Nenhum dos dois pode prevalecer sobre o outro.
ANTÍDOTO: EQUILÍBRIO.

2. Não despertar os poderes antes da consciência. Os poderes estão a serviço da consciência. Não é preciso buscá-los; quando chega o momento, eles surgem naturalmente. Buscar o poder antes do saber é inverter a ordem natural do processo. Para que sirvam a consciência, os poderes devem ser doados a partir de algo além de nossa vontade.
ANTÍDOTO: EQUANIMIDADE.

3. Não fixar-se em pessoas em vez de em suas informações. Você não monta uma casa em um túnel. Ele é só um meio para se chegar até ela. Quem depende de um mestre volta à infância psicológica. Em um processo de iniciação ou terapêutico isso pode ser necessário, mas somente como uma fase a superar, e não como um estado onde parar.
ANTÍDOTOS: DISCERNIMENTO E MODERAÇÃO.

4. Não sentir excesso de autoconfiança. Quem se crê auto-suficiente é uma presa fácil para os agentes do engano e não raro se vê envolvido por eles. Quem crê demais na própria capacidade está fadado a equivocar-se.
ANTÍDOTO: DESCONFIAR DE SI MESMO.

5. Não sentir-se superior. Nunca julgue que a própria linha de trabalho é superior às demais. Essa superioridade é a antítese do esoterismo, que afirma justamente a onipresença da consciência em todos os seres e caminhos. Essa postura desconecta uma pessoa das autênticas correntes da consciência amplificada, e é o ponto de partida para a via negra.
ANTÍDOTO: EQUIDADE.

6. Não deixar-se levar por impulsos messiânicos. A vontade de salvar os demais é uma armadilha fatal. Sua tela de fundo é a vaidade e a insegurança. Essa fobia paranóica rompe com os canais de conexão com o mestre interior, bloqueia o processo de autoconhecimento e lança a espiritualidade numa espiral involuta, além de inibir o direito ao "livre-arbítrio de cada um".
ANTÍDOTO: CONFIANÇA NA EXISTÊNCIA. 

7. Não tomar medidas inconsequentes. O entusiasmo pode levar uma pessoa a romper com seu círculo profissional e familiar sem necessidade. Com o "fluir" ou o "fechar os olhos e saltar" — axiomas que só deveriam ser usados em situações muito especiais —, os idiotas mais entusiasmados do mundo esotérico incentivam os recém-chegados a se arrebentarem logo na largada.
ANTÍDOTO: RESPONSABILIDADE SERENA.

8. Não agir com demasiada rigidez. Encantada com as novas informações que lhe ampliam a consciência, uma pessoa pode-se tornar intolerante. Ela tem a tentação de impor sua forma de pensar e seus modelos de conduta aos demais. Limitando sua capacidade de ver a partir de outras perspectivas, ela perde o acréscimo de consciência que havia conquistado.
ANTÍDOTO: TOLERÂNCIA E RELAXAMENTO.

9. Não se dispersar. Estudar ou praticar demasiadas coisas ao mesmo tempo sem aprofundar-se em nenhuma delas leva a uma falsa sensação de saber. Nessa atitude, pode-se passar uma vida inteira andando em círculos, enquanto se faz passar por um sábio.
ANTÍDOTO: CONCENTRAÇÃO.

10. Não abusar. Manipuladas, as informações espirituais servem de álibis ou justificativas convincentes para os piores atavismos. Usar essas informações para fins muito particulares é um crime. Ninguém profana impunemente o que pertence a todos.
ANTÍDOTO: RETIDÃO E INTEGRIDADE.

Equilíbrio, equanimidade, discernimento e moderação, equidade, tolerância e relaxamento, confiança na existência, responsabilidade serena, desconfiança de si mesmo, concentração, retidão e integridade são a grande proteção daquele que se aventura pelo mundo espiritual e esotérico. Por outro lado, quem se assegura dessas qualidades pode fazer o que quiser nesse campo que estará sempre num bom caminho.
Fabio Fittipaldi




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Oxum

Oxum

É a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede. É a Mãe da água doce, Rainha das cachoeiras, Deusa da candura e da meiguice.

Orixá da prosperidade e da riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível e incondicional, por isso é associada à maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe, da mesma maneira que Yemanjá.

A regência fascinante de Oxum é o processo de fecundação, na multiplicação da célula mater.

É Oxum quem gera o nascimento de novas vidas que estarão no período de gestação numa bolsa de água – como ela, Oxum, rainha das águas.

É, sem dúvida alguma, das regências mais fascinantes, pois é o início, a formação da vida. É Oxum que "tomará conta" até o nascimento, quando, então, entrega à Yemanjá, que será responsável pelo destino daquela criança.

Oxum não vê defeitos nos seus filhos, não vê sujidade. Os seus filhos são verdadeiras jóias, e ela só consegue ver o seu brilho. É por isso que Oxum é a mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência.

Os seus filhos, melhor, as suas jóias, são a sua maior riqueza. Como acontece com as águas, nunca se pode prever o estado em que encontraremos Oxum; como também não podemos segurá-la em nossas mãos. Assim, Oxum é o ardil feminino, considerada a deusa do amor, a Vênus africana. O casamento, o ventre, a fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, talvez por consequência, a felicidade.

De menina-moça faceira, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida.

Oxum é o amor, é a capacidade de sentir amor. A partir desse amor é que se dá a origem as Agregações, e consequentemente origina a concepção das coisas.

Ela é o elo que une os Seres sob uma mesma crença, trazendo a união espiritual. É o elo que une dois Seres sob o mesmo amor, agregando-os onde se dá inicio à concepção de uma nova vida. Ela é quem agrega os bens materiais que torna um ser rico, portanto, é conhecida como Orixá da Riqueza, Senhora do Ouro e das Pedras Preciosas.

O toque dos atabaques, que acompanha sua dança no candomblé, é denominado ijexá. A dança de Oxum é a mímica da mulher faceira, que se embeleza e atavia, exibindo com orgulho colares e pulseiras tilintantes.

Diante do espelho sorri, vaidosa e feliz, por se ver tão linda e sedutora. Essa doçura de encanto feminino, porém, não revela a deusa por inteiro. Pois ela é também guerreira intrépida e lutadora pertinaz.

Como as águas dos rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra. Ela dá de beber às folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxossi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluaê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê.

Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é porque ela está dentro de nós.

Mônica Caraccio




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Postura nos Templos


Postura nos Templos de Umbanda

O sucesso dos trabalhos efetuados em uma sessão espiritual depende, em grande parte, da concentração e da postura de médiuns e assistentes presentes.

Os templos umbandistas são locais sagrados, especialmente preparados para atividades espirituais, e que têm sobre seus espaços uma cúpula espiritual responsável pelas diretrizes básicas de amparo, orientação e segurança daqueles que, ou buscam ali a solução ou o abrandamento de seus males, ou dos que emprestam sua estrutura física para servirem de veículos à prática da caridade.

Apesar disto, alguns participantes julgam que, por tratar-se de culto de invocação, não se deve dar a devida atenção e respeito, sendo tais virtudes ausentes nestes indivíduos.

Devemos lembrar que o silêncio e a pureza de pensamentos são essenciais ao exercício da fé.

Alguns assistentes, e mesmo alguns médiuns, dirigirem-se desrespeitosamente aos espíritos trabalhadores. Debocham de suas características e duvidam de sua eficiência. Entretanto, quando passam por uma série de sofrimentos físicos e espirituais, tendo recorrido inclusive a médicos, sem êxito, recorrem àqueles mesmos espíritos que outrora foram alvos de sua indiferença. Restabelecidos, atribuem sua melhora ao acaso.

Devem, médiuns e assistentes, observar o silêncio e o pensamento em situações ou coisas que representem fluidos do bem. Este procedimento tem como consequência a imanação energética com os espíritos, decorrendo daí o derramamento sobre o terreiro do elixir etéreo da paz e da fraternidade.

O que se consegue do mundo astral é, antes de tudo, fruto da bondade e do merecimento de cada um. A conduta reta e positiva deve ser a tônica em uma agremiação umbandista, para que os Guias e Protetores possam instalar no mental e no coração de cada participante sementes de bondade, amor e proteção. A homogeneidade de pensamentos é instrumento de poder do ser humano, rumo a concretização de seus desejos, sendo fundamental que se apresentem límpidos e sinceros em uma Casa de Umbanda.


Umbanda e Assistência:

Qual o papel de fato da Umbanda na vida das pessoas que frequentam seus rituais e ao mesmo tempo, qual deve ser a postura de uma pessoa enquanto participante da assistência em um ritual de Umbanda? Estas duas questões, guardam íntima relação entre si.

A primeira questão tenta descobrir como as pessoas que participam de assistências de cultos de Umbanda, veem esses cultos e a própria Umbanda. O que destes cultos e das vivências neles apreendidas, elas levam para suas vidas quotidianas? Como essas pessoas se definem em termos de religião?

É certo que não podemos generalizar. Assim como em qualquer coletividade, também em uma assistência estarão presentes pessoas com pensamentos, anseios e posturas diferentes. Mas a questão que se impõe é se é necessário que essas pessoas tenham um mínimo de conhecimento do que é a Umbanda e seus cultos. E se realmente precisam enxergar a Umbanda como religião e até mesmo como a religião delas. Uma premissa muito importante enunciada pela Umbanda é que não se deve negar ajuda a ninguém. Assim, partindo deste princípio, não podemos cobrar de uma pessoa que se ela frequenta os cultos de uma casa de Umbanda, ele se declare como Umbandista.

Sabemos que a Umbanda ainda sofre de muitos preconceitos, e que decorrente disso muitas pessoas que frequentam cultos de Umbanda têm medo de serem rotulados pejorativamente. 

Também pela origem multifacetada da Umbanda e também pela premissa de ajudar a todos, não podemos e nem devemos proibir a participação de irmãos oriundos de outras religiões. Por outro lado, podemos considerar que a falta de identificação pode causar uma falta de compromisso. Por isso talvez, sejam tão comuns as queixas sobre pessoas da assistência que vão às sessões de Umbanda apenas para “pedir coisas” mas não honrem as sessões com comportamentos condizentes com os de uma casa religiosa, ou seja, vestem-se de maneira imprópria, conversam em momentos inoportunos, entre outras coisas. 

Algumas pessoas apenas visitam uma casa de Umbanda quando estão com problemas. Isso significa que não fazem da Umbanda uma opção religiosa constante. Utilizam as sessões de Umbanda como “fast-food de consulta”, isto é, quando precisam, vão até lá, pedem o que precisam e vão embora abandonando o local até que a próxima necessidade os faça regressar.

Outras há que vão apenas aos dias de festas. Elas podem estar encarando a Umbanda como uma bonita manifestação da “cultura popular brasileira”, ou seja, uma atração turística ou ainda “coisa para inglês ver”. Visitam, acham bonito, mas não apreendem o real significado da religião praticada ali. 

A outra questão, também de extrema importância, é o que a participação da assistência contribui para a sessão. Uma assistência participativa tem o mesmo resultado para uma sessão do que uma assistência apática? O que é mais interessante para a Umbanda, uma assistência ignorante sobre os conhecimentos ou uma assistência consciente do que são os rituais e dos porquês destes rituais. Essas duas questões estão inter-relacionadas porque quanto mais as pessoas que compõem uma assistência estão integradas no culto, mais elas respeitarão este ritual, participando ativamente dele, entendendo como e porque devem se comportar a cada momento. Elas entenderão melhor que a religião não se pratica somente dentro dos templos, mas em todo o lugar. Elas aprenderão que também elas têm a responsabilidade de fazer a caridade e semear a paz e amor ao próximo.

A.D.




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03/02/2019

Guardião do Mundo: Exu!

Guardião do Mundo: Exu!


A ideia geral que se tem dos Guardiões do Astral, denominados na Umbanda por Exus, é controversa, polêmica e injusta. Por culpa de irmãos ignorantes - e também, alguns maus - esses Ordenadores, Cumpridores e Feitores da Lei Maior são confundidos com espíritos involuídos, os vulgos demônios e afins.

Quantos anúncios vemos pelas ruas da cidade e pela internet, que Sr. Zé Pelintra, Sr. Tranca Ruas ou mesmo Sra. Maria Padilha e Sra. Maria Mulambo são meros capatazes de "pais-de-santo" que atuam com baixa magia para vencer e destruir inimigos, separar casais, amarrar homem e outros quesitos indignos e mesquinhos que prometem cumprir em 3, 6, 12 horas, mediante pagamento ou compra de material para o trabalho? A sordidez de tais "pais-de-santo" é tão desavergonhada que os mesmos, além de estarem usando - e difamando! - os nomes de nobres seareiros do Astral, dizem que fazem caridade e não cobram pelo trabalho, apenas pelo material que será empregado!

Pois que, por causa desses inescrupulosos e sórdidos médiuns, que um dia macularam e corromperam tão divina missão, a da Mediunidade.

Nossos abençoados Guardiões, os Exus, são discriminados e difamados, confundidos com demônios, kiumbas, eguns (as várias denominações para os Espíritos humanos maus e sem Luz), quando, na verdade, Exu é a "polícia do Astral". 

Exus são espíritos que estão, pelo menos, um nível acima de nós, tão em caminhada à Luz quanto nós, mas que tomaram para si a incumbência de levar e fazer prevalecer a Ordem e a Justiça no nosso mundo, em todos os Planos que aqui se compõe, tanto este visível quanto o invisível - e além.

Exu, como eles mesmo dizem, é a Luz nas Trevas!

São Espíritos que se sacrificam em nome do Pai e a favor de nós - sim, NÓS, seus irmãos, muitas vezes ingratos! São Espíritos que adensam a sua matéria sutil e descem a níveis tão grosseiros que até mesmo nós encarnados, seres então adensados, não suportaríamos pela carga tóxica que emana de tais regiões. Umbral é fichinha perto dos lugares que os Exus se metem para desmontar antros de magia negra e resgatar outros irmãos que despertam a Luz em suas consciências, cansados de percorrer a estrada torta. Como o próprio nome diz, Umbral é somente a porta de entrada. Os Guardiões vão a níveis ainda mais profundos, chamados de Sub Crosta, que é o verdadeiro Inferno que a Igreja tem ensinado há séculos. Se já trememos e nos arrepiamos quando sentimos uma pequena descarga de energia perniciosa desferida por um encarnado ou desencarnado que está de pinimba conosco, imagina se nós conseguiríamos suportar a toxicidade e o peso áspero de tais regiões, tão agregadas de maldade e corrupção?!

Pois bem, os Exus conseguem. São eles que vão bater de frente com essa energia densa, negra e ácida. São eles que vêm nos socorrer e nos protege, quando invocamos a ajuda de Deus. 

"Exu é assim, assim ele é. Exu pode não ser anjo, mas diabo ele não é", como bem diz um de seus inúmeros pontos cantados.

Salve a todos os Exus Guardiões do Astral!

A.D.





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