março 2022 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

30/03/2022

Conversa com Preto Velho

Conversa com Preto Velho


"A sua bênção Vozinho! Bom dia!


Receba aqui seu cafezinho! Vou lhe acompanhar tomando o meu.

Hummm, tá muito bom! Sei que o senhor não vai beber, mas se o gosto está bom, imagino que a energia esteja melhor ainda!

Sabe Vô, não posso te ver, mas eu sei que o senhor pode me ouvir, não quero lhe atrapalhar, sei que o trabalho está pesado e não quero tirar a vez de quem não tem um corpo material, com meus lamentos e dúvidas. Muitas almas recorrem a ti neste momento.

Eu só queria mesmo era agradecer. Agradecer por mesmo com todo esse caos no mundo, ainda poder encontrar o acalanto dos seus conselhos através da intuição.

Sei que quando durmo, a gente conversa bastante enquanto trabalhamos e é por isso, eu sei, que acordo com a força necessária para enfrentar um novo dia.

Sei também que, às vezes acordo e parece que nem dormi. Trabalhamos pesado!

O "vento" me sopra: "Reza e faz um banho de ervas!"

Eu obedeço e tudo melhora.

E assim vou levando os meus dias.

Quero lhe contar, eu sei, o senhor sabe...rs, que eu estou aprendendo muito com tudo isso.

Nenhuma viagem foi tão importante quanto esta que faço hoje, dentro de mim.

Aprendi a ficar contente quando não te sinto por perto, pois sei que é porque já posso dar pequenos passos sozinho e que se eu cair, o senhor correrá pra me amparar. Obrigado por confiar no meu crescimento.

Eu quero dizer, enquanto tomo esse cafezinho com o senhor, que eu vou ficar bem, e devo isso ao senhor e todos os meus bons amigos espirituais.

Dia desses me pediram um conselho e eu sofri, quase chorei pensando: "Como fazer, se estou sozinho?" Mas bastou surgir a vontade verdadeira de ajudar, o desejo de tratar aquela ferida aberta no peito do meu irmão, que eu pude sentir o senhor. E foi o melhor conselho que eu poderia ter dado. Também sei, não fui o autor. E por isso agradeço. Eu não poderia ter feito melhor.

Muitas coisas mudaram vozinho, muitas ainda mudarão, apenas uma continua igual: a fé que me sustenta depois de aprender que é no meu coração que Deus faz morada.

Quando o terreiro voltar, vamos ter muito trabalho e talvez nem dê tempo para tomar um cafezinho. A evolução é individual, mas é no coletivo que ela vai florescer! Tenho fé de que será melhor! Teremos mais irmãos conscientes de suas missões, procurando por um caminho de luz, luz essa, que eu encontrei no seu colo e poderei com toda certeza afirmar que é o caminho certo: o do amor. Ainda que, o que os levem a buscar um terreiro seja a dor.

E terei esses dias, como o de hoje, para me lembrar do cheiro e do gosto de uma lenta e boa prosa.

Agradeço por mais essa conversa

Um bom dia de trabalho e do Trabalhador, para o senhor também..."

Um arrepio responde:

"ㅡBom dia meu filho. Agradecido. Que Zambi abençoe."


E você? Já conversou com o seu Preto Velho hoje?

Jackelline Furuuti 




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19/03/2022

Umbanda: Respeito à Diversidade

Umbanda: Respeito à Diversidade


É comum presenciarmos irmãos Umbandistas falando: – “o meu terreiro pratica a Umbanda Pura”; ou –“o meu centro pratica a Umbanda esotérica”, ou tantas outros nomes utilizados para diferenciar os diversos rituais existentes dentro do movimento umbandista.

A diversidade presente na Umbanda é fruto de sua proposta universalista. Ela estrutura-se a partir de três pilares principais, os quais sejam a matriz africana, a matriz indígena e a matriz européia, abarcando conceitos e práticas advindos destes e fundindo-os em suas células para formar um ritual próprio. 

A maneira com que cada Terreiro/Tenda/Centro organiza esses três pilares básicos é muito particular: existem terreiros que pendem para os rituais africanos, praticando o que chamamos Umbanda Traçada, Omolokô, “Umbandomblé?; outros pendem para as práticas indígenas, se aproximando muito do Toré, das religiões com forte influência nativa do Norte do Brasil, inclusive em certas ocasiões fazendo-se uso da famosa ayahuasca; já outros aproximam-se do kardecismo europeu, daí decorrendo boa parte de seus rituais. Há ainda os terreiros que combinam igualmente, duas ou até mesmo as três matrizes. Ou seja, há “n” formas de se cultuar a Umbanda, partindo apenas desse pressuposto inicial.

Não bastasse toda essa diversidade, ao longo dos anos, devido a própria capacidade receptiva que a Umbanda possui, outros aspectos foram incorporados à ela. A Umbanda pode ser influenciada pelo Taoísmo, pelo Budismo, pelo Hinduísmo, pela Corrente da Fraternidade Branca, pela Projeciologia, enfim, por uma variada gama de religiões.

Surgem as mais diversas correntes, escolas, doutrinas que explicam a Umbanda de maneira diversa. A Umbanda não tem um chefe, um líder, que diga como deve ser cultuada; seus líderes são os guias, os espíritos, que cuidam e dirigem nossos terreiros.

Contudo, apesar de ser tão diversa, apesar de ser influenciada por tantos aspectos, a Umbanda, em todas estas vertentes, apresenta características comuns: é a famosa unidade na diversidade. A essência da Umbanda é a mesma! Como se diz, “Umbanda é Umbanda”, não importando se é Umbanda Omolokô, Umbanda Branca, Esotérica ou qualquer outra denominação que se der. Se guiada por espíritos de luz, comprometidos com o Cosmos, se voltada à caridade, se faz bem àqueles que a procuram, se há incorporação de caboclos, pretos-velhos, etc., é Umbanda. Quem pode dizer que a Umbanda mais ligadas aos cultos de nação não é Umbanda? Quem pode dizer que a Umbanda mais afim aos preceitos orientais não é Umbanda? É justamente essa “unidade na diversidade” que vai caracterizar a Umbanda e também nos mostrar que ela é uma religião com características próprias e rituais comuns, a diferenciando de outras religiões.

E qual será o motivo disso tudo? Porque a Umbanda é tão variada?

Bom, isso é uma reposta que somente o Alto e os guias podem nos oferecer. O máximo que podemos fazer são suposições. Seria talvez para abarcar o maior número de pessoas? Ou para uma possível unificação de todas as religiões num momento ulterior?

Ainda não sabemos. O que se sabe é que, sendo uma proposta que vem do Alto até nós, deve ser reconhecida e respeitada. E é justamente essa consciência de “respeito” que deve aflorar primeiramente entre nós.

Como queremos codificar a Umbanda se não há ainda o respeito devido entre seus integrantes? Como queremos codificar a Umbanda se há preconceitos, se há disputas, se há vaidade em seu seio? Assim procedendo, formular-se-á o Código de UMA Umbanda e não o Código da Umbanda.

Penso que o mais importante a fazer é deixar A Umbanda seguir seus rumos pelos próprios pés; nós fazemos a nossa parte, ajudando os guias, praticando a caridade, aplicando a cada dia uma reforma íntima em nosso corpo e alma, respeitar cada forma de se cultuar nossa religião. Eles fazem a deles. E se um dia for necessário uma Codificação, que ela parta do Alto e não de Baixo, porque, cá entre nós, “lá em cima” há um pouco mais de Amor e Sabedoria em cada coração umbandista.

Diego Jörgensen



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13/03/2022

Caboclos e Caboclas

Caboclos e Caboclas


São geralmente espíritos de civilizações primitivas, tais como índios: Íncas, Maias, Astecas e afins. Foram espíritos de terras recém formadas e descobertas, eles formaram sociedades (tribos e aldeias), com perfeita organização estrutural, tudo era fabricados por eles, desde o cultivo de alimentos até a moradia.

Como foram primitivos conhecem bem tudo que vem da terra, assim caboclos são os melhores guias para ensinar a importância das ervas e dos alimentos vindos da terra, além de sua utilização.

Assim como os Preto-velhos, possuem grande elevação espiritual, e trabalham “incorporados” a seus médiuns na Umbanda, dando passes e consultas, em busca de sua elevação espiritual.

São subordinados aos Orixás, o que lhes concede uma força mestra na sua personalidade e forma de trabalho, igual aos Preto-velhos.

Quando falamos na personalidade de um caboclo ou de qualquer outro guia, estamos nos referindo a sua forma de trabalho.

Costumam usar durante as giras, penachos e fumam charutos. Falam de forma rústica lembrando sua forma primitiva de ser, dessa forma mostram através de suas danças muita beleza, própria dessa linha.

Seus “brados”, que fazem parte de uma linguagem comum entre eles, representam quase uma “senha” entre eles. Cumprimentos e despedidas são feitas usando esses sons.

Costumamos dizer que as diferenças entre eles estão nos lugares que eles dizem pertencer. Dando como origem ou habitat natural, assim podemos ter:

Caboclos da mata – Esses viveram mais próximos da civilização ou tiveram contato com elas.

Caboclos da mata virgem – Esses viveram mais interiorizado nas matas, sem nenhum contato com outros povos.

Torna-se de grande importância conhecermos esses detalhes para compreendermos porque alguns falam mais explicados que outros. Mais ainda existe as particularidades de cada um, que permitem diferenciarmos um dos outros.

A primeira é a “especialidade” de cada um, são elas: curandeiros, rezadeiros, guerreiros, os que cultivavam a terra (agricultores), parteiras, entre outros.

A segunda é diferença criada pela “força da natureza” que os rege. É o Orixá para quem eles trabalham.

Para nós da Umbanda, é importantíssimo saber que a “personalidade” de um caboclo se dá pela junção de sua “origem”, “especialidade” e “força da natureza” que o rege.

E é nessa “personalidade” que centramos nossos estudos. Assim como os Preto-velhos, eles podem dar passe, consulta e correntes de energização ou participarem de descarrego, contudo sua prática da caridade se dá principalmente com a manipulação.

Quando falamos em manipulação, estamos nos referindo desde preparo de remédios feitos com ervas, emplastos, compressas e banhos em geral até manipulação física, como por rezar “espinhela caída”.

Esses guias por conhecerem bem a terra, acreditam muito no valor terapêutico das ervas e de tudo que vem da terra, por isso as usam mais que qualquer outro guia. Desenvolveram com isso um conhecimento químico muito grande para fazer remédios naturais.

Como são espíritos da mata propriamente dita, todos recebem forte influência de Oxossi, no sentido apenas do conhecimento químico das ervas, independente do Orixá que trabalhe.

São espíritos que também trabalham muito com passe. Acreditamos ser pela facilidade de locomoção, já que normalmente trabalham em pé.

São também bastante necessários na hora de um descarrego, pois conseguem acoplar no médium em qualquer posição.

Os chefes dos povos se denominam “chefes dos Orixás”, sendo que são chamados “chefes de falange” ou “falangeiros”. Os chefes e todos os integrantes de cada linha vem em representação do Orixá que os manda, atuando como este e trabalhando do mesmo modo, apesar de terem diferenças entre si, dependendo do tipo de “falange” a que pertencem.

CABOCLOS DE PENA E DE COURO

Falar de Caboclos é uma tarefa bastante agradável, ainda que extensa e difícil, pois existem tantos que seria uma grande leviandade, declararmos conhecer a todos. Inicialmente é importante conhecermos uma diferenciação que se faz entre eles. Os Caboclos de Couro e os de Pena. Caboclos de Couro, são os Boiadeiros, e os de Pena são os Índios. Ainda tem os Caboclinhos, que são índios meninos, muito comuns no Nordeste do Brasil.

Muito se fala a respeito de que tipo de espíritos poderiam ser os Caboclos, Pretos-Velhos, etc… Seriam mesmo índios? Ou em relação aos Pretos-Velhos, seriam somente negros ou escravos?

O trabalho da caridade espiritual é muito grande e não caberia somente a esta ou aquela qualidade de espíritos praticá-la. Se nas falanges de Caboclos ou em outra qualquer, não se manifestarem somente espíritos daquela classe, isso não muda em nada sua força. E qualquer espírito que se aproxime ou que lhe seja determinado trabalhar naquela determinada linha vibracional, às características da falange deverá se amoldar.

Isso se aplica a qualquer qualidade de espírito. Até mesmo aqueles que em suas vidas pretéritas tenham convivido em camadas sociais diversas, podem depois de desencarnados trabalharem em qualquer falange, mas para isso moldam-se a ela utilizando-se da roupagem característica dela.

Já imaginaram um Caboclo manifestado de paletó e gravata, dando consultas com um lap top?

O que quero dizer é que as falanges de Caboclos, são mesmo índios, ou no caso dos Caboclos de Couro, são boiadeiros, vaqueiros, trabalhadores do campo. Entretanto, não é impossível a outros espíritos que viveram em outras classes sociais, aproximarem-se, por gosto ou determinação superior, às características da falange em questão e passarem a praticar a caridade, assim como, a perseguir a elevação espiritual, dentro daquelas características. A evolução de cada entidade se dá mais pelo trabalho que pratica, pelo bem que alcança e dirige a quem necessita, do que pela maneira como se manifesta, fala ou se veste.

Assim sendo é muito mais importante nos aproximarmos da figura que a entidade nos proporciona, do que ficarmos procurando uma maneira de investigar e determinar o que não nos é devido.

Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns tem uma dificuldade muito grande de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos, que são filhos da casa, normalmente iniciando seus desenvolvimentos ou alguém que não tenha a mediunidade de incorporação. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Dançam muito e gostam de cantar também. Bebem vinho, cerveja, ou a macaia que é uma mistura de ervas. Fumam normalmente charutos, mas alguns Boiadeiros fumam o palheiro, que é um cigarro feito de palha de milho com fumo de corda ou rolo ou até mesmo cigarros normais.

Os Caboclos, embora comandados por Oxóssi, Orixá da caça, que na Umbanda é louvado como rei das Matas, estão sempre ligados a um determinado Orixá e mantém suas características, de alguma forma ligada a esse Orixá. As Caboclas normalmente estão ligadas a Orixás femininos.

Os Caboclos de couro – Boiadeiros – são alegres e festeiros, são bem mais descontraídos e extrovertidos que os Caboclos de penas. Gostam de música, alguns gostam de samba, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como ” Encantados “. Eles não teriam morrido para se espiritualizarem, teriam sido encantados e se transformados em entidades especiais.

Os Caboclos de Pena são exímios na arte de curar e na limpeza espiritual, são profundos conhecedores das ervas medicinais e de suas propriedades espirituais, assim como suas propriedades terapêuticas para o tratamento de muitos males. São grandes passistas e os resultados de seus trabalhos aparecem muito rapidamente. Gostam muito de crianças e se entristecem muito com o mal tratamento dispensado a elas por maus pais.

Gostam muito de frutas, plantas e flores e suas festas devem ser bem ornamentadas pelos Zeladores de santo, que tem neles uma barreira muito grande contra os males de natureza material e espiritual. A ornamentação não precisa ser suntuosa, pois são entidades bastante simples, mas flores e folhas compõem arranjos que os deixam muito satisfeitos.

Nas matas, cachoeiras, praias, rios, montanhas, sempre haverá a presença de um Caboclo, assim como entre as plantas e animais: Mata Virgem, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Caboclo Arruda, Caboclo Guiné, Cobra Coral, Sucuri, Jibóia; Os ligados diretamente aos Orixás, Caboclo Rompe Mato ( Ogum/Oxosse), Caboclo da Pedra (Xangô); aos ligados às forças da natureza, Caboclo Ventania, Sete Cachoeiras; aos ligados às atividades nas florestas, Caboclo Caçador, Flecheiro; aos ligados ao desmanche de feitiços, Serra Negra; aos ligados às cores, Caboclo Roxo; às tribos, Caboclo Tupi, etc… Em suma, sempre haverá um Caboclo ligado a qualquer área da natureza para nos proteger e auxiliar. Saravá Caboclo, Saravá toda a Macaia. Saravá Jurema, Jupira, Jandira, Iara, e tantas outras Caboclas maravilhosas que enfeitam os rios, as serras com sua beleza e força e nas festas bradam e dançam, mostrando a feminilidade indígena, inocente, feliz, mas forte. Grandes trabalhadoras da seara de Oxalá. Okê Caboclo, Okê!

Esses são os Caboclos de pena! As características dos de couro são bastante diferentes, mas que não modificam suas intenções na prática do bem e da caridade. Os Boiadeiros também apresentam diversidades de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre, Boiadeiro do Sertão e muitos outros tipos.

São cantigas muito alegres, tocadas num ritmo vibrante, enquanto os Boiadeiros se esbaldam nas festas a eles consagradas. São porém grandes trabalhadores e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade.

Boiadeiros gostam de cerveja, vinho, fumam charutos, cigarros de palha, ou mesmo cigarros comuns, alguns tomam cachaça com mel, vinho puro ou com mel, usam chapéus de couro, rebenques ou laços, alguns tocam berrante. É tal e qual se poderia presenciar no homem rude do campo. Durante o dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando o gado, tratando, marcando. A noite ao voltar para casa, o churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas um arroubo de alegria.

Assim se manifestam os Caboclos, onde quer que sejam chamados. Algumas casas adotam determinadas doutrinas que lhes tolhem um pouco as características. Não lhes permitem fumar ou beber e se mesmo assim, humildemente, aceitam as condições da casa é por que é maior o desejo da caridade, do que mostrarem-se como realmente são.

Isso não diminui nem seus trabalhos nem a capacidade da casa, muito menos deprecia tal doutrina. No entanto é muito importante que os respeitemos da maneira que se apresentem, sem que queiramos por nossas variações sociais, determinar suas procedências ou negar suas qualidades.

Autor desconhecido




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12/03/2022

A Bondade de Deus

A Bondade de Deus

Temos como verdade, a partir do ensinamento bíblico, que Deus nos fez a sua imagem e semelhança, que todos somos seus filhos e que Ele, pela Sua infinita bondade, não coloca seus filhos no mundo para sofrer.

Nos dá o livre arbítrio para seguirmos os caminhos que aparentemente achamos que sejam melhor para nós, mesmo sujeitos a erros de decisão.

Deus é tão justo e bom que mesmo em nossos erros, sempre oferece novas oportunidades para o alívio de nossas dificuldades e para nosso crescimento moral e espiritual.

Prova disso é que Ele põe a disposição de seus amados filhos, para amparo e entendimento espiritual, as religiões espiritualistas, e, em especial, a nossa querida Umbanda.

Permite que Espíritos evoluídos e esclarecidos, venham, através dos milhares de Terreiros, nos trazer palavras de fé, discernimento e esperança, justamente para amenizar nossos sofrimentos terrenos.

Esses Espíritos, totalmente desprovidos de vaidade, vem até os filhos de Deus encarnados, muitas vezes chamando-os à razão, tentando ampará-los e colocá-los no caminho reto, para que reconheçam muitas vezes os erros cometidos e que se desviem do errado, porém, sempre respeitando a decisão tomada.

Muitas vezes nas palavras duras dos Caboclos, na serenidade e bondade dos Pretos Velhos, nas brincadeiras das Crianças, somos direcionados à reflexão de nossos atos e o entendimento do porquê passamos tais situações, nos direcionando em busca de nossa felicidade.

Nas gargalhadas dos Exus, no bom humor dos Baianos, na sabedoria do Boiadeiros, na gentileza dos Ciganos, vamos ouvindo as duras verdades, os bons conselhos, e, a partir daí, muitas vezes passamos a visualizar um novo caminho a seguir, um novo amanhã, certamente com obstáculos, mas com força para superá-los.

Essas Entidades somente conseguem realizar suas tarefas, cumprindo seus compromissos espirituais por terem as bênçãos de Deus, e também, terem médiuns dedicados e com o compromisso junto ao mundo espiritual e com a Caridade

Uma das maiores provas de que Deus ama seus filhos é, justamente ter permitido que o mundo espiritual tenha condições de auxiliar os irmãos encarnados através da Umbanda, religião essa que, embora muito nova na terra, cada vez mais solidifica-se e executa as verdadeiras vontades e ensinamentos de Deus que são: Amar ao próximo como a ti mesmo e praticar o bem, não importando a quem.

Agradecemos a Deus por abençoar diuturnamente a Umbanda, suas Entidades e ao seu corpo mediúnico, confirmando assim que seu desejo está e continuará sendo cumprido.

Renato de Oxossi





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