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15/04/2015

O Passe


passe na umbanda e espiritismo


Que são fluidos?
Os fluidos são o veículo do pensamento dos Espíritos, tanto encarnados quanto desencarnados. Todos estamos mergulhados no fluido cósmico universal, substância básica da Criação, que varia da imponderabilidade até a ponderabilidade. Os fluidos espirituais estão impregnados dos pensamentos dos Espíritos, portanto varia de qualidade ao infinito. A atmosfera fluídica é formada pela qualidade dos pensamentos nela predominantes.

O que é o Passe?
É a transferência de fluidos de uma pessoa a outra, através da prece e imposição de mãos, procedimento largamente usado nos centros espíritas. As energias são oriundas dos fluidos humanos (do passista) e fluidos espirituais (dos Espíritos que trabalham com a equipe de médiuns). Existem três tipos de magnetismo: o humano, o espiritual e o misto. O tipo de magnetismo utilizado nas casas espíritas é o misto, pois à ação dos encarnados soma-se a ajuda benéfica dos Espíritos que trabalham na área, qualificando, direcionando e potencializando os fluidos.

O que é um passe anímico?
Animismo é um termo usado para designar a ação oriunda do próprio médium. Passe anímico é aquele em que se utiliza o magnetismo humano (do médium). Allan Kardec nos ensina que os fluidos oriundos do magnetizado sempre recebe a ação espiritual, mesmo que ele não acredite nisso, pois todos possuem anjos guardiães ou guias espirituais. Além do mais, estando mergulhado no fluido cósmico universal, o passista sofre a ação do mundo espiritual sobre ele. Nos centros espíritas, onde teoricamente os Espíritos estarão trabalhando em muito maior escala, não se concebe que tenha um passe sem a ajuda deles. Seria um contra-senso. Os passes aplicados nos centros espíritas não são, portanto, anímicos. Algumas técnicas e conceitos sobre o passe foram divulgadas no Movimento Espírita por Edgar Armond (um esoterista que converteu-se ao Espiritismo) e ainda o são, pela Federação Espírita do Estado de São Paulo - FEESP, orientada no passado por ele. É daí que vem as teorias dos passes anímicos e outros tantos que vemos nas casas espíritas. Mais instruções sobre o assunto podem ser encontradas na apostila Espiritismo para Iniciantes, no capítulo "O Passe".

Qual diferença entre passe magnético e passe espiritual?
O passe magnético é aquele onde a energia utilizada provém apenas do encarnado, ou seja, é utilizado o magnetismo humano. No passe espiritual são utilizados os fluidos dos Espíritos, que do mundo invisível agem sobre os indivíduos. No passe misto existem os dois tipos de fluidos, o humano e o espiritual, sendo largamente utilizado nos centros espíritas na cura das doenças físicas e psíquicas.

Existem milagres?
O milagre é fenômeno que não se consegue explicação racional e nos parece sobrenatural. Na verdade é apenas a manifestação intencional (provocada por agentes conscientes) ou espontâneas (causadas por agentes inconscientes) de determinadas leis da natureza, ainda desconhecidas pelo homem. Deus criou leis perfeitas e imutáveis. Se o milagre existisse seria uma transgressão a estas leis. O que existe é a ignorância dos princípios que regem as leis de Deus. O que pode parecer milagre para uns, é perfeitamente explicável para outros. Por exemplo um índio selvagem que visse um eclipse do sol, acharia aquilo um milagre, mas estudando astronomia, percebe que um astro se sobrepõe a outro com um fenômeno natural. A ciência ajuda na desmistificação dos milagres. Chegará o dia em que em todos conhecerão as leis que regem os fluidos, a mediunidade, a influência do mundo espiritual sobre o mundo físico, a ação dos Espíritos sobre a matéria etc.

Qualquer pessoa pode aplicar passes?
Sim qualquer pessoa pode doar de suas energias, mas nem todos devem fazê-lo, pois a condição moral do indivíduo influencia diretamente na qualidade dos fluidos doados. A tarefa do passista, como qualquer outra que se desempenha no campo religioso, carece de preparo moral e esforço constante para vencer as más inclinações. Só a boa vontade não basta. Os Espíritos superiores ensinam que os fluidos espirituais podem ser alterados quando passam pela estrutura do encarnado e que apenas a moralização deste pode dar a garantia de bons resultados. Daí a razão pela qual nem sempre as pessoas se beneficiam com os passes a que se submetem por anos a fio nas casas espíritas que não primam pela boa qualidade espiritual de suas práticas.

Grupo Espírita Bezerra de Menezes


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Você vai tomar passe?

O corpo humano é o santuário do espírito encarnado. O passe opera em cada um de nós a limpeza perispíritual e o equilíbrio dos nossos centros de força, curando ou prevenindo possíveis enfermidades.

Para que você alcance os benefícios que necessita, através do passe, é importante que você participe ativamente:

01- Não beber ou evitar beber no dia do passe.
02- Não fumar ou evitar fumar no dia do passe.
03- Não se alimentar em excesso.
04- Não comer carne no dia do passe.
05- Policiar as expressões verbais.
06- Vigiar seus pensamentos, sentimentos e emoções.
07- Não valorizar tanto as atitudes desagradáveis 
de outras criaturas na sua direção.
Perdoar é próprio das almas elevadas.
08- Cuidado com as criticas destrutivas.
09- Não se permita a ociosidade. Trabalho é terapia.
10- Exercite a fé através da prece.
11- O tratamento espiritual Não dispensa 
o tratamento médico.

Se você já alcançou todas estas conquistas, já está colaborando com as equipes espirituais na sua cura e provavelmente não precisará estar sempre tomando passes.

Albino Teixeira






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13/04/2015

A Rosa no Peito



A Rosa no Peito - Mensagem da Senhora Pombagira Maria Rosa Caveira

Todo mundo quer ter um amor na vida. O amor da família, o amor dos amigos, o amor de alguém especial. Um bom trabalho também é amor, é o amor refletido na profissão. Uma boa moradia também é amor, é o reflexo do amor no lar. Há muitas formas de amor e todas são boas, todo mundo quer ter isso.

Mas o amor não é espelho. O amor não acontece de igual para igual, não impõe condições. O amor só acontece, e pronto!...

O que eu quero dizer? Quero dizer que o amor envolve aceitação.

Para amar alguém ou alguma coisa, é preciso haver aceitação. Compreender que as pessoas e as coisas nem sempre virão exatamente como a gente queria. O amado nem sempre terá o mesmo gosto que a gente, o mesmo temperamento, a mesma disposição, o mesmo ritmo pra fazer as coisas, o mesmo olhar para a vida.

E as coisas que acontecem, as oportunidades e situações que surgem em nossa vida também nem sempre virão daquele jeitinho que imaginamos. Mas aí é que está a beleza de tudo!...

Aceitar o companheiro com as suas diferenças é um trabalho delicado e bonito de se fazer. A gente aprende e cresce junto com ele. Aceitar pequenos obstáculos no caminho da realização dos nossos sonhos nos ensina a paciência e a perseverança, nos torna mais fortes e abertos, nos abre as portas do reino da Prosperidade. Então o Amor mais sublime, que é um dos Anjos da Prosperidade, envolve tudo, nos contagia, nos protege e passa a nos conduzir na vida...

Aceitar que amanheceu chovendo justo no dia em que a gente planejou uma caminhada é um pequeno contratempo. Mas dá pra contornar isso e talvez ler um bom livro, ficar olhando a chuva, arrumar as gavetas da casa e do coração, preparar uma boa comida, ouvir boa música, ligar para um amigo ou ente querido... Há tantas coisas pra se fazer...

Aceitar que o amado não abandona o jogo de bola com os amigos, quando a gente queria sair e passear, é um pequeno contratempo. Mas o amor nos mostra que assim ele está feliz, que são apenas algumas horas de uma longa vida em comum. E a gente consegue se alegrar por ele, aceitar, festejar a felicidade dele e aproveitar aquele tempo para se cuidar também.

São tantas situações, são tantos pequenos contratempos, muito pequenos... E muitas vezes a gente se deixa dominar pela contrariedade e não enxerga mais nada, não vê a beleza que ficou para trás e aquela que está por vir...

Tudo está em nossas mãos. Depende de pra quem a gente entrega o comando dos nossos atos, pensamentos e sentimentos. Se deixarmos tudo nas mãos do corpo de carne, tudo fica mais difícil: a gente quer tudo pra ontem, a gente quer do jeito que quer, a gente não aceita negociar, a gente resiste e sofre... Sofre por bobagens... Mas se entregarmos tudo ao Amor que mora no coração, tudo fica mais fácil de compreender: o Amor tem paciência, compreensão, entendimento; o Amor dá espaço porque valoriza a liberdade de si mesmo e dos outros, aceita modificações e consegue fazer adaptações. O Amor triunfa onde tudo parecia perdido. O Amor salva. O Amor liberta. O Amor faz o mais humilde tornar-se um gigante.

O Amor é uma Luz que nunca se apaga. Mas nem sempre olhamos para essa Luz. Muitas vezes, ficamos com o olhar preso num pequeno ponto escuro dentro de nós, resistindo à entrada benfazeja dessa Luz Divina e Pura. Nesse ponto escuro, que nós criamos por descuido, a Rosa do Amor não consegue florescer, e a vida nos parece escura e sombria. Mas é só aparência! Se levantarmos os olhos, erguendo a cabeça para contemplar a vida, então enxergaremos as muitas Rosas do Amor plantadas nos corações dos outros, a recender um perfume encantador... E veremos outras Rosas do Amor gerindo também a vida de plantas, animais, minerais e de tudo o que existe. E um perfume incomparável reinará sobre tudo e todos, suavizando todas as dores e tristezas... Então, é só respirar fundo, inalando essa doçura e esse encanto que existe em toda parte, a perfumar nossos caminhos...

Cultive sempre a Rosa do Amor em teu peito. Olhe para ela, de quando em quando. Peça a Ela a ajuda suave dos Seus encantos e poderes. Ela é filha da Mãe do Amor, que anda conosco desde sempre e para todo o sempre. Ela é tão doce, que escolheu vestir-se das pétalas da Rosa de Luz para estar contigo e te tocar, te acariciar, te confortar e te guiar. Ela é tua Mãe. Ela é a minha Mãe. Ela é a Mãe de todos e de tudo. Ela Ama sem perguntas e sem condições, e quer nos ensinar a amar assim, desse jeito. Ela sabe e pode fazer isso por mim, por ti e por todos.

A Rosa do Amor é tua, desde o primeiro instante da tua criação. Ela nunca morrerá. Só não te esqueças de olhar dentro do teu coração, para encontrar ali todo o esplendor da Rosa Eterna do Amor...

Sete Porteiras





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08/04/2015

A Essência da Umbanda


A Essência da Umbanda


Umbanda é a oportunidade da prática da caridade, da vivência no Bem, no amor e na fraternidade. Umbanda Luz e Caridade! Umbanda Luz na Caridade! Umbanda Luz com a Caridade! Umbanda sempre Luz e sempre Caridade!

Deus, o nosso Pai Olorum, nos concedeu inteligência e livre arbítrio para as nossas escolhas, somos livres para pensar e escolher e somos inteligentes para entender as consequências das nossas escolhas. A Umbanda dá a oportunidade do conhecimento, do estudo e da transparência de suas práticas, que são práticas somente no Bem.

Para entender a Umbanda não basta ler e estudar, é preciso pisar o chão sagrado e aprender com os Guias, é preciso viver os ensinamentos doutrinários dentro e fora do Terreiro. Entende-se a Umbanda com os pés descalços no chão, sentindo o cheiro dos seus incensos e ouvindo os seus cânticos sagrados em forma de pontos cantados, fechando os olhos em meditação buscando a paz interior a fim de receber as bênçãos dos benfeitores. Entende-se a Umbanda quando fechamos os olhos e admitimos humildemente que erramos e que estamos dispostos a melhorar. Entende-se Umbanda quando somos capazes de empaticamente ajudar ao nosso irmão. Entende-se Umbanda quando, através dos nossos pensamentos e atitudes no Bem, preparamos campo energético para entrarmos em contato com os Guias que estão ali sempre dispostos a acolher e auxiliar.

A Umbanda é religião que os espíritos utilizam para a prática da caridade, eles também constroem, assim como nós, os degraus para a evolução espiritual. E a nossa evolução depende sempre da caridade praticada, a fim de contribuirmos para um mundo melhor e mais justo. A oportunidade da prática da caridade é para todos, encarnados e desencarnados. Os Guias praticam as suas caridades e nós também, quando os servimos como instrumentos mediúnicos. Porém, para servirmos de instrumento mediúnico para os Guias temos antes que zelar por este instrumento, zelar por nós mesmo, cuidar do nosso corpo físico, mental - emocional e espiritual.

A famosa frase do Caboclo das Sete Encruzilhadas: "A Umbanda é a manifestação do espírito para a prática da caridade" ilustra perfeitamente a essência da religião. Mas como entendermos o que é a caridade? Centenas de pessoas procuram os nossos Terreiros, na maioria das vezes, na busca de soluções para os seus problemas imediatos e para apaziguar os seus sofrimentos. Diante do merecimento de cada um e da permissão de Deus, muitos conseguem respostas e soluções para os seus intentos, porém muitos não conseguem, por que será? Será que a caridade não está para estes? Voltamos a nossa pergunta inicial: O que é a caridade?

Na nossa humilde opinião, caridade é a ação que torna o ser humano melhor, daí a sua prática para efeito positivo e, a um longo prazo, está na promoção do conhecimento consciencial da existência de cada ser, na valorização do indivíduo como agente do mundo a sua volta e como se tornar cada vez mais uma pessoa equilibrada e feliz.

Infelizmente existem pessoas muito acomodadas, que preferem esperar pelo "milagre", achando que o erro está sempre no outro, que as oportunidades almejadas não lhes surgem porque são vítimas de um mundo competitivo e injusto, porque são alvos de invejas e demandas, ou não conseguem porque se julgam obsidiadas e perseguidas. Elas querem saber os "porquês das pessoas", muitos esperam até que a Umbanda "mude" o outro para que sejam mais felizes. Será que isto é caridade?

Na Umbanda que praticamos não existe adivinhação, muito menos interferência no livre arbítrio de ninguém. Nas perguntas elaboradas aos Guias, as respostas só serão dadas se tiver real utilidade na vida do consulente, se eles souberem e se, ainda, tiverem a permissão para revelar. Jamais responderão para a satisfação da curiosidade apenas, que pode tornar a pessoa mais confusa e aflita.

Nós médiuns atuantes com os Guias nas consultas dos Terreiros, na qualidade de médiuns conscientes, que são a grande maioria, devemos estar cientes do tamanho da responsabilidade na interpretação das mensagens dos Guias e a melhor forma de discernimento é fazer sempre a pergunta para si mesmo: "Será que essa resposta é de fato útil para a vida desta pessoa? Ela precisa mesmo desta resposta para conseguir a paz e a felicidade?" Em caso negativo, é porque de fato o Guia não pretende responder da forma esperada pelo consulente. Talvez esta pessoa precise somente da reflexão de que tem a capacidade de ser agente de mudança em sua vida e para isto, com certeza, a Umbanda dá todo o apoio e incentivo.

A nossa religião acompanha a evolução da humanidade e, paulatinamente, esta visão deturpada de ser a umbanda solução para problemas imediatos e mundanos, efêmeros por natureza, é substituída pela visão de ser a Umbanda mais um canal pelo qual a espiritualidade superior ensina e convida a ser em si mesmo a mudança que precisa para ser feliz.

Pratiquemos a caridade na nossa Umbanda, não apenas aquela que praticamos junto com os nossos guias, atendendo a assistência em suas dores e dificuldades, mas principalmente aquela caridade diária na rotina do terreiro e fora do terreiro, praticando a empatia sempre que sentimentos infelizes pairem no convívio com os nossos irmãos para entender e cooperar no restabelecimento da harmonia e antes que a ação indigna acompanhe os sentimentos mesquinhos, perguntemos a nossa consciência onde erramos e onde podemos melhorar, para a nossa paz e para o bem de todos.

Pequenos gestos e atitudes também são caridade, para conosco e para com o próximo, que podemos exercitar no nosso dia a dia:

· Sorrir para esconder o nosso mal humor.

· Respeitar as opiniões diferentes das nossas.

· Saber ouvir sem julgamentos.

· Impedir que a fofoca se espalhe, calando na hora certa.

· Ser humilde e acreditar que colhemos o que plantamos.

· Acreditar que tudo tem um tempo certo para acontecer, diante do merecimento de cada um.

· Sermos gratos sempre, porque o nosso irmão sempre tem algo de bom a nos oferecer.

· Refletir sobre a forma que as nossas atitudes repercutem sobre o nosso próximo, pensar antes de agir.

· Investir para que todos os umbandistas se respeitem mutuamente, porque a vaidade destrói toda edificação.

· Entender que as palavras confortam, mas são as atitudes que determinam a mudança efetiva em benefício do próximo.

· Acolher a todos, sem distinção, mesmo aqueles que não simpatizamos.

· Ter humildade para admitir os nossos erros.

· Considerar o nosso próximo e participar-lhe as nossas insatisfações para com ele, visando a união que constrói.

· Ao falar de amor e caridade, que a nossa consciência alcance o nosso coração e se certifique do tamanho do amor que realmente nutrimos pelos nossos semelhantes.

Que os nossos Guias continuem juntos a nós, através da mediunidade, através dos sentimentos e ações que edificam o propósito maior da Umbanda: Fazer a caridade, todos nós espíritos em evolução.

Do livro "Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo"



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26/03/2015

Orixá Ancestral e de Frente


Orixá Ancestral e de Frente


Ouvimos sempre perguntas a respeito do que seja Orixá Ancestral, de Cabeça, de Frente, Adjunto. São muitas as denominações e explicações, muitas vezes, de difícil entendimento.

O lema da Umbanda que praticamos é sempre a simplicidade, não confundir com o simplório, mas entender de forma simplificada o que, talvez, não estejamos ainda preparados para entender em sua plenitude e essência.

O que a espiritualidade que nos assiste nos informa e que somos capazes de entender é o seguinte, para que principalmente os médiuns da nossa Casa, da Tenda de Umbanda Luz e Caridade – Tulca, tenham um conceito sobre Orixás Regentes de Coroa mais próximo da nossa doutrina:

Os Orixás Ancestrais são os que chamamos de Pai e Mãe de Cabeça, ou Pai e Mãe Orixás. É o casal Orixá cuja essência, qualidade divina, herdamos em alguns traços da nossa personalidade, que nos direcionam e sustentam em toda a nossa existência como ser encarnado e desencarnado. É como a marca do DNA no corpo biológico, sendo uma característica interna de toda a existência espiritual. Fique bem claro que as características negativas de personalidade nunca são dos Orixás e sim do encarnado que usa o seu livre arbítrio.

Entendemos Orixás de Cabeça porque eles regem o nosso campo mental, campo das ideias e pensamentos. Exemplo: O encarnado que tem o Orixá Ogum como seu Orixá de Cabeça ou Ancestral, terá sempre a Centelha Divina da Lei e da Ordem em seu inconsciente. E por que inconsciente? Porque o inconsciente é a instância psíquica onde reside todo o arquivo mental, de todas as vidas, sendo o condutor mestre de todas as ações e reações do indivíduo.

Então, a essência Orixá está lá bem guardadinha no inconsciente. Acontece que a pessoa pode seguir fielmente as virtudes dos seus Orixás, no caso do nosso exemplo do Orixá Ogum e pode também não seguir e se tornar uma pessoa contrária à Lei e à Ordem, ser em ações contrária à sua essência divina e isto causará um grande desequilíbrio em sua estrutura emocional, por exemplo: uma pessoa corrupta filha de Ogum, estará sempre com um "peso na consciência", porque estará contrária à sua essência, aos seus reais valores internos. Este é apenas um exemplo, grosso modo, para que possamos entender.

Importante salientar, que a Energia Primeira do Criador representada na Umbanda por Pai Oxalá, também está presente na coroa de todos os filhos, ao "lado" da vibração dos Pais Ancestrais. Imaginemos, grosso modo, sobre a nossa cabeça e onde reside o chakra coronário a nível perispiritual, imaginemos três feixes de luzes, uma na cor branca que vem de Pai Oxalá e as outras duas nas cores do nosso casal de Orixás Ancestrais ou Pai e Mãe de Cabeça. Acontece que o filho pode ter, por afinidade que ainda não sabemos definir, pode ter mais presente o feixe de luz branca em seu Ori, a energia de Pai Oxalá se sobrepõe aos seus dois Orixás Ancestrais, mas isto não quer dizer que ele seja filho apenas de Pai Oxalá. Então, na nossa Casa, todos são filhos de Pai Oxalá.

Para simplificar, usamos o termo Força Orixá. Temos na nossa Casa sete forças Orixás que formam a Coroa Espiritual dos filhos: Oxalá é a primeira força, o casal de Orixás Ancestrais é a segunda força e da terceira à sétima força são os Orixás de Frente e Adjuntos.

E o que seriam então Orixás de Frente e Adjuntos? É um par de Orixás, não necessariamente um casal, sendo que estes direcionam apenas a encarnação presente. O Orixá de Frente está mais presente e evidente do que o Adjunto, que o auxilia em um segundo plano, sempre com o principal objetivo de fornecer o equilíbrio energético, a fim de harmonizar ao máximo o indivíduo, considerando o ser humano em sua forma holística. Ressaltamos que o Orixá de Frente pode ser também um dos Orixás Ancestrais ou ambos. Ressaltamos também que por serem cinco os Orixás de Frente e Adjuntos, pois como vimos acima, Oxalá e os Ancestrais ocupam as primeiras e segundas Forças Orixás respectivamente e estamos nos referindo às sete Forças Orixás, então ressaltamos que o Orixá de Frente que está na “última” posição, ou a quinta, faz par com o Adjunto anterior. Se você entendeu o nosso raciocínio, deve estar se perguntando: “Então eu tenho três Orixás de Frente?” Ao que te respondemos: Sim, você tem! Só que apenas um é o dominante, o mais evidente, de acordo com a sua maior necessidade atual.

Basicamente à frente do indivíduo estão todos os Orixás, que harmoniosamente interagem e se completam para auxiliá-lo em determinados momentos da sua vida. Exemplo: uma pessoa reprimida em suas emoções estará à sua frente, pela misericórdia Divina, a Orixá Iansã para proporcionar o dinamismo e o extravasamento destas emoções contidas.

É por isto que costumam dizer, erradamente apenas na denominação, que os Orixás “brigam” pela coroa do filho, termo este inconcebível a um Orixá. Eles não brigam, apenas estão ali porque o filho está precisando das suas vibrações energéticas naquele momento, em outro momento o filho poderá estar precisando de outro tipo de energia para restabelecimento do seu equilíbrio, daí a constatação pelo sensitivo de mais de um Orixá de Frente. Ou então em um momento visualizar um Orixá e em outro momento visualizar outro. O dinamismo entre as vibrações Orixás a frente do indivíduo se faz necessário para o equilíbrio energético, físico e emocional do encarnado.

Enfim, Orixás Ancestrais estão na nossa essência energética, são a nossa característica básica de personalidade que nos acompanham pela eternidade, um é mais dominante a quem chamamos de Orixá Regente da nossa Coroa, o outro menos dominante, mas igualmente importante, a quem chamamos de Orixá Co-regente da nossa Coroa; em contrapartida, os Orixás de Frente ao “lado” dos seus Adjuntos se fazem presentes diante da necessidade momentânea do filho, estão presentes também de acordo com o seu compromisso reencarnatório.

Daí a importância de não se ter preferência nem fanatismo por nenhum Orixá, todos são importantes e essenciais na nossa vida. Devemos agradecer sempre a todos eles, com muita fé, amor e respeito.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo



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