julho 2018 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

26/07/2018

Início da Mediunidade - Por que Ficamos Ansiosos?


Início da Mediunidade - Por que Ficamos Ansiosos?

A maioria dos médiuns tem sua iniciação mediúnica – momento em que suas faculdades mediúnicas já despertadas passam a ser utilizadas de modo sistemático e mais intenso, dentro dos rituais e trabalhos existentes numa casa umbandista – marcada pela difícil fase da ansiedade e da adaptabilidade que esse começo representa.

Ansiedade no médium iniciante pode trazer algumas situações desconcertantes como:

  • Ficar pensando de modo intenso nas coisas ligadas à espiritualidade; 
  • Ficar com os pontos cantados ecoando na mente; 
  • Ficar cantando a qualquer momento e lugar os pontos cantados; 
  • Conversar somente sobre o assunto espiritualidade a qualquer oportunidade em que hajam mais pessoas que pertençam à mesma religião ou casa; 
  • Ler muitos livros sobre o assunto, querendo esgotar todos os pontos de dúvidas; 
  • Querer conhecer tudo sobre a Umbanda num espaço de tempo curto; 
  • Ter sonhos constantes com rituais, entidades, trabalhos; 
  • Ficar vendo em qualquer situação algum tipo de ligação com a espiritualidade; 
  • Não parar de preocupar-se em manter-se dentro das condutas que sua casa pede; 
  • Querer incorporar logo; 
  • Ficar muito preocupado se está mesmo incorporando uma entidade ou se está apenas imitando uma entidade; 
  • Desejar ardentemente que tenha a inconsciência durante as incorporações; 
  • Querer aprender tudo sobre os rituais que sua casa pratica, chegando ao ponto de perguntar de tudo a todos os demais médiuns mais experimentados; 
  • Querer saber tudo, através de relatos de outros médiuns, o que ele fez quando estava incorporado, o que a entidade falou, deixou de fazer; 
  • Passar a realizar em seu próprio lar, uma verdadeira transformação de hábitos, querendo que todos tomem banhos de defesa, defumem-se, orem, cantem, entre outras coisas; 
  • Querer erigir algum tipo de altar ou espaço sagrado em seu lar, tentando imitar o mais perfeito possível a quantidade de imagens, a disposição dos santos que há em seu templo umbandista; 
  • Querer que suas entidades receitem rapidamente a confecção ou aquisição das guias (colares) e quanto maior o número de guias melhor; 
  • Desejar ardentemente que tenha incorporações “fortes”, isto é, que as entidades já venham de modo com que não gerem dúvida a ninguém; 
  • Que suas entidades já risquem seus pontos e que seja algo bem impressionável; 
  • Que suas entidades deem logo seus nomes e torce para que sejam nomes “fortes” e conhecidos; 
  • Querem decifrar todos os símbolos que suas entidades desenharam em pontos riscados; 
  • Querem saber da história, vida, ponto cantado e tudo o mais sobre suas entidades; 

Essas situações e mais outras não citadas são consideradas até normais e encaradas por aqueles outros médiuns mais tarimbados como coisa comum de se acontecer. E de fato é. O que o dirigente e os médiuns mais experientes devem fazer é aconselhar esses neófitos, direcioná-los em atividades que os tirarão um pouco desta fixação, é ouví-los e explicar cada uma das dúvidas e dificuldades existentes.

Toda essa ansiedade é temporária e assim que o novo médium for tendo mais e mais experiências, ele passa a lidar de modo mais natural, menos ansioso e aflito com essas situações.

O tema deve ser abordado de modo atencioso, respeitoso, prático e esclarecedor para poder dar melhor formação espiritual e criar uma estrutura mediúnica mais eficaz à própria casa, uma vez que estes novos médiuns passam a compor o já formado corpo mediúnico da casa, fazendo número e qualidade na força da corrente da casa umbandista.

Desperdiçar a chance de esclarecimento quando esses médiuns estão ávidos por conhecimento e abertos para serem direcionados é deixar ao acaso a responsabilidade da formação destes médiuns, podendo levá-los a vícios, “cacoetes” e maus hábitos mediúnicos que nunca mais poderão ser retirados.

E o velho adágio popular é verdadeiro: “Pau que nasce torto, morre torto”...

Richael Izolino


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25/07/2018

O Trabalho de uma Corrente de Umbanda


Creio ser muito importante abordar este assunto, pois, dentro de um terreiro, templo de Umbanda é imprescindível a boa harmonia e a constância da qualidade do trabalho em uma corrente de Umbanda.

A corrente, grande ou pequena, deve manter um trabalho harmônico, eficaz e muito firme para que o terreiro de Umbanda permaneça forte e execute verdadeiros trabalhos de atendimentos caritativos no decorrer do tempo de sua existência.

Mas de que maneira é possível manter a harmonia e eficiência dos trabalhos de corrente mediúnico no decorrer do tempo de convivência?

Como manter fiel, a corrente no sentido da responsabilidade e envolvimento constante nos trabalhos executados no terreiro?

Creio que, a responsabilidade do nível de comprometimento, da ética e do amor da corrente de médiuns para com o terreiro e seus trabalhos é inteiramente e intransferivelmente de seus dirigentes e sacerdotes!

O terreiro deve ter regras claras em todos os sentidos, e o óbvio nunca existirá pois, se houver um erro ou uma má conduta de um ou mais membros de corrente e o dirigente não expôs claramente as regras antes destes adentrarem nos trabalhos, a culpa pelos erros e falhas é do dirigente.

Quem está na frente dos trabalhos responde não só a parte espiritual como principalmente na organização material dos trabalhos em seu terreiro.

Regras de conduta, de ética e comportamentais são essenciais para que todos entendam o funcionamento do trabalho e todos aceitem antemão tais regras expostas claramente sem nenhum tipo de pudor por parte de seu dirigente.

Os templos e terreiros de umbanda devem ter líderes e nunca chefes!

Um líder lidera com amor e exemplo, sem castrar sob nenhum pretexto a natureza dos filhos de corrente.

Se algum médium não aceitar as regras, então este médium deve procurar um outro terreiro para trabalhar que se afinize com sua maneira de pensar e de agir.

Só deve permanecer ao grupo de trabalho de um terreiro quem realmente estiver de coração aberto e sentimento puro diante das dificuldades que o terreiro possa atravessar durante os anos de sua caminhada.

A corrente deve entender que o terreiro é sua casa, e para que isso ocorra realmente, é dever da corrente manter o terreiro próspero e organizado, sem dívidas e sem faltar materiais de trabalho que todo terreiro necessita para manter seus trabalhos e firmezas semanais.

A prioridade de ajudar o terreiro em todos os sentidos deve ser alta, porém, sem que isso interfira no bem estar de sua família ou emprego.

Mas existem muitos casos em que médiuns deixam de cumprir suas obrigações em seu terreiro para dar vazão as sua baladas semanais ou orgias alimentares em que demandam muito dinheiro e não sobra nada para seu lar espiritual onde trabalham seus guias e onde constem seus milagres e sua paz.

Veja bem, não sou contra sair e se divertir, sou contra o atraso das responsabilidades para com o terreiro em detrimento das diversões descabidas.

O médium que faz isso é infantil, pois não tem a consciência de que seu terreiro necessita de amparo material também pois sem a colaboração, o terreiro entra em uma profunda dificuldade podendo até encerrar suas atividades por dívidas acumuladas.

Um trabalho em corrente só é trabalho em corrente quando todos assumem a responsabilidade de manter seu terreiro em ordem e seus dirigentes tranquilos pois, seus dirigentes, gastam seu tempo e doam seu amor e seu amparo incenssantemente quando seus médiuns assim necessitam.

O que vale mais, a pizza ou o terreiro?

A fofoca ou os trabalhos?

O melindre ou o Axé ?

Médium melindrado deve retornar a assistência e rever seus conceitos de grupo espiritual e até mesmo de religião.

Uma corrente firme no propósito de seu terreiro, trabalhando com amor, sincronidade e afinco, torna seu terreiro forte, uma verdadeira casa de Luz e amparo a todos que buscam os guias para os mais variados fins.

Lembro que Templo de Umbanda, não é nem nunca será uma casa de trocas de favores, e nem uma casa onde você frequenta apenas para melhorar sua vida e se descarregar.

O Templo de Umbanda, além de fazer tudo o que uma Religião deve fazer como amparo aos necessitados encarnados e desencarnados, educação mediúnica e estudo, é uma fonte infinita de Axé, proteção e alento para a alma.

Por Marcel Oliveira


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Religião e Vida Psíquica

Religião e Vida Psíquica - Por Ednay Melo


A palavra religião vem do latim e significa "religare", podendo ser interpretada como religação do homem a Deus. A religião tem como objetivo responder as perguntas que a ciência não responde, como de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde vamos depois da morte, isto é, ocupa-se com o ser humano espiritual.

Psicologicamente, Jung admite a existência de um Deus interno, imaterial.

No aspecto filosófico, Osho, filósofo indiano e adepto da meditação zen, defende que há espiritualidade apenas cultivando os valores morais, sem necessariamente precisar existir a religião. Seria a consciência livre: se crer no que se deseja crer e não no que as crenças determinam.

O pai da psicanálise, Sigmund Freud, como ateu convicto, sempre colocou a religião no aspecto negativo, como sendo a "neurose obsessiva da humanidade". Colocou a religião como uma necessidade das civilizações em controlar os seus indivíduos em seus impulsos e instintos, pois as leis divinas sempre foram percebidas como mais sólidas e mais poderosas do que as leis humanas. Deste modo, passa-se a obedecer aos preceitos da sociedade devido o temor do castigo de Deus. O Deus criado pela humanidade viria para minimizar o sofrimento do que se foge ao controle humano, como as catástrofes naturais e os fenômenos sobrenaturais, por exemplo. Considerando também que a figura de Deus representa a figura paterna, com teor psicológico ambivalente,tal como no complexo de Édipo. Enfim, para a psicanálise a religião com os seus fenômenos proporciona a neurose.

Sendo a religião um Deus interno, imaterial, tal qual afirmou Jung e o conceito de espiritualidade de Osho, fácil conclui-se que o indivíduo pode e deve dirigir sua fé pela religião que achar coerente com os seus valores e princípios, reduzindo a um grupo específico e não generalizando os conceitos de Freud.

Mas por que a dificuldade de escolher uma religião e depois de escolhida, por que a dificuldade de se manter nela? Por que a insatisfação sempre incomoda muitas pessoas, fazendo-as até rejeitar a possibilidade do ser espiritual existir, bem como duvidar da existência de Deus? Também existem aquelas pessoas que insatisfeitas com a religião que escolheram, se sentem melhores quando agridem e atacam a religião dos outros.

Para se encontrar a religião certa, entenda-se por certa aquela capaz de trazer a paz e a harmonia interior, é preciso que antes de tudo a pessoa se auto-analise e tenha o desejo sincero de interagir com a comunidade religiosa, que vivencie o ser em detrimento do ter, que questione "o que espero da religião e o que posso oferecer", consciente do seu lugar no mundo e para o mundo.

Porque a religião não pode servir como "muletas" para as pessoas emocionalmente imaturas, correndo-se o risco da insatisfação permanente e do entendimento distorcido do seu real valor. Talvez tenha sido este o motivo que levou Freud a afirmar que a religião é uma neurose.

Neurose nada mais é do que o "conflito" do ser consciente com todas as suas instâncias psíquicas e com o mundo exterior, assim, se quer encontrar a sua religião ou aceitar a que pratica, encontre-se primeiro consigo mesmo e trabalhe as suas insatisfações perante a vida.

Ednay Melo
(Baseado no livro Psicologia e Religião/Jung/vol XI e Artigo Flávia Resende.)







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Pretos Velhos na Umbanda

Pretos Velhos na Umbanda


Para falar dos Pretinhos Velhos é preciso resgatar uma lamentável época da história da nossa colonização: a escravidão dos negros africanos. As grandes Metrópoles (Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc.) sub-julgavam suas colônias, fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma.

No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII. Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; iorubás; geges; hauçá; minas e malês. A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou-nos quatro séculos, do XV ao XIX, de exploração escancarada (entre escravizados e mortos 65 a 75 milhões de pessoas). Um contingente que constituiu uma parte considerável da população local.

Desse contexto, é importante perceber como seus cultos eram a forma dos escravos resistiam, simbolicamente, à dominação. A “macumba” era, (e ainda é!) um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, batucadas, danças e cantos representavam maneiras de aliviar a asfixia da escravidão.

Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir – mesmo de maneira precária – uma união representativa da língua, do culto aos Orixás e aos antepassados e, tornaram-se, assim, um elemento de referência para os mais novos. Quem refletia os velhos costumes da Mãe África. Assim, eles conseguiam preservar e até modificar, no sincretismo, parte importante de sua cultura e sua religião.

Hoje, pensar na corrente das alma – essa linha tão bendita que, humildemente celebramos no mês de Maio – é o mesmo que pensar nessas milhares de espíritos que desencarnaram, cada qual, em situações bastante adversa, mas que hoje voltaram para a prática da caridade e do aprimoramento moral e espiritual. Até porque, muitos eram os que morriam precocemente, daí a missão desses espíritos em dar continuidade em seus adiantamentos, por partirem quando suas missões ainda não estava totalmente cumprida.

Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura. A legião de espíritos chamados “pretos-velhos” foi formada no Brasil, como parte integrante e fundamental do Culto aos Orixás.



Formação da Falange dos Pretos Velhos na Umbanda

Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os Pretos-Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam. O dia em que a Umbanda homenageia os Pretos-Velhos é 13 de maio, que é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos).

Eles representam a humildade, força de vontade, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz. Não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.

Com seus cachimbos, fala pausada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião. São extremamente pacientes com os seus filhos e, como poucos, sabem discorrer sobre conceitos como karma e resignação como ninguém

Não se pode dizer que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos Pretos-Velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados, e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporada de Preto-Velho. Outros, nem negros foram, mas escolheram como missão voltar nessa pseudo-forma. Assim como crianças, caboclos e outras Linhas de Umbanda. Esses espíritos assumem esta forma com o objetivo de manter uma perfeita comunicação com aqueles que os vão procurar em busca de ajuda assim, com essa identidade e afinidade.

O espírito que evoluiu tem a capacidade de assumir qualquer forma, pois ele é energia viva e conduzente de luz, a forma é apenas uma conseqüência do que eles tenham que fazer na terra. Tudo isso vai de acordo com o seu trabalho, sua missão.

Para muitos, os Pretos-Velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; para outros, são psicólogos, amigos, confidentes, mentores espirituais; para outros, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas, pontos de fogo, pontos riscados e outros, apoiados pelos exus desfazendo trabalhos. Também combatem as forças negativas (o mal), espíritos obsessores e kiumbas.


Características:

Linha e Irradiação: Todos os Pretos Velhos vem na linha de Obaluaiê, mas cada um vem na irradiação de um Orixá diferente

Fios de Contas (Guias): Muitos dos Pretos-Velhos Gostam de Guias com Contas de Rosário de Nossa Senhora, alguns misturam favas e colocam Cruzes ou Figas feitas de Guiné ou Arruda

E um detalhe curioso: Essas cores são usadas porque, sendo os Pretos-Velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares.

Roupas: Preta e branca; carijó (xadrez preto e branco). As Pretas-Velhas às vezes usam lenços na cabeça e/ou batas; e os Pretos-Velhos às vezes usam chapéu de palha.

Bebida: Café preto, vinho tinto, vinho moscatel, cachaça com mel (às vezes misturam ervas, sal, alho e outros elementos na bebida).

Dia da semana: Segunda-feira

Planeta regente: Saturno

Cor representativa: preto e branco;

Saudação: “Adorei as Almas”

Fumo: cachimbos ou cigarros de palha.

Obs: Os Pretos-Velhos às vezes usam bengalas ou cajados.


Qualidade dos Pretos-Velhos:

A linha é um todo, com suas características gerais, ditas acima, mas diferenças ocorrem porque os Pretos-Velhos são trabalhadores de orixás e trazem para sua forma de trabalho a essência da irradiação do Orixá para quem eles trabalham. Essas diferenças são evidenciadas na incorporação e também na maneira de trabalhar e especialidade deles. Para exemplificar, separaremos abaixo por Orixás:

Pretos-Velhos De Ogum: São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes. São diretos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que estão brigando, para dar mesmo o efeito de “choque”, mais são no fundo extremamente bondosos tanto para com seu médium e para as outras pessoas. São especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, encorajando e dando segurança para aqueles indecisos e “medrosos”. É fácil pensar nessa característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.

Pretos-Velhos De Oxum: São mais lentos na forma de incorporar e até falar. Passam para o médium uma serenidade inconfundível. Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é “chocar” e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está sendo falado. São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-Velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior. As vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mas é necessário para a evolução daquela pessoa.

Pretos-Velhos De Xangô: Sua incorporação é rápida como as de Ogum. Assim como os caboclos de Xangô, trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo na justiça e realizações profissionais. Passam seriedade em cada palavra dita. Cobram bastante de seus médiuns e consulentes.

Pretos-Velhos De Iansã: São rápidos na sua forma de incorporar e falar. Assim como os de Ogum, não possuem também muita paciência para com as pessoas. Essa rapidez é facilmente entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a diversidade que existe dentro desse único Orixá. Geralmente suas consultas são de impacto, trazendo mudança rápida de pensamento para a pessoa. São especialistas também em ensinar diretrizes para alcançar objetivos, seja pessoal, profissional ou até espiritual. Entretanto, é bom lembrar que sua maior função é o descarrego. É limpar o ambiente, o consulente e demais médiuns do terreiro, de eguns ou espíritos de parentes e amigos que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida permanecendo muito próximos dessas pessoas.

Pretos-Velhos De Oxossi: São os mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas. Esses Pretos-Velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo. Possuem uma especialidade: A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim como emplastros, banhos e compressas, defumadores, chás, etc… São verdadeiros químicos em seus tocos. – Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do maior “químico” – Oxossi.

Pretos-Velhos De Nanã: São raros, sua maneira de incorporação é de forma mais envelhecida ainda. Lenta e muito pesada. Enfatizando ainda mais a idade avançada. Falam rígido, com seriedade profunda. Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo. Cobram muito do seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes. Seu julgamento é severo. Não admite injustiça. Costumam se afastar dos médiuns que consideram de “moral fraca”. Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral. Podem optar por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é boa, digna e honrada. É difícil a relação com esses guias, principalmente quanto há discordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no momento da consulta. São especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do nosso karma, pois isso sem dúvida é a sua função. Atuam também como os de Inhasã e Obaluaiê, conduzindo Eguns.

Pretos-Velhos De Obaluaiê: São simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral. Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros. Agarram-se a seus “filhos” com total dedicação e carinho, não deixando no entanto de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar. Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Pretos-Velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento. Como trabalha para Obaluaiê, e este é o “dono das almas”, esses Pretos-Velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos. Sua “visão” é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual. Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo tudo que lhes for pedido, apenas confiando nesses Pretos-Velhos. Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta.

Pretos-Velhos De Iemanjá: São belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade. Sua fala é doce e meiga. Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares. Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as mulheres que desejam engravidar. Utilizando o movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes.

Pretos-Velhos De Oxalá: São bastante lentos na forma de incorporar, tornam-se belos principalmente pela simplicidade contida em seus gestos. Raramente dão consulta, sua maior especialidade é dirigir e instruir os demais Pretos-Velhos. Cobram bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, bom comportamento moral dentro e fora do terreiro, ausência de vícios, humildade; enfim o cultivo das virtudes mais elevadas.

Fonte: Relicário de Umbanda


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15/07/2018

Ingratidões na Umbanda

Ingratidões

Um dia desses, li uma frase que chamou muito minha atenção. Essa frase, se bem me lembro, estava no mural de um Terreiro e dizia: 

“Se você quer trabalhar fazendo a caridade, então você precisa estar preparado para lidar com a ingratidão.” 

Pois é, no primeiro momento que li essa frase foi como se eu levasse um soco no estômago, depois de minutos percebi a grandeza e a verdade dessas palavras.

Quem tem sob sua responsabilidade outras vidas, ou seja, o Sacerdote, Pai espiritual, Madrinha, Dirigente, sabe muito bem o que essa frase representa, sabe muito bem o que é sentir e vivenciar a ingratidão, afinal, o respeito, o carinho, o amor e a admiração duram até o pronunciamento do primeiro NÃO. Simples, não?!? É só dizer NÃO que se perde o valor, a admiração e o Pai de Santo ‘já não presta mais’, aliás esse é um excelente teste de respeito e amor que pode ser feito em qualquer situação: no convívio familiar, no trabalho, antes de formar uma sociedade, no relacionamento amoroso etc, é só dizer NÃO à uma pessoa ou situação e aguardar o resultado. Ah, mas não se preocupe pois o resultado é quase que imediato! O mimo, o vitimismo, o egocentrismo, a prepotência e, porque não dizer, a infantilidade, estão tão enraizados no íntimo de alguns seres humanos que o reflexo ao NÃO é quase que imediato mesmo que ainda inconsciente ou sutil. Mas o pior é que esse reflexo muitas vezes é tão agressivo, é tão evidente e tão expressivo que acaba contaminando pessoas próximas, acarretando a ‘saída’ em massa de médiuns de um Terreiro. É a ingratidão coletiva! É triste ver isso acontecer! Mais triste ainda é ver todo um trabalho espiritual, toda uma ação divina que estava atuando na vida do médium e dos médiuns ser agressivamente rompida pelo egocentrismo humano.

É saber que o Pai de Santo só presta enquanto abaixa a cabeça e concorda com tudo, como que se ele não tivesse direito de comandar seus médiuns e mandar em seu terreiro, como que se ele e todos seus anos de preparo e experiência não representassem nada perto do “médium sabichão”. É índio querendo ser cacique. É ver lobo em pele de carneiro fazendo e desfazendo aquilo que bem quer como se ninguém estivesse vendo, como se não houvesse uma Força Superior que tudo vê, tudo sabe e tudo sente.

É perceber a tristeza das Entidades Espirituais que acompanham aqueles médiuns quando tomam uma atitude dessa. Afinal, nós temos o livre arbítrio, nós podemos ir e vir, mas muitas Entidades não. Muitas vezes elas ficam entregues aos caprichos dos médiuns, pois têm como missão acompanhá-los por todas suas passagens nesse plano. E ai? Será que é muito difícil para os médiuns pensarem nas Entidades que o acompanham nesse momento? Será que é muito difícil pensar em algo maior, em algo que vai além do próprio umbigo?

É preciso sair do egocentrismo e saber que uma atitude pode influenciar muitas coisas, pessoas e espíritos. É importante pensar em um TODO, pensar na capacidade e não no desejo pessoal. E é alicerçado nesse pensamento que muitas vezes um Pai (e aí pode ser pai de santo, pai carnal ou pai espiritual) diz NÃO a um filho. Pena que esse filho está ainda tão acostumado com mimos e ainda tão preocupado com seu desejo pessoal que acaba perdendo a grande oportunidade de sua vida de aprender, crescer e provar que já é capaz de pensar no TODO.

E aproveitando a inspiração que me causam algumas frases, existem duas que sintetizam muito bem o que estou falando, uma é de um autor francês do século XVIII, Charles Pinot Duclos, que diz: “A ingratidão consiste em esquecer, desconhecer ou reconhecer mal os benefícios, e se origina da insensibilidade, do orgulho ou do interesse.” A outra é minha e me inspira diariamente: “Só nos é permitida a evolução quando nos tornamos capacitados e responsáveis pelos nossos atos.” Portanto, saber OUVIR NÃO é uma grande oportunidade de provar respeito, carinho, amor, e, principalmente, provar que cresceu como ser humano e como ser espiritual, que consegue pensar em todos, em possibilidades, em determinação, em persistência e humildade.

Aceitar “NÃO” é sair do desejo pessoal e entrar no mais importante estágio de evolução. Tenho certeza que os grandes líderes só se tornaram “grandes” e “líderes” depois de terem ouvido muitos NÃOS.

Mônica Caraccio


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Adoração de Imagens

Adoração de Imagens

Parece ter virado moda a insensatez em acusar os umbandistas de “adoradores de imagens”. Isso apenas demonstra a falta de conhecimento daqueles que, na ânsia de nos diminuir, falam bobagens pelos cotovelos. 


Usamos imagens, sim, mas não as adoramos. Temos a plena consciência de que são apenas símbolos moldados e não seres divinos. Não temos o hábito de entregar nossos pedidos e oferendas a elas e quem diz que o fazemos, deve procurar estudar e entender nossos rituais, antes de fazer comentários descabidos..

As imagens estão em nossos congás para uma ligação visual com a entidade ou orixá representados por elas.

Os médiuns, principalmente os inexperientes, sentem grande dificuldade em firmar para uma boa incorporação sem um elemento visual apropriado.

Não há como explicar a um filho que acaba de entrar no terreiro que a firmeza de Iemanjá, por exemplo, deve nos remeter ao mar e, unicamente, à energia emanada dele. Muito mais fácil e direto quanto apresentamos a bela imagem dessa orixá. A bela moça vestida de azul surgindo do mar entre elementos de seu reino, fazem com que, imediatamente, a energia maritima, necessária nessa firmeza, surja com força na mente do médium e a encaminhe à energia pretendida.

As imagens nada mais são, em nosso meio, que objetos de culto, auxiliares importantes em nossos trabalhos e por isso mesmo merecem respeito, como respeitamos a pemba e a toalha, sem contudo, adorá-las.

Temos carinho por elas, afinal, estão sempre ali, acompanhando nossa caminhada. Como desprezar, sem uma dorzinha no peito, aquele travesseiro que nos acompanhou por anos? Esse é o sentimento do umbandista em relação às suas imagens. Carinho e respeito. Adoração? Nunca!

Luiz Carlos Pereira


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12/07/2018

Se Eu Me Afastar do Centro de Umbanda...


SE EU ME AFASTAR DO CENTRO DE UMBANDA, MEUS GUIAS VÃO SE VOLTAR CONTRA MIM E FECHAR MEUS CAMINHOS?

O tema acima abordado gera ainda nos dias de hoje muita discussão, pois escutamos de alguns irmãos que visitam nossa casa que foram em determinado centro e infelizmente o dirigente desta casa lhes informou que "sua vida estava andando para trás, pois seus guias haviam se voltado contra o mesmo por ele ter abandonado o terreiro", isso quando esta informação parte de pessoas ditas trabalhadoras de centros Umbandistas.

Isso infelizmente mostra que falta dentro de nossa religião, estudo, doutrina e acima de tudo BOM SENSO. Quando falamos sobre "guias de umbanda" podemos de forma simples nos referir a "trabalhadores do mais alto" que militam na lei de Umbanda e que se até nós se dirigem, isso se dá para que também nós possamos aprender e evoluir. Não podemos tropeçar na vida e desejarmos ensinar alguém a andar, o que desejo dizer é que estes espíritos sejam da linha a que pertençam, são seres de luz, evoluídos e associar "vingança" aos mesmos é algo totalmente fora de cogitação, mostrando total despreparo do médium ou dirigente que desta forma se refere aos guias, como se eles fossem espíritos ignorantes.

Nós como seres em evolução ainda associamos um terreiro como "uma tenda de milagres" onde depositamos nossos problemas nas mãos dos guias e esperamos que eles resolvam aquilo que é de nossa responsabilidade o que de forma alguma existe. Movidos pelo nosso ego ferido e orgulho quando percebemos que toda mudança externa requer talharmos nossos defeitos interiores procuramos um culpado para fugirmos desta responsabilidade e o guia, o terreiro e o dirigente sérios sempre pagam o pato.

Nos afastamos e nossa vida não anda pra frente simplesmente porque nosso interior está em desajuste e enquanto não arrumamos isso, as coisas tendem a dar errado. Lembramos aqui da lei de afinidade e nossos inimigos por questão de vibração se ligam a nós atuando para que tudo a nossa volta de errado e no afã de nos desviar de um caminho de luz, nos levam a casas onde impera a indisciplina e o comércio do sagrado, onde dirigentes e muitas vezes médiuns despreparados atuando dentro de um animismo nos informam que "nossos guias estão fechando os nossos caminhos" atraindo-nos para uma armadilha onde se desenvolverá um grande processo obsessivo.

Meus irmãos o guia não vem em terra para resolver problemas de ninguém, pois nós devemos aprender a sermos responsáveis pelos nossos atos. A função de um guia é "orientar" e não "assumir" e militando dentro da lei e da justiça divina jamais nos prejudicariam, pois os mesmos aprenderam a respeitar a lei do livre arbítrio. Acreditar que um guia de lei nos prejudicaria é menosprezarmos os fundamentos sagrados de nossa Umbanda.

Guia de lei não lhe persegue, o que lhe persegue é sua consciência. Guia de lei não lhe prejudica, o que lhe prejudica é sua ignorância espiritual. Guia de lei não fecha os seus caminhos, você é quem joga fora as oportunidades que lhe são ofertadas. Guia de lei não facilita as coisas, tudo o que conquistamos vem de nosso esforço e merecimento.

Esperamos ter contribuído para o esclarecimento de todos e encerramos este texto com as palavras do saudoso CABOCLO MIRIM: Umbanda é coisa séria, pra gente séria.

Géro Maita


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11/07/2018

Revidar o Mal com o Mal

Revidar o Mal com o Mal

Pergunta: Descobri que fizeram um trabalho de baixa magia contra mim, numa encruzilhada, ou cemitério, e usaram partes de animais e sangue. Foi um pacto com Exu para me derrubar. E agora? Devo chamar outro Exu para desfazer o trabalho e também usar animal e sangue?

Resposta: Para poder responder a essa pergunta, dividiremos em três partes esse assunto.

1. A justiça

Um erro muito comum, cometido por um sem número de pessoas, que acreditam que a justiça divina, ou de Xangô, é feita na mesma moeda da dívida cometida. Vejamos: um homem armado, atira e mata outro e, segundo a crença, esse homem será morto a tiros no futuro. Pela lógica, o assassino também deve morrer a tiros, e assim sucessivamente, num círculo infinito sem fim. Com base nisso, surge a grande questão: esse processo não termina nunca?

Acreditamos que Deus e Xangô sejam muito mais inteligentes e justos ao cobrar um erro sem que outro seja cometido. Há outras maneiras de se pagar por uma divida. Uma dívida financeira pode ser paga em troca de serviços, por exemplo.

2. Exu é o diabo?

Para nós, umbandistas, definitivamente, Exu não é e nunca foi o diabo, logo, acreditar que Exu seria capaz de perder o seu tempo com uma entrega envolvendo um monte de porcarias, sangue e animais, seria, no mínimo, classificá-lo ao nível de espíritos errantes. Há sim, espíritos errantes e mal intencionados que se prestam a trabalhos baixos e que se felicitam com essas entregas em esquinas ou cemitérios, mas não é Exu (*).

Então, se Exu não é um espírito maligno, obviamente não foi ele o responsável por um trabalho contra qualquer pessoa. Aliás, me desculpem algumas tradições, mas Exu não precisa, necessariamente, nem de carne ou bebida alcoólica nas “giras de esquerda”, fato comprovado pelos inumeráveis terreiros que aboliram tal uso.

(*) Nota: Vale lembrar de que existem cultos que denominam Exu como batizado ou de lei, para se referir ao Exu mencionado aqui, e aos espíritos inferiores que atuam com trabalhos feitos, dá-se o nome de Exu escravizado, ou simplesmente Exu.

3. O uso de animais e sangue

O que mais aterroriza as pessoas é dizer que foi feito um trabalho com sangue e animais. Isso deve aterrorizar mesmo, pois além da má intenção da pessoa que fez o trabalho, há todo o sofrimento do animal envolvido.

O axé animal, que teve sua crença e uso difundidos até o final do século passado, tem na atualidade a sua eficiência questionada perante o stress e sofrimento do próprio animal, e mesmo diversas lideranças umbandistas, que utilizavam o recurso do sacrifício, migraram para o axé vegetal e mineral, e os novos sacerdotes, não levam sangue nem na sua feitura. A partir do momento que nós, seres humanos, evoluímos e percebemos que somos todos iguais perante Deus, incluindo nossos irmãos animais, e que o respeito e a valorização da vida contemplam a todos, não conseguimos aceitar que uma vida seja ceifada em benefício de outra.

Conclusão
Ora, se a justiça do tipo “olho por olho, dente por dente” não é o meio mais inteligente de se aplicar; se Exu não faz e nem é responsável pelo mal; e, se não faz sentido usar animais ou sangue, numa suposta entrega, porque é que deveríamos chamar um Exu e oferecer-lhe carne e sangue para combater o mal que nos enviaram?

Que Exu é uma das entidades mais indicadas para trabalhar com as energias densas, é fato, porém, não podemos nos esquecer do poder dos preto-velhos; da inocência e força dos Erês, que vão além da nossa imaginação; da rapidez e sabedoria dos caboclos; da pureza e vitalidade das Iabás; da justiça de Xangô; da lei de Ogum; e, principalmente, da fé que depositamos em nosso pai Oxalá.

Se algo foi feito contra nós, não precisamos e nem devemos revidar com o mal, podemos utilizar o poder de qualquer um dos orixás e guias espirituais para absorver e nos proteger de qualquer ameaça.

Sábio é aquele que, para se proteger do mal que lhe enviam, pede proteção aos seus guias espirituais e que Oxalá tenha piedade daqueles que não sabem o que fazem. O sábio que mantém seu coração livre de vinganças e maldades, já carrega em si uma grande proteção. Sábio é aquele que sabe que a luz dos orixás elimina qualquer treva.

Giuliana e Newton Marcellino






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Orixás em Guerra por Minha Coroa?


A expressão “Os Orixás estão brigando por minha cabeça” é um termo muito comum e ouvimos com certa frequência este tipo de definição. Não sei se esta definição foi dada para simplificar o assunto, ou pela falta de entendimento e de conhecimento por parte de quem a disse, ou se realmente existe uma coroa tão importante, na qual os Orixás venham perder a compostura e comecem a brigar por SUA ILUSTRE coroa. 

O cenário geralmente acontece da seguinte forma: a pessoa está passando por problemas e por dificuldades e, como de costume, um(a) vizinho(a) lhe diz: - Olha, eu conheço um terreiro que resolve tudo, você quer ir comigo? A gira é de sábado às 19hs. Então você no momento de desespero, diz: - Sim, eu quero, estou precisando. Somente um breve comentário: Apenas nestas horas de desespero que as pessoas se lembram de Deus e infelizmente muitos acham que a Umbanda é apenas um Pronto Socorro, onde eu aperto um botão e acendo umas velas. Se eu sou atendido o terreiro presta se não, o terreiro é fraco e quando eu precisar, novamente, eu vou atrás. Só para informar, Umbanda é RELIGIÃO, desta forma, não deve ser vista como um “quebra-galho”. Vamos continuar com o relato.

No dia e horário marcado todos estão lá, no terreiro. O trabalho inicia-se e chega a sua vez de ser atendido. Então você conta o seu problema e recebe a informação de que a causa deste é porque os Orixás estão brigando por sua Coroa. Ai você pensa: “Nossa ainda mais essa! Já não basta meus problemas carnais, agora tenho mais esse, briga de Orixá!”. Pois é, nasce um desespero e o que estava ruim agora está pior, porque se antes o problema era apenas carnal agora este aumentou, pois agora também há problemas espirituais. Inúmeros são os pensamentos: “Já sei, foi aquela minha ex-mulher, ex-namorada, etc., que fez algo contra mim”, ou “Ah foi àquele cara que me olhou torto ontem quando fui atravessar a rua”, ou então a mais comum “Ah será que a minha sogra faria isso contra mim?”, etc.. Na maioria das vezes estes são os pensamentos de muitos e como a imaginação é muito fértil os pensamentos voam e, para completar, dizem que você precisa fazer uma oferenda para os Orixás pararem de brigar por sua coroa. Olha só a bagunça. A vida já não estava fácil antes, agora então como ficou difícil e o pior é que estão brigando encima de você. Um cenário comum, correto? Muitos já ouviram ou até mesmo já passaram por isso.

Agora vamos voltar para a terra, vamos colocar nossos pés no chão e raciocinar um pouco!

Pergunto: O que são os Orixás? Os Orixás são FORÇAS DA NATUREZA. Deuses, Divindades, seres de uma luz tão intensa, que mantém uma estrutura tão elevada e tão equilibrada, onde não temos palavras em nossa linguagem para descrever o que eles podem ser. Logo, se são seres tão elevados assim e se possuem tanta LUZ, formando uma estrutura de total equilíbrio e força, onde um depende do outro para a realização de seus trabalhos, ou seja, a atuação de um Orixá começa quando a atuação de outro Orixá termina e que para uma estrutura assim funcionar todos precisam estar em total harmonia e sintonia. Será que você é tão importante assim, para que eles briguem por sua cabeça ou coroa? Desculpe decepcionar, mas NÃO, realmente não somos tão importantes assim para que forças Supremas e Divinas, como nossos Orixás, que são uma parte da Representação de Olorum (Deus) venham brigar por sua coroa.

Mas então, por que a minha vida está assim? Por que me falaram isso?

Com relação a sua vida estar do jeito que está, existem vários motivos, podendo ser uma atuação de vidas passadas, problemas cármicos, onde você passará pelo que tem de passar e não adianta chorar, ou está colhendo tudo que plantou durante a sua vida e não adianta fazer carinha de coitado(a) agora, ou então vem o caso da briga dos Orixás, onde vamos relatar um problema e explicar o processo que supostamente existiria para esta briga.

Você é uma pessoa que vem passando por um problema de desequilíbrios (emocionais, financeiros, familiares, etc.), e sua cabeça é guiada, por exemplo, pelo Sr. Oxossi (Dono do Conhecimento, da fartura, o Grande caçador, etc.). Quando vai ao terreiro, devido ao seu “problema momentâneo” de desequilíbrios é apresentado para o Guia/Médium a força de Xangô, mas também é apresentada a força de Oxossi, vosso Pai de Cabeça ou de Coroa. Então escutamos a célebre frase de que eles estão “brigando por sua coroa”, porque Xangô está se apresentando e Oxossi também e ficam disputando o mesmo espaço em sua coroa.

NÃO, Eles não estão brigando por sua coroa, o que está acontecendo é que o MOMENTO de sua vida é de DESEQUILÍBRIO e, portanto, o seu Pai de cabeça, no exemplo, Senhor Oxossi, “recolhe-se” temporariamente, deixando a força de Pai Xangô atuar com mais intensidade em sua vida, porque NESTE MOMENTO de sua vida você irá precisar mais de EQUILIBRIO e, sendo assim, Xangô carrega esta qualidade em sua estrutura de Orixá, além da Justiça onde muitos conhecem. Com isso, Xangô tentará lhe devolver o que mais necessita neste momento, O EQUILÍBRIO.

Com relação à oferenda, na verdade você precisará fazer uma oferenda “para você” com elementos na força de Xangô, pedindo a ele que lhe devolva o equilíbrio e que encontre o seu Equilíbrio. Mas ai você pergunta: Porque aconteceu este desequilíbrio?

Vivemos em um mundo, onde existe o livre arbítrio e ele é necessário para a nossa evolução, então, como eu disse, muitas vezes estamos colhendo o que plantamos, ou por problemas cármicos, ou por merecimento de nossos erros no passado. O que não pode acontecer é achar que os Orixás brigam por nossa coroa. Lembre-se de que somos apenas seres humanos, simples mortais, onde os sentimentos de raiva, ódio, inveja, ciúmes, etc. passam por nossas mentes e em alguns casos instalam-se em nossos corações. Ai eu pergunto: Como seres assim podem ser motivos de brigas, ainda mais se tratando de ORIXÁS? Seria muita pretensão de nossa parte, não acham?

Portanto, quando ouvir novamente isso “os Orixás estão brigando por sua Coroa”, tentem refletir o momento que estão passando, tentem avaliar o que já fizeram de ruim ao próximo, tentem sentir o que está faltando em vossas vidas e que aquele Orixá que está se apresentando em vossa coroa não está brigando por você, na verdade ele está tentando ajudar a solucionar o seu problema ou tentando suprir a sua necessidade momentânea.

Danilo Guedes


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Quem Então Seria o Obsessor?


Obsessões, assédios, encostos, mau olhados, quebrantos, ou seja lá o nome que se quiser dar, são, acima de tudo, uma questão de atitude pessoal NOSSA. Somos nós que abrimos a nossa frequência para que entidades perturbadas, com ou sem ligações conosco, entrem e nos causem perturbações psíquicas.

No universo tudo é uma questão de sintonia. Os semelhantes se atraem e, quando entram em ressonância uns com os outros, intensificam sua própria frequência, intensificando também seus efeitos.

Isso não quer dizer que todos nós sejamos pessoas perturbadas e que, por isso, atraiamos só entidades perturbadas. Mas que, como todo mundo, cada um de nós PASSA por perturbações no seu dia a dia, que podem durar mais ou menos tempo, dependendo da gravidade da situação, da própria força para encarar e superar as contrariedades, do ambiente em que estamos ou que normalmente "frequentamos" no nosso dia a dia, etc.

Na maioria das vezes não temos qualquer obsessor ou perseguidor de outras vidas ou de outras situações, mas nos permitimos ficar mais tempo remoendo uma determinada mágoa ou raiva, nos permitimos ficar mais tempo visualizando uma discussão ou uma briga, nos permitimos ficar deprimidos ou aborrecidos por mais tempo e alimentamos as formas fluídicas que essas atitudes geram e que ficam circulando ao nosso redor. Com isso, diminuímos nossa freqüência vibratória e, consequentemente, nos sintonizamos com as mentes que vibram na mesma freqüência.

Normalmente, as frequências mais baixas são de entidades mais perturbadas, sofredoras, ignorantes espirituais, etc. Eles não têm nada contra nós, mas simpatizam-se conosco simplesmente porque encontram "eco" em nós para os seus pensamentos e sentimentos.

É exatamente como nós encarnados: procuramos a companhia das pessoas que nos são mais afins, que combinam mais conosco, que pensam mais ou menos como a gente.

Da mesma forma, essas entidades ficam conosco simplesmente porque se sentem bem ao nosso lado, mais nada. Então, como elas gostam do que sentem, ajudam a alimentar esse quadro para mantê-lo o mais que puderem.

Como estamos vulneráveis a essas sugestões, também intensificamos esse padrão. E, se não tomamos cuidado, rapidinho isso vira um assédio mais complicado, ou mesmo uma obsessão, que começou apenas porque resolvemos dar guarida a pensamentos e sentimentos menos felizes QUE NÓS MESMOS CRIAMOS E COM OS QUAIS ATRAÍMOS ESSES ESPÍRITOS DESAVISADOS PARA NÓS.

E aí, muitas vezes, não somos responsáveis só por nós mesmos, mas também um pouco responsáveis por eles que foram "fisgados" pelos nossos pensamentos e sentimentos, sem saberem onde estavam entrando. Alguém já parou pra pensar que somos nós que podemos estar perturbando esses espíritos mais do que eles a nós?

Quem então seria o assediador ou o obsessor?

Mesmo que essas entidades sejam nossos "personal obsessores", ou seja, mesmo que tenhamos com eles dívidas ou compromissos passados de outras vidas ou de outras situações nesta vida mesmo, é sempre a nossa atitude íntima o que vai determinar se a sua influência vai ser mais profunda ou não, mais demorada ou não, mais extensa ou não, mais prejudicial ou não.

Existem, sim, muitos espíritos cruéis, oportunistas, frios, calculistas (exatamente como aqui no mundo físico entre os encarnados), mas o grau de influência deles sobre nós sempre vai depender do nosso próprio grau de luz, amor e serenidade INTERIOR!

Então, seja em que situação for, o melhor é sempre manter a "mente limpa, a espinha ereta e o coração tranqüilo" (acho que o verso é mais ou menos assim), para que, com essas vibrações mais saudáveis, mais luminosas e mais suaves, nós possamos transformar até aquele obsessor mais duro e cruel em amigo. Na pior das hipóteses, mesmo que ele não vire nosso amigo, vai desistir da perseguição, pois vai se cansar de tentar nos desequilibrar sem sucesso e vai procurar outra "vítima".

O problema é que, muitas vezes, queremos simplesmente AFASTAR os assediadores e/ou obsessores, sem nos preocuparmos realmente com eles. Ou seja, tomamos uma atitude egoísta do tipo "eu quero mais é ficar livre deles e que eles se danem!”

Só que isso não resolve o problema. Primeiro porque, na verdade, não estamos sendo nada caridosos ou bondosos. Muito pelo contrário: nós os estamos tratando como nossos inimigos e, portanto, reforçando os sentimentos deles para conosco. Segundo porque, se eles não melhoram intimamente, poderão voltar amanhã ou depois, assim que tivermos qualquer fraqueza ou abrirmos qualquer brecha vibratória.

O mais correto é pensar neles como irmãos ou amigos espirituais TEMPORARIAMENTE desviados de seu próprio caminho de iluminação interior.

TEMPORARIAMENTE porque ninguém fica obsessor para sempre, ninguém permanece desorientado ou perturbado para sempre.

E quem garante que nós mesmos já não estivemos na condição de assediadores ou obsessores nos períodos em que estivemos desencarnados pela eternidade afora? E se estivéssemos nessas condições hoje? Como gostaríamos de ser tratados? Como iríamos querer que a nossa "vítima" agisse? Será que não iríamos gostar que nos perdoasse e nos ajudasse a sair dessa fria?

Infelizmente, toda uma "tradição" espírita equivocada foi criada em relação às obsessões e assédios, fazendo parecer que os desencarnados que obsidiam e perturbam encarnados são sempre os carrascos, criminosos espirituais merecedores da nossa fúria e da nossa frieza.

Só que, na minha opinião, isso não está muito certo. Ainda mais se considerarmos que, em grande parte dos casos, eles são mais vítimas do que provocadores da situação.

Assim, sugiro que, acima de tudo, todos procuremos vibrar sempre luz, EM TODOS OS LUGARES E EM TODOS OS MOMENTOS DE NOSSA VIDA, inclusive dormindo. Que mantenhamos sempre pensamentos positivos, otimistas, saudáveis, amorosos e respeitosos em relação às outras pessoas, estejam elas encarnadas ou desencarnadas. Que sejamos sempre alegres, sorridentes, atenciosos, compreensivos, sem sermos submissos, passivos ou medrosos. Garanto que com isso os nossos supostos obsessores vão pensar duas vezes antes de querer nos atacar ou perturbar.

Além disso, claro, as preces, orações, vibrações de amor, direcionados a Deus ou ao Ser Supremo do universo, são, sim, excelentes, desde que sejam sinceras e profundas, emitidas com as melhores das intenções, inclusive por aqueles que supostamente nos perseguem.

Maísa Intelisano


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05/07/2018

O Desrespeito do Médium

O Desrespeito do Médium

“- Ah! Como é bom frequentar um terreiro!

- Nossa! Quanto conhecimento os Dirigentes do Centro têm, que maravilha e que grande oportunidade de estudo e evolução espiritual.
- Nunca mais sairei deste lugar … aqui é minha Casa … me encontrei! ”

E na primeira advertência…

“- Está vendo, estou sendo perseguido, me passa seu telefone para conversarmos melhor…”

E assim se dá o início de uma grande fofoca, mostrando o lado ignorante do Ser, que acarretará em “ataques”, desequilíbrios e com certeza o afastamento desses médiuns da Casa. É a MALDADE mascarada de amor, de boa intenção, de incompreensão e de vitimismo. Logo em seguida vem o julgamento, a vaidade, a prepotência, a falta de lealdade e de coragem de tratar de seus questionamentos com aqueles que lhe ergueram, ajudaram e ampararam. Momento em que esquecem de tudo e de todos, do carinho, da atenção, do cuidado, do tratamento, dos ensinamentos, das anulações negativas que envolviam as suas vidas, das portas que lhes foram abertas e até mesmo aquilo que recebeu da Espiritualidade através de um trabalho sério executado por seus Dirigentes, pelos Orixás e Guias Espirituais que sustentam aquela Casa.

Naturalmente a energia torna-se intensamente negativa, o elo da corrente começa a se quebrar e apesar dos Dirigentes sempre serem os últimos a saber, afinal não têm bolas de cristal, a Lei Divina existe e é onipresente. Os Caboclos, Pretos Velhos e Exus, como grandes Espíritos de Luz que são, começam a avisar e a intuir os Dirigentes da Casa e chegam até a afastar as Entidades de Luz dos tais médiuns começando a permitir que os ‘quiumbas’ tomem conta dele, é a “Lei da Afinidade”. E aí começa aflorar o lado obscuro de tais médiuns e percebemos o que é a ignorância do saber. A vaidade começa a se sobrepor e nesse momento o médium julga-se o “mais sabido” do Terreiro, acreditando que tem um “Grau” acima, como se tudo isso fosse um grande picadeiro de artistas e palhaços que precisam de aplausos para poder praticar uma boa ação, incapaz de realizar qualquer outro tipo de tarefa dentro da grandeza que é o trabalho espiritual e de caridade.

“– Eu, Cambonar?!? Não! Então peço licença … “ Isso é o que os Dirigentes ouvem por tentar preservar o tal médium que está em total desequilíbrio, por saberem da responsabilidade que é ter uma Casa cheia de consulentes que vêm em busca de ajuda e por conhecerem um pouco sobre o plano astral inferior. Chegamos à conclusão de que tudo que lhe foi ensinado só serviu para bajulações e subordinações no momento de interesses próprios. Que adianta ter pilhas de livros e anos de estudos para aprender a contar mentiras, ser egoísta, vaidoso e prepotente? Ser assíduo nos trabalhos espirituais não serve para nada se o médium não for leal e verdadeiro consigo mesmo, com os irmãos, com os Dirigentes e principalmente com a Espiritualidade Divina. Espiritualidade essa que ensina o que realmente se tem que aprender, é ela que nos momentos de consultas alheias mostra como se deve ser e agir e nem assim aprendem.

Quanta ingratidão! Que despreza e apedreja hoje quem os beneficiou ontem. Quanta ignorância do saber. Quantos índios julgando-se caciques. Quanta falta de humildade, de verdade, de lealdade e de capacidade de respeitar aquilo que nos é Divino, a ESPIRITUALIDADE. Será que esses médiuns não sabem que são os Orixás os verdadeiros donos do Terreiro? Será que não sabem que os Dirigentes são preparados por anos para agirem somente como instrumento dos Orixás, e que por isso são intuídos 24 horas por dia de como devem proceder? Será que não sabem que podem mentir e enganar o quanto quiser os Dirigentes, mas nunca a Espiritualidade? Será que não sabem que a Espiritualidade é sábia e nada passa despercebido por Ela?

Fica aqui minha indignação!

Mônica Caraccio


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04/07/2018

Uso de Ferramentas pelos Guias Espirituais

Uso de Ferramentas pelos Guias Espirituais


Muitos guias espirituais usam ferramentas para absorver energias condensadas, atrair ou projetar ondas vibratórias, descarregar os médiuns e os consulentes de energias negativas, etc.

Para muitos que desconhecem os fundamentos da Umbanda, para os que estão iniciando na religião ou mesmo para aqueles que estão apenas visitando um terreiro para tomar um passe, as ferramentas utilizadas pelos guias aparentam ser apenas adereços e símbolos para chamar a atenção e tornar o ritual cheio de pompas.

Mas tudo na Umbanda tem sua razão de ser e existir. Nada é por acaso.

Antes de explicar para que servem as ferramentas utilizadas pelos guias espirituais, vamos conhecer algumas:

Pretos Velhos: cachimbo, bengala, rosário, terço, figa, crucifixo, lenço, xale, chapéu de palha, cigarro de palha, etc.

Exu: tridente, corrente, marafo, charuto, cigarro, capa, cartola, guias de aço, etc.

Pombo Gira: batom, cigarrilha, anéis, colares, saias, lenços, jóias, etc.

Caboclos de Oxossi: penachos, cocares, arco e flecha, charuto, cuia, etc.

Caboclos de Ogum: lança, espada, elmo, espada de São Jorge ou Ogum, etc.

Caboclos de Xangô: oxé (machado de pedra de duas pontas), pedras, charuto, etc.

Baiano: chapéu, cigarro de palha, badulaques, coco verde, facão, etc.

Marinheiro: boné branco, copo com pinga, cigarro, cordas, etc.

Boiadeiro: chicote, chapéu, cinto, lenço, etc.

Cigano: baralho, lenço, incenso, pedras, jóias, almofadas, etc.

Erês: brinquedos, bexigas, doces, bebidas, óculos coloridos, bonés, saias, etc.

Há outras linhas de trabalho nos terreiros, por isso enumeramos as mais conhecidas com apenas algumas ferramentas que cada uma delas utiliza, cada qual com sua devida utilidade não servindo apenas como mero adereço, como um batom, por exemplo.

Para que servem as ferramentas?

Algumas ferramentas como chapéus, cocares, capas, saias, etc., servem como proteção ao médium girante; outras como bengalas, tridentes, espadas, flechas, etc., servem como um meio para descarregar o médium ou o consulente; e há também as ferramentas como incenso, jóias, pedras, coco verde, doces, bebidas, etc., que servem para atrair e carregar o médium girante com energia positiva, ajudando no seu fortalecimento, equilibrando-o e acalmando-o.

Não há uma regra com relação à função de cada ferramenta, pois os guias utilizam a mesma ferramenta para diversos usos, dependendo de sua vontade e do objetivo que ele quer atingir, como por exemplo, a bengala do preto velho pode descarregar o médium, mas também pode servir como meio para atrair energia positiva e carregar o médium.

Como são utilizadas as ferramentas?

Cada guia espiritual utiliza a ferramenta de acordo com seu fundamento e axé e há variação no uso ou no tipo de ferramenta até mesmo entre guias de mesma linha - como a linha de caboclos Pena Branca, onde um caboclo pode utilizar um cocar e outro utilizar apenas uma cuia com água e mel. O médium girante também influencia na escolha da ferramenta, pois o seu corpo é um transmissor e receptor de energias, mas a facilidade por onde “entra e sai” energia do seu corpo (que pode ser através das mãos ou dos pés ou da cabeça ou do tronco, etc.) é o que ajuda o guia a definir qual ferramenta utilizar.

Para fazer o uso das ferramentas iremos descrever - com linguagem humana - como um (a) preto (a) velho (a) faz uso das mesmas:

I. Chapéu de palha, lenço, xale, etc.
a. Energia positiva: atrai bons fluídos e energia para a coroa do médium.
b. Energia negativa: protege a coroa do médium de vibrações negativas que estão no ambiente e ainda não foram processadas durante o ritual.


II. Cachimbo, cigarro de palha, cigarro, etc.
a. Energia positiva: o odor do fumo sendo queimado atrai bons fluídos ao médium e ajuda na concentração.
b. Energia negativa: queima os miasmas do corpo do médium e dos consulentes.


III. Rosário, terço, figa, crucifixo, guia de contas, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes. Também serve como meio para o médium se concentrar no trabalho do guia.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando a ferramenta é jogada ao chão ou quando ela quebra.


IV. Bengala, espada de Ogum, lança de Ogum, galho de guiné, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando a ferramenta é batida no chão.


V. Comidas e bebidas como café, bolo de fubá, mandioca, arroz, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando descartado (cuspido) no “cuspidor”.


VI. Tapete de folhas, tapete de palha, chinelo de palha, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina localizado no congá para ser repassado ao médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando o guia bate os pés e ou as mãos contra a ferramenta ou contra o chão.

Para deixar bem claro, quem direciona o tipo de energia, positiva ou negativa, para a ferramenta é o guia espiritual, pois é ele que está visualizando o excesso ou a falta dessas energias, é ele que sabe como manipular essas energias, sem afetar o médium ou o consulente.

Mas quem é que define as ferramentas que os guias utilizarão nos trabalhos?

Os próprios guias!

Por mais “legais e belas” que achamos algumas ferramentas, e até gostaríamos de presentear nossos guias, somente os guias é que pedirão, ou não, as ferramentas. Somente os guias é que sabem quais as ferramentas que eles mesmos utilizam e se são ou não necessárias. Há casos em que alguns terreiros proíbem o uso de ferramentas pelos guias, mas é claro que os guias sabem dessa “proibição” e por isso, manipulam as energias de outras maneiras, reforçando o direcionamento das energias para assentamentos ou para o altar, por exemplo.

E se o médium girante quiser presentear um guia espiritual com uma ferramenta? E se um consulente presentear o guia espiritual de um médium com uma ferramenta?

Quando decidimos presentear um guia espiritual que trabalha conosco, através do uso de nossa mediunidade, o melhor que se tem a fazer é perguntar para ele (ou pedir para que outra pessoa pergunte para o guia) se o presente será útil ou será uma coisa para atrapalhar. Acredite: se o guia precisar de uma ferramenta ele pedirá ao médium ou ao cambone do médium girante, e às vezes, o que chamamos de “intuição”, como num caso desses, pode ser apenas uma “vaidade” de nossa parte. Todo cuidado é pouco.

Se um consulente resolve presentear o guia espiritual devemos ter em consciência o seguinte caso: a consulta com o guia espiritual é gratuita, logo um presente pode caracterizar, indiretamente, como pagamento por um “serviço bem feito”. A vaidade do médium também pode ser exacerbada com este ato. O procedimento neste caso é: alertar para que os consulentes não ofereçam presentes aos guias espirituais, mas caso aconteça, o consulente deve oferecer o presente diretamente para o guia que saberá o que fazer com o presente.

E para finalizar este texto, uma dúvida de muitas pessoas é: uma guia de contas estourou durante a gira, isso foi descarrego?

Sim e não. Sim se o médium estava muito carregado negativamente e a única ferramenta que estava em seu poder era a guia de contas, daí, em decorrência do excesso de energia ela pode estourar. Porém não é sempre que uma guia de contas estoura em decorrência do excesso de energia. O médium constantemente molha a guia de contas em banhos de firmeza, amaci e até mesmo com o próprio suor. Alguns colocam as guias para energizar com a luz solar ou com a luz lunar. Esse processo de molhar e secar a guia por diversas vezes faz com que o fio de nylon da guia de contas não suporte tanta variação e quebre, e claro, como o médium só utiliza a guia de contas em dias de gira, é nesse momento que vai haver o “estouro” da mesma, e isso não é descarrego.

Newton Carlos Marcellino 


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02/07/2018

Terreiro Forte, Terreiro Fraco



Muitos de nós, Irmãos Umbandistas, já ouvimos este termo "O Terreiro é fraco", mas como podemos categorizar os termos: fraco e forte? Qual será o parâmetro que utilizamos para esta avaliação? Seria a não realização de sonhos ou desejos?

Antes de responder ao questionamento gostaria de seu acompanhamento nesta linha de raciocínio.

Por que vamos ao terreiro?

Muitas podem ser as respostas, mas vamos pensar de forma simples, vamos ao Terreiro pela religião, ou seja, Religar a Deus. Este é o mínimo, mas para muitos a ida até o terreiro é para: amarrar, destruir, matar, separar, perturbar alguém, etc. Bom, neste momento o sentimento mínimo já se perdeu pelos caminhos, espero que reencontre este sentimento assim que entrar no terreiro.

Infelizmente, algumas pessoas quando chegam ao terreiro, continuam com suas ideias negativas e não param nem um segundo para analisar se estão certas ou erradas. Então é chegada a hora da consulta e essas pessoas mesmo após as defumações, orações e pedidos do Dirigente para que elevem seus pensamentos a Deus com harmonia e amor, continuam com a ideia fixa, como se não tivessem ouvido nada.

O consulente com o pensamento negativado se dirige ao encontro da entidade, que lhe dará o atendimento, e começa com os seus lamentos e reclamações onde todos que lhe rodeiam não prestam e ele é um coitado. A entidade tenta amolecer a mente e o coração deste consulente através de suas sábias palavras e com o auxílio dos seus elementos de trabalho, mas como o atendimento é uma parceria entre o consulente e o guia, então o consulente não permite que esta luz penetre em seu interior tornando-o uma pessoa "não tão ácida".

Após as explicações e os pedidos do consulente o guia lhe responde positivamente que vai lhe ajudar. Estão assustados com a resposta do guia? Por quê? A ajuda que o guia vai dar será pedindo para que Oxalá dê a este irmão as Luzes de: "Oxum pondo amor no coração, Ogum para cortar a maldade que o cerca, Obaluaiê para transmutar seus sentimentos negativos em positivos, Oxossi para o conhecimento a fim de enxergar as suas fraquezas interiores".

Ao término do seu atendimento, este irmão volta para casa confiante de que seus pedidos, "destruidores", serão realizados, mas depois de alguns dias nada acontece e o nosso irmãozinho vai até outro terreiro, com as mesmas intenções.

Outro guia lhe atende e pergunta:

- No que posso ajudar?

O consulente repete seus pedidos e ainda complementa que o terreiro onde tinha frequentado era muito fraco. Antes de iniciar seu trabalho o guia pergunta ao consulente se ele conseguiria explicar melhor o termo "muito fraco". O consulente firmemente responde: Não fui atendido. O guia deixa alguns segundos de silêncio e retruca ao consulente:

- Será fraco aquele que pede por ti, para que tenha mais amor, luz em sua mente, mais evolução e proteção?

-Será fraco aquele que tenta abrir teus olhos para a luz?

-Será fraco aquele que tenta te colocar mais perto de Deus?

-Será fraco aquele que pede perdão por ti?

Ou o fraco é aquele que não conseguiu enxergar tudo isso e mesmo assim insiste em caminhar nas trevas de sua própria ignorância, na escuridão de seus caprichos?

Após estes questionamentos o guia retoma a pergunta ao consulente:

- O que posso ajudar?

O consulente responde ao guia com a voz embargada:

- Me dê força e peço perdão pelos meus sentimentos fracos que levei para dentro de outros terreiros.

Danilo Guedes



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Princípios Básicos da Umbanda


Muitos ignoram certas verdades sobre a Umbanda e a julgam apressadamente, sem conhecer seus ideais, gerando todas as dificuldades e o preconceito que ela vem enfrentando, isso por culpa de alguns dirigentes de terreiros que por também, muitas das vezes, não conhecerem estas verdades, manipulam e enganam seus seguidores e a si mesmos, julgando estarem praticando a Umbanda quando na realidade são meros instrumentos de "entidades" ou espíritos que não tem o mínimo de conhecimento das questões espirituais. Quando também não se deixam levar por sua vaidade pessoal e na maioria das vezes são mal informados sobre a origem e a verdadeira natureza da Umbanda, o que os leva a confundi-la com os Cultos de Nação ou com o Espiritismo.

O próprio umbandista acaba sendo também um dos grandes culpados por isso, por a Umbanda manifestar-se na maioria das vezes por pessoas simples, de uma fé menos exigente, é o que as tornam com mais facilidade, vítimas dos pretensos sábios e donos da verdade. O adepto não buscando esse conhecimento mais aprofundado sobre sua religião, foi deixando que a ela recebesse essa marca, esse rótulo, contribuindo para o aumento do preconceito contra seus rituais, seu vocabulário e seus costumes. Também devido às grandes manifestações de sectaristas religiosos(1), que preferem julgar antes e, talvez, conhecer depois, víamos e ainda vemos, o crescimento desse preconceito.

A Umbanda é um movimento muito forte no mundo espiritual, e seus mistérios vêm sendo revelados de forma velada, onde o adepto vai tomando conhecimento sobre os mesmos através de seus mentores espirituais, os Orixás, aos quais devemos dedicar todo o mérito dos trabalhos, e também no dia-a-dia de sua dedicação, desenvolvendo e solidificando seus conhecimentos sempre baseados na Lei da Verdade, do Amor e da Caridade.

Os fundamentos da Umbanda variam de acordo com a vertente que a pratique, mas existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de Umbanda. São eles:

  • A existência de uma fonte criadora universal, um Deus Supremo, chamado Olorum ou Zambi;
  • O culto aos Orixás como manifestações divinas, onde cada Orixá se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades, construções de vida e sobrevivência; 
  • O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifestado de diferentes formas; 
  • A manifestação das Entidades, ou Guias, espíritos ainda em processo de evolução, para exercerem o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns, organizados em planos e/ou linhas de evolução; 
  • Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, de acordo com suas raízes, que existe para nortear seus trabalhos; 
  • Tem como fundamento básico de seus rituais: o uso do branco, não cobrar pelos trabalhos, não matar e não utilizar o sacrifício de animais 
  • A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo e por si mesmo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes; 
  • A crença na imortalidade da alma; 
  • A Crença na reencarnação e nas leis kármicas; 

Devido a Umbanda ser uma doutrina espiritualista como o Espiritismo, o Catolicismo, o Esoterismo, justifica o fato de haver entre ela diferenças essenciais entre seus templos, que lhe dão características próprias. É resultante natural da fusão espiritual das raças branca, índia e negra.

Podemos observar em conversas entre Umbandistas é que muitos querem impor seu culto aos outros, achando que somente a sua Umbanda está correta. Alguns querem enfiar o africanismo goela abaixo dos demais, outros querem a todo o custo impor que o Espiritismo é a base mais correta, alguns querem convencer os demais que a Umbanda de Saraceni é a correta ou ainda que a Umbanda de Zélio é a única e verdadeira. Querem transformar a religião num grande campeonato onde um grupo é melhor que o outro, e a paixão elimina a razão.

Devemos tentar ver a umbanda como uma religião criada pelo mundo espiritual, onde se aproveita os bons exemplos das diversas religiões, que com o passar do tempo vem se aperfeiçoando, por isso cada vez mais vemos a aglutinação de novos adeptos justamente por ela seguir os ensinamentos dos grandes mestres da humanidade que pregaram o amor, a caridade, a tolerância, a humildade e o fazer o bem sem importar-se a quem.

Nossa Religião foi cuidadosamente desenvolvida pelo Mundo Espiritual para trazer evolução aos médiuns participantes e um alento aos seres encarnados que necessitam de uma palavra amiga, um consolo de paz, de esperança e perseverança.

Nunca uma Entidade nos transmitiu qual a Umbanda é a correta, qual a Umbanda é a mais eficiente, qual a Umbanda é a verdadeira, sempre nos dizem que devemos ser médiuns dedicados e que devemos sempre estarmos preparados para ajudar ao próximo, buscando zelar pelo bom nome de nossa Religião, sem esperarmos retribuições de quaisquer formas que não seja o reconhecimento do mundo espiritual.

Acreditamos que todas as Umbandas são corretas desde que sejam praticadas com dedicação, amor e humildade. Umbanda é uma só, ela é a religião do presente e do futuro e a medida que os não simpatizantes vão conhecendo sua beleza e sua simplicidade, seus corações serão envoltos pela magia do amor, da caridade, da humildade e da fé, dissipando assim todas as discriminações que hoje ela ainda sofre.

Devemos estar sempre atentos e continuar buscando o máximo de conhecimento, para podermos nos esclarecer e assim ajudar tirar essa visão deturpada que a maioria das pessoas tem em relação aos rituais sagrados da Umbanda. Só assim estaremos dando mais um passo para o crescimento e o fortalecimento de nossa religião.

Autor desconhecido  


(1) Sectarismo Religioso: São grupos de pessoas fanáticas que defendem obstinadamente seu ponto de vista, com uma posição extremista e anti fraterna.


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