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Dificuldade de Convivência no Terreiro

Publicado em 08/07/2019

Dificuldade de Convivência no Terreiro


Seu compromisso é com os guias.

A mediunidade é uma missão que foi firmada no astral antes mesmo de você encarnar, é um compromisso seu com a espiritualidade superior. Não é à toa que você nasceu médium, não foi para agradar ninguém e nem para receber a aprovação alheia.

O principal motivo hoje da saída das pessoas dos terreiros em que se encontram é problemas de relacionamento com outras pessoas, seja com o Pai de Santo ou alguém da hierarquia, seja com os irmãos da corrente.

Dentro da mesma casa, há filhos das mais diferentes convicções. Formam-se grupos de acordo com as afinidades de cada um, as chamadas infelizes “panelinhas". E lamentavelmente, um grupo rivaliza com o outro. Somado a isso, há muita vaidade, ego, ciúmes, fofocas, desejo de diferenciação dos outros.

E quando o médium encontra toda esta situação, desanima-se com o terreiro, e muitas vezes, com a Umbanda como um todo. Ele esquece que não está ali pelas pessoas, mas para cumprir seu compromisso com os guias.

A missão da Umbanda é a prática da caridade, e somente esta. Embora no convívio regular com os outros médiuns formamos laços de amizade, passando até mesmo a considerar alguns como familiares, o objetivo não é que todos sejam seu amigo. Estamos ali para auxiliar o próximo.

No entanto, para que uma casa esteja fortalecida, para assegurar que a corrente esteja firme, é preciso união. A fim de obter isso, não é necessário que todos gostem uns dos outros a tal ponto de chamarem-se de melhores amigos, mas o respeito deve fazer-se presente.

Os médiuns fiquem sempre cientes que o terreiro é um lugar sagrado, e por isso, deixem as diferenças de lado durante o ritual. Vençam o próprio ego e saibam trabalhar como uma equipe, uma corrente forte. Lembrem, vocês estão numa religião para evoluir espiritualmente

Lamentavelmente, há situações em que são necessárias medidas mais duras diante de comportamentos inadequados dentro do terreiro, mas isto cabe ao dirigente da casa averiguar. Caso você identifique alguma atitude que considere incorreta, conte ao Sacerdote de sua casa. Não inicie discussões, nem espalhe fofocas, muito menos interrompa sua caminhada na Umbanda. Lembre-se de que Xangô é justo.

A longo prazo, as picuinhas, intrigas e melindres causam mais sofrimento do que manter a postura de humildade e simplicidade. Estamos todos em aprendizado espiritual. Em qualquer agrupamento humano que enfrentaremos, seja no trabalho, família, política, escola ou outros locais religiosos, encontramos problemas semelhantes.

A postura mais efetiva é ser o exemplo. Ter uma postura correta e disciplinada. As palavras pouco têm poder de mudar os outros. Quando você aponta o dedo para o defeitos alheio, a tendência é que a pessoa se feche e fique na defensiva. Mas se esta pessoa te vê como um modelo de conduta correta e disciplinada, ela sente-se inspirada.

Todo mundo sabe as lições básicas: não falar mal dos outros, não espalhar fofocas, não julgar os irmãos. E principalmente, abandonar a arrogância. Ninguém é dono da verdade. A humildade e simplicidade são as melhores respostas para qualquer situação.

Quando você por os pés no terreiro, chame para sua mente o motivo de você estar ali. Não é pelos outros, mas pelos guias que te acompanham, pelo compromisso que você firmou com a espiritualidade, pela missão divina que a Umbanda é portadora.

TUANO




Um comentário:

  1. Muito bom o texto! Palavras tão simples, mas sabemos que descrevem problemas graves e recorrentes.

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