2016 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

29/12/2016

Livro: A História de Pai Arruda

A História de Pai Arruda

A HISTÓRIA DE PAI ARRUDA
Autores: Pai Arruda / Jennifer Dhursaille


TRECHO DO LIVRO:

(...) Ninguém cai num Terreiro, de sua própria vontade ou herdado compulsoriamente, como foi meu caso, sem dever à Lei Maior Amor e Caridade para com os povos deste planeta.

É o Templo, Casa ou Tenda um imenso buril, onde se aquilatam valores morais e se limpam as vestes espirituais manchadas pelos erros e máculas do passado. E onde se aprende a pensar com o coração e a deixar o espírito comandar a intuição, a fim de, com branco coração e brancas vestes, apresentar-se um dia, como um filho inteiro, digno do olhar do nosso Pai Criador.

Aprendi com esses espíritos de elevada sabedoria, designados no astral para comandar e coordenar os trabalhos espirituais e de magia na Terra, em suas diferentes e variadas apresentações, que a vida é muito mais do que aquilo que podemos ver, e que sua amplitude pode ser apenas sentida, mas não plenamente compreendida pela imensa maioria; apenas por aqueles que já alcançaram um grau muito elevado de consciência desperta. Falar desses aspectos de abrangência do fenômeno que chamamos de "vida" seria rotulado de loucura e heresia em 1750, e como ficção científica e fantasia em 2005 e suas cercanias. Mas posso vos dizer que a vida não ocorre num só lugar nem tão pouco num só tempo, mas de eventos intercalados nas malhas do tempo, onde linhas de muitas vontades desenvolvem tramas que se perpetuam e se espalham como rendas e marolas na superfície do mar quando toca o solo que estais acostumados a chamar de "meu chão". Mas essa mesma trama repercute em outras praias, em outros lugares, e é vista e interage, por vezes, com pessoas das quais não tendes consciente conhecimento. Não existe, pois, "uma vida" num contexto singular, individual, pois que toda a vida é coletiva, e a solidão, a maior das ilusões.

Alcançar um grau espiritual na Terra é, portanto, dominar a lei que chamam Carma e trabalhar para que as ações benéficas atinjam o maior número possível de pessoas, quando a marola atingir a areia, propagando o Bem Maior de forma generalizada. E o grande mago é aquele que, ao perceber e identificar uma ação negativa potencialmente destrutiva, consiga paralisá-la, anulá-la ou direcioná-la de forma que suas ações se dirijam às pessoas e ao tempo certo durante o trajeto, atingindo pontos específicos que assim a positivem durante o seu percurso.

O mago branco é, portanto, um estrategista-alquimista, transmutador do Bem.


OUTRO TRECHO DO LIVRO:

(...) O fardo é a "verdade", algo para o qual a maioria não está preparada. Muitos falam: "Sou uma pessoa verdadeira", ou "Quero a verdade", mas, ao se depararem com a crueza e nudez, desejam não tê-la mais à sua frente, e sim lidar com ela através de subterfúgios e pelas costas, ou pelos lados, onde o confronto é menor e menos hostil para os sentidos. O médium que ingressa na tarefa e assume sua cruz precisa lidar com o fato de que não mais poderá enganar a si mesmo ou, como de tão bom grado tantas vezes nos permitimos, ser enganado. Perceberá também que, ao contrário do apregoado, a verdade não é popular, causa incômodos e atrapalha os planos da maioria. E quem fala a verdade torna-se frequentemente uma presença indesejada e uma pessoa a ser substituída (...)


MAIS UM TRECHO DO LIVRO:

(...) O nome que mantive no Astral, que me foi inspirado na terra por minha amada, logo teve seguidores que o adotaram em nossa legião de trabalhadores nas fileiras da Umbanda. Usa o nome de Pai Arruda todo aquele que, como eu, tem conhecimento magístico adquirido em encarnação no Oriente e que purgou grande parte de suas ações negativas nessa área em encarnação como escravo na América, tendo como mote, como disse Irene, obviamente inspirada pelo Alto ao batizar-me, a cura do "corpo e do espírito" através da manipulação dos elementos da natureza.

Uma vez mais retornei, literalmente, aos palcos da Terra, junto com Irene, numa encarnação de cura emocional-perispiritual para nós, em que desempenhamos um trabalho na esfera da arte, ligado ao teatro. O desenvolvimento das habilidades artísticas tem profunda ação curativa, sobretudo em almas sujeitas a prolongado período de dor e tortura, em que a regeneração através do belo, a face que revela a perfeição divina, se faz necessária.

Embora obviamente estivéssemos envolvidos com a espiritualidade também nesta vida, ainda que de forma diferenciada, ao término dessa experiência carnal derradeira, atuamos incessantemente no plano astral alicerçando os pilares da Umbanda para o futuro de expansão consistente que se faz tão necessária no estabelecimento de uma nova Terra. Certamente mais feliz, pois será onde os seres se relacionam de forma mais harmoniosa e estão 24 horas por dia conscientes de sua herança divina, não mais se permitindo mergulhar nas trevas da ignorância e da dor.

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27/12/2016

O que é Aruanda?

O que é Aruanda?

Aruanda é um lugar onde Caboclos e Pretos Velhos se reúnem após deixarem o Terreiro de Umbanda, mas não é lá, necessariamente, que residem no invisível. Todos nós temos os nossos afazeres no mundo astral e nas diversas cidades espalhadas pelo cosmo acima da terra e, muitas vezes, abaixo dela.

Além disso, nem todos estamos constantemente sob a vestimenta de Caboclos ou Pretos Velhos. Na maioria das vezes, longe do centro, reassumimos alguma aparência que tínhamos em outra vida, voltando à forma que utilizamos na Umbanda quando precisamos, seja para os trabalhos, seja para nos apresentarmos a algum vidente que nos chama ou com quem precisamos nos comunicar. 

Todos nós que trabalhamos na Umbanda estamos ligados por um fio mental que nos coloca em permanente contato, e é através dele que somos acionados sempre que a Umbanda de nós precisar, para nos reunirmos em Aruanda.

-É lá que são traçadas as diretrizes da Umbanda? - questionou Leonel.

-Sim - respondeu Piraju. - Em Aruanda, todos aqueles que trabalham na Umbanda se reúnem para trocar experiências e resolver importantes questões ligadas aos trabalhos que são realizados. Aruanda não é uma cidade cheia de índios e escravos. É um lugar de encontro, de repouso e de estudos voltados à prática da Umbanda aonde qualquer um pode ir. Mas, como disse anteriormente, cada um de nós segue para um local diferente, onde nossa ajuda é solicitada. Quando, por qualquer motivo, precisamos nos reunir, somos imediatamente contatados através desse fio mental que nos une e nos dirigimos para lá.

- Se entendi bem, -prosseguiu Martha-, Aruanda não é um lugar de moradia espiritual que aloja Caboclos e Pretos Velhos, mas um ponto de encontro para todos aqueles ligados pelo mesmo fio mental que os convoca e reúne quando é preciso.

-Pode ser que, eventualmente, haja espíritos morando por lá, mas o que quero dizer é que isso não é um padrão, não é obrigatório. Aruanda é uma cidade astral livre e franqueada a qualquer um que tenha interesse na prática e nos estudos da Umbanda. E estamos todos ligados a ela por um elo mental, pois o que nos une é a mente ligada no propósito comum, não importa onde estivermos.

Trecho do livro "Jurema das Matas" / Leonel - Mônica de Castro





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Orixá não é Privilégio do Candomblé

Orixá não é privilégio do candomblé


Hoje recebi uma mensagem de um seguidor perguntando sobre o Orixá na Umbanda, na verdade questionando em tom de que a Umbanda não deveria cultuar o orixá porque é um culto a espíritos, ou seja guias espirituais. Enfim, essa é uma questão muito antiga e que gera um desconforto entre umbandistas e candomblecistas (desconforto a meu ver desnecessário, já que passamos pelos mesmos preconceitos).

Há muito o que se refletir em relação ao culto a divindade, começando sobre a reflexão da palavra 'culto', cultuar não significa um padrão e sim um conjunto de ritos ao cultuar alguma divindade e/ou outros; Uma outra reflexão a se fazer é que Orixá não pertence a religião alguma, se fosse para pertencer alguém ou algo o mais ''coerente'' seria pertencer a Nigéria e suas diversas localidades Nagô/Yorubá, onde não existia um culto padronizado ao orixá e sim cultos em diferentes localizações, pois, esse padrão de culto ao Orixá entre quatro paredes com um agrupamento de culto a alguns orixás que em forma de revezamento (me expresso assim para leigo entender) se manifestam em seus momentos é um padrão formalizado no Brasil (Candomblé), se esse padrão existe na África foi levado pra lá e não vindo de lá. E se o orixá pertencesse a África deveríamos então selecionar cada força vibratória (cada orixá) para uma localização, já que na África cada cidade/nação cultuava um, dois ou mais orixás (não chegava a dez), entretanto, em pequenos ritos rotineiros se referiam a mais de 400 orixás. Agora de fato, se o orixá pertencesse há alguma localização, ele não tinha entrado no barco e através dos africanos se miscigenado no Brasil em diversos cultos, rituais e segmentos, vamos deixar a arrogância de lado e lembrar que Orixá sabe o que faz e sabia aonde seria cultuado. Quem somos nós pra dizer ao orixá que ele não deve estar em algum território?

Bem, o Candomblé padronizou o culto aos Orixás, entretanto, lembrando que não existe um Candomblé e sim vários, dos quais representam nações, origens diferentes e/ou miscigenações de povos, o padrão ritualístico é bem diferente dos diversos ritos africanos, porém, formalizaram algo mais próximo de suas rotinas, implantaram os ritos numa nova forma de manifestar o orixá em cultos (Ressaltando que o Candomblé foi formalizado pelos Bantos no Brasil através do culto aos Inquices cerca de 200 anos antes da chegada dos demais povos africanos). É importante frisar a palavra implantação, porque essa palavra é a chave para desvincular o sentimento de possessão de alguns religiosos no Brasil, principalmente referente a possessão das divindades africanas, a implantação ocorreu desde o continente africano antes do ''descobrimento'' do Brasil, na África por conta de suas passagens históricas tivemos muitas divindades implantadas nos cultos nagôs/yorubás, como alguns Voduns que são divindades do Povo Fon (Djedje), como o exemplo de Nanã e Xoroquê. Esse tipo de implantação é visto como uma necessidade espiritual que de forma respeitosa se implantou dentro de um culto ou segmento já padronizado. Desta forma, é errado o culto a Nanã fora do padrão Jejê (Djedje)? Vamos devolvê-la ao povo Fon e retirá-la do Povo Yorubá?

Assim aconteceu com a Umbanda, da qual é uma religião padronizada pelos Guias espirituais, uma religião doutrinada por eles, da qual tem todo o seu objetivo o culto aos guias espirituais, entretanto, em algum momento de sua história (e não me refiro a história de 1908 pra frente, não sigo esse pensamento) a necessidade desta implantação ocorreu e a mesma não foi imposta pelo homem ou a sua vontade, mas sim pelos guias espirituais através de uma passagem histórica, de uma miscigenação, porém, implantaram os orixás diante um segmento padronizado e com sua identidade formada. Na realidade a implantação do orixá na Umbanda não veio em forma de iniciação ao orixá ou de uma espécie de segmento ao Orixá, ela veio em forma de zelo ao orixá em sua manifestação que está desde a formação de nossas almas a tudo que fazemos, pois o orixá está manifestado em nós e na natureza, somos a manifestação dele. A Umbanda não abandonou sua identidade e muito menos a modificou, apenas através dos guias acrescentou um zelo e respeito que muitos adeptos despercebiam, por isso, a presença do orixá na Umbanda é como a presença do orixá em nossas vidas, não há iniciação a Orixá e nem se vive pro Orixá, nós encaramos que ele vive em nós e através de nossa integridade espiritual e moral estaremos acompanhando a pureza de nossos orixás e a presença deles sobre nossas cabeças. A manifestação e os ritos implantados na Umbanda (que não advêm do Candomblé) surgem diante a identidade do segmento umbandista e não com a aparência da falta de identidade. Os rituais em comuns aos olhos do leigo ou do iniciante pode ocorrer, entretanto, dos praticantes não, saberão diferenciar e que se tratam de rituais INCOMUNS, mas vindo de culturas em comuns, culturas afins.

Não preciso entrar em detalhes dos preceitos aos orixás que ocorrem na Umbanda para explicar a presença através da implantação de seu culto nela, porém, posso dizer que Umbanda tem sua identidade e esta identidade se estrutura no Culto ao Ancestral brasileiro que são os Guais espirituais, que seus adeptos vivem para os guias, assim como os adeptos do Candomblé vivem para o orixá, vodum ou inquice, posso dizer que Umbanda não usa de bengala rituais para preencher vazios, pois nossos guias espirituais preenchem nossas necessidades e a necessidade de nossa religião, por isso vivemos por eles em nossas missões, e por mais que muitos titulam a Umbanda como ''Umbandas'' e usam diversos codinomes justificando rituais copiados e sem fundamentos como ''vertentes'' ou ''implantações, na Umbanda não se tem saída de Orixá , não se tem iniciação a Orixá, entre outros que adveio da formalização do Candomblé, na Umbanda se tem a presença do Orixá diante uma identidade de um culto formalizado por Guias Espirituais (espíritos) e assim como o candomblecista se satisfaz com sua divindade, o juremeiro com seu mestre, eu como umbandista estou satisfeito com meus guias, essa é minha missão, nasci pro Povo de Aruanda e não preciso preencher buracos em meus cultos porque os guias não deixam buracos. O orixá em nossos altares representam o nosso princípio como seres espirituais, o princípio de nosso mundo e o princípio de nosso viver, cantamos e os louvamos em prol de fortalecer as nossas energias advindas dessas forças puras da natureza, a presença do orixá na Umbanda é como a presença do orixá em tudo que se tem vida e vida não tem dono, apenas criador e se chama Olorum para os Yorubás e Zambi Apongo para os Bantos, enfim, se chama Deus!

Viva a ancestralidade africana! Viva a cultura indígena! Viva a cultura afro-brasileira! Viva a nossa ancestralidade brasileira!

Meu respeito pra quem é de respeito!

Pai Lazinho do Quilombo




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09/12/2016

Sobre as Guias: Umbanda x Kardecismo


- As guias não são colares de enfeite. Podem ser bonitas, brilhantes e coloridas, mas sua função não é o embelezamento. Servem de facilitador para a conexão do médium com a entidade que representam. Podem também funcionar como elemento de proteção, atraindo a vibração da entidade para o campo áurico da pessoa.

- As guias são imantadas, não são? - observou Lilian, e Eleonora assentiu. - Podemos dizer então que são uma espécie de amuleto?

- Pode-se dizer que sim.

-Mas, então, como conciliar sua utilização com a doutrina de Kardec, que nós seguimos, quando ele diz que amuletos e talismãs são dispensáveis? Não há aí uma incoerência? Ou a Umbanda contradiz a doutrina de Kardec?

- A Umbanda não veio para segregar, mas para somar aos ensinamentos que levam ao engrandecimento do homem. E nenhuma religião se contradiz. Existem formas de ver. Para uns, há os espíritos de caboclos e pretos velhos. Para outros, tudo é o espírito santo. Que diferença isso faz?

- Nenhuma. Contudo, a contradição ainda persiste.

- Não há contradição. A doutrina de Kardec dispensa o uso de amuletos, mas não os proíbe e nem poderia. Assim como nós dispensamos o uso de roupas coloridas, mas temos que reconhecer a sua eficácia para determinados segmentos religiosos. Assim também as guias e demais elementos, pois a Umbanda trabalha com a manipulação das energias daí provenientes, enquanto Kardec as considera desnecessárias, porque concentra a sua força no poder mental da oração.

- Então, quer dizer que só os elementos bastam para os trabalhos na Umbanda?

- Umbanda é magia, e os elementos nada são sem a vontade e o pensamento. Eles são apenas facilitadores, e há segmentos religiosos que o dispensam.

- Qual é o melhor método? - Perguntou Nádia.

- Não existe o melhor. Existe o ser humano que deve procurar a sua melhora em qualquer religião, culto ou seita.

Trecho do livro "Jurema das Matas" / Leonel - Mônica de Castro






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07/12/2016

O Orgulho na Visão de Jurema das Matas

De toda a sorte, aprendi com a vida o valor exato do orgulho. É o orgulho que nos dá o reconhecimento do que somos e podemos, desde que não nos deixemos envenenar pela soberba, a presunção e a arrogância. Quando isso acontece, nós decaímos, mais uma vez, pelas veredas da ilusão e nos atribuímos uma importância maior do que qualquer um pode ter nesse mundo de enganos.

Ninguém que habite este planeta está em condições de merecer o título de melhor, supremo ou absoluto. Ninguém. Somos todos partes do Um, que não se fragmenta nem se divide, apenas se irradia em diferentes direções. E todas essas centelhas, um dia, inexoravelmente, tornarão à fonte da qual partiram para resplandecer numa única flama de amor.

Se é assim, então, por que perder tempo alimentando o orgulho que destrói, que invalida e engana? Basta olharmos a natureza para percebermos o tamanho da nossa pequenez. Que arrogância é essa que nos faz pensar que somos absolutos, quando o desconhecido ainda ocupa a maior parte de nossas vidas? Como pode alguém que conhece tão pouco do universo pretender ter a última palavra no sentido da verdade?

E o que é a verdade senão aquilo que nosso coração sente como a resposta indizível ao nossos questionamentos mais profundos?

Trecho do livro "Jurema das Matas" / Leonel - Mônica de Castro






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04/12/2016

Iansã

 
Salve a Senhora do entardecer,
Dos ventos, raios e tempestades!

Salve a Senhora que auxilia nas mutações materiais, na fluidez de raciocínio e de linguagem!

Salve grande guerreira, dona dos elementos ar e fogo!
Vibração maior do meu ori e luz dos meus caminhos!

Regente da nossa Casa e força que a conduz!
Que cresce na luz do amor, da ética e da disciplina!

Eparrey mãe querida!
Aquela que corta com o raio!
Corta a inveja dos fracos e a maledicência dos ignorantes!
Corta as demandas e tudo e todos que nos atrasa!
Corta todo mal que está em nós e nos nossos inimigos!
Para que a luz dourada seja absorvida livremente, curando, transformando e direcionando  para Olorum!

Gratidão mãe querida!
Eparrey!!!

Ednay Melo






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01/12/2016

Vestes Brancas e Coloridas na Umbanda


(...) - Por que temos que nos vestir de branco? - Perguntou Jonas.

- Porque o branco, além de representar a paz, a pureza e a perfeição, possui a vibração da luz que contém todas as cores. O branco é luminosidade que penetra até a alma, tornando-nos mais alegres e renovando-nos para a vida. Facilita a nossa relação com o mundo externo, retirando-nos do isolamento de nossos sentimentos. E nada melhor do que igualar a todos nessa vibração de pureza. Vestidos de branco, estamos todos iguais, evitando comparações de quem é melhor ou pior.

- Quer dizer então que os centros que utilizam roupas coloridas estão errados? - indagou Lilian.

- Eu não disse isso. Nada no mundo está errado, e nós não somos ninguém para fazer um julgamento desse tipo. Isso seria leviandade da minha parte. O que eu disse foi que aqui, na nossa casa, a opção foi por igualar a todos na pureza do branco. Existem lugares que prezam as diferenças individuais, porque isso é importante para o tipo de trabalho que desenvolvem, e deve ser respeitado, assim como desejamos que respeitem o nosso culto.

- Mas isso não sugere uma superioridade da nossa casa em relação às demais? - insistiu Lilian.

- Não. Sugere apenas que cada um tem os seus métodos próprios. Essa distinção entre superior e inferior está somente no coração dos orgulhosos.

(...) Mas estas vestes coloridas não despertam a vaidade de certa forma? - perguntou Nádia.

- A vaidade, como tudo mais, habita o coração de cada ser. Quando falo em vaidade, refiro-me àquela que é daninha, que nos faz crer que possuímos algo que nos diferencia dos demais por sermos melhores, diferentes ou especiais. Essa deve ser combatida. Mas há aquela vaidade que brota do reconhecimento dos nossos valores e do nosso desejo de estar bem. Essa é apenas fruto do valor pessoal que cada um deve estimular em si.

- Certo. Mas a utilização de vestes coloridas não faz nascer justamente esse sentimento de que se é melhor do que os outros?

- A utilização de vestes coloridas pode estimular a vaidade de quem a tem, assim como pode despertar o gosto pela beleza naqueles que apreciam o que é belo. Pode também servir de facilitador para a incorporação das entidades não por elas, mas pelo médium, que ainda necessita de artifícios para abrir o seu canal de comunicação com o mundo astral.

- Mas como saber o que vai no coração de cada um? - interessou-se Silmara.

- Não sabemos. Cada um é que sabe de si, quando sabe. Como as vestes coloridas podem representar uma faca de dois gumes, nós da Umbanda preferimos não arriscar. As almas que vêm a nós tentam vencer as suas dificuldades, e a vaidade pode ser uma delas. Então, por que dar a esses a oportunidade de exercitar um sentimento contra o qual estão tentando lutar?

- Para testá-los - sugeriu Gilda.

- A vida não cria armadilhas. E todos os testes só são aplicados depois de aprendida a lição. Ora, se os que aqui estão vieram aprender, por que iríamos testar antes de estarem preparados?

A Umbanda é uma escola que prepara para a vida, e os testes, se é que assim podemos chamá-los, surgem naturalmente na convivência do dia a dia. Não é preciso provocá-los para ver cair aquele que ainda não está firme na sua convicção.

Trecho do livro "Jurema das Matas" / Leonel - Mônica de Castro






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30/11/2016

Livro: Jurema das Matas

Livro excelente! Aborda sobre reencarnação, lei do carma, Umbanda, Zélio de Moraes, enfim, grande contribuição para o entendimento dos valores da Umbanda e dos valores da alma, que são aprendidos pelo amor ou pela dor nas constantes oportunidades nos dadas por Deus para o nosso aperfeiçoamento como espíritos eternos. A Tulca se identifica com os ensinamentos aqui contidos, pois quem nos conhece lembrará, aqui, um pouco da nossa Doutrina, que nos foi ensinada pela espiritualidade que sempre nos assiste. Abaixo seguem alguns valiosos detalhes do livro, escritos por quem melhor pode traduzi-los: a própria autora, Mônica de Castro, inspirada pelo espírito Leonel. Em breve postaremos outros trechos do livro. Boa leitura!

Blog Tulca



Livro Jurema das Matas / Leonel - Mônica de Castro


"A visão estreita do mundo ainda faz com que os olhos do homem 
permaneçam fechados, mesmo quando a luz da verdade desponta 
diante dele, quase a ofuscar-lhe a mente nebulosa.


Pouco se sabe a respeito das entidades que se dispõem a trabalhar nos círculos espirituais da Umbanda. Muitas histórias são ouvidas, algumas envoltas em mistérios e superstição. O preconceito e a ignorância ainda pairam sobre esses seres, em sua maioria abnegados instrutores dotados de inteligência extrema e imensurável amor pela humanidade.

Jurema das Matas é assim. Com inigualável simplicidade e franqueza, desvenda quatro de suas encarnações, na tentativa de mostrar como o ser humano se ilude com falsos valores de conquista e poder. Da trajetória sangrenta e sofrida, surge uma criatura dócil e infinitamente sábia, disposta a compensar seus desequilíbrios com o auxílio desinteressado aos irmãos de caminhada que formam a família humana.

É uma lição para todos nós, acostumados a eleger favoritos em função da vestimenta sutil com que se apresentam no mundo da matéria. A escolha do espírito que anima esta história foi a da humildade para, através do exemplo, reafirmar em nós a crença de que somos e seremos sempre iguais.”


Leia um trecho do livro:

“Sem nada dizer, Soriano saiu atrás de Alejandro, seguido por mais alguns marujos. Caminharam o mais silenciosamente possível, atentos a qualquer movimento na selva. Finalmente, encontraram um poço de água potável e puseram-se a encher as vasilhas, em estado de alerta constante, como se esperassem que, de uma hora para outra, uma horda de índios se atirasse sobre eles.

– Estamos muito próximos do povoado deles – comentou Soriano, indicando com o queixo as enormes construções.

– Não se preocupe – tranquilizou Alejandro. – Eles não sabem que estamos aqui e, além do mais, temos as nossas armas.

– Eu não teria tanta certeza.

Havia tremor na voz de Soriano, e Alejandro acompanhou o seu olhar assustado. Parados alguns metros adiante, alguns indígenas os fitavam imóveis. Instintivamente, Alejandro apertou o cabo de seu mosquete. Como da outra vez, os nativos se aproximaram, risonhos e amistosos, puxando os espanhóis pelas mangas das túnicas, rodeando-os como se farejassem a presa antes de devorá-la. Apesar da linguagem incompreensível, os dedos, apontando na direção da cidade, deixavam claro o desejo de que os seguissem até lá. Alejandro, desconfiado, olhou para Francisco, mas este já se havia posto em marcha ao lado dos índios, com o restante dos homens atrás deles.

– O que ele está fazendo? – sussurrou Soriano, apavorado. – Já não basta o que nos aconteceu da outra vez?

– Fique quieto! – censurou Alejandro. – Francisco sabe o que faz.

A cena parecia se repetir. Os espanhóis caminharam pela floresta com os índios ao redor, gesticulando e rindo guturalmente. Ao adentrarem o povoado, os sólidos e já conhecidos edifícios se descortinaram, seguidos de mais e mais ídolos diabólicos.

– Isso me dá calafrios – observou Soriano, acercando-se mais de Alejandro.

– Você ainda não viu nada – retrucou o outro, estacando com ar aterrado.

Surgiu à sua frente uma figura singular. Vestido numa espécie de túnica branca, um homem de cabelos negros e respingando sangue segurava nas mãos um facão igualmente ensanguentado. Atrás dele, sobre um altar de pedra parcialmente visível, jazia inerte, numa poça de sangue, um corpo retalhado e sangrento.

– Jesus Cristo! – exclamaram muitos.

– Mas o que é isso? – horrorizou-se Soriano.

– Parece que o nosso amigo acabou de praticar um sacrifício humano – constatou Alejandro, lutando entre o terror e o pânico.

– Ele está todo ensanguentado!

Todos olhavam para Francisco, esperando que ele tomasse alguma atitude, mas o capitão parecia tentar entender-se com o macabro sacerdote.

– Acho que não está adiantando – constatou Alejandro.

O sacerdote falava estranhas palavras e gesticulava para os muitos guerreiros que acompanhavam o encontro. Mais que depressa, os índios se juntaram, apontando as lanças e fitando o grupo com olhar hostil e ameaçador. Alguém acendeu uma fogueira, e o sacerdote deu prosseguimento ao seu bailado gutural, apontando ora para fogo, ora para os espanhóis, ora para os guerreiros, que emitiram um grito de guerra assombroso.

– O que é isso agora? – horrorizou-se Soriano.

– Acho que ele quer dizer que, se não partirmos até o fogo se extinguir, vai lançar seus guerreiros sobre nós.

– E o que Francisco está fazendo? – desesperou-se. – Por que não vamos logo embora?

– Será que ele enlouqueceu e vai combater esses demônios?

Dessa vez, até Alejandro estava com medo. Enfrentar aqueles guerreiros seria quase suicídio. Os homens começaram a se apavorar, ameaçando dar meia-volta e fugir, mas Francisco permanecia parado, na esperança de fazer-se entender.

– Vamos embora, capitão – falou um dos homens mais próximos. – Por Deus, não podemos mais continuar aqui. Se tem amor a nossas vidas, vamos voltar aos navios!

Ainda defronte ao sacerdote, Francisco ensaiou mais alguns gestos, tentando um entendimento, mas o olhar feroz do outro o convenceu a partir.

– Vamos recuar – ordenou ele, com a voz mais calma que conseguiu entoar.

Sem se virar, os homens foram recuando e, passo a passo, tomaram o caminho de volta. Só quando já se encontravam fora das vistas dos guerreiros foi que se viraram de frente e puseram-se a andar, quase a correr.”



SOBRE O LIVRO JUREMA DAS MATAS

Levar o conhecimento a respeito da Umbanda é um dos objetivos desse livro, mas não o único nem o principal. Jurema, esse espírito iluminado e incansável na propagação do bem, nos mostra como devemos lidar com as nossas encarnações, com o intuito de nos valorizarmos e trazer para nossas vidas momentos de maior felicidade.

O espírito de Jurema, e a falange que ela representa, retira sua força da natureza, das florestas e rios que existem por toda parte no nosso planeta. Tudo é energia, todas as coisas vibram numa intensidade própria, captando e dispersando fluidos na nossa atmosfera. Toda vez que entrarmos em lugares onde a mata impera, ali estará a essência de Jurema e dela poderemos absorver o melhor para nossas vidas. Em qualquer lugar, no Brasil ou não, essa energia está disponível para quem quiser acessá-la. Basta ligar-se a ela através do pensamento, para sentir o bem-estar e a paz de sua iluminação. Jurema é a própria mata em toda sua quietude e vida, guiada pela energia da natureza que ali tem o seu domínio.

A finalidade do livro, além de desmistificar alguns preconceitos que giram em torno da umbanda, tem um objetivo mais profundo, que toca a alma de cada leitor. Umbanda, catolicismo, kardecismo, candomblé… Somos todos um só, e a religião que busca despertar Deus no coração de seus seguidores está agindo conforme Seus princípios. Mas a verdadeira e única religião há de ser a do amor, porque, sem ele, não há esperança para a humanidade nem meio de se alcançar a elevação. Somente chegará ao Alto o ser que já compreendeu isso e que usa de sua existência para cultivar e cativar amor. Esse patamar, alcançaremos através das oportunidades que a reencarnação nos oferece.

E é justamente isso que o livro aborda: o poder regenerador da reencarnação. A reencarnação é a maior chance de renovação que possuímos. A cada final de existência, Deus nos acena com a esperança de refazer nossas atitudes, através de nova existência no planeta. É através da reencarnação que experienciamos a vida, usufruímos das nossas conquistas e tentamos, incansavelmente, modificar o que ainda não se encontra adequado a um mundo de amor. É através dela que sentimos que nada está perdido e que sempre teremos uma nova chance, seja nesse planeta ou em outro. O que precisamos, agora, é aproveitar a última chance que o universo nos concedeu para assegurar o nosso direito de permanecer aqui, neste mundo tão lindo.

Foi por gratidão às inúmeras oportunidades de reencarnar que o espírito de Jurema permitiu ao Leonel que nos trouxesse a sua história, para que servisse de exemplo a todos nós. O exemplo que fica não é o do sofrimento, mas o da persistência, da fé, da humildade, do amor. Jurema não se limitou simplesmente a viver, mas viveu com intensidade cada momento que lhe foi concedido para sua melhora. O que ela pretende nos mostrar com tudo isso? Que devemos sempre buscar no passado a razão para os nossos sofrimentos? Que sofremos porque fizemos algo de ruim no passado? Que passado e sofrimento estão intimamente ligados? Não exatamente.

Não precisamos mais nos prender ao passado para desvendar o presente nem assegurar um futuro melhor. Precisamos, sim, compreender que estamos num processo constante de aprimoramento e, com isso, somos convidados a oferecer o nosso melhor. No atual estágio do espiritismo e do espiritualismo, não há quem não saiba que toda causa gera uma consequência e que estamos todos, inexoravelmente, sujeitos à lei de causa e efeito. Sabemos também que, se passamos por determinada dificuldade no presente é porque, lá atrás, existe uma sucessão de incidentes que nos fez reavaliar nossas ações e tentar imprimir a esta vida um novo rumo. Estamos todos cientes de que o sofrimento de hoje foi originado pelo nosso desequilíbrio de ontem.

Em razão disso, não temos mais a necessidade de tentar descobrir o que fizemos em outra vida, se fomos ruins, levianos, assassinos, traidores… não importa. O que fizemos está feito, não tem como desfazer na nossa dimensão atual. O tempo que ficou para trás somente poderá ser alterado em outro universo, ao qual a nossa essência de agora não tem acesso. Portanto, deixemos o passado onde está e concentremo-nos no presente, com vistas ao nosso futuro. Ao invés de nos preocuparmos com coisas ruins do passado, devemos dar mais importância a tudo o que aprendemos a fazer de bom. Ao mesmo tempo em que cometemos muitos desvarios, conquistamos valores importantes também, e é neles que devemos nos mirar quando buscarmos justificativas para nossa vida atual.

Lembremos que o novo acontece a todo instante, e se nos desapegarmos do que é velho, abriremos espaço na nossa vida para coisas novas que realmente valem a pena. Vamos nos acostumar a pensar positivamente, a imaginar as encarnações passadas como etapas vencidas, superadas, que serviram para construir as coisas boas que conquistamos hoje. É isso que a Jurema tentou nos mostrar, para que nos acostumemos a cultivar os bons momentos, a dar importância aos fatores positivos, a nos espelharmos nos nossos próprios valores. É com eles que ingressaremos no novo mundo que nos aguarda, em uma Terra renovada, onde a paz e o respeito serão recorrentes na vida de todos nós e onde não haverá mais espaço para o mal e suas consequências.

O que é velho merece o nosso respeito porque foi o que nos ajudou a ser o que somos hoje. Mas o novo é sempre belo, traz esperança, leveza e alegria. Provoca sempre um sorriso ou uma lágrima de admiração e gratidão pelo milagre de viver. Ou será que alguém duvida disso?

Mônica de Castro
Blog Movimento e Crescimento



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22/11/2016

Consulta com um Guia de Umbanda


Você Conhece Mesmo a Umbanda?


A Umbanda merece respeito, principalmente com os Guias que vêm nos acolher em uma consulta! Não os subestime, achando que são fracos porque não satisfez a sua curiosidade. O objetivo do Guia e de toda Umbanda é te ajudar a viver melhor, a ter paz e equilíbrio e, sobretudo, te ajudar a subir um degrau na tua evolução! A Umbanda te ajuda a angariar conquistas para o espírito e não para a matéria, pelo simples fato que um é eterno e a outra perecível. Satisfazer só uma curiosidade, que não acrescenta nada de real utilidade para a evolução, não é papel de um verdadeiro Guia de Umbanda.

Então, não procure uma consulta com um verdadeiro Guia de Umbanda somente para perguntar, por pura curiosidade apenas: se o seu marido tem outra; se vai obter um emprego; quem fez demanda contra ti; o que quer dizer aquele sonho que tiveste; com qual dos dois amores deve ficar; qual imóvel deve comprar; se pode confiar em determinada pessoa; se deve mudar de emprego, etc... O verdadeiro Guia pode até saber a resposta, mas não irá lhe dizer, porque este não é o papel da Umbanda. Pode até dar a resposta que você quer ouvir, se isto for de real utilidade. O trabalho de um verdadeiro Guia de Umbanda é muito mais profundo e sério. Respeite!

É muito fácil saber se estas perguntas são mera curiosidade, ou não! Quando o consulente segue com fé o tratamento que o Guia receitou. Muitas vezes o tratamento é para curar algo que o consulente nem vê, nem sabe que está se passando com ele e que o Guia enxerga de longe a verdadeira causa dos tormentos daquela pessoa, nem precisa falar para ele, para o consulente, muitas vezes nem deve por motivos vários, mas o tratamento para a real ajuda é exatamente o que ele prescreve. Para os Guias o que importa é se curar, é resolver os conflitos, é ajudar a se sentir feliz consigo próprio, dizer ao consulente qual pessoa fez demanda, magia negra para ele, por exemplo, não vai ajudá-lo em nada, pelo contrário, vai estimular o processo obsessivo, despertando nele sentimentos antagônicos a paz e ao amor, como a revolta e desejo de vingança. Pena que muitos não dão valor ao tratamento que o Guia prescreve, porque simplesmente não satisfez a sua curiosidade tão mesquinha.

Também não faça da Umbanda um balcão de negócios, porque vai perder o seu tempo. "Dai-me uma graça que te darei uma oferenda ou um presente!" Pagar por trabalhos ou consultas? Nem pensar! Isto não é e nunca foi Umbanda. A Umbanda ensina que as conquistas são por merecimento e por permissão Divina. Seja humilde para aceitar o resultado de suas investidas para conseguir algo na vida, entenda que para você pode ser muito bom, mas Deus pode ter outros planos para você, sabe melhor o que é melhor para você. Então lute para obter e seja humilde para aceitar se não chegou a hora, mas seja sempre grato a Deus e a sua religião, que te dá o verdadeiro suporte para viver bem e feliz, só lhe resta descobrir como.

Um verdadeiro Guia de Umbanda também não lhe carrega nos braços! Pare de se identificar com padrões de vitimização e pleitear compaixão! Você é criação divina e como tal é munido de possibilidades para ser feliz, Deus o fez forte e capaz e um Guia jamais vai lhe tirar isto, fazendo por você. Ele sabe o seu valor e jamais o subestima, lhe ajuda a encontrar os meios e nunca lhe dará um final, isto só compete a você. Acredite, você pode.

Então, meu irmão, antes de procurar a Umbanda certifique-se se entende o verdadeiro objetivo da religião, que é a prática da caridade, mas a caridade pode estar onde seus olhos não veem e onde seu ego não está.

Você que não conhece a Umbanda, não sabe o valor que a Umbanda tem! Estude, questione, pergunte, aprenda e acima de tudo, respeite os seus representantes na forma dos Orixás, Guias Espirituais e dirigentes espirituais encarnados, pois estes últimos são orientados pelos primeiros, são seus porta vozes em terra. E os Guias que vêm te acolher através de seus médiuns nos momentos das consultas de Terreiro esquecem-se de si mesmos, por você, deixam cair a sua vibração tão sublime para estar em terra, com você, querem o seu melhor sempre. Se não sabe respeitar, não se consulte com um verdadeiro Guia de Umbanda. Talvez outras religiões sejam melhores para você!

E aos filhos de fé, agradecidos sempre em nome da Umbanda, pelo amor e dedicação, perseverança e entendimento, humildade e respeito em levar adiante a Bandeira de Oxalá, enaltecendo sempre a nossa religião. Aos que amam a Umbanda fica o apelo de promover o esclarecimento da religião, divulgando o seu real valor. Saravá!

Do Livro Umbanda Luz e Caridade - Cap. 4 - Ednay Melo



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20/11/2016

Mais um Relato Sobre a Origem da Umbanda no Brasil

Mais um Relato Sobre a Origem da Umbanda no Brasil

No início do século XX, muitos guardiões receberam nova incumbência. Todo o grande Oriente os convocou. As reuniões iriam acontecer por todo o astral do Brasil em auxílio dos guardiões dos panteões africano e indígena no novo ritual do culto à natureza que iria desabrochar por todo o País.

Os indígenas estavam desaparecendo com a supremacia dos brancos, e os negros, oriundos da África, escasseavam, dando lugar aos europeus que aqui aportavam.

Todo o potencial místico acumulado tinha de ser direcionado para um ritual de ligações com a natureza, tanto indígena como africana.

Nós nos envolvemos a fundo no novo ritual do culto à natureza. A espiritualidade era tabu entre as grandes populações que se aglomeravam nas cidades.

Cada guardião entrou com todos os seus auxiliares. Cada um formou uma estrutura de trabalho adaptada não a mestres iniciados, mas a pessoas comuns que já haviam reencarnado aos milhares. Eram espíritos de negros e índios já educados na imortalidade da alma, no mistério das reencarnações e na lei do carma.

Os europeus ainda estavam na pré-história do mundo espiritual. Só alguns tinham contato com o mundo espiritual e ainda da forma científica, não mística. Era um empecilho aos mestres da Luz no derrame de espiritualismo que tinham iniciado com o reencarne maciço de negros e índios em corpo branco.

Milhares de iniciados na origem, espalhados por todo o planeta, uniram-se no novo ritual de culto à natureza, que nada mais era que a união do ritual africano e do indígena adaptados a uma sociedade católica apostólica romana tradicional.

Por que o lançamento do novo ritual de massa? Muito simples! Os europeus que aqui aportaram já há alguns séculos trouxeram consigo legiões de demônios que os tinham como joguetes bem controlados. A ambição, o ódio, a inveja e a crueldade eram as portas das trevas que eles abriam com muita competência, graças ao mental eivado de ligações malígnas.

Aqui aportaram muitos magos reencarnados que se infiltraram em certas irmandades e, após terem certos mistérios das trevas à mão, não impediam que as portas do inferno fossem abertas para usá-lo em seus objetivos obscuros.

Tudo isso, mais o preconceito espírita, impedia que se combatesse o mal no plano terrestre. Muitos negros tentavam como podia, mas tinham o agravante de serem negros e pouco valorizados.

Então veio a ordem do sétimo plano ou sétima esfera. A ordem foi direta e incisiva: Que o dom do oráculo desperte de forma maciça. Não importa como, mas façam-no despertar!

E cada iniciado na origem formou sua falange de auxiliares à direita e à esquerda. O maior combate teria início. Eu entrei com milhares de amigos que havia um dia tirado das trevas e enviado à Luz. Formávamos a falange de luz da Estrela Guia. Onde houvesse alguém com o nome Estrela incluído no seu, lá estava eu. Havia Estrela do Mar, Sete Estrelas, Estrela Matutina ou da Manhã, Estrela da Noite, Estrela Azul, Estrela Dourada, etc. Esta tinha sido a contribuição dos meus amigos ao nascente ritual do culto à natureza: a Umbanda. Era a reunião dos sete pontos de força da natureza sob o comando dos magos, mestres, sábios, iniciados e sacerdotes que ainda se lembravam, sabiam como e ousavam iniciar uma nova religião, tão antiga quanto a própria humanidade.

O ritual do culto à natureza é uma tentativa de reunião dos sete símbolos sagrados em um só movimento religioso. O Grande Oriente Luminoso entrou com o apoio logístico e seus servidores mais aptos ao novo ritual. O panteão africano, com as suas divindades ancestrais já incorporadas ao mental de milhões de espíritos, e os indígenas, com o seu culto puro à natureza e toda a sua mística.

Nós, os iniciados da origem, não a negávamos e combatíamos os magos negros, feiticeiros e todos os outros com nossa tenacidade habitual. Eu não era o ente incorporante. Minha função era dar apoio a todos os meus comandados que atuavam mediante o dom a incorporação oracular.

Neste movimento, eu incorporei todos os meus auxiliares nas trevas agregando-os às falanges de luz, que era uma forma rápida de resgatarem o pesado carma adquirido no passado, tanto longínquo como recente. Tudo caminhava assim, como caminha hoje e caminhará no futuro. O ritual do culto à natureza é eterno, nunca o eliminarão, ainda que o combatam fortemente.

Os negros criaram a sua linha das almas; os iniciados, a linha do oriente; e os indígenas, a linha de caboclos. Tudo era harmônico, como hoje ainda o é.

Eu reencontrava, no novo ritual, velhos amigos do passado. Nós nos uníamos em grandes agrupamentos na crosta terrestre junto aos pequenos e humildes templos de Umbanda.

Não tínhamos como auxiliares, no plano material, grandes mestres iniciados no ritual, mas, sim, seres humanos com uma vontade imensa de trabalhar em benefício da humanidade como um todo e dos seus semelhantes no particular.

Graças a Deus que continuam assim!

Enfim, tudo caminhava como fora planejado na sétima esfera e colocado em andamento pelas outras seis. Em poucas décadas já superava o espiritismo, o ritual africano puro e outros de origem européia, tais como Maçonaria e Rosa-cruz. A Umbanda abria frentes de ação em todos os cantos do país. Só havia pequenas diferenças de origem funcional ou de linha de força que preponderavam nos trabalhos rituais.

Trecho retirado do livro "O Cavaleiro da Estrela Guia - A Saga Continua" inspirado por Pai Benedito de Aruanda a Rubens Saraceni, no ano 2004.




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08/11/2016

O que Define Pai e Mãe de Cabeça?

O que Define Pai e Mãe de Cabeça?

Pergunta: Por que encontramos nos dias de hoje ainda, tanta confusão quanto a leitura de Ori na Umbanda onde por diversas fontes não se identifica de maneira correta o Orixá regente da coroa do médium?

Pai Antonio: Meus filhos, Oxalá conosco! Nas religiões iniciáticas do passado encontraremos o médium ainda preso a inúmeros fenômenos da matéria e dogmáticos ligados a um período de iniciação que o mesmo deveria passar.

Neste período o conhecimento, a responsabilidade e principalmente o comprometimento eram despertados no iniciando para que o mesmo soubesse de que tal ato e período não se pautavam em brincadeiras, mas em fundamentos tidos como sagrados.

Vejam meus filhos, antes de tudo nos referimos a um período no ciclo evolutivo da humanidade, onde tudo obedece à lei de transformação e evolução, ciclos regidos por Oxumarê e Obaluayê, não se entendendo que hoje tais práticas deveriam ser aplicadas ante a anunciação dos novos tempos.

O período que nos dedicamos dentro de um determinado grupo seja religioso ou de outra forma de cultura se refere à sabedoria que nos vai sendo passada aos poucos e prevalecendo o dito que: “Quando o trabalhador esta pronto o trabalho aparece”, poderemos compreender que nem tudo pode ser ensinado e ser eficiente na criação se não houver antes estudo e preparação.

A Umbanda meus filhos, foi banalizada ao longo destes mais de 100 anos de sua fundação em nosso planeta Terra, justamente por que muitos desejaram pular suas fases que visavam segundo a visão dos regentes da Umbanda a fase de amadurecimento de cada médium.

Encontramos um divisor de águas na doutrina dos espíritos, que é uma ciência a ser estudada antes de tudo nos idos do século XVIII e que ainda não foi totalmente compreendida pelo habitante do Planeta, pois não fere, mas soma a doutrina e o amadurecimento de cada núcleo religioso do planeta, sem ofender a origem, mas despertando a consciência de cada um no sentido de atualizar contextos e promover o universalismo planetário, condição que permitirá que o período da “nova Jerusalém” se incie dentro ainda desta fase de aquário em que vivemos.

Nos terreiros frutos do despreparo e vitimas ainda das lendas mal interpretadas, encontramos médiuns preocupados em preencher seu capricho pessoal, optando de maneira irresponsável para este ou aquele Orixá, que possuem mais afeições devido a imagem destorcida que criaram do mesmo associando o arquétipo falho humano ao arquétipo divino, onde sem a devida preparação e estudo fica inviável o amadurecimento espiritual de cada individuo.

Por detrás deste cenário encontraremos Pais e Mães do segredo que não aprenderam a conduzir seus próprios passos criando ilusões e alimentando o desequilíbrio nas mentes invigilantes que fugindo da verdade acorrem a estes locais que em nada tem a ver com a Umbanda e sua raiz e síntese divina.

A origem do Orixá de cabeça filhos, está dentro do aspecto divino da criação e ainda com base nos ciclos evolutivos e reencarnatórios de cada ser encontraremos o disparador de emoção e razão que vão impulsionar o ser reencarnado a não cometer mais os erros de outrora, a isso ligado a função dos Orixás de frente que regem tão somente a atual encarnação de cada ser.

Oráculos, métodos advinhatórios, ultrapassados no tempo e manipulados por pessoas que mais visam lucros financeiros do que a alegria de servir ao seu semelhante, servem somente para serem joguetes das trevas desviando cada ser do seu ciclo evolutivo, colocando-o dentro da redoma da vaidade, preguiça e despreparo espiritual.

Mas se os filhos me permitem antes de mais nada fazer uma pergunta lhes digo:

O que seria mais importante?

Preocuparmos-nos tanto com quem rege nossa coroa, ou sermos filhos e representantes de todos os Orixás que são qualidades de Deus e auxiliarmos dentro da escola da pratica da caridade chamada Terra?

Acreditarmos que este ou aquele Orixá que foi retirado de sua essência divina esteja ilusoriamente brigando por esta ou aquela cabeça ou tratarmos de vivenciarmos todos os seus dons divinos diariamente.

Derramarmos sangue de animais indefesos e lotarmos vales, praias, cachoeira, matas e demais sítios da natureza de oferendas que irão se tornar lixo depois de algum tempo, ou em nome de Orixá contribuir para matar a forme que mata todos os dias diante ainda da desigualdade social em que o ser humano vive.

É preciso meus filhos que antes de nos envolvermos em adivinhações infundadas, nos preparemos adequadamente para estarmos realmente preparados para através de gente preparada sabermos a que regência encarnatória nós pertencemos.

A Umbanda precisa de médiuns mais preparados filhos e sem a caminhada do estudo e do auto-amadurecimento que deve ser balizado no evangelho do Cristo que se adapta a qualquer meio religioso do planeta dificilmente conseguiremos sucesso.

É hora de abrir os olhos e o coração para as novas mudanças que antevem os novos ciclos evolutivos do ser, ante os novos tempos que já são chegados.

A Umbanda é religião libertadora, mas cada médium ou simpatizante deve antes de mais nada libertar-se da prisão de ilusão que criou dentro de si mesmo, escravizando-se ao passado e esquecendo de abrir seus olhos e enxergar o presente.

Pai Antonio das Almas / Gero Maita




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02/11/2016

Reino dos Orixás

Visita ao Reino

Visita ao Reino

Reino dos Orixás

Visita ao Reino

Visita ao Reino

Visita ao Reino

Visita ao Reino

Visita ao Reino

Visita ao Reino

Visita ao Reino

Reino dos Orixás

Para ter fé, é preciso amar! Para amar, é preciso respeitar! Respeitar sempre o Reino Sagrado dos nossos Orixás! Entrar com respeito, pedindo licença, permanecer com respeito, não sujar, não violar, não agredir o que lá está. Somente amar, louvar com uma rosa na mão, com fé e gratidão no coração! Eis a maior oferenda aos nossos Orixás! Família Tulca sendo abençoada no Reino sagrado de Mãe Oxum, em 29/10/2016. Gratidão sempre! Oraiêiêu doce Mãezinha!






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17/10/2016

Ter ou Não Ter Altar em Casa?

Ter ou Não Ter Altar em Casa?!

Com certeza o mundo hoje está mais prático, mais confortável e muito mais rico em informações com o fantástico mundo da internet... Porém, cuidados são devidos porque nem tudo que reluz é ouro!

Fico muito preocupada com as informações sobre Umbanda e muito feliz quando o propagador da informação diz: "Isto que falo é de acordo com a minha Doutrina..." ou "Quem melhor pode lhe informar é o seu Sacerdote!" Bravo! Porque é isto! Somente o seu Sacerdote pode realmente lhe ajudar! O resto é só acréscimo de conhecimento.

Deparei-me com umas informações sobre o ter ou não ter Altar em casa! Pode ou não pode? Deve ou não deve? Lembre-se que é sempre o seu sacerdote quem melhor poderá orientá-lo.

Aqui faço uma breve ressalva sobre o que vi na internet sobre este tema:

Há quem diga que ter altar em casa é maravilhoso! Valoriza a religião! Oferece momentos únicos de reflexão num cantinho sagrado que é só seu! Quem não concorda, segundo o informante, é porque quer manipular a pessoa, propagar o medo, etc, etc, etc...

Realmente, com uma visão bem terrena, é lindo e louvável ter um altar em casa, sem sombra de dúvidas!

Mas vamos um pouquinho mais além, onde geralmente os olhos têm dificuldades para enxergar: Existe algo muito frequente no mundo invisível que é a chamada Obsessão. O fanatismo é um tipo de obsessão severa e grave que permeia silenciosamente muitos medianeiros dos mundos físico e espiritual. A principal ferramenta para o trabalho trevoso desses espíritos é o pensamento! Então, eles sugerem pelo pensamento práticas diversas afim de manter a atenção da pessoa onde eles queiram, para melhor poder manobrá-los e aprisioná-los. Eles muitas vezes passam por Guias! E podem também sugerir que construa um belo altar em casa, onde a pessoa ingenuamente pense que são guias ali firmados, mas que na verdade estarão mais presos aos obsessores. Vocês podem me perguntar: "E os Guias de verdade deixam?" Se for do seu merecimento, deixam sim. Ah, quantas vezes os Guias ficam longe de nós, querendo nos ajudar, mas sem poder porque nós mesmos fazemos a barreira. E a barreira mais frequente é a tal da vaidade.

Porém irmãos que induzem a práticas umbandistas através do mundo virtual, desmerecendo a orientação que cada Guia Chefe passa para o seu Terreiro, tenham muito cuidado porque podem estar angariando mais débitos em vossas contas cármicas, induzindo ou enaltecendo o fanatismo que realmente é a trava para o real e eficaz auxilio espiritual. Lembrem-se que os nossos Terreiros, mesmo com todas as defesas devidamente assentadas, são frequentemente bombardeados por espíritos trevosos, imagine o singelo altar do irmão que estás ajudando a construir. Reflitam!

Ednay Melo





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11/10/2016

Refletindo Sobre Umbanda

Refletindo Sobre Umbanda

A Umbanda sempre me leva a grandes reflexões e a um turbilhão de sentimentos. Algumas indagações e sentidos sempre rondam meus pensamentos, assim como, acredito, o de muitas outras pessoas.

O que representa a Umbanda na vida das pessoas? Será que a Umbanda representa Desejos, Necessidades, Trocas ou O querer a qualquer custo? Será que representa somente incorporar ou ‘meu Guia sabe tudo’? Será que representa a inconsciência mediúnica caracterizando o médium como uma marionete? Ou, pior, um ser sem possibilidade, força e equilíbrio mental e espiritual para controlar seus impulsos, vícios e vaidades, além de não sustentar a ação de uma Força Superior dominando suas ações?

E como será que a Umbanda está sendo praticada? Será que a Umbanda está sendo praticada somente no dia de gira? Aliás, abençoada a casa que hoje, depois de cem anos, abre seus trabalhos regularmente e semanalmente ensinando e doutrinando seus médiuns e consulentes, deixando de lado a preguiça e o estímulo aos milagres.

Será que, ainda hoje, a Lei de Salva é praticada na Umbanda? Será que ainda temos médiuns e pais-de-santo afirmando que um trabalho espiritual é um ‘ Trabalho’, portanto deve ser cobrado? Será que a política deve ser estimulada dentro da religião como sendo imprescindível para sermos respeitados e como a salvação de nossos direitos?

São tantos ‘serás’ que chego à conclusão de que falta muito para nos considerarmos verdadeiramente umbandistas, afinal a Umbanda vem sendo tão mal trabalhada, praticada e entendida que muito me entristece. Muitos já não sabem ‘o que é’ e ‘o que não é’ Umbanda, ninguém mais sabe ‘o que está certo’ e ‘o que está errado’ dentro da liturgia umbandista e da religião, não se tem mais uma ‘Linha’ a seguir, as ‘invenções’ e ‘criações’ não param de surgir e são, muitas vezes, totalmente desnecessárias, chegando à beira do ridículo.

É inacreditável, mas muitos ainda não sabem que a Umbanda é uma Religião e muito menos conhecem sobre sua doutrina, ritos, rituais e cultura, não sabem argumentar, explicar, defender a sua própria crença, não sabem diferenciar Umbanda de Candomblé ou Quimbanda e outros ainda a tratam como espiritismo ou Umbanda Branca como se houvesse Umbanda Preta, Vermelha, Azul…

E o modo de ver é que: ‘se incorporou, então é Umbanda’ ou ainda, ‘para soluções rápidas e milagrosas, vá à Umbanda’, consequentemente ela é tratada como fenômeno mediúnico apenas, como momento de êxtase ou pronto-socorro.

Estão esquecendo como surgiu a Nossa Religião e para que veio, estão esquecendo as palavras do querido Caboclo das Sete Encruzilhadas dizendo que a Umbanda seria uma religião sem preconceitos e que a humildade seria o prisma da Umbanda, que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos encarnados e desencarnados.

Estão esquecendo os avisos do Caboclo : “a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. O perigo do médium homem é a consulente mulher; da médium mulher é o consulente homem”.

E complementa: “É preciso haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa. Sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda. Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar”.

Estão esquecendo que a Umbanda como Religião veio sustentada pelo Astral Superior para nos levar a um auto-conhecimento, a uma interiorização e evolução espiritual, conhecendo nossos desequilíbrios e modificando-os, ou seja, uma religião que exige a tão conhecida, porém tão pouco praticada REFORMA ÍNTIMA.

A Umbanda é uma religião tão Divina e significativa que é a única religião que necessita do HOMEM e de seu ÍNTIMO como sendo o centro de tudo, ou seja, se o médium for Bom, sua Umbanda será Boa e Bem praticada, porém se o médium for vaidoso, só pensar em dinheiro, ostentar o poder e a ignorância, a Umbanda refletirá esses aspectos e, infelizmente, é isso que vemos hoje dentro da Umbanda. Percebam que a vida particular de um padre, por exemplo, não reflete em sua religião ou no momento em que está realizando a missa, o mesmo acontece com outras religiões.

Portanto, vale a pena refletir: será que aquele médium que briga durante a semana inteira, reclama, xinga e fala mal de todos e tudo constantemente, bebe, se droga, ostenta o poder, trapaceia, tem a capacidade ou a afinidade de, no dia da gira, incorporar uma Entidade de padrão vibracional elevado? Claro que não! Portanto se quisermos ter uma Boa Umbanda temos que ser Bons médiuns, temos que praticar a religiosidade e a reforma íntima todos os dias da semana.

Percebam como a Umbanda é extremamente Poderosa e Divina! Ela é a única que envolve todas as outras religiões e doutrinas, ela é a única que aceita e alcança qualquer espírito, ela é a única que proporciona a verdadeira evolução do espírito, é a possibilidade de se resgatar as dívidas do passado, ela é a única que proporciona o “Fazer de novo Fazendo Diferente” e quando conseguimos isso rasgamos nossas promissórias do passado e o mais divino é que proporcionamos isso também aos Guias Espirituais, pois quando os intermediamos damos a oportunidade deles também resgatarem seus carmas e praticarem a sua evolução.

Umbanda é sentir o coração bater forte com o grito do Caboclo.
É deixar as lágrimas rolarem aos pés do Preto-velho.
É perceber o corpo arrepiando ao repique da curimba na chegada de Ogum.
Umbanda é emoção, é vida, é mudança de atitude e de valores.
Umbanda é Paz de espírito, é Liberdade, Superação e Convicção.
Umbanda é Fazer de novo fazendo Diferente.
Umbanda é caridade pura e simples.
Umbanda é coisa séria, para gente séria! (Mônica Caraccio)


"Se a nossa missão é Umbanda, nosso dever primordial é cultuá-la com absoluta convicção, respeitando seus princípios, estudando seus fundamentos a fim de compreender as suas finalidades. Respeitemos as outras crenças, as deixemos a encargo daqueles que as praticam. Mas não é certo misturar crenças e rituais. Estudemos a Umbanda pura, simples e bela, para que possamos praticá-la conscientemente, elevando-a ao nível que merece. "Umbanda é religião e ciência admirável, que apaixona quem a ela se dedica". (Átila Nunes)

A Umbanda que eu conheço não nos faz “ganhar na loteria”, “achar potes de ouro no fim do arco-íris”, encontrar um "príncipe encantado" montado em um cavalo branco e nem uma "princesa" de grandes e grossas tranças, não coloca na conta de Deus o que devemos, nem nos dá seguro de carro, casa ou vida, nos dá sim a força espiritual e o entendimento para resolvermos todos estes pequenos problemas com discernimento e humildade, aceitando o que não podemos evitar e evitar o que não devemos fazer. Nos dá a paz de espírito e faz com que todos os problemas pareçam menores quando olhamos para trás e vemos o desespero daqueles que nos procuram. (A.D.)

“A doutrina da Umbanda é um sistema religioso inspirado nas leis divinas. Sua interpretação é feita pelos Guias Espirituais que a transmite por via das comunicações mediúnicas. A lógica, a justiça e a razão são as bases dos conceitos emitidos pelas Entidades em torno de tudo o que nos rodeia na vida terrena. A doutrina umbandista é uma via de reforma humana, de espiritualização autêntica para transformar em realidade o almejado sonho de fraternidade entre os homens. Não é falsa asserção, pois é notório o resultado obtido com a doutrina ininterruptamente feita pelos espíritos missionários que se apresentam como Pretos Velhos ou Caboclos” (João de Freitas).


"Você que fala da Umbanda
não sabe o que a Umbanda é
a Umbanda é força divina
a Umbanda é pra quem tem fé.
A Umbanda é de Preto-Velho
e de Caboclo de pé no chão.
A Umbanda é de gente humilde,
pois a Umbanda é amor e perdão"(A.D.)





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04/10/2016

Pajelança


PAJELANÇA - O XAMANISMO BRASILEIRO


Pajelança


É provável que a palavra Pajé venha da raiz pa-y = profeta, adivinho, curador, sacerdote, xamã. O termo pajelança é aplicado nas manifestações xamânicas dos índios brasileiros. Pode ser divido em pajelança indígena (rituais indígenas) e pajelança cabocla, que são praticas religiosas (não índígenas) mais comuns no Norte e Nordeste brasileiro.

Há anos atrás, o amigo Walter Vetillo foi a Belém fazer uma reportagem para a Revista Planeta, cobrindo o VI Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica onde se realizou um Encontro de Pajés. Parte da matéria transcrevo abaixo :

Afinal...quem são os pajés ?

Existe muito pouca coisa publicada no Brasil sobre este fascinante assunto. Uma contribuição preciosa foi o depoimento do estudioso dos mistérios amazonenses, Antonio Jorge Thor. Thor comenta o xamanismo e a pajelança :

" Um aspecto curioso deste assunto é que nos Estados Unidos, quando se fala em xamanismo, muitas linhagens dos xamãs são mulheres No Brasil não; aqui pajé é sempre somente do sexo masculino - primeira geração, que passa de pai para filho. Para ser um pajé, o candidato deve ser um paranormal e médium ao mesmo tempo. Ou seja, deve ter muita força mental (paranormalidade) e a mediunidade, que mexe com a bioenergética, com as partículas biocósmicas (provocam a expansão da consciência fora da matéria, o espírito por exemplo), enfim aquela coisa da espiritualidade.

Entre as diversas tribos, como os Kraôs, caiapós e gaviões, varia muito o conceito de pajelança, mas eles tem alguma coisa em comum: o misticismo , o segredo. Você as vezes passa um longo tempo para conseguir uma informação, um segredo, como por exemplo, sobre um não-alucinógeno para você sair com facilidade do corpo (desdobramento) . O pajé penetra na área da encantaria, uma outra vertente da grande magia que pouca gente conhece., que é passar para uma outra dimensão e e muitos dele quando retornam dessa experiência , voltam curados. Eu fui iniciado pelas mãos de uma curandeira de terceira geração que foi tratada pelos pajés. Doente, ela passou algum tempo desaparecida e quando retornou, além de curada veio com dons incríveis.

A pajelança é uma forma de magia nativa da Amazônia, tipicamente indutiva, atuando sobre qualquer elemento vivo e mantendo estreita relação com os demais reinos da natureza: mineral, vegetal e animal. É praticada por curandeiros (principalmente pelos pajés da Amazônia), com base no xamanismo indígena .

Pelas suas ações, o xamã tenta estabelecer contato com outras formas de existência através de comunicações com entidades sobrenaturais, procurando restabelecer o equilíbrio perdido entre a natureza e a mente. Esse processo envolve curas, exorcismos, e outros atos com objetivos diversos.

A visão holística da cultura xamanista não pode ser esquecida fornecendo ao pajé um importante elo que o integra ao todo. Nesse sentido Fritjot Capra, em ponto de Mutação, sintetiza: "A característica predominante da concepção xamanista de doença é a crença de que os seres humanos são partes integrantes de um sistema ordenado em que toda a doença é consequência de alguma desarmonia em relação à ordem cósmica. Com grande frequência, a doença também é interpretada como castigo por algum comportamento imoral.

A pajelança autêntica, abrange os pajés reunidos no conceito de "alta pajelança", cujos segredos são guardados a sete chaves - haja vista não terem interesse em que profanos venham a desfrutar dessas dádivas. Ela se subdivide em duas correntes :

Pajelança de "conta branca" : Atua em favor do bem, curando principalmente doenças físicas e mentais e resolvendo problemas do cotidiano da comunidade.

*Pajelança de "conta negra" : Atua em favor do mal. Visa facilitar a vitória na guerra com outras tribos ou a disputa de guerreiros para se tornar líderes. Serve também para matar ou adoecer uma vítima, sendo que em alguns casos é usada para dificílimos trabalhos de cura.

A verdadeira pajelança é restrita a uma minoria que ostenta os segredos e poções mágicas que rejuvenescem, curam, matam, provocam viagens astrais e outras grandes iniciações. Atualmente, existem poucos pajés desse tipo no Brasil. A presença da mulher é vedada.

Já a pajelança paralela (segunda geração) envolve as várias formas de curandeirismo popular - principalmente as rezadeiras e benzedeiras, que trazem no sangue a eugenia nativa, além de estar representadas em alguns rituais da Umbanda.

Finalmente, a pajelança afim (terceira geração) engloba o curandeirismo popular originado da pajelança mater, porém com atuação mais aberta que a anterior. Apresenta influências visíveis de outras magias, seitas, misturando-se a -se a outras culturas folclóricas e crendices de povos diversos. É a pajelança com maior influência no Brasil, e suas benzedeiras, que utilizam ervas e rezas para tirar o "quebranto" , muitas vezes conseguem imbuir-se de dons que são inerentes aos pajés. Já as rezadeiras, embora sejam incluídas nesse grupo, são originárias do Nordeste, submetendo-se assim a uma influência maior do catolicismo.

A pajelança deve ser usada por quem realmente a domina, manipulando o universo de magias que a constituem. A princípio todos os métodos usados são indutivos, sincronizados a um objeto (instrumento de poder) e resguardado pelos dons natos do pajé. Sua maior finalidade está na força de cura ou no resultado que produz a partir de três fatores básicos :

1 Força Mental - É um dos instrumentos fundamentais de um pajé. Existe um arquétipo-modelo que fornece meios para a paranormalidade aguçar-se à medida que o pajé passa a usar elementos oriundos da natureza: comer determinadas frutas ou raízes, ingerir certas bebidas sagradas através de fórmulas secretas, etc. Esse complexo aguça a paranormalidade e está associado a outros exercícios como a entonação de mantras.

2 Sincronia de elementos - Constitui o poder de invocar elementos das diversas dimensões através de cânticos mântricos e imagens. Quando associado à natureza, esta força ostenta a verdadeira fórmula que muitos pajés, bruxos e outros magos guardam a sete chaves. O próprio maracá, quando sacudido cadencialmente, cria uma estrutura energética que permite a abertura para a paranormalidade.

3 Agentes auxiliares - O auxílio a esses trabalhos provém de seres de diversos planos dimensionais invocados para operar como reforço, com os elementais da natureza, os encantados (seres energéticos de outras dimensões) e outros agentes chamados "tetaianos" ou seja, otimizados pelas comunicações bio cósmicas (espíritos de pajés e de outros seres).

Um elemento indispensável na pajelança é o maracá. O maracá de um xamã é recebido ou confeccionado durante a iniciação, sendo, portanto, sagrado para ele. em alguns casos é passado de pai para filho; ou ainda, o "escolhido" é induzido a achá-lo mediante as regras impostas pelo ritual de iniciação..

Outro elemento fundamental é o tauari , uma espécie de charuto natural semi-oco que ajuda o pajé a defumar o local ou a pessoa em questão. O charuto, com sua fumaça cheirosa, objetiva imantar o ambiente e criar uma atmosfera toda especial, para facilitar os cânticos que o pajé queira fazer.

Se o maracá e o charuto, são importantes para um pajé, pois assumem significados sagrados em suas mãos, existem outros elementos secundários usados ao longo dos trabalhos desenvolvidos.

Mascar certos vegetais ou mesmo cheirá-los, ou até mesmo comer ou beber, também faz parte do ritual de entrada de um xamã. Essa situação varia muito de pajé para pajé, de trabalho para trabalho, dependendo do objetivo visado. O importante é que eles, usando recursos totalmente naturais, provocam os mesmos efeitos de certos enterógenos.

Chás ou pós de ervas, alucinógenos ou não, facilitam as viagens e a comunicação, com entidades de outros planos, bem como aguçam a paranormalidade.

Porções para mascar, feitas com plantas e raízes especiais, desenvolvem a sensibilidade do pajé e facilitam suas viagens, as quais poderão trazer soluções para os casos pendentes.

Cantos nativos produzem vibrações e facilitam contatos com outros pajés, pessoas ou outros seres invocados nos cânticos.

Dentro dessa estrutura a pajelança é associada a rituais de grande beleza e magia, que extasiam a todos que se envolvem no processo de participação, ou mesmo como meros observadores.

Segundo Thor, o perfeito domínio sobre este incrível mundo mágico-natural pode por vezes levar alguns pajés de alta linhagem a alterar suas partículas atômicas, tornar-se invisíveis e deslocar-se no espaço, surgindo em outros lugares. Aqui vale a pena lembrar as experiências relatadas por Castañeda em seus livros, descrevendo casos semelhantes com Dom Juan e D. Genaro.

Geralmente o pajé exerce uma influência muito grande sobre seu povo - sua figura está para a tribo na mesma proporção em que o médico está para a comunidade. Isso faz com que sua importância e destaque assumam uma responsabilidade toda especial sobre os problemas que afligem seu grupo. Por outro lado, como um médico, o pajé segue as normas e obedece as éticas moldadas pela sociedade., e não poderia deixar de assumir um arquétipo blindado para sua tribo. Dificilmente alguma coisa lhe é negada, e ele, com justiça, exerce o poder e goza de fama e do respeito de todos. Os pajés vivem bastante tempo, e os mais poderosos são chamados de sacaca por sinal, o mesmo nome de um conhecido vegetal da Amazônia Oriental, detentor de inúmeras utilidades.

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Ligando-se ao Orixá de forma consciente

Ligando-se ao Orixá


Muitas pessoas se sentem frustradas porque apesar de seus esforços espirituais continuam distantes de seus objetivos.

Algumas precisam lidar com depressões frequentes e se sentem malsucedidas. Outras lidam com problemas contínuos de saúde. E há ainda as que se sentem terrivelmente solitárias.

Elas se perguntam o que estão fazendo de errado.

Simplesmente estão procurando uma solução rápida no lugar errado.

Veja, nossas almas anseiam por se religar de novo com nossa fonte divina por saber que somente através da ligação com Luz de Olorun e dos Orixás nossos problemas físicos podem se resolver de forma permanente.

E para que serve uma iniciação, senão para uma consciente correção. Quantos de nós vive no “piloto automático”, ai vai a um terreiro e acham que LÁ tudo vai se resolver.

Acham que com velas, banhos e ebós, tudo vai acontecer instantaneamente. Enganam-se. Se não estivermos conscientes de quem somos, do que somos, do que somos feitos, do que temos que manter e o que temos que abandonar, nada que se faça terá valor, nem resultado.

A dificuldade aqui é que pais e mães de santo por aí, não falam sobre isso e alimentam esperanças mal focadas e vazias nas pessoas que frequentam suas casas, prometendo com trabalhos ou iniciação uma vida feliz e próspera para a pessoa, mas isso acontece primeiro de DENTRO PARA FORA.

Assim, perdemos o desejo, e buscamos soluções do 1% (mundo físico) para nos trazer felicidade.

É por isso que digo, temos que por em nossa mente, nosso ORI o seguinte:
“Imploro a Olorun e aos meus Orixás que eu tenha uma real aproximação com o que é divino e assim eu tenha a capacidade para reconhecer o que é real e o que não é, em mim e a minha volta, pois só assim chegarei onde meu ORI E MEU ORIXÁ podem me levar.” Essa é a única forma de escaparmos de nossa ilusões.

Este é um dos desejos mais difíceis de se cultivar.

Precisamos sempre lembrar que existe uma realidade mais elevada.

Precisamos continuar um processo de despertar; a se lembrar que este mundo é simplesmente um reflexo dos mundos superiores.

Desejar uma real ligação com os Orixás, se render e pedir por ajuda das profundezas do coração – é isto que acende a Luz, que nos conecta com nosso Criador, que permite que a correção aconteça.

O que isto quer dizer é que quando lidamos com nossos problemas no nível espiritual, a Luz prepara o caminho para que as coisas se resolvam da melhor forma possível no nível físico.

Sendo assim, se estivermos passando por um divórcio, por exemplo, e lidarmos com o assunto primeiro no nível do 99%, de alguma forma encontraremos o advogado certo que não nos arrastará por tribunais por anos e anos, enquanto esvazia nossa conta bancária.

Ou se estivermos lidando com um bloqueio criativo, ao implorar ao Criador por um lampejo, de repente estaremos numa aula de matemática e o professor dirá alguma coisa que ativará uma virada criativa.

Seja lá o que for, a Luz do Orixá encontrará uma maneira de chegar a nós.

O ponto é: Neste ano que se aproxima, LIGUE-SE DE VEZ AO SEU ORIXÁ DE FORMA CONSCIENTE.

Expanda o seu desejo.

E lembre-se, assim como quando o aluno está pronto o mestre surgirá, da mesma forma, quando você desejar o auxílio do Criador, o Criador aparecerá.

Babá Ricky Tavares





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03/10/2016

Médium que sai do Terreiro

Médium que sai do Terreiro

Sair de um terreiro requer responsabilidade, cuidado, conversa, sabedoria e respeito.

Quem já não viu, sentiu ou presenciou a vida virar de cabeça para baixo ao sair de um terreiro?

Dá uma sensação de caminhos fechados, de reviravolta, acontecendo tantas coisas estranhas que o primeiro e mais persistente pensamento é: “foi só sair do Terreiro que minha vida andou para trás”. Consequentemente vem o pensamento negativo sobre a Umbanda relacionando-a a dor, sofrimento e escravidão. Automaticamente o terreiro que frequentava se torna de baixo nível, os pais da casa se tornam pessoas do mal, demandadoras e vingativas, e todos os benefícios recebidos, todos os trabalhos espirituais, toda a ajuda, sustentação e ações realizadas por meses, anos ou décadas se tornam sem importância e irrelevantes.

Pois é, eu mesma já vivi essa situação e sei bem o que é esse momento na vida de um médium, no entanto, acredito que poucos sabem e, com certeza, pouquíssimos vivenciam o outro lado dessa história. Falo do lado da mãe ou pai espiritual que, por seus anos de caminhada, por sua preparação e ‘feitura’ específica, conhece um pouco mais sobre a ação do baixo astral e do Plano Astral Superior – fato este que, supostamente, favorece a maior habilidade do pai espiritual em ser o intermediário entre as Forças Divinas, assim como na sua maior capacidade no Saber e na sua maior competência no Agir – enquanto os médiuns, supostamente, ainda vêem somente o seu em volta, esquecendo ou não sabendo ver além, ver outras possibilidades ou outras situações, o que caracteriza o limitado campo de visão e de compreensão que muitos médiuns possuem quando o assunto é espiritualidade.

Portanto, como hoje estou do lado minoritário e com uma capacidade diferente de percepção, quero falar, de forma simples, um pouco do que acontece quando um médium sai de um Terreiro. Consciente de que minha visão ainda é muito limitada, de que é impossível falar em regras quando o assunto é “espiritualidade x homem” e de que ainda tenho muito que aprender, gostaria apenas – sem nenhuma pretensão de julgar ou caracterizar as atitudes ou as pessoas – estimular o “pensar do outro lado”. Quem sabe assim teremos médiuns mais tranquilos, mais cuidadosos, responsáveis e falando menos mal da Umbanda.

E para começar a pensar com clareza no que acontece quando um médium sai de um terreiro precisamos saber como ele saiu e como estava envolvido com esse templo religioso. Vejam alguns exemplos: temos os médiuns que saem em pé de guerra; os que saem pela impossibilidade de disponibilizarem mais tempo; os que saem por motivo de doença; os que saem por melhorarem no campo profissional dificultando a permanência no terreiro; os que saem por novos estudos, que acontecem nos mesmos horários das atividades do terreiro e tem ainda os que simplesmente somem, entre alguns outros motivos.

Aqueles que saem em ‘pé de guerra’ são os que mais sofrem ao saírem do terreiro e o mais comum é pensarem que o Terreiro que frequentavam e, portanto, seu ex-pai de santo está demandando contra eles. A associação da ‘vida virar’ com o pai de santo que, (supostamente) está com raiva do médium que saiu por não aceitar as regras, por não aceitar a forma de conduzir e agir do pai de santo, é quase que unânime. No entanto, esquece-se da Lei da Afinidade, da Lei da Ação e Reação, do livre-arbítrio e da responsabilidade que o próprio médium tem, sendo mais fácil se colocar, muitas vezes, em posição de vítima esquecendo-se de suas ações, obrigações, merecimentos e falhas. Nesse momento perdem-se grandes oportunidades como a de fazer o bem seja lá a quem, do crescimento individual e em grupo que um terreiro proporciona, da simplicidade com que a vida e a Umbanda devem ser vividas. Esquece-se inclusive do Baixo Astral e de como ‘ele’ pensa longe, como ‘ele’ vê e se preocupa com o futuro, como ‘ele’ é forte e determinado em suas ações mesmo quando age de forma sutil, como muitas vezes faz.

Entendo que nesse caso a maior brecha é a falta de confiança entre médium e pai espiritual que acontece, entre tantas coisas, pela falta de comunicação entre eles. É o pai que não responde, não explica, não pergunta, não fala com seu filho espiritual; é o filho que não fala com seu pai de santo, que procura outros para compartilhar seus problemas, para lhe explicar o que pode estar acontecendo, para falar sobre suas sensações, sentimentos e necessidades, é a fofoca, a crítica, o julgamento, o egocentrismo, é a guerra do poder, do comando, do saber, e logo percebe-se índios querendo ser caciques e caciques esquecendo-se dos índios que compõem sua tribo. Nesses casos, médiuns e pais sofrem, terreiros enfraquecem e as dores aumentam significadamente.

Mesmo porque é comum, nesses casos, a saída acontecer em grupo e os médiuns unidos (talvez pela força do baixo astral) sentem-se fortes, livres, autodidatas, autossuficientes, até passar as primeiras semanas, depois percebem as dificuldades, a tristeza por se sentirem sozinhos, por não estarem trabalhando a mediunidade e começam, quase sempre com o mesmo grupo, a fazer reuniões para apenas estudarem. Com o tempo começa uma necessidade aqui, outra ali e quando se dão por conta estão incorporando, fazendo descarrego, atendimentos e tudo isso sem nenhum assentamento, sem nenhum comando, sem nenhuma obrigação religiosa cumprida, sem nenhuma firmeza de coroa, sem nenhuma outorga espiritual. E salve a mistificação, salve o oba-oba, salve o baixo astral…

Aqui, do meu lado, fico pensando como alguém que não sabe obedecer, compreender, ajudar e aceitar pode querer mandar, pode querer que o compreendam, que o ajudem e que o aceitem? Fico pensando quem está demandando contra quem? Será mesmo que é demanda do pai de santo, da Umbanda … ou será o próprio médium manifestando de forma potencializada o que sempre foi?

Claro que esse tipo de saída, no qual o médium está sob uma ação negativa, não é uma regra, existem também casos em que o próprio pai de santo e, consequentemente, todo seu trabalho realizado dentro do terreiro está sob ação do baixo astral e não tem nada de religioso, dessa forma a saída do médium é por falta de afinidade mesmo, caracterizando o bom uso de seu livre arbítrio, e pela sua falta de interesse em conquistas fáceis e milagrosas. Nesses casos a ação do astral superior é mais forte dentro do íntimo do médium, afinal teve maior capacidade de não cair na emboscada em que, vale ressaltar, de alguma forma, mesmo que por um pequeno período, ele mesmo se meteu e se sentiu atraído.

Quanto àqueles que saem pela impossibilidade de disponibilizarem mais tempo, percebo que vivem grandes conflitos com seus desejos e necessidades e que, infelizmente, acabam sempre colocando os desejos acima das necessidades, ou seja, é aquele médium que vive em um sofrimento contínuo, e que ele mesmo produz, pela sua própria incapacidade de realizar aquilo que deseja e que precisa.

Muitas vezes o médium não percebe esse conflito e suas reações, assim como não percebe que perdeu o sentido do valor espiritual e ‘escolhe’ aquilo que provocará uma realização social, que muitas vezes é tão momentânea que no dia seguinte já se deseja outra coisa, e outra, e outra, e… São pessoas que têm dificuldade de lidar com o tempo e de identificar e compreender o sentido do “Valor” em suas vidas, pessoas que se perdem no tempo e vagam mundo afora em contínuo conflito em busca de mais tempo e de novos valores.

Já aqueles que saem por motivo de doença, por melhora no campo profissional dificultando a permanência no terreiro ou por novos estudos que acontecem nos mesmos horários das atividades do terreiro são aqueles que, na maioria das vezes, estão sendo atacados fortemente e sutilmente pelo baixo astral.

Sei que relacionar sucesso profissional ou oportunidade de estudo com baixo astral parece ilógico, no entanto vale a pena pensar com calma no que esse “sucesso” pode proporcionar e, nesse caso, é fato que o que será proporcionado é o afastamento do médium, portanto: “ponto para o baixo astral”.

Para se ter mais clareza do que estou falando aconselho a leitura do livro “Aconteceu na Casa Espírita” – pelo espírito Nora através do médium Emanuel Cristiano, editora Allan Kardec – que mostra claramente como esse ataque, entre tantos outros, acontece em um Centro, aliás, no meu entender, ler esse livro é fundamental para qualquer um que queira trabalhar como intermediário do Plano Astral consciente de obrigações e responsabilidades.

Transcrevo abaixo um diálogo entre dois seres de baixa vibração retirado do livro em questão para que se observe como o baixo astral é capaz de proporcionar oportunidades, como influencia sutilmente os médiuns, como espera e incentiva as brechas e como sabe o que quer e onde quer chegar.

“- Gonçalves!

- Pois não, senhor!

- Qual o resumo do nosso trabalho? Como estão as tarefas dos outros camaradas?

- Vejamos as anotações, respondeu o secretário. Já atingimos: – a responsável pelo atendimento fraterno, comprometendo as tarefas nesta área; – um grupo de fluidoterapia, causando desconfiança e concorrência; – este agrupamento de socorro espiritual, que está em andamento, cujo objetivo é provocar escândalos e consequentemente a fofoca destruidora.

Outros camaradas sob as suas ordens já realizaram: – o afastamento de um entrevistador, coordenado por Márcia Boaventura, das tarefas das noites de segunda, terça e quarta-feira. Seguindo suas orientações, o envolvemos a fim de que julgasse fosse preciso melhorar a vida material. Fizemos com que se inscrevesse em seu terceiro curso universitário. O mundo ganhará mais um inútil acadêmico e perderá valoroso cooperador do bem.

- cinco expositores, dos mais variados cursos de Espiritismo espalhados pela Casa, tiveram promoção no emprego, sob nossa influência, tendo obrigatoriamente de abandonar as tarefas a fim de cumprirem os compromissos materiais.

- três dirigentes de grupos mediúnicos pediram licença, atendendo a caprichos familiares, fazendo longa viagem, também sob nossa atuação.

- os eruditos espíritas não foram esquecidos; com a vaidade sobre excitada, estamos sugerindo que reformulem todos os trabalhos na Casa, toda a área doutrinária. Isso sim é que vai gerar uma grande fofoca. Desejamos fazer com que entrem em confronto com a organizada diretoria de doutrina.

- estamos, ainda, fazendo com que modismos de toda ordem apareçam por aqui, trazidos pelas pessoas eufóricas;

- trezentos processos de obsessão simples foram implantados, junto àqueles que nos oferecem brechas, a pretexto de atrapalhar diversos trabalhos espíritas. Estes, num mecanismo em cadeia, exatamente como o senhor planejou, haverão de triplicar as irritações, abrindo nossos caminhos.

- verificamos as obras assistenciais e notamos estarem passando por várias dificuldades financeiras. Envolvemos alguns responsáveis, que entraram em nossa esfera de ação por conta do pessimismo, nervosismo exagerado, falta de fé, por terem esquecido do ideal espírita e prenderem-se simplesmente à questão de organização, agindo com frieza, distantes do amor. Com isso, podemos desestimulá-los intensamente e, agora, estão prestes a abandonar as funções.

- nas promoções beneficentes, igualmente tivemos boa infiltração, pois que os cooperadores, verificando estarem fora das reuniões mediúnicas, da seriedade dos estudos, entregaram-se às piadas, às brincadeiras, à maledicência, à competição, à inveja e ao ciúme. Isso tem afastado vários trabalhadores matriculados nestas obras.

- no pequeno coral, inspiramos-lhes músicas mais agitadas, fazendo com que se oponham à direção da Casa em querer divulgar o Espiritismo pela canção. Sugerimos-lhes outros ritmos a fim de atordoar-lhes e confundir-lhes o pensamento. O regente, praticamente um dos nossos, tendo levado “sua” ideia à direção doutrinária e esta, obviamente, solicitando a retomada do trabalho com músicas que elevem a criatura humana, conduzindo mensagens de transformação moral, tal como é o objetivo do Espiritismo, fez com que o condutor das vozes espíritas se irritasse, quase desistindo das tarefas.

- ainda temos o grupo de teatro que certamente nos atenderá às mesmas solicitações, melindrando-se certamente quando a pureza doutrinária lhes solicitar evitar, no Centro, a propagação de obras não espíritas.

- temos procurado, diante dos agrupamentos de estudos, estimular os contestadores natos, fazendo com que estejam especialmente alterados, conseguindo, com isso, atrapalhar vários participantes.

E muitas outras reuniões estão recebendo a visita de nossa falange.

Falta, ainda, atingirmos definitivamente o presidente e o diretor doutrinário da Instituição.

Seguindo suas ordens, continuou Gonçalves, colocamos cerca de dez espíritos adversários com cada um, esperando que ofereçam brechas de atuação, mas eles desfrutam de proteção espiritual admirável, por conta do esforço que empenham na conduta reta e pelo trabalho sério que executam.

Contudo, senhor, nosso labor permanece difícil! Pois não faltam aqueles que são verdadeiras rochas morais, os que têm atraído impressionante proteção espiritual pelas atitudes cristãs. Esse processo tem exigido muito dos nossos cooperadores, já tivemos de renovar nossas turmas por cinco vezes. Nossos trabalhadores sentem-se fracos ao entrarem em contato com certos ambientes amorosos, que obrigatoriamente têm de visitar, com objetivo de atormentar e desviar os encarnados da bondade. E sobre estes, nossa influência tem sido praticamente nula.

Não sei se nossa equipe conseguirá ir até o fim. Acredito estejamos andando devagar demais.

- Nada disso, meu caro, acrescentou o mandante, os pontos principais estão sendo atingidos, aguarde e verá o excelente resultado. Quanto aos responsáveis pela Instituição, haveremos de visitá-los pessoalmente em breve. Primeiro, vamos atormentá-los e preocupá-los, desestruturando as tarefas, depois, quando se tiverem irritados com o mau desempenho dos departamentos, os escândalos, as fofocas, os pegaremos em cheio.”


Tem ainda os que simplesmente somem e esses, na maioria das vezes, são aqueles que sofrem por suas próprias fraquezas, por suas sensações de solidão, pela falta de coragem e por se sentirem perdidos no tempo, na vida e nas suas próprias necessidades, são sempre levados com o vento, com o tempo e com a esperança de novas oportunidades.

Fabuloso, impressionante e assustador não é mesmo?

E vale a pena ainda entender que quando estamos trabalhando em um terreiro de Umbanda estamos lutando contra a ação do baixo astral, contra os seres das trevas, contra seres que além de pertencerem às nossas afinidades naturais, aos nossos carmas e aos nossos merecimentos, têm a intenção de destruir centros religiosos com o único propósito de não aumentar o sentido do “Bem”. São seres poderosíssimos com ações fulminantes e, na maioria das vezes, proporcionam o afastamento dos médiuns e o enfraquecimento da corrente com um simples estalar de dedos.

Importante ainda esclarecer que enquanto o médium pertence à corrente mediúnica do terreiro ele está sob a guarda do Guia Chefe do terreiro, sob proteção da força da esquerda assentada na tronqueira, sob firmeza dos Orixás e fortalecido pela própria corrente mediúnica que, quando bem firmada, torna-se uma verdadeira cúpula, resistente aos ataques do baixo astral.

No entanto, quando o médium sai do terreiro essas proteções se dissipam e ele agora tem que caminhar com suas próprias pernas. Dessa forma, aqueles espíritos inferiores que antes eram combatidos pelo médium em questão vêem-no agora sem proteção e agem de forma brutal e avassaladora na sua vida mediúnica, profissional e emocional, causando a famosa ‘virada de vida’.

Entendam que o médium perde aquela proteção, mas não a ação do baixo astral que agora não tem mais nada que o impeça. Portanto, sair de um terreiro requer responsabilidade, cuidado, conversa, sabedoria e respeito. É preciso saber sair em harmonia, pedindo a benção, a proteção, ensinamento sobre firmezas e sendo muito grato por todas as oportunidades, exercendo a humildade – qualidade imprescindível a qualquer médium umbandista.

Acredito que assim o médium sai em uma vibração melhor, permanecendo ainda com a proteção do Terreiro, da Umbanda e com todo amparo do astral superior. Portanto, não é uma ação que depende do pai de santo, como muitos pensam. Percebam e saibam que muitas vezes o pai de santo está de joelhos pedindo proteção a esse filho que agora está a caminhar sozinho enquanto o médium está ‘deduzindo demandas’.

Tenham certeza, o Astral Superior respeita o livre-arbítrio e nos dá sempre maravilhosas oportunidades de evolução. E só cabe a nós vivenciá-las com gratidão e amor no coração.

Mônica Caraccio




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