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Caboclos na Umbanda

Publicado em 15/05/2012

Caboclos na Umbanda


A linha dos Caboclos na Umbanda é representada pelo Povo Indígena. Não é composta apenas por espíritos de índios, mas por todo espírito que tenha como missão integrar e expandir ações através de conceitos de fraternidade, igualdade, respeito, determinação, persistência, coragem e dinamismo na luta por conquistas e propagação da fé nas forças da natureza.

O arquétipo dos Caboclos na Umbanda é o do índio brasileiro. Discorreremos, brevemente, sobre a história desse povo que marcou a história do Brasil e influenciou muitos fundamentos da Religião de Umbanda. Usaremos o verbo no tempo pretérito, porém no presente a população indígena no Brasil conta com menos de 0,2% da população brasileira e ainda guardam os costumes que são da sua origem.

Os índios que chegaram ao Brasil antes do descobrimento vieram da Ásia através do Estreito de Bering (hipótese mais aceita pelos estudiosos). Nesta época, esta raça mantinha a pureza de sua origem, sem a interferência do homem branco que sempre tentou dominá-los e apagar o que a natureza os proporcionou.

Eles viviam, basicamente, da caça e da pesca. Quando o índio ia caçar ia acompanhado de uma mulher. Sua estratégia era o silêncio, a atenção e os passos rápidos, entravam em mata fechada, marcando o caminho com cipó para não se perderem na volta, e assim que ouviam o barulho e avistassem a sua presa, ele atirava a flecha com precisão. A função da mulher na caçada era ir apanhar a presa e colocá-la em uma bolsa de corda.

Os alimentos adquiridos pelos índios, tanto da caça como da pesca, eram divididos por todos da tribo. Não havia o costume de armazenar, guardar para si. Eles doavam, trocavam, de forma que todos garantissem a subsistência. Não havia comércio nem propriedade particular, não havendo, portanto, uma classe dominante.

A religião dos índios, tal como na Umbanda, estava ligada às forças da natureza e era manifestada através de magia e mistério. Os deuses mais importantes eram:

O Sol – Guaraci: mãe de todos os homens;

A lua – Jaci: criadora dos vegetais;

Ser Supremo – Tupã: que se manifestava ao homem através das forças da natureza.

Eles acreditavam na vida após a morte, tinham a crença de que os bons espíritos passeavam nas estrelas e os maus ficavam a vagar por entre a aldeia e o cemitério, tinham medo dos maus espíritos e muita superstição.

As cerimônias religiosas eram ministradas pelo Pajé, que também desempenhava o papel de curandeiro e conselheiro.

Com a síntese acima da história dos índios, concluímos que o povo indígena, dominado pelo sentimento de união, é o símbolo perfeito de fraternidade, demonstrando maior evolução espiritual. Não precisou aprender nem integrar aos seus valores uma filosofia religiosa, para vivenciar atitudes que demonstram respeito e amor ao próximo, a virtude é inerente à sua personalidade, é natural e não adquirida.

A Linha dos Caboclos na Umbanda representa a bravura desta raça, aliada aos princípios morais do Evangelho. Qualidades que os caracterizam: silêncio, observação, atitude, lealdade, fraternidade, coragem.

Os caboclos são simples e objetivos em suas comunicações, demonstrando firmeza em seus propósitos, emitindo segurança e bem-estar aos seus consulentes. São regidos pelo Orixá Oxossi, mas trabalham na vibratória de qualquer Orixá, atuando em qualquer Reino, de acordo com o objetivo pretendido. Os caboclos dão consultas e realizam trabalhos de magia dentro do Terreiro, estabelecendo uma relação mais próxima com os encarnados. Eles compõem a Linha de Trabalho da Umbanda, juntamente com os Pretos Velhos e Ibejis.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo



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